História Amor inesperado. (Camren) - Saída fracassada.

Lauren POV 

Então quer dizer que a Verônica é doida em Lucy, eu já presumi isso desde o pequeno desastre no banheiro, não menosprezando essa mulher, mas ela não tem chance contra Camila, bom, pelo menos essa é a minha opinião. Observei e analisei as chances de Verônica, não quero ajudar ela, até porque ainda tenho algumas intenções com Lucy, porém acho que o melhor agora é ajudar e quem sabe arrumar outra pessoa daqui pra frente. Um silêncio tomou o espaço onde estávamos, fiz uma averiguação de cada detalhe, cada possibilidade, cada passo que seria tomado dalí pra frente. Meu objetivo era: Acabar com Camila e fazer Verônica ter o queria. Suspirei fundo me condenando pelo que estava pensando em fazer, Camila ainda era minha melhor amiga, estávamos em crise, contudo ela não deixava de ser minha melhor amiga. Eu só queria entender uma coisa, o que me incomoda tanto ver ela com outra pessoa, eu achava que tinha superado esse negócio de ciúme por ela, ela não é nada minha, talvez nem amiga seja mais e eu insisto em me incomodar ao ver ela com outra pessoa. Não sei exatamente o que eu sinto, não sei se é ciúme, se é preocupação, não sei de nada, apenas que esse sentimento está começando a me atrapalhar. Encarei Verônica por breves segundos. - Vou tentar te ajudar e quero algo em troca. - A mulher me encarou deixando a entender que queria que eu proceguisse. - Você vai me ajudar a esquecer uma pessoa. - Fechei meus olhos forçando minhas pálpebras. Verônica me fitou, certamente estava curiosa e disposta a saber quem eu queria esquecer. - E está disposta a me dizer quem é? - A mulher desviou o olhar para tentar demonstrar desinteresse, o que não funcionou, pois eu sabia muito bem que ela estava curiosa. - Quando eu esquecer completamente essa pessoa, eu direi a você. - Boa resposta, vamos ver se ela vai aceitar. Verônica passou a mão em seus longos e sedosos cabelos, respirou por alguns segundos e logo disse - Nada mais justo... E eu quero 100% da sua ajuda, prepare-se para fazer o que eu quiser. - A mulher  mordeu o lábio inferior, me dando calafrios em minha espinha. - Lauren Jauregui, então nos vemos no decorrer da semana. - A garota abriu um sorriso cínico, eu apenas assenti e aguardei a garota se retirar do local.

Mais alguns dias se passaram, já iria fazer uma semana e meia, Camila e eu tínhamos algumas trocas de olhares, que não passava disso, apenas trocas de olhares, as vezes curiosos, algumas outras vezes olhares de raiva, outras de culpa... Eram um turbilhão de sensações e sentimentos durante nossa troca de olhares, querendo ou não eu já estava me acostumando com a ausência de Camila, procurava suprir minha carência em outras pessoas, o que tornou Vero... Útil pra mim, quase todos os dias depois da faculdade saímos para conversar. Hoje a aula de teoria vai ser um saco, odeio ter aula da Stephani e ela vai separar os grupos para o trabalho, não sei se quero ir... Como ela é sacana, vai me colocar pra fazer grupo com uma pessoa desinteressada, não quero ter que fazer o trabalho todo sozinha.  Algumas batidas na porta me fizeram levantar com esforço de minha cama. - Filha? - Minha mãe me chamava pelo lado de fora do meu quarto. - Sim, mãe, o que foi? - Aguardei para que a mulher me respondesse. - Não vai pra faculdade hoje? - Questionou a mulher. - Mãe, não estou me sentindo disposta hoje, acho que vou ficar em casa mesmo. - Fui o mais sincera possível. - Tudo bem, você quem vai se prejudicar mesmo. - Dona Clara soltou uma risada sarcástica, se afastando do quarto logo em seguida. Fui em direção à pequena estante do meu quarto, tomei meu celular em mãos, em seguida disquei um número.

- Alô? - Ouvi uma voz de quem acabara de acordar. - Verônica? - Perguntei tentando ter certeza de quem conversava comigo ao celular. - Sim, ela mesma. - Com uma risada de alívio, respondi. - Tá afim de sair hoje? - A mulher pareceu pensativa por alguns segundos. - Claro, que horas? - Notei interesse por parte da mulher. - Agora. - Respondi com objetividade. - Mas... E a aula? - Parei um pouco para pensar no que dizer. - Não estou muito inclinada a ir. - Um silêncio por um curto período de tempo, sendo quebrado logo em seguida. - Tudo bem, você que manda. - Respirei aliviada por saber que Verônica não me deixaria na mão. - Eu te busco ou você me busca? - Verônica deu uma risadinha e logo respondeu. - Tanto faz, gata. - Mordi meu lábio inferior involuntariamente. - Assim que eu gosto, já estou indo aí. 

Camila POV

- Pois é... Hoje ela iria separar os grupos. - Respondi Dinah que aguardava do outro lado da linha. - Não estou muito afim de ir hoje. - Dinah respondeu em um tom de desânimo. - Muito menos eu, odeio a aula dela, nunca entendi nada do que ela explica. - Dinah soltou uma risada, acho que é porque ela se identificou comigo. - Quer sair comigo hoje? - Franzi o cenho surpresa com o convite. - Ui, que galante. Claro que aceito. - Dinah deu uma risada de satisfação. - Vou chamar o Shawn. - Mas hein? - Mas eu achei que era um encontro, só eu e você, você e eu. - Lamentei. - Aaah... Deixa de ser chata, só vamos. - Logo em seguida, Dinah encerrou a ligação. Ela nem deixou claro onde iríamos nos encontrar ou se ela iria me buscar, mas sem problemas, vou mandar mensagem pra ela.

Você: Onde vamos nos encontrar?!

Amorzinho: Eu vou te buscar, relaxa aí.

Você: Tudo bem, já mandou mensagem para o boy?

Amorzinho: Que boy?

Você: O boyola! Que boy, Dinah? O Shawn, sua burra.

Amorzinho: Ele nunca mais furou comigo desde que conheceu você.

Você: Que?

Amorzinho: Nada *-* Saindo aqui, agorinha chego aí.

Essa menina é doida, eu hein... Corri para o banheiro e troquei de roupa. Coloquei a roupa mais leve que achei no meu guarda roupa, uma calça e uma blusa de algodão, passei um pouco de rímel  e pronto. Tô ótima! Desci as escadas e procurei pelo meu pai. Ótimo, ele não tá aqui ainda, acordei mais cedo que ele, se ele perguntar falo que saí mais cedo por causa do trabalho. Corri até a porta de saída da casa, abri e me atirei para fora de lá. Aguardei na esquina até ver o carro de Dinah, que estacionou próximo a mim apenas abrindo a porta para que eu entrasse.

Shawn: Bom dia! - O garoto gritou empolgado.

Camila: Bom dia. Por que tanta empolgação?

Shawn: Nunca faltei a faculdade. - O menino respondeu de maneira sarcástica.

Camila: Babaca! - Revirei os olhos. Dinah arrancou com o carro, me empurrando para cima de Shawn. Corei ao ver que estava muito próxima a ele, o menino ficou um pouco sem jeito também.

Shawn: Hey, vai devagar, nem espera a gente colocar o cinto. - O menino disse indignado. A mulher parecia provocar, o garoto mal havia terminado de falar e Dinah acelerou mais ainda.

Camila: Dinah, fala sério. 

Dinah: Que foi? - Dinah me olhou pelo retrovisor enquanto soltava gargalhadas. Shawn estava por entender e me olhava pelo canto do olho. - Gente, vamos para a padaria principal, lá é ótimo esse horário. O que acham?

Shawn: Por mim tudo bem. 

Camila: Ótima ideia. - Partimos então para a padaria do centro. Shawn estava bem agitado, o que acabou me contagiando. Me aproximei e arrotei na cara do menino.

Shawn: QUE ISSO? - O menino estava surpreso, até porque o arroto não foi um dos mais baixos. - Credo, Camila. Que nojo! Olha, voou até um grão de arroz no meu olho, sua nojenta! 

Camila: Nojento é você. - Dei um tapa no ombro do garoto.

Shawn: Nossa, Camila, que mão pesada, parece até de pedreiro. - Semicerrei os olhos e dei mais um tapa no garoto que começou a rir. Quando chegamos na metade do trajeto, Dinah não aguentou.

Dinah: Vocês dois podem parar?! - A mulher olhou para trás e viu a seguinte cena: Eu mordendo o braço de Shawn, o menino pronto pra me dar um tapa e eu preparada pra socar o ponto fraco do garoto. - Vocês parecem duas crinças, fala sério. Shawn, abaixa essa mão. - O menino abaixou a mão que estava preparada para me golpear. - Camila, para de morder o garoto. - Eu continuei pressionando a mandíbula. - Camila, tá me ouvindo? - Ainda mordendo o Shawn tentei falar. - Ouqye? - Dinah semicerrou os olhos. - Tira a boca do garoto, não tô te entendendo. - Não obedeci, Dinah logo me deu um tapa. - Ai! Qual é? - Choraminguei. - Eu avisei. - Dinah rebateu. - Agora os dois vão fazer um favor pra titia, okay? Vão se comportar que nem gente grande, tudo bem? - A loira se virou para o volante e seguiu caminho. No resto da trajetória, eu e o idiota nos comportamos, até chegarmos na padaria. Dinah estacionou o carro e entrou, eu e Shawn fomos logo atrás. A mulher de lei escolheu o lugar, então sentamos e aguardamos até o garçom chegar. Shawn sempre que podia me dava petelecos, aquilo estava me deixando nos nervos, até que no último peteleco eu avancei no garoto e o mordi. Shawn segurou um grito, quase saíram lágrimas dos olhos do garoto. Percebi que algo me incomodava, olhei ao redor e vi um rosto familiar, forcei um pouco a minha visão e... Lauren?! A mulher revesava o olhar entre mim e Shawn, não parecia estar nada satisfeita com o que estava vendo. Ao lado da mulher estava Verônica que fazia o mesmo, porém não parecia se importar. Dinah e Shawn perceberam a presença de Lauren também, então cessaram qualquer tipo de interação entre si e permaneceram quietos. Desmanchei meu sorriso, tendo uma expressão séria dominada em meu rosto.

Percebendo a tensão do momento, Shawn resolveu tentar quebrar o clima. - O que vocês vão pedir? - Eu parei para refletir um pouco. - Ah... Não sei, o que vocês acham? - Notei que Lauren não parava de me olhar, algumas vezes ela tentava conversar com Verônica, mas seus olhos permaneciam em mim, algumas vezes alternava para Shawn deixando visível seu desgosto ao me ver perto dele. Desconfortável com aquela situação, me retirei em direção ao banheiro, logo me surpreendendo com Lauren vindo atrás. Entrei no banheiro, permanecendo então de frente ao espelho, Lauren havia entrado em seguida.

Lauren: O que é aquilo? - A mulher estava visivelmente furiosa.

Camila: Do que você tá falando? Bom dia pra você também. 

Lauren: Por que tá perto daquele garoto?

Camila: E por que isso te incomoda tanto?

Lauren: Não respondeu a minha pergunta! - Lauren alterava cada vez mais o tom de sua voz.

Camila: Isso não é da sua conta. - Sim, eu estava com raiva, foram quase duas semanas sem falar com ela, pra ela vir com essa grosseria toda.

Lauren: Camila, você não vacila comigo, garota. - A mulher dos olhos verdes se aproximou me pegando pelo braço.

Camila: Lauren, me solta! - Puxei meu braço das mãos da mulher e andei em direção a porta.