Assim que Kyungsoo apareceu na portaria, sua irmã questionou se estava tudo bem e, tentando esconder a excitação, ele a responde.
- Tá... Eu tinha que acertar umas coisas com ele. Demorei muito?
- Um pouco, a Yoona já estava ficando ansiosa – ela sorriu.
- Pra ela cinco minutos é uma eternidade – ele comentou ainda sentindo o toque firme e macio dos lábios de Chanyeol nos seus. Depois de tanto tempo esperando por isso, finalmente havia acontecido e ele se sentia bem e feliz.
O final do dia transcorreu animado entre os três e, quando finalmente entraram no apartamento de novo, o rapaz imediatamente pensou no amigo que agora talvez não fosse só um amigo. Hyeri deu banho e colocou a sobrinha para dormir enquanto ele preparava um chá para os dois tomarem juntos. Ele queria muito poder falar sobre o assunto com alguém, mas não sabia se seria uma boa ideia. Serviu duas xícaras com a bebida quente e levou até a mesinha de centro da sala, andando até o quarto da filha para dar um beijo de boa noite. Os dois mais velhos saíram do cômodo cor-de-rosa e se sentaram no sofá, cada um pegando uma xícara.
- Você está diferente hoje... – ela comentou.
- Estou?
- Meio avoado, distraído, mais feliz até.
- Deve ser a atividade física – sorriu – estava precisando fazer algo pra me distrair.
- Hum...
- E o casamento, como estão os preparativos?
- É um tanto cansativo – ela confessou – mas acho que no final vale a pena. Escolhi meu vestido ontem.
- Quando eu me casei não fizemos cerimônia estilo ocidental, então não sei bem como é.
- Não é demorado como eles costumam fazer, o organizador me disse que não passa de trinta minutos e depois fazemos o pyebaek¹.
- Do fundo do meu coração eu espero que vocês sejam muito felizes. Não tive a oportunidade de conhecer seu noivo, mas pelo que você diz ele parece ser muito bom pra você.
- E é sim. Na próxima semana ele retorna pra cá e eu marco um jantar pra apresenta-lo a você, ao pai...
Os dois irmãos trocaram mais algumas palavras e então Hyeri se despediu e foi embora. Após pensar um pouco, ele ligou para o maior e o convidou para ficar com ele no apartamento. Resolveu esperar no corredor e assim que viu o outro descer do elevador, abriu um sorriso.
- Não estou te atrapalhando, não é?
- Claro que não! – os dois entraram no apartamento do mais novo e foram até a cozinha.
- Fiquei pensando no nosso beijo o dia todo – admitiu.
- E mudou de ideia? – Chanyeol o olhou surpreso.
- Nem um pouco – sussurrou – vem cá – segurou no pulso alheio e puxou o outro para perto de si, aproximando os lábios até que eles se encostassem e se movimentassem juntos, num beijo mais lento e profundo que o primeiro deles.
Como da outra vez, o coração de Kyungsoo batia acelerado e ele se entregava completamente ao contato, suspirando e reagindo com o movimento das mãos alheias em suas costas e cintura.
Sentados frente à frente na cafeteria, Jeon Ma e o amigo tomavam café. O mais novo sabia exatamente que Kyungsoo tinha algo a lhe contar, mas aparentava não querer tocar no assunto.
- E então?
- Huh? – o mais velho levantou os olhos de seu café e fitou o amigo.
- Quer me falar alguma coisa? O que aconteceu?
- Co-como assim?
- Seus olhos estão sorrindo. Quem é a razão?
- Não é nada – respondeu rapidamente enquanto o menor observava seu rosto ficar vermelho e os olhos desviarem pra qualquer canto.
- Ainda não quer me contar? Tudo bem, eu respeito o seu tempo, mas está na sua cara que você está apaixonado. Lembra da outra vez que te disse isso? Então, eu estava certo.
- É que envolve muitas pessoas e eu tenho medo que isso me prejudique no processo da guarda.
- Mas se a Jimin também está namorando ou sei-lá-o-quê e não fez diferença em nada.
- Eu prefiro não arriscar. – levou a xícara à boca.
- Pelo menos já assumiu que tem alguém – o outro sorriu.
- Você que está tirando suas conclusões.
Alguns dias passaram e Kyungsoo precisou passar na escola em que o mais alto trabalhava para deixar um livro que Chanyeol esquecera em seu apartamento na noite anterior. Se identificou na recepção e pegou a credencial para ter acesso ao interior do estabelecimento. Subiu as escadas até a sala dos professores e logo avistou o amante.
- Professor Park – chamou e sorriu em seguida ao notar o olhar surpreso do maior.
- Senhor Do, tudo bem? – se levantou e andou até o mais novo.
- É, mais ou menos. Será que podemos conversar um instante?
- Claro, venha até a minha sala – saiu andando até o final do corredor com o menor o seguindo. Assim que eles ficaram a sós, ele voltou a falar, parecendo preocupado – Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
- Vim te trazer o seu livro. Acabou ficando lá em casa.
- Ah, nossa. Obrigado.
- Como eu não sabia se ia usar agora e estava com um tempo livre, achei melhor vir aqui e te desejar um bom trabalho – mordeu o lábio inferior e se aproximou um pouco mais de Chanyeol.
- Eu ainda tenho uns quinze minutos livre... – olhou Kyungsoo dos pés à cabeça.
- Não é muito, mas pode ser bem aproveitado – sussurrou.
O maior trancou a porta e então agarrou na cintura do outro e, com um ritmo bem mais intenso que o de costume, beijou o menor que retribuía com a mesma intensidade, enquanto desabotoava a camisa alheia e passava as mãos na pele macia da barriga do maior.
Chanyeol o empurrou até a mesa e ele se sentou em cima dela, observando o peito desnudo do maior que subia e descia rapidamente devido à respiração acelerada.
- Hum, parece que você está bem excitado – o maior começou a falar ao mesmo tempo em que deslizava a mão pelo volume na calça de Kyungsoo. - não temos tempo o suficiente pra eu te foder, mas posso fazer um carinho bem gostoso – sua voz rouca e sussurrada deixou o menor ainda mais excitado, mas igualmente envergonhado com o linguajar alheio.
O mais velho sorriu de canto com a expressão assustada do amante e abriu a calça social e a camisa do rapaz com agilidade. Logo passou a distribuir beijos e mordiscadas na pele branca do abdômen do mais novo até alcançar a barra da cueca vermelha.
- Yeol... – falou arrastado ao perceber o que ia acontecer.
- O que foi? – parou o que fazia e fitou os olhos arregalados.
- Na-nada não...
Nesse mesmo instante, alguém bateu à porta, chamando pelo maior.
- Professor Park, tem alguns alunos aqui querendo falar com o senhor.
- Peça para eles aguardarem, estou em atendimento. – falou após revirar os olhos.
- Eu já vou, nos vemos depois? - Kyungsoo já arrumava sua roupa e passava a mão no cabelo para se certificar que estava em ordem.
- Eu vou sair mais tarde hoje, tenho conselho de classe. Te dou um toque quando estiver chegando em casa. – ajeitou os fios enquanto o menor abotoava sua camisa. Se despediram com um beijo rápido e então ambos saíram da salinha. - Qualquer coisa que precisar, volte a me procurar.
- Obrigado, professor Park. – o mais novo saiu sem olhar muito para os lados e só parou ao encontrar um banheiro, onde entrou e observou atentamente sua aparência.
Já na academia, enquanto enchia sua garrafa de água, ele ouviu uma movimentação na recepção e ao virar-se, viu um rapaz moreno e alto conversando e rindo com os professores.
- Seja bem-vindo de volta!
- Obrigado! – eles encerraram a conversa e, ao passar, por Kyungsoo, o moreno deu uma breve olhada antes de entrar no vestiário.
Depois de fazer o aquecimento na esteira, seu próximo exercício era no mesmo aparelho que o rapaz de lábio carnudos e olhos grandes usava. "Interessante", pensou e andou até lá.
- Você já está terminando sua série?
- Não, acabei de começar.
- Será que podemos revezar?
- Claro – Kyungsoo respondeu.
- Obrigado. Meu nome é Kim Jong In e o seu?
- Do Kyungsoo – falou ao deixar o aparelho para que o moreno usasse.
- Você é novo aqui, não é?
- Estou há quase dois meses.
- Hum... Eu fiquei fora por um tempo, tive uma lesão no tornozelo, mas agora estou liberado pra voltar.
- Ahn... Como machucou o tornozelo?
- Nos ensaios pra uma apresentação de dança. Depois de todo o trabalho árduo acabei ficando de fora da temporada. Você faz o quê?
- Sou auditor fiscal, trabalho com auditoria externa em grandes empresas.
- É, você parece ser bem sério mesmo. E decidiu treinar por quê? – novamente o menor se exercitava.
- Ocupar meu tempo e me manter em forma.
- Não seria melhor ocupar o tempo namorando?
- Mesmo com a academia, eu tenho tempo livre – sorriu.
- Não sabia que existiam trabalhos na Coreia com carga horária menor de oito horas.
Eles continuaram a conversar até que cada um fosse para um lado na academia. Kyungsoo terminou antes e foi embora buscar a filha na escola e dar uma geral no apartamento.
- Papai, tô com saudade da mamãe – a menina resmungou logo após a janta.
- Mas a mamãe só vem buscar você depois de amanhã, Yoona.
- Mas eu quero a mamãe! – a pequena insistiu.
- Aconteceu alguma coisa? Você quer conversar?
- Ela prometeu fazer um passeio bem legal, mas ela não fez porque o vovô e a vovô moram longe.
- Eu vou ligar pra ela, tudo bem? Mas você precisa entender que a mamãe trabalha, então não sei se ela pode ficar com você hoje.
- Tá bom – concordou ainda mantendo um bico nos lábios avermelhados.
O rapaz ligou para a ex-mulher e ela contou que queria levar a filha na casa dos pais em Jeju. Depois de algum tempo ao telefone, ele desligou e voltou para a menina.
- Ela não pode vir hoje, mas amanhã à tarde, ela pega você na escola, tudo bem? – ela assentiu e ele sorriu – ótimo, vamos tomar um banho bem gostoso e descansar?
A pequena já estava dormindo quando Chanyeol ligou para o amante, avisando que estava quase chegando. O menor pediu que o outro fosse direto para seu apartamento e, ansioso, conferiu se tudo estava organizado. Duas batidas na porta da sala e ele saiu quase correndo abrir, beijando o maior sem ter fechado a porta completamente.
- Cadê a Nana? – perguntou entre o beijo.
- Dormindo – cochichou. – vamos continuar de onde paramos?
- Eu pensei em começar do zero – mordiscou a orelha do mais novo e passou a apertar o corpo alheio por baixo da camiseta fina. Kyungsoo gemeu baixo e conduziu o maior até seu quarto e trancou a porta.
Os dois retomaram os beijos e começaram a despir um ao outro. Era impossível para o mais novo não se sentir nervoso com a situação. Ao mesmo tempo em que desejava aquele momento e sentia-se apreensivo pelo que aconteceria, um sentimento de culpa tomava espaço em seus pensamentos, fazendo-o recuar um pouco aos toques mais íntimos que recebia.
- O que foi? – Chanyeol se preocupou.
- E-eu não estou me sentindo muito bem – falou em voz baixa, pois tinha a impressão que se falasse mais alto, seu coração sairia pela boca.
- O que você tá sentindo?
- Eu já volto – saiu do quarto rapidamente e foi até a cozinha, onde aproveitou estar sozinho para tomar água e pensar em voz alta – não tem nada demais eu me relacionar, eu estou solteiro, desimpedido e na minha casa. E se doer? Será que ele...
- Soo, tá tudo bem? – o maior perguntou ao entrar na cozinha.
- Tá, tô melhor. Vamos voltar pro quarto.
Assim que entraram no outro cômodo novamente, Chanyeol voltou a falar,
- Está preocupado com o que vai acontecer aqui?
- Também... Minha cabeça está a mil e...
- Tudo bem – abraçou o amante – gostei do seu quarto, ele é bem agradável.
- Você já tinha entrado aqui antes.
- Mas ainda não tinha o seu cheiro nele e eu nem cogitava em fazer o pedido que vou lhe fazer agora.
- Que pedido? - fitou o rosto sorridente do mais velho.
- Posso dormir com você esta noite?
- Claro que pode – sorriu.
- Posso dormir aqui com o meu namorado? – tirou do bolso da calça um par de alianças, cada uma pendurada em um correntinha.
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