História Stalker - O homem de capuz

Lauren ligou novamente o carro e fez o retorno de forma proibida, mas não se importou pois era uma emergência e as ruas estavam vazias naquela hora.

 – Camila, me escuta – a delegada ouvia apenas a respiração pesada da médica – não desliga, ta legal?

– Ta – Camila já estava chorando e seu medo aumentou quando ouviu o telefone encerrar a ligação – Lauren? – sem resposta – ouviu um barulho e se escondeu mais abaixo das cobertas

– Camila? – chamou e quando não obteve resposta, reparou que seu celular havia desligado por falta de bateria – Droga!

Acelerou seu carro e em menos de 2 minutos estava parada em frente a casa de Camila novamente. Tocou o interfone e pensou depois que isso não tinha sido muito esperto. Olhou para a altura do muro e resolveu encarar, ia cair pelo menos no jardim da médica. Conseguiu pulá-lo graças ao seu treinamento na polícia e andou em volta da casa olhando as janelas e atenta se via alguma pessoa por fora. Reparou que em uma das janelas a luz do cômodo estava acesa e a janela fechada. Torcendo para que fosse a janela do quarto de Camila, a delegada começou a jogar pequenas pedras ali. Vendo que não funcionou apenas as pedras, começou a chamar por seu nome.

– Camila, é a Lauren.

– Lauren? – se levantou rapidamente e abriu a janela – Ah, graças a Deus – se aliviou ao ver a delegada embaixo, mas ficou tensa novamente pensando se aquela pessoa ainda estivesse lá fora e pegasse Lauren por sua culpa – Vou jogar a chave do portão, mas toma cuidado porque não sei se ele ainda está ai fora ou se entrou.

Camila jogou a chave e Lauren a pegou, assentiu e agradeceu mentalmente por ter lembrado de pegar sua arma dessa vez. A tirou de sua cintura e foi andando até o portão, olhando pelos lados e as vezes atrás de si. Destrancou a porta e a abriu colocando a arma a frente de seu corpo, caso precisasse usá-la. Acendeu a luz da sala e cozinha, ninguém. Subiu as escadas de lado, acendeu a luz do corredor e se certificou se havia alguém ali, nada. Bateu na porta do quarto da médica, que deu um grito.

– Sou eu, calma – Camila abriu a porta – não tem ninguém por den... – olhou para a médica que estava apenas de calcinha e sutiã

– Oh Deus, desculpa – correu e se vestiu com um roupão, ficando corada

– Eu que peço – desviou o olhar – enfim, o que houve?

– Eu vim me deitar e a janela estava aberta, quando fui fechá-la, vi alguém indo para frente da casa – se encolheu na cama novamente – como você entrou?

– Pulei o muro, como provavelmente essa pessoa deve ter feito para sair – pensou em voz alta – Você disse na frente? No portão?

– Sim, por quê?

– Então a câmera deve ter gravado algo – se levantou subitamente – posso ver as gravações?

– Vem aqui

Camila levou Lauren para um quarto mais no final do corredor e tinha um computador ali, no mesmo começou a passar as gravações daquela câmera. Lauren pediu para Camila parar de acelerar a gravação quando a viu chegando. Um minuto depois chega uma pessoa com capuz, ela logo reconheceu, era a mesma pessoa da gravação do Arena Fight. Essa pessoa olhou para a câmera e acenou, logo depois pulando o muro assim como Lauren. A delegada acelerou a gravação e parou quando viu a si mesma ir embora, deixando rolar a partir dali. Sentiu a respiração de Camila em seu braço e reparou que a mesma estava debruçada na mesa. A observou e suspirou.

– Ali! – disse apontando para a tela do computador

A delegada olhou para a mesma e viu o homem pulando o muro calmamente de novo, parando de costas para a câmera, porém se virou ainda de capuz, colocou suas mãos no bolso e encarou a câmera como tinha feito na outra gravação, ele sabia que Lauren assistiria aquela também. Foi embora e um minuto depois o carro de Lauren para em frente à casa. A delegada bufa, se sentindo provocada e até desafiada.

– Droga! – se senta e coloca suas mãos em seu rosto

– O que?

– Essa pessoa, é a mesma que eu suspeito de um sequestro – olhou novamente para a tela do computador, mas pensando em Fernanda

– Louzada?

– Você a conhece? – a olhou

– Não, só vi cartazes mesmo – deu de ombros – há quanto tempo?

– Três dias, e até agora é só isso que tenho – suspirou – Quer pedir para alguém dormir com você aqui?

– Não, já é tarde – se sentou – acho que nem vou conseguir dormir

– Posso pedir para uma viatura ficar aqui em frente, se quiser

– Me sentiria um tanto melhor, por favor

A delegada assentiu e saiu do quarto indo para frente da casa ligar para uma viatura ficar de guarda na casa da médica. Ao fazê-lo voltou para dentro e desligou as luzes que havia acendido antes e voltou ao quarto de Camila, que estava se trocando em frente o espelho, assistiu aquela cena parada na porta, sem ser notada. Reparou o quanto o corpo da médica havia mudado desde a última vez que tocara. Quando viu que tinha terminado de se vestir, entrou fingindo que nada tinha visto.

– Eles falaram que chegam em cinco minutos – avisou colocando sua jaqueta

– Obrigada, esperarei eles lá fora – fez menção de sair do quarto, mas Lauren a impendiu

– Não, já fechei o portão, vamos esperá-los aqui dentro – a médica a encarou – só vou embora depois que eles chegarem.

Camila assentiu, aceitando sem reclamações, até achou melhor. Desceram a pedido da médica para tomarem um chá enquanto esperavam. Logo escutaram a viatura estacionando.

– Qualquer coisa, não hesite em me ligar novamente, ok? – disse olhando firme para Camila

– Tudo bem, obrigada novamente – sorriu de lado

Lauren acenou para os policiais e entrou em seu carro. Quando chegou em sua casa, já eram 4:30, então foi para o banho tentar relaxar do stress e parou para pensar: havia ocorrido acontecimentos estranhos com ela depois de saber do sequestro de Fernanda, e se hoje só aconteceu com Camila porquê Lauren estava lá? Lembrou das ligações, das vezes que seu notebook não estava como deixou, do telefone que de alguma forma foi parar dentro de seu carro. Saiu do banho, colocou uma roupa qualquer e foi olhar nas suas gravações de câmera e socou a parede ao ver a mesma pessoa, com o mesmo capuz, encarando a câmera. Não foi só uma vez, foram três dias, desde que Fernanda havia sumido. Pulou para a hora que saiu para ir à casa de Camila e nada aconteceu enquanto esteve lá, pulou então para 4 horas e 10 minutos depois viu o cara do capuz se aproximar com as mãos no bolso e retirar um papel dobrado. Reparou que havia um pano tampando seu nariz e boca, dando para ver apenas seus olhos. Desdobrou o papel e o colocou na câmera, tampando todo o resto. Lauren saiu correndo indo até a câmera para pegar o papel. Quando o pegou, leu o que estava escrito: Era um endereço.