História Amor livre - E aí? O que vai ser?

Zelena correu desesperadamente para perto da namorada. A pizza estava em cima da bancada e Ruby ainda desacordada no chão. Aos poucos a morena foi acordando.

- Amor! Você está bem? O que houve? – Zelena estava visivelmente transtornada. Não sabia o que pensar e nem como agir.

- Desculpe, eu coloquei a pizza na bancada e quando me virei para ir te encontrar – ela fez uma pausa – eu só me senti fraca e cai.

- Ruby, vamos para o médico, isso não é normal! – a ruiva disse, ajudando a mais nova a ir para a sala, a colocando no sofá.

- Não precisa ir no médico Zelena. Eu comi pouco durante a tarde e estou fraca, só preciso comer! Gastei muita energia, que eu não tinha, agora pouco – ela sorriu, fraco, mas maliciosamente.

- Você tem certeza? Está bem mesmo? Está sentindo algo? – a morena foi metralhada de perguntas.

- Sim, eu estou sentindo algo – ela parou e pegou na mão da namorada – estou com fome! Por favor, traz a pizza aqui enquanto eu ligo a Netflix.

- Mas você tem cert... – a ruiva foi interrompida por um beijo.

- Sim, eu tenho. Vai lá, por favor – ainda meio à contra gosto, Zelena fez o que a namorada pediu. Pegando a pizza e trocando a cerveja por suco de laranja – por que você pegou suco? Eu queria a minha cerveja gelada.

- Ruby, você desmaiou! Não vai beber nada alcoólico! E eu ainda estou pensando se não vou te levar no médico. Se mesmo depois de comer eu ver que você não está bem, nós vamos. Você querendo ou não – Zelena foi firme em sua fala.

- Ai Zelena, você é muito exagerada. Mas tudo bem, ficamos no suco mesmo – Ruby resmunga. Não queria alongar mais ainda a conversa. Antes que a ruiva pudesse retrucar, elas escutam um barulho da porta batendo e logo Regina e Emma aparecem na sala.

- Oba, pizza! – Emma diz e pula no sofá ao lado da amiga – pediu de frango, sabe que é meu sabor favorito!

- Não é para você! – Ruby pega o pedaço da mão da amiga e da um mordida, logo depois lhe mostrando a linga. Regina ri do jeito das duas e vai até a cozinha, voltando com duas cervejas.

- Aqui está, amor – Regina entrega uma para Emma e se senta em seu colo – o que estavam fazendo.

- Discutindo – Zelena responde antes da namorada. Emma e Regina se olham e depois olham para as duas – Ruby desmaiou e está teimando em não ir ao hospital.

- De novo, Rubys? – Emma pergunta.

- Como assim ”de novo”? isso já aconteceu? – a ruiva pergunta indignada. Recebendo um positivo de loira, ela continua – Ruby Luccas! Tem algo muito estranho acontecendo com você! E vamos ao médico sim – a morena mais nova começou a reclamar, mas Emma a calou.

- Ruby, você não voltou com aquela coisa de bulimia, não é? – a loira pergunta, delicadamente. Ruby, um tempo atrás, passou por uma fase complicada. Fazia mais de um ano que ela tinha se livrado completamente da bulimia, mas Emma sabia que recaídas eram coisas que aconteciam com certa frequência.

- Não, patinha – Ruby responde baixo – eu não sou bulímica. Não mais! – ela se defendeu, odiava essa fase de sua vida. E poucas pessoas sabiam, além de sua avó e os pais de Emma, apenas a loira e o Killian.

- Você teve bulimia, Ruby? – Regina coloca a mão no ombro dela – sabe que não tem que se envergonhar desse tipo de coisa, não é?

- Olha, isso é passado! Eu não tenho mais isso. Eu apenas fiquei o dia todo sem muita fome, e agora estou faminta – Ruby diz e volta a atacar o pedaço de pizza. Todas perceberam que a garota realmente não estava confortável com o assunto e logo mudaram o foco – Zelena, eu te deu essa apartamento se você adivinhar com quem eu e Emma estávamos.

- Com a Mary? – a ruiva arrisca, divertida.

- Acho que ela não apostaria algo tão caro se estivesse com alguém que estava todo dia – Emma diz, revirando os olhos – vou dar uma pista, eu conheci essa pessoa hoje, e acredito que ela não foi muito com a minha cara.

- Para, Emma. Ela não te matou e nem te expulsou a socos e chutes, isso já é uma coisa gigantesca – Regina diz. Emma a aperta mais pela cintura e apoia sua cabeça no ombro da namora.

- Vocês estão me deixando confusa e curiosa – Zelena fala, mordendo um pedaço de pizza.

- Ok, apenas não surte. Tenho muita coisa para te contar e com você surtando não dá – a morena mais velha disse.

- Não vou surtar, não sou mais uma criança, Regina – a ruiva revira os olhos.

- Estávamos com a mamãe – Regina dispara rapidamente.

- VOCES O QUE? -  Zelena surtou.

- Você disse que não faria exatamente isso – Emma diz, tentando acalma-la.

- Mas eu jamais imaginei que seria isso! Não vemos a mamãe há anos! – Zelena estava visivelmente assustada.

- Tenho muita coisa para te contar – Regina suspira – tem algumas coisas que aconteceram comigo e com a mamãe a anos atrás e eu nunca tive coragem de te contar. Acho que tinha medo de você me odiar ou algo assim – a morena olhava para suas mãos entrelaçadas com a da namorada, sem coragem de encarar a irmã.

- Eu nunca te odiaria. Sempre fomos eu e você contra o mundo, sis! Eu sai de casa por você e nem precisei pensar duas vezes. E não me arrependo de nada – Zelena se aproximou da professora, viu que sua irmã chorava. Era algo sério, sabia disso. Mas nada que ela falasse a faria odiá-la.

- Lembra que mamãe sumiu completamente alguns anos atrás logo depois do incêndio no barracão? – Regina começou. A ruiva, confusão, confirmou com a cabeça – eu sei o que aconteceu. Eu e Kristin colocamos fogo... com a Cora, baleada dentro.

- Regina, me explica direito isso, pelo amor de Deus! Você tentou matar nossa mãe? – Zelena estava nervosa, mas não conseguia acreditar em uma coisa dessas. Regina, então explicou tudo nos mínimos detalhes, até o fim do dia de hoje, quando saiu da casa de Cora.

- Amor, você está bem? – Ruby se aproximou mais da namorada, após o fim da história que Regina contou, um longo silencio se fez presente, sendo quebrado por Ruby, minutos depois.

- Eu, eu acho... acho que sim – a professora gaguejava – como você não me contou isso antes, Regina?

- Eu tive medo, vergonha. Não sei – a morena diz tristemente, suspirando – perdão Zel, eu sei que você poderia ter me ajudado com tudo isso, mas na hora foi tudo muito apavorante, eu não sei.

- Eu não estou te culpando. Como diabos você não denunciou a Cora? – Zelena se exaltou um pouco – Regina! Ela quase matou você e a Kristin por um preconceito tolo! Isso não é algo aceitável! Ela é nossa mãe.

- Isso foi passado Zelena. Eu quase matei ela também. Algo horrível e quase inacreditável de se acontecer, mas aconteceu e passou – a morena fala, mais calma ao ver que sua irmã não tinha ódio de si. A ruiva se aproximou mais da irmã e pegou suas mãos.

- E você acha que podemos confiar nela agora? Acha que ela não vai surtar novamente ao ver que eu também estou com uma menina e que também é minha aluna? Eu não quero colocar Emma e Ruby em perigo com essa louca! – Zel diz, firme.

- Devemos tentar. Ela não precisa viver aqui, apenas ter um mínimo de contato conosco – Regina suspira – e sobre você e Ruby, não sei como ela vai reagir. Provavelmente vai dizer que te influenciei a isso, mas não me importo. O importante é, você quer tentar? Deixamos ela voltar para nossas vidas? – as duas se olhavam profundamente, sempre tiveram uma certa telepatia, uma sempre sabia o que a outra pensava. Logo elas olharam para as duas meninas presentes na sala, que estavam em completo silencio, apenas esperando uma resposta.

- E ai? O que vai ser? – Emma pergunta, e recebe um longo olhar de Zelena, que parecia pensar.