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História Amor Literário - Capítulo 16


Escrita por: Vacuum

Notas do Autor


Demorei, mas voltei, e ,com um novo capítulo para vocês. Quero desejar-lhes um feliz ano novo e um próspero 2017.

Capítulo 16 - Capítulo 16


As horas correm vagarosamente quando se quer muito uma coisa, e hoje, eu queria muito muito muito sair do serviço. Evitei falar com Gabriel e com Christian depois do episódio de ciúmes e provocação, afinal, meu homem tem que confiar em mim e o outro tem de aceitar que não vai me ter. E envolver o irmão menor nessa sugeira só piora a situação. Não é fácil.

Os segundos passam lentamente e as horas se arrastam, o que faz com que eu me pergunte se elas estão a tentar perder uma corrida contra lesmas. Sei que sou eu que penso que elas estão demorando, mas que mal há em esperar que duas ou três horinhas corram? Isso mesmo, nenhum. Mas como nada é perfeito e eu não tenho um mago do tempo, devo aceitar meu infortúnio da melhor maneira possível. Sendo prestativo e realizando o que devo realizar.

Como se ser paquerado aberta e descaradamente pelo Chris já não fosse ruim, outro engraçadinho apareceu enquanto eu conversava com Bianca e soltou algumas piadinhas bobas sobre como eu poderia ajuda-lo com a biologia do corpo humano se eu trabalhasse ali, acho que ele ficou muito distraído ao tentar desenvolver a cantada fracassada para notar que eu estava com a camisa da biblioteca, antes que ele tivesse a chance de notar, virei-me e saí de lá.

No milênio que meu expediente finalmente encerrou, pude respirar mais leve e fácil. Passando a fantasiar com diversas cenas de reconciliação da nossa não briga, todas elas acabando conosco suados e ofegantes na cama, dormindo abraçados. Entretanto, assim que ele freiou e desligou o motor da moto, soube que nenhuma das cenas que imaginei iria acontecer.

Como de costume, ele sorriu para mim, uniu nossas bocas e depois se afastou. Prendi o capacete na cabeça e subi atrás dele, que se manteve quieto. Deu partida e começamos a nos mover, depois de algum tempo, notei que ele virou uma rua diferente e outra depois, então gritei para ele me escutar:

– Para onde estamos indo?

— Minha irmã quer te conhecer. — Ele teve que gritar de volta umas três vezes até que eu entendi.

"Ele está me levando para conhecer a irmã dele... a irmã dele, eu vou conhecer a irmã dele. Merda, eu não sei se fico feliz ou com medo, eu vou conhecer a irmã dele!"

Fico com os pensamentos altos até que ele para a moto e enfim percebo que estamos no estacionamento do hospital, mesmo enquanto desmonto de sua garupa, estou aéreo demais. Caio em mim apenas quando sinto seus dedos soltarem e pegarem o capacete de minha cabeça.

– Acho melhor comprar um chocolate ou flores para ela... – digo mais para mim, do que para ele.

– Ela não pode comer chocolate ainda e diria que flores são para mortos. Só sua presença já vai ser bom o suficiente para ela.

– Eu ainda acho mel...

Ele me cala com um beijo e só se afasta quando eu paro de tentar argumentar, segurando os dois capacetes, ele agarra minha mão com sua mão livre e caminha para o hospital, comigo pouco atrás.

Ao entrarmos no prédio, ele solta minha mão e continua em frente, para rapidamente no balcão de entrada, onde troca algumas palavras com a recepcionista que devora sua boca com o olhar, e, segue adiante. Logo entramos no elevador e fico tentado a me agarrar a ele ali mesmo, sempre tive essa fantasia, com Gabriel então, é a perfeição. Se bem que, qualquer coisa com ele, deve ser perfeito. As portas se abrem quando o elevador para, e saímos para um corredor com o cheiro impessoal e descontaminado de hospitais, a temperatura é um pouco mais fria e esfrego um pouco os braços para esquentar.

– Relaxe, ela vai gostar de você. – Gabriel diz ao notar minha insegurança, não que isso funcione, só faz eu me preocupar mais.

Ele entra no quarto silencioso e o sigo de perto, assim que nos aproximamos da garota que está dormindo na cama, posso ver como são parecidos, o mesmo desenho da boca, os cabelos da mesma cor negra, a pele clara, até a forma esguia e com curvas delicadas remetem a beleza dele, de uma forma mais feminina e suave, mas quase tão bela quanto.

– Alice, acorda – ela resmunga do mesmo jeito que ele e vira o rosto para o outro lado. – O Will está aqui.

Ela começa a resmungar, mas se vira de novo para nós e pergunta com a voz baixa, ainda de olhos fechados.

– Biel, estou com sede... E fome, pega algo na cantina para mim? – Sua voz sai sonolenta e ela tenta se arrumar na cama. Quando me encara, vejo que seus olhos são diferentes dos do seu irmão, são de um castanho escuro. Assim que Gabriel sai da sala, seus olhos correm rápidos para mim. – Então você é o famoso Will. – Ela diz sorrindo calorosa para mim. – Meu irmão fala muito de você... Então eu quero saber, o que você quer com ele?

– Eu gosto do seu irmão, gosto muito dele. Quero vê-lo e fazer ele feliz. Eu queria te conhecer, ver como é a irmã que fez com que ele escrevesse livros e conhecer a garotinha que ele ajudou a criar. Vocês se parecem muito. Até no modo protetor...

Ela sorri tranquila e isso tira um pouco da minha agitação. Vejo ela bater com a mão na cama, indicando que eu sente ali e o faço.

– E como ele está, Will? – Sua pergunta parece um tanto estranha, principalmente, já que vem de uma garota delicada que está internada. – Vocês planejam contar para o papai?

– Acho que ele está bem, quanto ao término do namoro dele, e nem tocamos no assunto, ele não parece ter uma relação muito próxima com seu pai. E você, está bem?

– Tão bem, que por mim, já teria saído desse hospital e já estaria comendo comida decente. Agora eu quero saber de você, depois podemos falar mal da vadia da Jessica ou de outra coisa qualquer.

Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, algumas lembranças da infância dela e nossos gostos (nunca irei admitir se perguntei ou não os do Olhos Verdes). Quando por fim ele voltou, trouxe consigo um chá, uma bolacha doce e uma maçã, que Alice beliscou um pouco e deixou o resto de lado. Nessa parte, fiquei mais observando a relação dos dois do que participando das conversas, Gabriel sentou-se numa poltrona de aparência confortável e me puxou para si. Sinto o rosto esquentar quando paro no colo dele, recostado em seu peito quente e com seus braços em minha cintura. A vergonha só faz aumentar com o olhar que Ali nos dá. Conversamos por mais algum tempo, Ali e eu, Gabriel fica quieto nos ouvindo tagarelar sobre escritores, comidas, viagens e afins.

Nem notamos quando a porta é aberta e um homem alto entra, assim que nos vê, ele para no lugar e Ali estala os olhos praguejando algum palavrão baixinho. Giro o corpo para ver quem é, e sei que é o pai deles, lembra muito Gabriel para não sei, principalmente os olhos verdes e a carranca fechada, ainda que careça de algumas feições dos filhos.

– Que merda é essa, Gabriel? – Sua voz embargada de álcool soou alta no silêncio pacífico do quarto, fazendo a atmosfera mudar tão rápido quanto Gabriel pulou da poltrona e se postou entre nós, deixando a mim e a Alice atrás de si.

– Você bebeu outra vez, não vou deixar o senhor passar a noite aqui nesse estado.

– É isso mesmo? Acha que um baitola como você, um viadinho de merda, pode falar algo de mim? Você estava com a porra dessa bicha imunda sentada em você e quer vir me dar lição de moral? – Vejo o mais velho de aproximar de Gabriel, que mesmo sendo maior não parece intimidar ele, talvez seja a bebida ou o fato de ser pai dele.

– Não fale do Will, você não o conhece. Agora, vai para a casa, Pai.

– Ou o que? Vai me bater? Eu faço o que eu quiser, se eu quiser falar da sua vadia, eu falo, você é a porra de uma bicha, não pode fazer nada. Que tal você me chupar depois, em bichinha? – Vejo Gabriel cerrar os punhos tentando se manter calmo perante o pai, sua mandíbula está saltada e sei que mais um pouco e ele não vai conseguir se controlar.

– Gabriel, Will, acho melhor vocês dois irem, eu converso com o papai. – Olho para Ali atrás de mim e vejo que seus olhos estão marejados, ela não deveria estar presenciando isso, não que me afete, já fui chamado de coisas piores do que bicha imunda e vadia, mas ver seu pai como está e Gabriel o confrontando, deixa ela e eu tensos.

Alcanço uma das mãos do Gabriel e coloco minha outra mão em suas costas, tentando o acalmar.

– Acho melhor irmos, sua irmã não deveria ficar tão agitada depois dessa cirurgia. – Digo baixo para ele, que parece cair em si e se vira para olhar para ela, que meneia a cabeça dizendo que tudo vai ficar bem.

Ele pega os dois capacetes com uma mão, me coloca ao seu outro lado e vamos para a porta, seu pai se afasta um pouco apenas para nós passarmos. Estamos quase saindo quando ele agarra meu braço.

– Onde a bichinha acha que vai? Não terminamos aqui.

– Eu terminei. – É tudo o que ouço de Gabriel antes de ver seu punho fechado disparar na cara do mais velho, que se desequilibra e cai na ponta da cama. – Vem, Will.

– Não quero mais você na minha casa, seu viado sujo, se seu macho é tão bom assim, vai morar com ele, garoto repugnante, tenho vergonha de ser seu pai... – consigo ouvir os gritos e insultos do pai deles até entrarmos no elevador e as portas se fecharem, abafando o som.

Ele me abraça forte e tenta controlar a respiração enquanto o elevador continua descendo andar por andar, ficamos assim até chegar no térreo e termos de nos separar um pouco. Por mais que ele sinta dor ou raiva, nenhuma lágrima lhe escapa. Seguimos para fora do hospital colados um ao outro, com seu braço pousado em cima de meus ombros e minha mão em sua cintura.

– Sobre o que seu pai falou... – tento falar, mas ele me corta.

– Desculpa pelo o que ele disse, normalmente ele não seria tão ruim, mas quando ele bebe fica daquele jeito.

– Não ligo para o que ele falou de mim, não ia falar disso. – Ele direciona um olhar confuso para mim, como que perguntando o que eu quero dizer. – Estava me referindo a parte que ele disse para você sair de casa.

– Eu vou achar um lugar, não se preocupe com isso. – Paramos de andar ao chegar ao lado de sua moto.

– Pare de ser bobo, estou tentando falar que não precisa, que pode ficar na minha casa o tempo que quiser, sei que precisa guardar um pouco do dinheiro que tem para alguma necessidade. E pode pagar a estádia lá, saciando minha fome... As duas. – Digo sorrindo malicioso, aproximo-me dele colando nossos corpos e agarrando sua bunda redondinha e dura, e então, nos beijamos.

– Não sei se você pode ser saciado. Mas vou tentar com muito gosto. 



Notas Finais


Eu sei, eu sei, esse demorou muuuuito.
Culpa minha, eu sei. Mas acho que a demora valeu a pena, não estava conseguindo escrever muito bem, então fui deixando e agora, eu acho que ele saiu bom. (E não igual o desastre que eu achei de um dos outros capítulos kkkkk).
Comentem o que acharam, por favor.
Nem que seja para eu saber que não me abandonaram. (Melodrama on kkkkk)
Bjos e até o próximo.


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