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História Amor Fati - Retorno


Escrita por: lavignescau

Capítulo 12 - Retorno


“Então, você e Stiles estão finalmente namorando?” Allison deita de barriga na cama de Lydia, sem conseguir conter o sorriso em seu rosto ou as gargalhadas que lhe escapam ao ver a cara de sua amiga. Desde o início, ela sempre torceu para que os dois acabassem juntos, e estava feliz por poder presenciar isso, mesmo que tivesse que voltar dos mortos para que acontecesse. Demorou, mas a espera valeu a pena, só por ver o brilho nos olhos verdes da menina ao anunciar o namoro.

“Ei, não ri! Como que eu vou dizer isso para o resto do grupo?” Lydia senta-se ao lado de Allison, tentando imaginar um cenário onde ela consiga dizer as novidades sem sentir vergonha, mas era impossível. Stiles a fazia se sentir completamente boba, como se ela fosse uma garota da sexta série com seu primeiro namorado. Era uma sensação que ela nunca havia sentido antes.

“Que tal eu finalmente parei com o cú doce e estou namorando Stiles?” Uma almofada arremessada em sua direção é tudo que Allison recebe como resposta. “Eu estou brincando, idiota. Mas se você quer saber? Provavelmente você não vai precisar falar nada. A essa altura, Stiles já deve ter feito muito mais que mudar o status do Facebook, todos devem saber. Não se surpreenda se você sair na rua e se deparar com um avião carregando uma frase melosa pelo céu.”

“Olha, você pode falar o que quiser sobre mim, mas não ache que está me enganando. Como anda Scott?”

  “Com as duas pernas, se não for Lua cheia.” E dessa vez a almofada arremessada parte em direção a Allison, as duas começando uma disputa boba que envolvia, periodicamente, algum golpe que haviam aprendido mas não haviam tido a oportunidade de treinar.

“Lydia!” Caroline chama do corredor. “Eu estou saindo.” 

“E onde a senhora pensa que vai?” Lydia pergunta, se desgrudando de Allison e indo em direção ao som. Por incrível que pareça, ela e Caroline haviam se dado bem. Inicialmente, achou que hospedar a menina seria insuportável, mas durante o pouco tempo que ficaram juntas, descobriu que ela  era uma boa companhia e fazia pratos vegetarianos como ninguém, mesmo que só tivesse provado o kibe sem carne e o bolo de cenoura. 

  “Para fora de casa?” A menina usa um tom óbvio, sua atitude sendo algo que já passava naturalmente pela ruiva.

“Sabe que não foi o que eu quis dizer.” Ela revira os olhos. “Com quem você vai sair? Espera não diz. É com o Liam?” Lydia conclui sorrindo, ao observar que a bruxa havia se esforçado para melhorar sua aparência. Com isso, Allison já havia se juntado à amiga na porta, e encarava Caroline com um olhar brincalhão.

“E se for, qual o problema?” A bruxa tenta mascarar sua vergonha, mas a vermelhidão em sua bochecha não passa despercebida, nem mesmo com o delineador que havia passado na esperança de ressaltar seus olhos castanhos. 

“Sem chances de eu te deixar sair.” Lydia repreende. “Não com essa blusa horrível. Se você vai ser hospedar com as Martin, terá que se vestir como uma também.”

 

                                                            Ω

 

“Para onde você está me levando, Lyds?” Allison pergunta, reconhecendo as ruas por qual passavam. 

“Você não lembra?” Lydia estaciona o carro, olhando para a amiga com preocupação. 

“Lembro. Só não entendendo o que estamos fazendo aqui.” A morena sai do carro abruptamente, sentindo varias emoções tomarem conta de seus pensamentos. Era uma mistura amarga e doce de sensações que lhe invadiam ao olhar sua casa, mas a escuridão que parecia emanar do lugar apenas contribuíam para a tristeza e nostalgia que a dominavam. 

“Vem comigo” Lydia diz, segurando a mão de Allison. “Confie em mim.” Sem hesitar, ela segura fortemente a mão de sua amiga, e ambas adentram a residência, mesmo que isso fosse contra todos seus instintos. Ela não se surpreende quando Lydia tira uma chave de seu bolso e a utiliza para abrir a fechadura sem problemas, mas resiste em fazer um comentário irônico sobre como ela já estava pegando os hábitos de seu namorado. 

A escuridão e frieza não surpreendem Alisson, e ela não consegue evitar a sensação estranha que a domina. Entrar naquela casa agora parecia errado. O lugar onde morava, por mais cheio de regras que pudesse ser, fora um dos primeiros lugares que realmente pareceu uma casa, e não apenas uma residência que habitaria temporariamente até que chegasse a vez de se mudar novamente. Com isso, entrar na sala e não ter seu coração batendo, ou uma alma habitando seu corpo, parecia ser impossível, como se corrompesse a atmosfera segura que havia construído. 

Um barulho a faz virar sua cabeça rapidamente para a esquerda, e olhos que são uma mistura entre o cinza e o azul são a única coisa que consegue enxergar. 

“Pai?” Sua voz sai trêmula, e antes que pudesse registrar o que acontecia, um par de braços a envolvia. Ela não conseguia falar, enquanto sentia lagrimas quentes caindo sobre seu ombro, do mesmo modo que as suas manchavam a camisa de Chris. Não sabe por quanto tempo ficaram assim, apenas a presença um do outro servindo de consolo para as inúmeras palavras não ditas que se acumulavam em uma bagunça nas suas mentes. Quando finalmente se afastam, um enorme sorriso cobre o rosto de Allison, seu pai espelhando suas feições. Naquele momento, o parentesco entre os dois era tao claro quanto o dia.

“E eu? Não vou ganhar um abraço?”  Uma segunda voz chega aos ouvidos da morena, e, em pouco tempo, ela já se encontra abraçada à seu amigo.

“Isaac.” Ela sussurra sem acreditar. 

“Em carne e osso.” Por mais que ele tentasse manter sua atitude, era incapaz de impedir que suas emoções transparecessem em sua fala. “É bom te ter de volta.”

“É bom estar de volta.” E pela primeira vez, Allison falou sem sentir um vazio completo dentro de si.

 

                                                Ω

 

“Não era o que eu esperava quando você me chamou para sair.” Liam observa a placa do orfanato, sentindo um calafrio subir sua espinha. Olhando para seu lado, ele vê Caroline tranquila, seu cabelo preso em uma trança, o que realçava sua mecha branca. Por algum motivo, tinha a impressão de que ela não era tingida, e sim natural, mas teria que lembrar de questiona-la sobre isso depois. 

“Vamos logo.” Ela avança em direção à porta. “Antes que você mije nas calças.” Ela completa quando percebe que Liam permanece imóvel.

“Eu não ia mijar na calça.” Ele retruca bem humorado, apesar dos constantes comentários implicantes da menina.

“Ah, certo, eu esqueci. Você só corre pelado pelos lugares, né?”

Antes que Liam pudesse reclamar que aquilo não tinha nada a ver com a situação atual, a porta é aberta e uma mulher alta e magra olha para eles com um olhar tão rígido como sua postura.

“Como posso ajudar?” Sua face quase não move, e Caroline gosta de pensar que o penteado que amarra seus cabelos para trás firmemente puxa seus músculos faciais e a faz apresentar pouca expressão.

“Estamos a procura de Noemi.” A bruxa afirma com determinação.

“Visitas não são permitidas.” A resposta da mulher faz Caroline perceber que seu plano não havia sido tão bem pensado como imaginava, e ela definitivamente havia esquecido de desdobrar alguns aspectos, como o de que modo chegaria até Noemi.

“Somos amigos dela.” Liam tenta insistir, mas seu tom não é tão seguro.

“Visitas não são permitidas.” A velha repete monotonamente, ainda bloqueando a passagem.

Com um feitiço, Caroline conjura um bolo de notas de vinte sem que vissem. Entregando o dinheiro na mão da mulher, ela estreita a postura, como se a copiasse, e Liam a encara boquiaberto. “E agora, podemos entrar?”

Contando as notas em suas mãos, ela sorri, descontruindo as teorias de Liam sobre ela ser um robô. “Receio que não. Noemi não se encontra mais aqui.”

“E onde ela está?”

“Foi adotada. Não me lembro muito bem o nome da família... White? Whiltshire?” A mulher finge uma expressão pensativa, e Caroline apenas revira os olhos, conjurando novamente, sem que ela visse, outro bolo de notas, dessa vez de cinquenta. Ela sabia que custaria para a mulher divulgar uma informação que deveria ser confidencial. Satisfeita, ela continua. “Ah, sim. Agora me lembro.”

“E quem eram eles?” Caroline pergunta, ainda achando improvável que a menina tivesse sido adotada em menos de um dia. Mas, se havia uma coisa que havia aprendido era não questionar o que acontecia em Beacon Hills.

“A família que buscou Noemi de manhã era rica, uns advogados esnobes. Nunca fui com a cara desse tipo de gente.” A velha conta, e Caroline chega a conclusão que, se tivesse que fazer outro feitiço, certamente não seria para conjurar mais dinheiro. “Whittemore, era o nome. Me deram até um cartão da agência deles.” A bruxa não compreende o olhar de reconhecimento e confusão  de Liam, muito menos o que acabara de descobrir. 

 

 

 

 

 



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