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História Amor Fati - Pe(r)dido


Escrita por: lavignescau

Notas do Autor


Oi gente, é a Brunella. Mil desculpas pela demora, eu andei um pouco enrolada com a escola, férias e etc., mas vou tentar atualizar com mais frequência. De novo, mil desculpas. Aqui vai um capítulo extra longo, aproveite a leitura :)

Capítulo 13 - Pe(r)dido


 

“Desembucha, desgraça.” Caroline vira-se em direção a Liam, que, desde a visita ao orfanato, tentava a encarar disfarçadamente. Ênfase no tentava.

“De onde você tirou todo aquele dinheiro?” Ele pergunta, logo complementando. “Quer dizer, sem querer ser enxerido ou indelicado-“

“Você já é os dois.”

“-mas você apareceu do nada, sem pais ou familiares, moradia, trabalho  ou qualquer outra fonte de renda. De onde você tirou essa caralhada de dinheiro?”

“Eu faço parte de uma facção secreta dedicada a caça de Trolls.”

“Trolls não existem. Nunca vi e nem ouvi falar de alguém que tenha visto um.” O garoto afirma com veemência.

“De nada.” A bruxa diz com um meio sorriso em seus lábios. Entretanto, o rosto assustado do menino a faz fornecer uma explicação real rapidamente. “Eu conjurei.” Responde, sentido o sorriso em seu rosto se desfazer, ao imaginar a enxurrada de perguntas que está prestes a atingir.

“Conjurou?”

“Sim, Liam, conjurei. Ato de invocar algo ou alguém, no caso, de um universo paralelo acessível apenas para um quantidade restrita de seres mágicos e com habilidades excedentes, por exemplo, eu.” Ela desvia de um pequeno buraco na rua. “Faltava pouco para eu conjurar minha mão na cara daquela velha.” Caroline suspira, o som de seus passos leves sendo abafados pelos de Liam, ambos se distanciando lentamente do orfanato meio bizarro. 

“Então você pode conjurar qualquer coisa? Um carro? Uma mansão? Um atirador de facas chinês?” Liam questiona intrigado, uma infinidade de possibilidades surgindo em sua cabeça.

“Por que diabos você iria querer conjurar um atirador de facas chinês?” 

“Para o aniversário da Kira.”

Caroline para abruptamente, encarando Liam, sem acreditar no que ele acabou de dizer. “Cara. A descendência dela é coreana.” Ela sacode a cabeça de forma negativa, e volta a seguir o caminho. “Tecnicamente, eu poderia, mas precisaria de muito esforço e magia poderosa para conjurar coisas desse tipo.” Ela volta a tentar fazer o menino compreender uma parte de seu mundo. “Explicando de maneira simples, existem dois tipos de conjuração. Imagine a primeira como se as dimensões fossem um armário, mas que não está em um lugar físico, ou fixo. Assim, permite que as bruxas guardem suas coisas nelas e as conjurem a qualquer momento. Esse tipo exige menos magia, e é menos trabalhoso, mas você sempre corre o risco de perder algo para sempre, caso não consiga mentalizar exatamente onde você guardou a porra do trabalho de história.” A ultima parte da frase sai um uma pitada de indignação, o que leva o garoto a pensar que talvez tenha sido mais um relato verdadeiro, do que um exemplo vívido.

Liam tenta imaginar o que seria isso de conjurar, mas percebe que provavelmente ainda vai demorar para que entenda. Afinal, ainda está se acostumando com o fato de bruxas serem reais. Logo, a menina continua, reunindo grande parte de sua paciência.

“A segunda, é mais complicada. Na primeira, você utiliza apenas uma parte delimitada, como se as dimensões fossem uma mochila. Só terá acesso ao que botar. Na outra, não há limites, por isso requer maior quantidade de magia, visto que se pode conjurar literalmente qualquer coisa existente. Poucos bruxos são capazes de realizar esse tipo de coisa, e, geralmente, é necessário todo um processo de preparação antes, como um ritual, para o fortalecimento da pessoa. Por isso, não são muitos comuns. Apesar de parecer tentador conjurar dinheiro e coisas de valor de forma infinita, a ideia de uma economia quebrada porque as pessoas ficam ricas do nada, tira toda a magia da coisa.” Caroline faz um trocadilho, ficando desapontada quando Liam nem percebe, de tão concentrado que ele estava para entender o que falava. “Ademais, há toda uma burocracia. Não se pode fazer esse tipo de conjuração sem antes ter a autorização do Conselho.”

“Conselho?”

“Basicamente, um bando de bruxas velhas encarregadas da ordem dos clãs.” Caroline explica brevemente, sua paciência já quase esgotada. Ela era péssima em explicar as coisas, principalmente quando tentava decorar as ruas em que passava, em uma tentativa de se familiarizar com a cidade.

“E onde elas estão, quando estamos em pé de guerra?” Ele indaga revoltado.

“Provavelmente, ignorando tudo que está acontecendo, até que uma cabeça decapitada apareça rolando na porta delas. Como eu disse, são velhas. A maioria já deve estar senil.” Ela desvia então de uma rachadura, deixando Liam intrigado com sua trajetória em zigue-zague. “Afinal, tem algo que esqueci de te perguntar. Porque pareceu um pouco assustado quando ouviu o nome da família que adotou a Noemi?”

Ele coça sua nuca, em um gesto um pouco desajeitado. “Bem... Não sei muito sobre os Whittemore, mas o filho deles, Jackson, era um lobisomem.” Isso faz Caroline arquear suas sobrancelhas. “Quando eu cheguei na cidade ele já tinha ido embora. Está em algum lugar da França ou Espanha... Sei lá, já esqueci. Lydia deve poder te explicar essa história melhor, já que ele é o ex dela.”

Assim, ambos seguem o caminho, perdidos em seus pensamento. Caroline não podia negar, havia sentido uma energia estranha vinda de Noemi. Se isso não bastasse, a criança havia sido adotada em menos de um dia, o que, em sua mente, não era possível, e, ainda por cima, por uma família que tinha relações passadas com o bando de Scott. Coincidência ou não, Beacon Hills não deixava de a surpreender. Tudo que ela sabia, era que, quando chegasse em casa, precisaria conversar com Lydia e Stiles.

 

                                                                  Ω

 

“Para onde você está me levando?” Lydia pergunta, seus olhos vendados por uma faixa. Quando Stiles falou que a levaria para um encontro, ela não imaginou que isso incluiria ficar longos minutos  com os olhos vendados, sem fazer ideia de onde ia. Tudo que podia sentir eram as curvas e freadas do Jipe. 

“Se eu falar estraga a surpresa.” Stiles olha para o lado, se divertindo ao ver a ruiva tentar lidar com uma situação onde não tinha controle nenhum. 

“Estamos chegando?” Ela pergunta pela milésima vez, sentindo o chão mudar debaixo das rodas do carro, o terreno desnivelado fazendo o carro sacudir levemente. 

“Não vou responder.” 

“Para de sorrir. Isso não é engraçado.” Lydia implica, ela mesma tentando conter um sorriso que surgia em seus lábios.

“Como você sabe que eu estou sorrindo? Seus olhos estão vendados.” Ele retruca. “Não adianta revirar os olhos.”

“Como você sabe que eu estou revirando meus olhos? Eles estão vendados.” Ela retruca, e os dois riem, Stiles aproveitando o caminho vazio para olhar para sua namorada. Admirando ela, ele nem lembrava do motivo inicial que o havia feito rir, mas continuava simplesmente porque a risada de Lydia tinha esse efeito. “Já estamos chegando?” Ela questiona novamente, fazendo o garoto soltar um grunhido. “Ah, qual é! Você sabe que eu odeio esperar.”

“Eu esperei anos para te namorar, acho que você pode esperar 10 minutos.”  Ele termina com um meio sorriso. 

Mais alguns minutos de conversas aleatórias e gargalhadas passam, o tempo de viagem demorando um pouco mais que o previsto, uma vez que Stiles havia reduzido a velocidade só para implicar com Lydia.

“Chegamos.” Stiles abre a porta, correndo em direção ao outro lado para abrir a de sua namorada. Ajudando-a a sair do carro, ele segura uma das mãos dela com a sua, enquanto a outra repousa em sua cintura, para a estabilizar. Ele não consegue deixar de notar como a roupa que veste cai bem nela. Lydia era maravilhosa, sem mais nem menos, independente do que vestia. Cada vez que Stiles a olhava, pensava que não podia ficar mais bonita. Dois segundos depois, seus olhos eram atraídos para ela novamente e, caramba. Ela conseguia ficar ainda mais bela. 

Impaciente, Lydia remove a faixa que cobria seus olhos, e sua respiração fica presa em seu pulmão. Sem palavras, ela olha ao redor. Beacon Hills Preserve estava todo decorado. Várias flores adornavam os troncos das arvores, assim como algumas fotos dela e Stiles. 

Seus olhos passeiam pelas imagens, parando em uma foto que nunca tinha visto. Os dois estavam saindo da escola, como qualquer adolescente normal, e conversavam com as mochilas em suas costas. Malia deveria ter tirado aquela foto, pois Lydia nunca tinha a visto, afinal, depois que aprendeu a mexer em câmeras, ela passava o dia inteiro capturando momentos com um click. Adorava fotografar o que via, e realmente tinha um talento para isso. Aquela foto era um exemplo perfeito, pois, apesar de totalmente mundana, o olhar que Lydia e Stiles trocavam era único. Olhando assim, era como se todo o mundo sobrenatural que os cercava não existisse. Ou ao menos, não importasse. Eles encontravam um no outro toda a luz que aquele mundo sombrio carecia.

“Gostou?” Stiles pergunta. Lydia estava tão absorta explorando cada detalhe da decoração, que não havia percebido que a mão dele não havia saído de sua cintura. Em vez disso, ele aproveitou para fazer carícias na pele descoberta por sua blusa com o dedão, causando arrepios em todo seu corpo.

“É... Lindo.” Incapaz de tirar o sorriso de seu rosto, ela caminha em direção à uma pequena toalha no chão, que possuía uma cesta no centro, o cheiro de pizza chegando em seu nariz. “Sabe, botar uma pizza em um cesta de piquenique não faz dela mais romântica.”

“E se eu fizer isso?” Stiles se ajoelha, segurando a mão de Lydia. Do seu bolso, tira um pacotinho laranja, que ela identifica como um Reese’s. “Eu não fazia ideia da quantidade de desafios que eu teria que enfrentar para chegar aqui quando fiz minha primeira declaração. Naquela época, eu era um garoto esquisito, com um objetivo inalcançável em sua frente. Não sei quanto a parte do esquisito, mas a do inalcançável certamente mudou. Mesmo depois de tantos anos, nunca tentei esconder o que eu sinto por você, e hoje, não me arrependo nem um pouco de minhas escolhas.” Ele para, a observando, e notando como seus olhos verdes oscilavam, um pouco marejados, enquanto um leve sorriso pousava em seus lábios. “Lydia Martin, você aceita ser minha namorada?” 

“Stiles, nós já estávamos namorando.” Lydia diz, pegando o Reese’s, pondo um em sua mão e entregando o outro para Stiles. 

“Ei, não estraga! Eu estava tentando fazer algo fofo. Além do mais, eu não tinha te pedido oficialmente.” 

“Hum. Deixe me pensar.” Stiles revira os olhos. “Aceito.” Ela sorri de maneira brincalhona. “Como nos velhos tempos?” Lydia estende seu chocolate com creme de amendoim, assim como Stiles, ambos fazendo um brinde no ar. 

 

                                                 Ω

 

Horas já haviam passado, e Stiles e Lydia continuavam deitados sobre a toalha, observando o céu, ela deitada em seu ombro, com os braços dele a envolvendo. De vez em quando, o menino tentava olhar para sua namorada discretamente, e sempre que ela percebia, lhe dava um tapa de leve no ombro, explicando que isso a fazia sentir envergonhada. Ele não entendia o porquê, então apenas se contentava em rir e lhe dar um beijo na testa.

“Para de me encarar!” Ela fala pela milésima vez, sua voz em tom de brincadeira. 

“Desculpa!” Stiles ri. “É que eu não consigo acreditar que você é minha namorada.” 

“Pois acredite.” Ela diz, aproximando seu rosto do dele. Seus lábios se unem, em um beijo que se intensifica gradativamente. As mãos de Stiles descem, apertando a cintura de Lydia. A outra mão se estende e acaricia sua face, descendo por sua garganta, até chegar até a curva de seus seios.

Em um movimento rápido, ele os muda de posição, a mão de Stiles que estava em sua cintura indo em direção ao chão, servindo de apoio, enquanto a outra massageava o seio direito de Lydia. Suas bocas se descolam, apenas para que ele trace um caminho de beijos, até a base de seu pescoço, os suspiros dela soando como melodia em seus ouvidos. 

De súbito, Lydia para abruptamente. “Ouviu isso?” Ela se levanta devagar. “Acho que veio das árvores.”

Ele queria responder que estava preocupado ouvindo outra coisa, mas, como se tratava de Beacon Hills, haviam grandes chances de que, o que quer que fosse o ser que havia produzido o barulho, possuísse presas e uma grande sede de sangue. Antes que Stiles pudesse responder, ele ouve o barulho também, semelhante ao de passos se aproximando. 

Stiles se levanta, fazendo um gesto com a mão para que Lydia fizesse silêncio. Com sua ajuda, ela se levanta, ajustando sua blusa. Cautelosamente, caminham em direção ao Jipe, quando Lydia percebe que o barulho estava alto demais. Rapidamente, ela puxa Stiles para trás de uma grande árvore, os dois se aproveitando dos arbustos para olhar para o Jipe, quando uma figura se aproxima. 

Um homem alto, de coloração quase tão branca como a de suas roupas, surge da mata, seu olhar perdido, como se não estivesse totalmente consciente. A precária iluminação que penetra a copa das árvores é suficiente para iluminar o rosto coberto por uma espessa barba negra. Stiles prende sua respiração, envolvendo sua namorada em seus braços.

Sem rumo, o homem circula ao redor do Jipe, observa o ambiente confuso, e segue pelo mesmo caminho pelo qual veio, como se não tivesse uma trajetória para percorrer. Os dois esperam, até que não conseguem ouvir mais o som dos passos se distanciando. Olhando para Stiles, Lydia percebe que a sua face empalideceu, e sua feição está contorcida em preocupação. 

“Lydia... Temos que sair daqui.” Seu olhar percorre o ambiente preocupado, segurando a mão dela e a guiando em direção ao Jipe. “Aquele era Nathan Kieran”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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