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História Amor eterno de um Deus - Capitulo Único


Escrita por: NemoChan

Notas do Autor


Quase que não consigo de novo hahahah
Espero que gostem <3

desculpa os erros >//<

Capítulo 1 - Capitulo Único


Manhattan , Nova York – 26 de março de 1970

 

”Backstroke lover

Always hidin' 'neath the covers

"gonna talk to you" my daddy say

Said "you ain't seen nothin' till you're down on a muffin

Then you're sure to be a changin' your ways"

I met a cheerleader

Was a real young bleeder

All the times I could reminisce

'cause the best things in lovin'

With her sister and her cousin

Only started with a little kiss

Like this!”

(Aerosmith)

 

 

 

De meus lábios as palavras saiam naturalmente, até porque, essa música se repetia nos botecos diariamente. Tinha que admitir que esses novatos tinham um pouco de talento. Suas letras eram exatamente o que eu gostava, cheio de sacanagem e com uma batida viciante. As quatro da manhã a cidade não dormia, os sons de meus passos na rua eram abafados pelos sons de conversas e músicas.

 

Particularmente de todas as eras essa é a que eu mais estava gostando, não havia as grandes guerras que me faziam delirar, mas em contrapartida os humanos ficaram mais cruéis e frios, era tão bom ver eles brigando por coisas míseras como dinheiro ou por simples palavras ditas. Tão tontos, tão inferiores.

Olhei para o outro lado da rua no qual uma mulher gritava por ajuda, haviam dois homens possivelmente famintos pelo sexo. Até que ela era gostosa, mas nada que valesse a pena perder meu tempo. Ignorei aquela cena e continuei andando para minha moto, ao meu ver a melhor invenção desses humanos. Ao chegar perto da moto percebi que havia um embrulho no banco da mesma.

 

Porra, tinha que deixar um troço desse bem na MINHA moto, suspirei irritado e segurei o pacote pronto para jogar no chão quando o mesmo se mexeu e começou um som alto e agudo de um choro. Só me faltava essa. Abri o pacote e lá dentro havia um pequeno e possivelmente recém-nascido, bebê. Seus olhos puxados deixavam claro sua descendência asiática.

 

Fiquei olhando fixamente para aquele pequeno produtor de merda, até que não era feio, não possuía a cara comum de joelho que todo o bebê possuía. Na verdade, seu rosto me atraia de uma maneira estranha. Desviei a mirada assim que escutei meu nome ser chamado.

 

“Ares? Por que está parado aí? Não ia embora? ” – Levei meu olhar para o sátiro ao meu lado, ele mancava como se tivesse algum problema, na verdade, desejava me livrar dele a muito tempo, ele parecia um cachorro seguindo seu dono. Desde que fui obrigado a salva-lo das garras da medusa quando era um pequeno pedaço de nada. Suspirei profundamente e levantei o pacote que segurava em minhas mãos.

 

“Livre-se disso” – Falei e joguei para o mesmo que pegou o pacote meio desnorteado, não olhei para conferir se ele havia entendido, nem nada do gênero. Subi em minha possante máquina e logo estava longe daquele filhote de humano que havia feito eu me sentir de uma maneira estranha. Sabia exatamente para onde iria. Quem sabe, fazer uma visita a Afrodite, faça eu relaxar.

 

Acelerei minha amada Harley sem me preocupar se havia algo ou alguém no caminho. Uma morte a mais, uma morte a menos, não faria nenhuma diferença, esse mundo não precisava de mais insetos humanos. Particularmente a única coisa boa eram as mulheres, ah, corpos quentes e facilmente excitáveis. Não me recordo quantas crias eu já havia tido com essas reles humanas que sequer recordo de suas características faciais.

 

Acredito que muitos tenham sido mortos em suas missões, não tinha pretensão em saber onde se encontravam ou o que faziam, apesar de as vezes ser obrigado a escutar falarem que algum filho de Ares, havia sido morto ou que havia ido para o acampamento meio sangue. Semideuses eram tão, fracos, impotentes, mal conseguiam sobreviver a uma miséria missão.

 

Em meio aos meus pensamentos cheguei a atual residência da Afrodite, acho algo extremamente interessante o fato da maioria dos deuses terem suas “residências mortais” perto do Empire State Building, ou como prefiro chamar, a entrada para o meu mundo, talvez pelo fato de quanto mais perto estivermos, mais forte ficamos. Estacionei a Harley no fundo da casa da Afrodite e desci, entrando no local já conhecido por mim.

 

Na verdade, o pateta e imprestável do Hefesto é o único que não conhecia a localidade da residência dela, entrei sem bater e ignorei a decoração cheia de rosa, coisas delicadas e outros apetrechos tão comuns dela. Fui andando pelos cômodos do primeiro andar até a escada, o perfume doce que se sentia no ar, deixava nítido que ou ela me esperava, ou esperava alguém. Pena que ela não teria escolha.

 

Subi as escadas e andei sem pressa para o quarto principal, em meus lábios apareceu um sorriso sacana e malicioso ao ver a deusa deitada em seu leito somente com um lingerie, entrei no quarto já abrindo minha camisa. Pelo visto essa noite seria interessante.

 

 

 

 

Em algum lugar do Sudeste Asiático - 1975

 

 

Guerra, algo tão viciante e delicioso, ver os olhos de seu inimigo perder a vida, ouvir as últimas batidas de corações fracos e insignificantes, era extremamente gratificante. Cada morte por minha espada ou como agora os humanos gostam, as benditas armas de fogo. Sinceramente, qual a graça de matar só apertando um gatilho? Mas infelizmente eles se achavam modernos com isso. Imbecilidade ao meu ver.

 

Limpei o suor da minha testa vendo um misero humano caindo em minha frente, dando seu último suspiro. Suspirei e olhei ao redor, os norte-americanos eram tão imprestáveis que nem vencer uma guerra, com um deus ao seu lado, eles conseguiam. Olhei para o capitão morto aos meus pés. Morreu por abrir a boca para falar bosta. Sorrio chutando ele para o meio do terreno cheio de corpos em decomposição.

 

Ah, esse cheiro de sangue e morte, era tão bom, só perdia para o cheiro de sexo, guardei minha espada em meu cinturão e fui andando, pisava nos corpos mortos ou alguns pedindo ajuda. Por favor, até parece que sujaria minhas mãos com esse corpo imundo e inútil. Em um único segundo já estava dentro do meu apartamento em Manhattan.

 

Guerra perdida, mas a diversão foi garantida, andava pela sala retirando minha camiseta suja de sangue e poeira e a joguei em qualquer lugar, peguei uma cerveja e me joguei no sofá que ficava de frente para a parede de vidro. Ser um deus possuía suas vantagens, olhava as pequenas pessoas andando pela rua, pareciam formigas, tão insignificantes que com uma pisada já mataria várias.

 

Vejo uma movimentação pela minha visão periférica e olho para a entrada do apartamento. O sátiro, que até hoje não me recordo do nome, entrava no local carregando muitas coisas. Ao me ver ele sorri e vem até mim, parando na minha frente. Suspirei profundamente, não sabia por que não havia dado um fim na vida dele.

 

“Ares, que bom que voltou, como foi sua batalha? Algum machucado grave? ” – Revirei meus olhos com as falas dele e tomei um gole de minha cerveja e o olhei de maneira séria. – “ Não sabia que agora você virou a porra da minha baba” – Dito isso voltei o olhar para a cena dos humanos e escutei um suspiro vindo do sátiro.

 

“Desculpa, não quis ser inconveniente, mas faziam dois anos que você não retornava. Ah, não sei se você gostaria de saber, mas o pequeno menino que você me entregou outro dia foi adotado. ” – Abri a boca para mandar ele se foder, quando ele toca no assunto proibido para mim, parecia que foi ontem que havia aquele pequeno embrulho em minha moto, sua carinha ficou impressa em minha mente e sempre que eu estava desavisado ele aparecia para me atormentar.

 

“Pensei que eu houvesse dito para se livrar dele, e quando disse se livrar quis dizer matar” – Levantei do sofá e olhei para o sátiro. – “Me dê o endereço de onde ele está” – O sátiro ficou pálido mas fez como eu mandei, peguei o papel com o endereço e sai do apartamento, iria com minha Harley, precisava sentir novamente o poder dela.

 

Olhei o endereço em minhas mãos e terminei de tomar o liquido da latinha, a amassando em seguida e jogando contra a parede. O local não era longe de onde eu residia, em segundos já estava a caminho daquele endereço. Mataria aquela criatura com minhas próprias mãos, e quem sabe assim consigo tira-lo de minha mente. Cheguei e observei a casa simples, clássica casa norte-americana.

 

Deixei a moto na calçada e andei até a porta, havia uma varanda e duas janelas, olhei por uma janela e vi uma criança, bochechuda, com os olhinhos puxados e um grande sorriso nos lábios enquanto brincava com uma humana que estava sentada no tapete a sua frente. Novamente fiquei fixado na criança, era obvio que se tratava do bebê que encontrei outro dia. Não entendo o porquê ele mexia tanto comigo.

 

Ele olhou para onde eu estava e deu um sorriso grande com seus pequenos dentes de leites. Inconscientemente um sorriso surgiu em meus lábios, quando percebi o que havia feito, fechei minha expressão novamente e me virei andando com passos pesados para a Harley. O que estava ocorrendo comigo?

 

O caminho de volta foi feito rápido demais, em minha mente a imagem daquele pequeno menino se repetia e meu coração batia rápido com o sorriso inocente dele. Quando cheguei no apartamento já havia tomado uma decisão. Assim que entrei no mesmo, decidi colocar em prática o que queria. – “ SÁTIRO” – Gritei esperando ele aparecer, não demorou muito e ele apareceu assustado, a roupa que havia deixado no chão não se encontrava mais lá. Na verdade, percebi somente agora que eu havia saído sem a camiseta.

 

O sátiro ficou me olhando esperando eu dizer algo, respirei fundo e comecei a expor, não sabia o motivo de eu fazer isso, mas queria que o pequeno bochechudo tivesse tudo do bom e do melhor. – “Veja se estão cuidando bem daquele filhote, quero ele nas melhores escolas, quero que ele tenha uma vida perfeita. ” – Falei em meu tom desinteressado, todavia vi o sorriso que apareceu nos lábios alheios antes de concordar e sair do local.

 

Mas que porra esse menino está fazendo comigo?

 

 

 

 

 

Manhattan, Nova York – 1985

 

 

Essas reuniões no Olimpo eram um saco, até parece que somos humanos pela maneira na qual é decidido as coisas. Seria tão mais fácil acabar com todos os problemas matando quem os causa. Mas não, os senhores supremos querem tudo tranquilo e da maneira mais tediosa.

 

No momento me encontrava no último andar do Empire State Building, observando a visão da cidade. Senti uma presença do meu lado e olhei encontrando Atena me encarando. Arqueei a sobrancelha esperando que ela dissesse o porquê veio para perto. – “Eu soube que seus filhos estão aceitando todas as missões, mesmo as mais difíceis para conseguir seu reconhecimento. “ – O tom de reprovação, soltei uma gargalhada e continuei a olhando.

 

“Pouco me importa o que eles fazem ou deixam de fazer, são uns imprestáveis que mal aguentam resolver coisas simples, um bando de inúteis” – Falei a acendi um cigarro, aquele estava sendo meu vício nesses últimos anos terrestres. Sabe, a expressão da grande deusa da sabedoria com minha fala foi inapagável. Na verdade, ela sempre tem essa expressão de quem sabe tudo, talvez seja falta de uma boa foda.

 

“Seus filhos estão morrendo por culpa desse seu comportamento, você como pai deveria orienta-los ajuda-los a se superarem e não desejar que eles morram” – a indignação na voz dela era gritante, porém nada do que foi dito me incomodava, na realidade, não fazia a mínima diferença. Me aproximei dela, olhando para baixo para encontrar seu olhar. – “ Cuide dos vagabundos dos SEUS filhos. Deixem aqueles bastardos morrerem” – A frieza em minha voz para clara, não esperei ela dizer algo mais e simplesmente fui embora.

 

Fazia dias que o sátiro havia me dado o endereço de onde o filhote bochechudo estudava, hoje, me deu vontade de vê-lo. Não sabia que idade ele estava agora, já que os anos humanos passam tão rápidos, me deixando perdido. Apareci no canto do pátio, na sombra de uma grande arvore. Pela quantidade de humanos que lá havia possivelmente era horário da saída deles.

 

Fiquei observando todos os rostos, esperando aparecer algum que me lembrasse o pequeno bochechudo. Olhava todos, desde crianças até os adolescentes que lá havia. Até que uns cinco minutos depois de minha chegada vi um menino, baixo em relação aos que andavam do seu lado, um pouco gordinho, olhos felinos e bochechas sobressalentes. Sim era ele, nossa, ao mesmo tempo que havia mudanças grandes em sua aparência, havia ainda a inocência em seu olhar.

 

Meu coração pulou uma batida quando ele começou a andar na direção que eu estava, após se despedir daqueles que estavam com ele. Passei despercebido pela sombra da arvore e o vi se sentar em um banco, poucos metros da onde me encontrava. Será que eu deveria? Não teria mal nenhum me aproximar, seria até mais fácil se eu possuísse uma aparência parecida com a dele. Sorrio com essa ideia e logo minha aparência se modifica, meus cabelos ficaram em um corte moderno pelos humanos e da cor platinada, minhas expressões se tornaram asiáticas, somente minhas roupas não sofreram alteração.

 

Andei com as mãos nos bolsos até o banco que o bochechudo se encontrava e me sentei ao seu lado. Fiquei olhando para frente pensando em que conversaria com aquela criança. Que merda, nem parecia que eu era um deus, estava me sentindo uma porra de uma menininha que quer dar para o carinha popular da escola. Quem nem aqueles filmes ridículos que os humanos criaram.

 

Olhei para ele e o vi com um livro na mão, interessante, mitologia grega. Sorrio já sabendo que assunto trataria com ele. “ Você gosta desse tipo de história? ” – Minha voz não mudou junto com minha aparência, vi o bochechudo levantar sua mirada do livro e me olhar com um sorriso. Eu suspirei, foi automático, esse sorriso dele me deixou desarmado. Era tão puro, tão inocente.

 

“Sim, mitologias me encantam, era incrível ver como a mente do ser humano era, para ter criado seres tão fantasiosos. ” – Sua voz saiu baixa e para mim era música, a música mais bela que já havia ouvido, resisti a vontade de fechar os olhos, até cair em minha consciência o que ele quis dizer. Olhei para ele sério, eu não era uma criação dos humanos, nós que demos o conhecimento para eles.

 

Segurei minha vontade de xingar e mandar todos os humanos tomarem no cu, com o passar dos tempos e do avanço dos conhecimentos deles, eles se acharam os donos do mundo e aos poucos pararam de acreditar em nós deuses. Mas isso não era culpa do meu bochechudo. Ele somente repassava o que aprendia. Respirei fundo e sorri para ele de uma maneira um pouco forçada.

 

“ Realmente, é impressionante a maneira que eles imaginaram tanto. Hm, e qual seu deus preferido? ” – Estava curioso, será que ele havia visto minha grandiosidade, havia lido nesse livro todos meus fatos heroicos e importantes? Ele não me respondeu de primeira, possivelmente pensando na resposta. E ele ficou extremamente fofo, enquanto pensava seus lábios formaram um pequeno bico. Senti uma vontade gigante de apertar aquele bico.

 

“Acho que é a Atena, ela é sabia, toma as decisões sem se precipitar e tenta orientar os outros, ajudando-os” – Enquanto ele falava seus olhos brilhavam, bufei sonoramente, justamente ela? Fiquei decepcionado por não ser eu, poxa, eu era o melhor deus existente. – “ E sobre o Ares, o que você acha dele? ” – Perguntei ansioso por sua resposta.

 

“Ares? Deus da guerra? Particularmente não gosto dele, não acho legal a guerra, muitas pessoas inocentes morrem por propósitos egoísta de poucos. Seria tão bom se os humanos não quisessem brigar e guerrear por coisas tão fúteis como dinheiro e poder” – Fiquei o encarando sem reação, porra, essa doeu, fiquei sem saber o que falar, na verdade senti um sentimento de rejeição grande em meu interior.

 

Me levantei sem falar nada e fui andando para a arvore na qual eu havia surgido, estava irritado, decepcionado e principalmente.

 

Triste.

 

E esse era um sentimento novo e desconhecido para mim, escutei a voz do pequeno bochechudo me chamando, porém entrei no meio das arvores que haviam ali e apareci em um bar. Não conseguia mais me reconhecer. Estava sem saída, estava perdido. Porque doía, doía demais saber que você não é motivo de orgulho para alguém que mexe com você.

 

Entrei no boteco que sempre ia, longe daquela escola, assumi minha aparência normal e me sentei em um dos bancos do balcão, pedi a bebida mais forte que lá havia e não me importei com mais nada do que aconteceu naquela tarde e naquela noite.

 

Acordei no dia seguinte com uma puta dor de cabeça e com uma mulher desconhecida do meu lado, possivelmente me encontrava no motel podre do lado do boteco, olhei para a mesma com desinteresse e levantei da cama, me troquei sem olhar uma segunda vez para o corpo desconhecido na cama. Deixei algumas notas do tão amado dinheiro dos humanos e fui embora. Não iria mais procurar aquele pirralho, depois de tudo que fiz por ele, ele tinha a ousadia de dizer que não gostava de mim?

 

Minha vontade era voltar para aquele lugar e mata-lo como devia ter feito quando ele era somente um bebê.

 

 

 

Manhattan, Nova York – 1987

 

“Give me what you can tonight
Time is all we have to play
Tell me you can`t live without me
Tell me every day by day by day
nothing last forever, only fades way
day by day”

(The hooters)

 

Caralho, desliguei o som ao escutar essa música, quando foi que a qualidade das músicas caiu tanto? Desde quando elas ficaram tão sentimentais? E porque caralhos eu tenho que lembrar o bochechudo?

 

Suspirei profundamente e olhei para o teto do apartamento, estava jogado no sofá com um cigarro na mão e uma lata de cerveja na outra, esses últimos anos foram uma bosta, não consegui tirar o que o bochechudo havia dito, e cada vez que havia uma briga, uma batalha para eu participar me recordava das palavras dele. Já cheguei a quebrar tudo nesse apartamento em pura frustração.

 

“Ares.” – Levei meu olhar para o sátiro e respirei fundo tentando me controlar, resmunguei qualquer coisa, demonstrando que prestava a atenção no que ele dizia e que era para continuar. – “Hoje um de seus filhos saiu do acampamento meio-sangue para te procurar e foi morto por alguns seres. E, eles já descobriram sobre sua nova filha” – Suspirei irritado e o olhei sério. – “ E desde quando me importo com o que acontece com aqueles incompetentes? E sobre a nova bastardinha deixa eles devorarem logo a mesma. ”

 

“ Atena falou que ela estará na proteção dela, até você assumir a mesma. A deusa Atena disse que logo sua mentalidade irá modificar” – Ele falou calmo e eu levantei o puxando pela gola da blusa que ele usava. – “ Você ta comendo aquela vadia agora? Por isso fica falando isso? ” – Ele negou com a cabeça várias vezes já que não consiga falar. O soltei no chão e o vi cair, voltei para meu sofá e sentei, aquela bastardinha foi concebida no dia fático que eu encontrei o bochechudo, naquele boteco.

 

“D-desculpe, eu só passei o que foi dito. E s-sobre o menino. E-ele se forma amanhã no ensino básico. “ – Ao escutar sobre o bochechudo olhei para o sátiro. – “ Onde será? ” – Perguntei e logo estava com o endereço em mãos. Sim, eu não queria me manter longe dele., foda-se o que ele achava de mim.

 

O tempo humano é curto, estupidamente curto, parecia ontem que encontrei um pacote em minha Harley, parece que foi hoje de manhã que passei na casa de seus novos pais. E agora ele tem dezessete anos, pelo o que o sátiro me falou. Observei do fundo do auditório ele receber seu diploma com muitos aplausos e assobios de seus colegas. Observei ele descer e abraçar seus pais e vi o abraço mais íntimo que ele deu em outro garoto. Para mim foi obvio que ambos possuíam uma ligação a mais que amigos. Talvez transavam de vez em quando.

 

Quem sabe, mas esse pensamento fez meu ódio por aquele desconhecido subir e minha vontade de separa-lo do meu bochechudo se tornou insuportável. Foda-se tudo, andei em passos firmes e decididos até o bochechudo ao termino da cerimônia, o sátiro andava ao meu lado mancando para disfarçar suas pernas distintas. Minha aparência havia modificado no momento que entrei naquele auditório.

 

Percebi o exato momento que ele notou minha presença, seus olhos se arregalaram e ele se afastou de seus familiares vindo até mim. Ele havia mudado nesses dois anos, estava pouca coisa mais alto e estava mais magro, suas bochechas não estavam tão grandes quanto antes e isso não me agradou. Quando ele parou a uma distância respeitável para a época de mim, constatei que ele seria sempre baixinho, já que mal chegava ao meu ombro.

 

“Não pensei que eu fosse vê-lo novamente senhor Ares” – sua voz se encontrava um pouco mais grave que da última vez. Espera um pouco, como ele sabia meu nome? O olhei confuso e ele logo soltou uma risada baixa. Sua risada era bela e sonora que nem sua voz, combinava com sua aparência. – “ Desculpe, eu o apelidei assim, depois que você saiu daquele jeito após eu falar sobre Ares. ” – Ele se explicou e eu suspirei aliviado, na verdade isso foi fofo, quer dizer que ele não havia se esquecido de mim.

 

“Me chamo Yifan Wu “ – Havia escolhido esse nome no dia que o visitei no colégio, precisava de um nome asiático. Ele sorri para mim e estendeu sua mão. – “ Me chamo Minseok Harris, muito prazer Yifan” – Seu sorriso era tão belo, que foi automático eu retribui-lo, segurei sua mão e senti um arrepio por todo meu corpo. Não queria soltar sua mão, até ver suas bochechas corarem e ele forçar a soltura de nosso contato. Ele olhou para o sátiro ao meu lado.

 

O mesmo sorria muito, como se, por algum motivo desconhecido, ele estivesse feliz. – “ Me chamo ZiTao Huang, é um prazer imenso conhece-lo Minseok. Aiii, você é tão fofo. Tão belo” – o sátiro segurou a mão do bochechudo com as duas suas e as balançou, o deixando extremamente corado e sem graça.

 

Dei um olhar sério ao sátiro, que agora depois de anos descobri seu nome, o mesmo entendeu e soltou a mão do bochechudo, mesmo sem diminuir seu sorriso. Olhei para o bochechudo e sorri da maneira mais sedutora que eu conhecia. Sim, eu estava desejando aquele pequeno corpo, queria experimentar aqueles lábios finos e deixá-los vermelhos com meus tratos, ver suas bochechas coradas por outro motivo.

 

Percebi que ele ficou um pouco balançado pois mordeu seu lábio e continuou corado. Estiquei o presente que havia trazido para ele e o mesmo o pegou, quando abriu a embalagem seu sorriso se tornou grande ao ver que constituía de uma enciclopédia completa sobre mitologias gregas. Apesar de não gostar de como as pessoas nos tratavam agora, sabia que esse era, por enquanto, o único elo entre eu e o bochechudo.

 

“Parabéns pela formatura Minseok” – seu nome em meus lábios saiu tão certo, como se eu tivesse esperado o tempo todo para dizer essa palavra, ele me agradeceu com um abraço, fiquei inicialmente surpreso, mas não perdi a oportunidade de passar minhas mãos pela cintura do mesmo, sentia o calor de sua pela através da roupa e isso me atiçou. Amava o calor humano, mas o dele me enlouquecia.

 

Ele se afastou logo e novamente suas bochechas estavam coradas, ele agradeceu mais uma vez e pediu licença para falar com seus pais, fiquei o observando se afastar até uma tossida do sátiro me fez olhar para o mesmo. – “ Não sabia que você gostava de homens também” – Dei os ombros e voltei a olhar para o Minseok, porém meus pensamentos estavam no que o sátiro falou. Entre nós deuses não havia problema homem com homem e mulher com mulher, até porque é relativo isso de gêneros, porém sabia o quanto os humanos são preconceituosos com isso. Será que meu pequeno Minseok sofria por culpa desse preconceito?

 

Começou a festa para os formandos e eu fiquei encostado na parede observando fixamente o Minseok que se divertia com seus amigos e com aquele garoto. Puta merda, queria arrancar aquele menino de perto dele, será que eles não viam que todos podiam notar os olhares e pequenos toques entre os dois? Minha visão da cena foi bloqueada com o sátiro entrando na frente e dizendo que iria embora, mal dei atenção a ele e fiquei contente quando o mesmo saiu da frente. Observei que os dois haviam sumido.

 

Me afastei rapidamente da parede e procurei ao redor os dois, suspirei aliviado ao vê-los conversando no canto do local, parecia que discordavam de algo. Isso bochechudo, manda ele para a puta que pariu. Sorrio contente ao ver que o Minseok saiu dali deixando o cara sozinho, segui o mesmo caminho que ele.

 

Saímos do local da festa e notei que ele andava até o banco no qual falei com ele pela primeira vez, continuei o seguindo e sentei do seu lado, fiquei o olhando enquanto o mesmo olhava para o céu. Não sei o que os humanos viam de belo no céu. Era só uma imensidão negra e silenciosa. Decidi quebrar aquele silencio perguntando algo que me incomodava. – “Vocês estão juntos? ” – Ele olhou para mim com seus olhos arregalados e corou enquanto abaixava a cabeça e assentia com a cabeça.

 

 

Droga, eu não queria ter ouvido isso. Eu queria que ele negasse, queria que ele falasse que ele não era importante. Respirei fundo e segurei o queixo alheio e o fiz me olhar. – “Então terão que se separar, porque você é meu” – Mal terminei de falar e já juntei nossos lábios, foi só um roçar deles, não queria assusta-lo, mas para minha surpresa ele não me rejeitou, ele separou seus lábios em um pedido mudo para eu aprofundar o contato.

 

E foi isso que fiz, e foi aí que perdi o controle, o sabor, o calor, tudo nele era perfeito, o encaixe era ideal e perfeito. O beijava de maneira desejosa e com algo a mais que eu não conseguia e nem queria desvendar agora. Quando percebi ele já estava em meu colo, suas mãos em meus fios e as minhas em suas coxas. Era clara a inexperiência dele perto da minha, mas isso me deixava mais louco por ele.

 

Do nada ele se afasta e sai correndo extremamente corado, comecei a rir com a atitude fofa dele. Sinceramente, esse menino estava me fazendo loucuras. Loucuras que nunca em toda minha existência havia sentido. Fechei meus olhos e o sorriso não abandonava meus lábios.

 

 

 

 

 

Manhattan, Nova York – 1990

 

Três anos, esse foi o tempo necessário para que o Minseok me modificasse totalmente, na verdade, acho que desde o momento que ele apareceu na minha vida ele começou a modifica-la. Eu, um deus da guerra, totalmente e completamente apaixonado por um menino que possui mais bochechas do que altura.

 

A partir do dia de sua formatura, não houve um dia que nós não nos encontrássemos, no primeiro dia ele fugiu de mim. Fugiu literalmente, saiu correndo assim que me viu na esquina, lógico que o segui, como ele ousava fugir de mim um deus. Assim que eu o alcancei percebi suas bochechas coradas e sua visível vergonha, ele estava tão fofo. Mas segurei minha vontade de agarra-lo novamente e fomos conversar. Foi nesse dia que descobri que ele come muito para um humano e que fazia exercícios em dobro para não engordar. Ficamos a tarde toda em um parque conversando.

 

A realidade dele era extremamente pura e inocente, a dor, o sangue, a matança que eu já vi e produzi, ele sequer imagina como é. O que eu agradeço imensamente por isso, o que mais queria manter nele é essa inocência. O que complicava com o meu gosto. Eu gosto da guerra. Não é uma obrigação, mas aprendi a ser mais seletivo em quais guerras apoiar, por quais guerras lutar. Poderia fazer mudança na humanidade uma guerra? Sim, se for travada pelos motivos certos.

 

Em menos de um mês com ele, eu já havia percebido, que o que eu sentia por aquele bochechudo era algo totalmente diferente do que eu senti em toda a eternidade que vivi. Na primeira semana o apresentei meu apartamento, em menos de três horas já estávamos no sofá nos agarrando. Não entendia o que ocorria, mas sempre que eu o via, sentia uma necessidade gigante em toca-lo, seja um abraço, seja um beijo.

 

Eu finalmente o fiz totalmente meu depois de quatro meses, não teve pressa, não foi precipitado, foi perfeito. Na verdade, tudo que eu faço com ele, é perfeito, seja ficar fumando no meu apartamento enquanto olhávamos as ruas ou quando estávamos em algum local conversando. Tenho gravado em minha mente cada beijo, cada toque, cada carinho.

 

Sim, carinho, ele me mostrou que toques não precisam ser só para transar. Posso toca-lo só para vê-lo sorrir ou ficar com as bochechas coradas. Eu só descobri o nome do sentimento que eu possuía quando fui para o Olimpo, após deixa-lo na porta de sua casa e encontrei a Afrodite me esperando com uma expressão descrente. Eu não mandei ela se foder com antigamente faria, já que a cada palavrão que eu dizia o Minseok me dava um peteleco e passava o resto do dia sem me beijar.

 

Vamos dizer que aprendi a me controlar, tudo para não ficar sem os beijos dele. Voltando a Afrodite, ela me olhou várias e várias vezes até exclamar em alto e bom som que eu estava amando e que a Atena estava certa. Foi ai que percebi que um deus pode ser dominado por esse sentimento humano. E sabe, não me arrependo, apesar de viver uma mentira com ele, por não poder falar quem sou totalmente, eu sentia que eu era mais verdadeiro junto a ele. Confuso, não é?

 

Quando completou um ano doa humanos que estávamos nos vendo, o levei para conhecer o mundo inteiro, claro que tivemos que utilizar os meios humanos de transporte o que demorou mais ainda. Ficamos um ano viajando, um ano só de felicidade, claro que brigávamos, na verdade eu me controlava, minha força e a dele eram totalmente desproporcionais e eu tinha medo de me descontrolar nessas discussões e acabasse machucando meu bochechudo.

 

Fiquei um ano longe do Olimpo, qualquer coisa o sátiro poderia resolver por mim, se não, que esperassem eu voltar. Tanto que assim que voltamos os três principais deuses brigaram comigo, e não retruquei, não valia a pena, pois cada minuto perdido com eles, era minuto a menos que eu ficava sem o Minseok. Ele se tornou uma droga, um vício, em dois anos. Realmente, Afrodite e Atena estavam certas. Eu o amo, eu amo aquele pequeno bochechudo de uma maneira insana.

 

E hoje, completados três anos, decidi contar para ele o que eu sou e tudo mais. Não seria fácil, tinha medo de perde-lo, ele na verdade já era o ar que eu respirava. Então, estamos os dois sentados no sofá de meu apartamento, ele me olhando curioso e receoso e eu com medo.

 

“Eu na verdade, não sei como te contar isso. É muito complicado, mas eu percebi que não consigo viver sem sua presença em meus dias, eu percebi que te amo demais, sei que sou louco e faço coisas absurdas, meu estilo ainda te assusta, não sou de delicadezas, gosto de bebidas e cigarros. Sei que sou bruto e ignorante com você várias vezes. Em realidade, não sei como consegue lidar com tanta tranquilidade com isso. Sou péssimo com essa baboseira de romance. Só parei de falar palavrão para não ficar sem seus beijos, você me mudou Minseok. Me mudou de um jeito que nem a eternidade conseguiu mudar, nem a voz da experiência e sabedoria conseguiu. Por isso acho que devo ser o mais sincero possível com você, por favor, não me interrompa antes de eu terminar”

 

Ele me olhava boquiaberto e com as bochechas coradas, todavia assentiu com a cabeça, não entendi o porquê ele estar envergonhado, mas não podia me perder no raciocínio agora. Respirei fundo e comecei, contei toda minha história, contei detalhadamente tudo o que passei, deixando de fora os detalhes da guerra, não queria que ele tivesse contato com isso. A cada fala minha ele ficava mais pálido e isso me assustava.

 

Sentia que estava o perdendo e isso fazia minha alma doer, uma alma que eu não sabia que possuía. Quando terminei de relatar mostrei a ele minha verdadeira aparência e o mesmo levantou do sofá e saiu do apartamento sem falar nada. Não o impedi, não fui atrás dele. Eu iria esperar, mesmo que demorasse, eu o esperaria.

 

E eu esperei, me entupindo de bebida e pensando em muitas coisas, pensando em coisas que não havia pensado antes. Como, por exemplo, que ele era mortal. Que não haveria um final feliz nisso, que ele não deveria ficar comigo. Eu deveria deixa-lo viver com os humanos, ter uma vida plena humana. Uma família, quem sabe. Mas só de imaginar alguém, seja homem ou mulher, tocando nele já sinto vontade de socar e ver o sangue dessa pessoa escorrendo pelo chão. Estava sendo egoísta, mas nunca disse que eu era bonzinho.

 

No momento estava sentado no banco do boteco com um copo de uma bebida qualquer na mão e pensando no sorriso daquele bochechudo, droga, nem consigo pensar em um palavrão, estou me sentindo um cachorro adestrado e não sei se gosto dessa sensação. Fazem já três meses que ele saiu de meu apartamento e não apareceu mais.

 

Senti alguém sentando ao meu lado, mas nem dei bola, ignorei totalmente. Não queria conversar com algum bêbado, ou levar cantada de alguma puta qualquer. Voltei a tomar minha bebida até escutar uma voz conhecida e querida, me fazendo olhar imediatamente para o lado. Sim, ele estava ali. Lindo como sempre, com uma expressão envergonhada enquanto me encarava fixamente.

 

“ Sua aparência é diferente daquela, as duas são bonitas, mas gosto ainda mais da outra, combina comigo. ” – Ele falou e eu pisquei algumas vezes, ele falava como se fosse algo normal, notando que eu não falaria nada ele continuou. – “ Fui no apartamento e o Taozi falou que você estaria aqui, hm. Queria conversar. “ – Obviamente ele estava sem graça pela maneira que coçava sua nuca e olhava ao redor.

 

Levantei e fiz para que ele me seguisse, não conseguia falar, queria aperta-lo em meus braços e não o soltar mais. Ele me seguiu até a viela onde minha nova moto estava. Encostei na parede e o encarei. Eu queria beija-lo, eu queria toca-lo, entretanto precisava saber o que ele falaria. Ele respirou fundo antes de começar a falar.

 

“Eu... me assustei, muito. Era algo que só havia lido nos livros e muitas coisas totalmente diferente do que você falou, sei que você é estourado, sei que é estupido e ignorante. Mas você nunca me tratou mal, você nunca me bateu, sempre fazia o que eu queria, mesmo que reclamando e foi nessas pequenas coisas que você me tornou totalmente dependente por você, nós viajamos juntos, nós estávamos três anos juntos e do nada você jogou a bomba falando que eu não te conhecia. Me senti enganado. Eu pensei muito. Mas muito mesmo. E sabe esses três meses foram os piores da minha vida inteira. Eu sofria por sua falta, e percebi que você não foi outra pessoa, você foi você comigo. A única diferença foi que precisou esconder um lado seu. E agora eu sei. Eu estou pronto. Quero te conhecer totalmente, assim como você me conhece. E quero quando eu morrer que você leve um pedaço de mim com você, que no meio da sua eternidade você lembre de mim. ”

 

Ele falou tudo aquilo com os olhos cheios de lágrimas, ele sabia exatamente o que acarretaria sua escolha, o que ele perderia e o que ganharia. Meu bochechudo estava me dizendo que ficaria comigo. Para a eternidade, até depois de sua morte terrestre.

 

 

 

 

 

Acampamento meio-sangue  – 26 de março de 2080

 

Hoje é um dia especial, talvez, não para nenhum desses semideuses e seres místicos, mas para mim é. Vim até aqui para dar as instruções para minha filha para conseguir a missão e se sair bem nela. Até porque ela tem que honrar o meu nome. Até parece que ela pode perder para algum dos filhos da Atena.

 

Não que eu tenha muito contato com essas crianças, mas desde que o Minseok descobriu que meus filhos morriam para tentar terem meu reconhecimento, ele me obrigou, com ameaça de greve de sexo, a pelo menos orienta-los para se darem bem nas missões.

 

Não houve uma queda muito grande nas mortes, mas pelo menos com isso ele não me perturbava e eu não ficava sem sexo. Pode ter se passado todos esses anos, todavia meu desinteresse pelos humanos continua igual, humanos e pelos bastardos.

 

Ai se o Minseok escuta eu chama-los assim. Iria apanhar com certeza, solto uma alta gargalhada enquanto dirigia minha Harley pela estrada vazia, ignorava qualquer limite de velocidade, queria chegar logo, hoje é um dia especial.

 

Parei a moto no início do campo mais belo que já vi em toda minha existência. Fiz questão de que alguém cuidasse dele a cada duas semanas. O lugar tem que passar a eternidade impecável. Peguei o pacote que trazia na moto e comecei a andar em direção a árvore mais bela e florida que lá havia. Chegando perto da mesma me aproximo da simples e pequena pedra que se encontra bem embaixo da grande copa da árvore. Sorrio ao ler o que estava escrito ali e me curvo tirando algumas flores que cobriam a pedra.

 

“ Olá meu amor. Você achou que eu esqueceria? Lógico que não, impossível esquecer esse dia tão especial. Hoje faz cento e dez anos que te conheci e trinta e cinco anos que sinto sua falta. Que sinto falta do seu calor, das suas conversas, dos seus toques. Mas sabe, aquilo que você me disse naquela viela aconteceu. Impossível te esquecer, você foi meu eterno amor e você será eterno enquanto eu viver. Bom, trouxe seus bolinhos favoritos, você me bateria se eu esquecesse deles eu sei disso. “

 

Um sorriso triste se apossa de meus lábios e acaricio aquela pequena lápide, você havia deixado claro que não queria nada chamativo e queria ficar para sempre perto da sua flor preferida, a flor de cerejeira, e eu como sempre, realizo tudo que você queria. Levantei deixando o pacote do lado e olho as flores belas e floridas.

 

Não importa a loucura que as estações estão, sempre nesse dia, essa árvore fica florida. Olhei novamente para a lápide e me sentei ao lado dela, na sombra da copa. E comecei a contar cada coisa que havia ocorrido nesse último ano, havia te prometido em seu último suspiro que continuaria vivendo e que só o visitaria uma vez por ano. Fechei o olho e deixei uma lágrima escorrer por meus olhos. Era o único dia que me permitia isso. Por que pode ser eterno em meu coração, mas minha alma sentia falta.

 

 

Minseok Harris – 1970 a 2045

Amor eterno de um deus!

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Xoxo e até a próxima <3


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