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História Amor fraternal: Boko Makolin - Pesadelos pt. 3 O ladrão de rostos


Escrita por: Anttonny

Notas do Autor


Avisando antes para não ter problema nos comentários: Esse capitulo tem tortura e outras coisas pesadas; A Fic é +18 gente. Se você é mais sensível recomendo não ler esse capitulo de noite.
P.s.: Esse capitulo vai funcionar de forma diferente, vai ser dividido em 4 partes, cada uma mostrando como foi o dia de Mako no mundo espiritual. Algumas vezes vai tipo voltar no tempo e etc. ( são quatro dias)

Capítulo 9 - Pesadelos pt. 3 O ladrão de rostos


Fanfic / Fanfiction Amor fraternal: Boko Makolin - Pesadelos pt. 3 O ladrão de rostos

                                                 Dia 3

   Mako sequer tinha notado que havia desmaiado.

   Quando acordou sentiu a cabeça pender no pescoço e se sentiu tonto, como de costume. Desde que foi levado para aquele lugar começou a se sentir estranho, sentia como se estivesse longe do próprio corpo, e ele realmente estava, apesar de não saber disso.

     Sentia todo o corpo formigando e parecia estar anestesiado.

     —Você acordou... — disse uma voz gentil e que demonstrava um certo tom fofo.

     —Oque... oque aconteceu? — Mako perguntou com o tom de voz neutro e sem modificar a sua expressão facial, como lhe foi ensinado pelo espírito que estava sobre sua cabeça.

     —Você desmaiou no meio da seção. — O espírito se inclinou para poder olhar o rosto de Mako. — Consegue se lembrar de algo dessa vez? Eu limpei sua memoria mas mesmo assim...

     O espírito parecia uma batata falante. Era amarelo e tinha um formato cilíndrico, suas orelhas pareciam folhas e seus olhos eram totalmente verdes.

     —Só tenho alguns lampejos. — Disse Mako.

     —Isso é bom... Ter todas essas lembranças dentro de você o faria enlouquecer, por isso tenho tentado apagar a maior parte mas não sei se vai funcionar por muito tempo.

      —Obrigado... — Mako disse, ainda com a voz séria, mas num tom baixo.

      Mako tentou mover as mãos, mas estas, como todo o resto de seu corpo estava preso. Todo o seu dorso, assim como membros estava preso na parede. A única parte exposta era o seu rosto e cabeça.

      O dominador de fogo soltou um gemido e quase fez uma careta de dor, mas se manteve firme.

     —Ora, ora, ora.— Disse uma voz seca, linear e fria,  que não demostrava a mínima emoção. A voz era granulosa, como caquinhos de vidro.— Você está resistindo muito bem... o ultimo que eu torturei não teve toda essa resistência.— O dono da voz indicou o lado esquerdo de Mako. O garoto se preparou mentalmente antes de arriscar uma olhada. “Não demonstre emoção.” “Não demonstre emoção.” “Não demonstre emoção.”

     Mako virou na direção que lhe foi indicada e viu o esqueleto completo de uma pessoa. Preso por correntes de ferro que estavam grudadas na parede da caverna.

     Sentiu um sopro gélido em seu pescoço e instintivamente moveu a cabeça naquela direção. Seu coração disparou quando ele deu de cara com o rosto de um a macaco que tinha as linhas de sua face franzidas, como se estivesse gritando com ele. Sua expressão facial quase se alterou mas Mako conseguiu reagir a tempo e manter a expressão neutra.

     —Você não vai conseguir oque quer.— Mako disse em tom neutro.— Porque não me deixa ir?

   —Porque eu me sinto muito solitário aqui. Torturar você me dá algum prazer.

   Mako fechou os olhos e tentou permanecer calmo.

   —Sabe... Eu já tive o prazer de ter o rosto de alguém bem próximo do avatar. Já torturei pessoas, mulheres, crianças e todo o tipo de ser vivo... mas o seu? Ahh, será o melhor deles. Será o meu troféu. — A voz disse aproximando o seu rosto do de Mako.— Você se resumirá a apenas mais uma peça da coleção de Koh.

   Mako manteve-se firme. Sua expressão continuava fria e neutra. Mas de repente ele não conseguiu resistir ao ímpeto de jogar a cabeça pra frente, para mais perto do rosto de Koh. E então o mordeu. Descontou toda a raiva nos dentes e os manteve firmes, ao mesmo tempo em que se preocupava em deixar sua expressão neutra.

   Koh recuou. Seu rosto não se modificou em raiva ou medo mas era possível ver a surpresa em seus olhos redondos, totalmente brancos. Sangue escorria se sua pele.

   Seu rosto mudou para o de um homem que parecia estar gritando de fúria.

   —Seu rosto será meu. — Koh disse, ainda com o tom frio e monótono de costume.

   Mako foi tomado por uma repulsa enorme e teve que se segurar para não cuspir.

   Koh moveu uma de suas patas de centopeia e a passou de raspão bem na coxa de Mako, apenas por pura diversão. Lagrimas de dor brotaram nos olhos do dominador de fogo mas ele sequer proferiu algum som.

   A região ardeu e doeu, como se o local fosse queimado logo após o corte. Depois pareceu ser congelado. Mako sentiu a ardência subindo pelas suas veias, como se pimenta fosse derramada diretamente em sua corrente sanguínea.

   Tudo ficou distante e ele desmaiou.

                                                         Dia 4  (dia atual)

  Durante o tempo em que estava inconsciente Mako não teve sonhos. Tudo parecia apenas uma imensidão negra de pura escuridão. Tentou usufruir desse tempo para “relaxar” pois sabia que assim que acordasse teria problemas para enfrentar. Mas acordar acabou por ser inevitável.

    Abriu os olhos devagar. Tentou levantar a cabeça que pendia para o lado, caída sobre um de seus ombros. Seu pescoço estralou.

    —Você está bem? — perguntou o espírito sob a cabeça de Mako.

    —Não...

    As orelhas do espirito caíram para baixo. Demonstrando o quão desapontado estava.

    —Eu queria poder te ajudar... mas tudo oque posso fazer é tentar diminuir sua dor apagando sua memoria das seções de tortura.

    —Eu agradeço oque está fazendo... obrigado.— As palavra soavam engraçadas ao saírem da boca de Mako. Primeiro por que ele não sentia os lábios; e depois por que era estranho falar com um tom de voz tão linóleo; Por mais sério que ele fosse sua voz sempre demonstrava emoção, mas este tom... parecia quase monótono e era completamente assustador. Parecia um robô falando.  

    —Eu espero que você fique bem...

    Mako não respondeu. Suas esperanças haviam sumido. Depois de tudo oque passou seria impossível não perde-la.

    —Você se lembra do que aconteceu ontem? — Perguntou o pequeno espírito.

    —Não... não me lembro de nada.

    O espírito pareceu assentir.

    —Eu limpei sua memoria. Só que isso só vai durar mais um pouco a partir de agora.

    Novamente os olhos de Mako começaram a pesar, como se tivessem derramado areia em suas pálpebras. Sua cabeça começou a pender e tudo ficou preto novamente.

                                                         Dia 1    

    Mako estava num espesso nevoeiro, no nevoeiro das almas perdidas.

    Caminhava sem rumo. Vagando a deriva no meio do frio e da fome. Algumas vezes ele se esbarrava com outras almas perdidas mas elas sequer o incomodavam

    Ele começou a ouvir vozes sussurrando em seus ouvidos. A ver imagens que sabia que não eram reais, ele aos poucos estava enlouquecendo.

    Sua percepção de dia e noite desapareceu, ele podia estar ali a um mês ou a uma hora. E de certa forma isso só fazia com que tudo se tornasse ainda mais aterrorizante.

                                           Dia 4  ( dia atual)         

   —Minhas lembranças estão voltando... — Disse para o espírito que estava sob sua cabeça.

    —Isso não é bom... — O espírito começou a andar de um lado para o ouro sob a cabeça do detetive. Aparentemente a cabeça de Mako era grande o bastante para as suas patinhas curtas.

    —Eu... eu não quero me lembrar. Eu quero que isso acabe... — Mako dizia enquanto chorava e tremia.— Por favor... faz isso parar. Me mata... me mata, por favor...

    Agora o seu tom de voz não era mais linóleo e neutro. Era desesperado, ele implorava sem orgulho ou preocupação.  Sua face se contorcia por causa do choro.

    Passos se aproximaram rapidamente. Koh estava desesperado para pegar o rosto de Mako.

   O espírito sob a cabeça de Mako entrou em pânico e fez a única coisa que podia naquele momento; Tocou a testa do garoto e o fez dormir para que seu rosto ficasse neutro e suas emoções não fossem demonstradas.

                                                  Dia 2

  Mako continuava a vagar pelo nevoeiro das almas perdidas.

    Sentia frio, fome, medo e estava a beira da loucura quando de repente, e sem aviso, foi agarrado por mãos poderosas.

    Não teve forças para resistir. Se deixou ser levado pela grande criatura.

    A reconheceu de uma história que leu em um dos livros de Jinora. Aquele era o espírito mais temido de todo o mundo espiritual, aquele que destruía a identidade das pessoas por puro prazer. Aquele  que torturava humanos sem motivo nenhum aparente. Aquele era Koh, o ladrão de rostos.

     Mako foi levado para uma caverna escura, úmida e fria. Foi acorrentado a uma parede e torturado uma vez, duas vezes, três vezes, quatro... até perder a conta.

     Foi aí que um espírito apareceu. Ele era do tamanho do punho de Mako, era amarelo e tinha olhos verdes brilhantes, como os de Bolin. Suas orelhas pareciam folhas de arvores, caindo do lado de seu rosto.

     O espírito disse que já tinha ajudado o avatar uma vez, a se recuperar de um problema e que agora ajudaria Mako.

                                              Dia 4 (atual)

   Acordou de forma gradual. Sua consciência ia voltado aos poucos , até que ficou completamente desperto.

    —Você continua tendo sorte, meu pequeno Mako. — Koh disse. Ele acrescentou a forma do “pequeno” como se quisesse apenas provar o quão forte e poderoso era.

     Mako não lhe respondeu, não mudou sua expressão. Não tinha vontade de responder ao espírito, não tinha vontade de mais nada. Apenas espera e ansiava pela próxima oportunidade que teria de dormir.

     —Sabe...? — Prosseguiu Koh. — Você foi o meu maior fracasso... nunca perdi um rosto quando tive a oportunidade de torturar alguém. Você foi o primeiro... Claro, você teve a ajuda daquele desprezível espírito mas mesmo assim... Você é bem forte.

     Mako pensou no espírito que o ajudou. Pensou em onde estaria, se Koh o tinha feito algum mau. Mas seus pensamentos não se concretizaram, isso parecia impossível, seu cérebro parecia vazio, incapaz de processar qualquer informação.

   —Não posso permitir que alguém assim viva... — Koh se aproximou de Mako. Seus rostos quase se tocando. —Você me divertiu bastante. Mas agora deve ser morto. — Uma de suas patas de centopeia se aproximou do pescoço de Mako e o tocou com a ponta.— Claro, eu poderia simplesmente deixar que você morresse sozinho, ter seu espírito separado do corpo mata os humanos... você simplesmente sumiria para sempre.

   Mako não sentiu medo. Estava cansado demais pra isso. Sentia um forte sono, um sono tão poderoso que ele sabia que se dormisse nunca mais iria acordar.

   Koh aprofundou a pata no pescoço de Mako. Era isso. Era o fim. Koh faria a pata atravessar o crânio de Mako e ele morreria. Esse era o final. Ele fechou os olhos e se preparou para a morte.

   Um forte barulho de batida fez Mako abrir os olhos. Quando enxergou novamente viu uma grande nuvem de poeira pairando no ar. Koh tinha sido lançado longe.

   Mas o mais surpreendente eram as três pessoas paradas na entrada da caverna. Elas pareciam familiares para Mako mas o garoto não sabia de onde.

    E então a verdade lhe atingiu como um soco. Aqueles eram Bolin, Korra e Asami.

    Mako não sentiu alivio ou felicidade ao ver os amigos, parecia que tinha perdido completamente esta capacidade.

    Bolin olhou rapidamente para o irmão e depois seu olhar se voltou contra Koh. A raiva irradiou o seu rosto. Ele moveu os braços e fez um escudo de terra se levantar do chão. Socou o ar e o escudo foi lançado contra Koh. O espírito foi jogado contra a parede mais próxima.

    Korra correu até Mako e começou a soltar-lhe de suas correntes usando a dobra de fogo para derrete-las.

     Asami disparava flechas em Koh. Quando elas o atingiam soltavam faíscas e espírito se contorcia de dor. Aonde Asami conseguiu aquele arco? Mako se perguntou, mas logo tal curiosidade sumiu de sua cabeça.

     Bolin fez uma piscina de lava surgir ao redor de Koh e então a levantou. A fez girar em círculos em torno da odiosa centopeia e então condensou a lava, fazendo Koh ficar preso em uma esfera de terra solida.

     Dava para ouvir Koh gritando ali dentro e arranhando com suas patas o interior da esfera. Mas Bolin não teve dó. Montou uma postura firme e socando o ar destruiu a prisão do espírito e o lançou longe.

      Pedras voaram e uma nuvem de poeira se formou no ar.

      Koh foi preso em uma parede pela dobra de terra.

      Bolin correu pra onde Mako estava e o abraçou forte. O dominador de terra sentia que o irmão estava desaparecendo, estava sumindo como se fosse um fantasma.

   Mako ainda continuava confuso com toda aquela situação. E parecia que seu sono tinha se intensificado. O garoto sabia que se dormisse, nunca mais acordaria.

    Com toda aquela mistura de sentimentos, ao ver Mako de novo ,nenhum dos presentes ali percebeu que Koh havia se soltado e estava avançando em direção a eles. Asami foi a primeira a reagir, usou o arco como um porrete e bateu com força em Koh.

     Asami o colocou contra a parede e bateu com o arco repetidas vezes contra Koh.

      Um vento forte tirou o espírito das mãos de Asami e o jogou no chão.

       —O avatar Kuruk o perdoou e não lhe fez mal quando teve a chance, e dez isso desde que você prometesse não torturar mais humanos — Korra disse se aproximando com passos lentos e decididos. — Você prometeu. Assim como eu prometi que te mataria caso quebrasse nosso acordo.

       —Eu... eu não... — Pela primeira vez o rosto de Koh parecia ter sido tomado pelo desespero.

        Korra dominou a água e a fez girar ao redor de Koh. A água começou a brilhar em amarelo e foi subindo em forma de redemoinho até acima da cabeça de Koh. Quando o brilho chegou até a parte de cima da cabeça do espírito ele se desfez em pó dourado. Korra o tinha purificado.

        Depois de ter feito isso Korra se aproximou de Mako.

        —Nos vemos em casa. — Ela disse para Mako e sorriu de forma terna. Ela tocou a cabeça do amigo e o fez desaparecer.                      


Notas Finais


Os capítulos estão saindo rápido pq eu não tenho vida social, nem nada melhor pra fazer.O tédio me deu um incentivo para escrever.
Algumas referências desse capitulo: 1) O espírito que ajuda o Mako é o mesmo que ajuda a Korra no livro 4, o que se transformou em cachorro para guiar Korra até a Toph. 2) A cena em que Asami bate com o arco em Koh faz referencia a ultima luta de Guerra civil, na onde o Cap. América bate no Stark com o escudo.
3) O arco da Asami faz referencia a jogos vorazes e Arrow.


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