História Amor entre Amigos - Operação Cupido parte 2

                Voltamos para a sala como se nada tivesse acontecido, mas eu ainda percebia os olhares do Namjoon para o Jin, que parecia ignorá-lo, durante toda a aula eu pensei numa forma de ajudar os dois, mas nada de bom saiu da minha cabeça, porque o tempo todo eu me distraía pensando no Hoseok. As aulas terminaram e acabou que eu não tinha pensado nada de bom, quando o Jimin veio me perguntar se eu tinha pensado em algo, me fiz de desentendido e inventei alguma coisa na hora, ele debochou da minha idéia e disse que ele mesmo pensaria em alguma coisa e depois me ligaria, sem muitas opções concordei e fui pra casa com o Hoseok, voltamos da mesma forma, de mãos dadas, segurando a mão dele eu esquecia de tudo e só pensava no quanto eu o amava, podia parecer um gesto simples e normal, ele segurar a minha mão assim, mas pra mim era incrível, eu me sentia estar segurando a mão do superman, porque era isso que o Hoseok era pra mim agora, um super-homem que tinha roubado o meu coração, eu perdido nas minhas fantasias ria e ele não entendia nada.

                Quando chegamos na minha casa, ele me deu um rápido beijo de despedida e foi embora, tinha assuntos pra resolver, não me disse do que se tratava e eu também não perguntei, estava ocupado demais admirando o seu sorriso, ele pegou o seu carro e foi embora.

                Entrei e subi direto para o meu quarto, precisava de um banho, durante o mesmo eu ainda ostentava um sorriso no meu rosto, estava feliz e me estranhava, eu estava muito meloso ultimamente, ou seria muito romântico, só sei que não queria viver uma vida que o Hoseok não estivesse nela. Saio do banho, me visto e depois desço para esquentar alguma coisa para eu comer, mas nessa hora o meu celular toca, era o Jimin:

                 – Tae eu tive uma ótima idéia...

                Falou empolgado.

                 – Qual?

                Perguntei, ele me explica todo o plano e de fato era melhor do que a minha idéia, eu tinha pensado em trancar os dois num quarto e deixar ele lá até se acertarem, mas ele disse que isso não iria acabar bem, nós dois acabaríamos apanhando e pensando melhor ele estava certo, eles só iriam ficar com raiva e brigar entre si e com a gente. Eu acerto os detalhes com ele e desligo, nós iríamos marcar um cinema com a galera, mas só quem iria eram eles dois, ficariam sozinhos, juntos e a vontade num local publico, nada poderia dar errado e eu e o Jimin ficaríamos só de longe observando tudo escondidos, assim descobriríamos o que estava acontecendo com os dois, o Jimin era um gênio mesmo, eu nunca pensaria em algo do tipo, então ficou combinado de eu falar com o Jin e ele com o  Namjoon. Sem perder tempo, na mesma hora eu mando uma mensagem pro Jin, dizendo:

                 – Jin vamos sair hoje pro cinema, do shopping, lá no centro, a galera toda vai, você vai?

                Enviei e não coloquei nenhum emoji, para ele não desconfiar, depois desci pra esquentar o meu almoço no microondas, enquanto esperava o tempo passar, o meu celular toca, ele tinha respondido:

                 – Vamos assim amigo, vai ser legal, de que horas?

                 – De 3 horas da tarde, então Jin a gente se encontra na frente do cinema, ok?

                 – Ok, até lá Tae.

                Ele responde e eu gargalho pra mim mesmo, tudo estava indo como planejado, o cheiro da comida quente me desperta, me sento na mesa e como rápido, porque ainda tinha que fazer uns trabalhos.

                Quando deu duas horas eu me apronto e saio até o ponto de ônibus e logo pego um, esse shopping era distante de casa, já que ficava no centro, era o maior e o mais importante centro comercial da cidade, podia se encontrar de tudo ali, o shopping tinha dez andares; eu estava empolgado, pois ia ajudar os meus amigos, o Jin e o Namjoon mereciam tanto o nosso apoio e se eles se comem, tanto faz, só queria saber o porquê de esconderem isso da gente, bem, mas eu ainda não sabia se era isso mesmo, eles podiam não ter nada, mas eu preferia acreditar que eles eram um casal, pensava enquanto o ônibus percorria o seu caminho, quando avisto a fachada do grande shopping, já era hora de descer.

                Desço na frente do shopping, entre e já me dirijo ao elevador, era como se um rio humano tivesse inundado o prédio, de tantas pessoas que iam e vinham por todos os lados, quem bobeasse era atropelado. Entrei no elevador e subi até o quinto andar, que era o andar onde ficava o cinema, eu percorria o lugar impressionado com a poluição de imagens e de informações que eram explicitas nas vitrines, não importava quantas vezes eu viesse aqui sempre me impressionava, eram lojas de todos os tipos, que vendiam vários produtos, a luz forte do lugar parecia que instigava, quem estivesse ali, a ficar mais ativo a qualquer promoção, a qualquer valor que era dito, pelas pessoas e pelos alto falantes, eu já estava com dor de cabeça pelo excesso de luz, de gente e de barulho. Me dirijo para o cinema e lá já vejo o Jin sentado num banco, atrás de uma grande fonte, que se iluminava, a fonte ficava em frente a entrada do cinema, eu entro em pânico, ele não podia me ver se não iria estragar tudo, ele estava de cabeça baixa mexendo no celular, de repente alguém segura minha mão e me puxa dali, eu me viro bruscamente e me deparo com o Jimin bravo, nos afastamos dali.

Jimin – Fresco tu que estragar tudo...

Taehyung – Não, é que...  Como é que eu ia saber...

Jimin – Tu não sabia que ele ia esperar na frente do cinema, como é que você vai justamente pra frente do cinema, sei não viu.

                Nós damos a volta no andar e sentamos num banco atrás da fonte no qual podíamos ver o Jin, mas ele não podia nos ver, devido algumas plantas que ficavam a frente do banco.

Jimin – Pronto, aqui teremos uma visão perfeita, eu te vi daqui besta.

Taehyung – Mas estamos muito longe, como é que vamos escutar...

                Ele riu.

Jimin – Eu pensei em tudo meu caro, por isso chamei um colega meu, que vai nos passar o áudio.

Taehyung – Colega?

                Ele aponta para um cara que estava bem atrás do Jin, ele manda uma mensagem pra ele e ele acena discretamente para nós.

Jimin – É o Leandro, quando o Namjoon chegar, ele vai me ligar e deixar o telefone ali atrás do banco para ouvirmos tudo, e o que é melhor é que nem o Jin e nem o Namjoon conhecem ele.

                Eu ri surpreso de boca aberta.

Taehyung – Bicha, a senhora é destruidora mesmo viu.

                Ele gargalhou.

Jimin – Se não é pra espionar direito, eu nem espiono.

Taehyung – Lembra que é pra ajudar os nossos amigos, para eles se acertarem.

Jimin – Eu sei Taehyung, mas primeiro temos que saber o que ta acontecendo entre eles.

Taehyung – O seu colega sabe o que estamos fazendo?

Jimin – Ele não precisa saber...

Taehyung – Esse Leandro é um gatinho em, ele tem namorado?

Jimin – Taehyung!

                Gritou, mas se repreendeu, para não chamar atenção e eu ri baixo.

Jimin – Pelo amor de Deus cara...

Taehyung – Ai é brincadeira, sabe nem brincar.

                Ele riu de forma sarcástica e falou:

Jimin – O Leandro só me devia um favor e...

Taehyung – Hum! Que tipo de favor?

Jimin – Lá vem à mente poluída, eu tenho namorado e ao contrario de você eu sou fiel.

Taehyung – Poxa você pegou pesado agora.

                Baixei o rosto e fingi uma cara triste, ele se repreendeu.

Jimin – Ah desculpa cara, eu...

                Rapidamente eu abro um sorriso e ele começa a rir, me batendo levemente.

Taehyung – Te enganei.

Jimin – Seu idiota!

                Nós rimos, eu me sentia feliz, era bom voltar a brincar com os meus amigos, aproveitar a minha juventude, era como se nada tivesse acontecido entre mim e o Jimin, era como se eu nunca tivesse declarado o meu amor pra ele e ele parecia estar feliz também, por ter o seu amigo de volta, aquele Taehyung triste, nunca mais queria vê-lo, dizia pra mim mesmo em pensamento.

Taehyung – Mas Jimin, será que isso tudo vai dar certo?

Jimin – Talvez não, porque pode não acontecer nada, já que eles iram estar num local público, eles podem continuar indiferentes.

Taehyung – Ta vendo, então a minha idéia não era tão ruim.

Jimin – Sem chance.

                Falávamos e a todo instante olhávamos para o Jin, que parecia impaciente, devia ser porque já eram 03h15min e ninguém tinha chegado.

Taehyung – Ai cadê o Namjoon...

Jimin – Relaxa, ele sempre se atrasa mesmo.

Taehyung – Mas essa espera está me deixando louco.

                Ele riu.

Jimin – Calma cara.

                Realmente estava ansioso e resolvi ocupar a mente, olhando pro movimento, até que me lembro de uma coisa, que eu estava querendo perguntar ao Jimin há muito tempo.

Taehyung – Jimin, posso te perguntar uma coisa?

                Ele olhava pro Jin, por cima do banco.

Jimin – Diga...

Taehyung – Dói muito quando se é passivo?

                Ele arregala os olhos e me olha vermelho de vergonha.

Jimin – O que!

Taehyung – Dói mu...

Jimin – Eu entendi! Menino se respeite, como é que tu vem me perguntar um negócio desses.

                Ele ria tentando esconder o seu constrangimento.

Taehyung – Foi mal, eu não queria te constranger, mas eu não sei com quem mais eu posso falar.

Jimin – E os seus pais?

Taehyung – É diferente agora, eu nunca fui passivo e eu acho desconfortável falar com eles sobre isso, uma coisa é ser ativo e a outra é ser passivo.

                Ele respirou fundo e falou:

Jimin – Tudo bem, do que você tem medo?

                Eu baixei a cabeça e falei agora ficando envergonhado.

Taehyung – É que eu sou ativo e o Hoseok também é ativo, quando a gente se “acertou”, concordamos que íamos revezar, mas eu tenho medo de dar. Eu quero muito transar com o Hoseok, só que se eu comer ele, ele vai querer me comer também e aí eu tenho medo...

Jimin – É mesmo você nunca deu né, sempre foi ativo, nunca liberou o... Bem, é normal ter medo na primeira vez Tae, sim vai doer, muito, já que você nunca deu ta tudo lacrado aí.

                Eu engoli seco, aflito e ele continuou.

Jimin – Mas só dói no começo, depois você se acostuma com a dor e ela vira prazer, é como aquele velho ditado sem dor, sem prazer.

                Ele sorriu e apertou o meu ombro, ouvir essas palavras me encorajavam a encarar o Hoseok, me pegando por trás, porque com certeza vai ser bom, já que eu amo ele, porém mesmo assim eu ficava nervoso, só de pensar.

Taehyung – Entendo mano, mas se eu entrar em pânico...

Jimin – Vai dá merda isso.

Taehyung – O que?

                Olho pra ele e vejo que ele olhava pro Jin, ao olhar também, eu vejo que o Namjoon tinha chegado, só que ele não estava sozinho, estava com uma jovem garota, de longos cabelos negros, que segurava o seu braço, o Jin estava de pé e falava de uma forma alterada.

Taehyung – Quem é essa?

Jimin – Eu não sei.

Taehyung – E agora?

                Ele manda uma mensagem para o Leandro, dizendo que ele podia ligar e ele obedece, o Jimin atende e já podíamos ouvir tudo o que eles falavam, ele aproxima o celular do ouvido e eu aproximo o meu ouvido do dele e escutamos:

                 – O que essa asinha ta fazendo aqui? Eu pensei que era só pros amigos...

                Falou Jin nervoso.

                 – Olá pra você também Jin amorzinho.

                Disse a garota rindo.

                 – Não vai começar né Jin, eu trouxe ela para apresentar a minha namorada aos meus amigos.

                Falou Namjoon calmo.

                 – É muita cara de pau a sua, eu devia abrir o jogo com a galera e mostra quem é você de verdade.

                Jin voltou a falar, agora elevando o tom de voz.

                 – Ah, por favor, não vai dar showzinho aqui, você prometeu que tudo o que aconteceu entre nós iria ficar em segredo.

                Namjoon falava sério agora.

                 – Namjoon, eu aceitei isso pra tentar salvar a nossa amizade e pra poupar os outros, mas agora você quer que eu conviva com essa vadia, calado, dentro do nosso grupo...

                Falou Jin com dificuldade, ele parecia que ia chorar, ou já estava chorando. Eu e Jimin ouvíamos tudo chocados, agora tudo estava claro, eu estava surpreso com o Jin, ele nunca chamava palavrão e era a primeira vez que eu ouvi ele chamar alguém de vadia.

                O clima estava tenso ali e eu não podia deixar o meu amigo passar por isso sozinho, ele estava sofrendo, resolvo agir e vou até ele, sem se importar com os protestos do Jimin, mas ele acabou vindo também. Eu forço um sorriso e chego fazendo barulho:

Taehyung – E aí gente chegamos!