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  3. Setembro de 2016

História A.m.o.r - Setembro de 2016


Escrita por: KimMinRyong

Notas do Autor


ENTÃO SEXTOU!

Dia de Att e bom, aqui estou.




Boa leitura ;u;

Capítulo 9 - Setembro de 2016


Fanfic / Fanfiction A.m.o.r - Setembro de 2016

Capítulo – Oito.

12, setembro 2016...

Naquela manhã de segunda, eu acordei de um jeito bem estranho. Eu lembro de estar sonhando com alguma coisa quando senti vários beijos por todo o meu rosto, beijos barulhentos e em grande quantidade. Não que eu não gostasse desse carinho, mas é que eu não sou acostumado a acordar com um ataque desses, então isso era, no mínimo, muito estranho.

- Parabéns pra você, nessa data querida... – Era a voz da minha mãe, ela estava cantando para mim no meu ouvido, sem me deixar levantar da cama. – Muitas felicidades, muitos anos de vida!

Quando ela finalmente me deixou sentar na cama, eu pude ver o meu pai na porta do quarto com um sorriso grande e esperando que eu pudesse ter os meus primeiros pensamentos concretos do dia. Ah... É verdade, hoje é o meu aniversário.

Não que eu tivesse esquecido, quem com menos de sessenta anos esquece o próprio aniversário? Eu só ainda não tinha me lembrado disso hoje, eu demoro pra funcionar quando acordo e fico muito mal humorado quando querem conversar comigo logo quando eu acabei de abrir os olhos e mesmo que eu esteja assim agora, como eu posso tratar eles mal quando só quiseram me fazer algo legal?

- Mãe! – Ela tinha abraçado o meu pescoço e voltou e me dar um monte de beijo na bochecha.

- Querida, deixa ele respirar.

- Ah, me desculpem. – Ela me soltou e tentou arrumar o meu cabelo, parte de ter o cabelo loiro descolorido é aceitar que ele vai ficar em pé assim que você acordar. – É que não é todo dia que o meu filho faz dezessete anos!

- Pai! – Pedi ajuda, se eu deixasse, levaria a manhã inteira.

- Tudo bem, querida! Nós entendemos. – Ele segurou na mão dela e a fez levantar. – Nós preparamos um café da manhã especial para você.

- Nós queríamos levar você em Daegu para visitar seus antigos amigos, mas você disse que está em época de revisão.

- Podemos ir no fim de semana? – Eles concordaram, nossa! Faz tanto tempo que eu não vou lá.

- Claro, mas até lá, você ainda tem uma semana inteira pra enfrentar na escola. – Eu ri. – Vá se arrumar, temos um presente para você.

Depois disso, eles me deixaram sozinho e assim eu pude começar o meu ritual para voltar o meu raciocínio. Eu olhei para o lado e encontrei o meu celular em cima da mesa de cabeceira, carregando.

Bem o que eu já esperava, várias mensagens de feliz aniversário e postagens no Instagram e Facebook, essa era a pior parte; Jungkook e Jimin são dois ratos de laboratório que sonham em dominar o mundo e acabar com qualquer alma que tente colocar eles na linha! Acabar com a imagem de um homem responsável e esforçado!

Com isso eu quero dizer que eles fizeram um compilado de fotos nada apropriadas, com um texto enorme dizendo o quanto me amam para aliviar a barra, mas aniversário é aniversário e eles vão ter o deles de volta.

O resto do dia foi muito divertido, falei com os meus parentes, amigos da minha cidade natal, fiz planos para o fim de semana e até o Taehyung me deu um presente! Jungkook e Jimin passaram o dia comigo conversando e eu fiquei por dentro de todo o relacionamento do Jimin, devo confessar que fiquei muito triste quando ele disse que as coisas não estavam muito boas com Taemin e estava pensando em terminar, ele não quis me contar muito os motivos, mas eu posso perguntar em outra ocasião.

Seis meses de namoro, isso é muito importante e é exatamente por isso que Jungkook está ficando com uma pessoa diferente da que ele mencionou da última vez e de quebra descobri que ele já tinha trocado de ficante mais três vezes.

Um dia esse garoto vai se apaixonar por alguém e eu vou ver de camarote poque o meu sonho é ver ele de amorzinho com alguém! Talvez eu tenha alguém em específico que eu queria ver com ele, mas só talvez.

Quando eles foram embora e meus pais foram para o quarto eu fiquei sozinho na sala, prometi para a minha mãe que arrumaria tudo sozinho pelo simples fado de que eu queria ficar um pouco sozinho. Então restou apenas eu ali, olhando para o que sobrou do bolo, e para a minha tristeza, sobrou muito mais do que nos outros anos, sobrou porque faltam três pessoas que sempre comemoravam comigo. A outra família Kim.

Eu aprecio muito tudo que o fizeram por mim hoje, mas esse momento era o meu momento de lamentar de saudades. Talvez ficar olhando para o bolo incompleto, pratos, copos e guardanapos sujos não ia me fazer melhorar o meu humor de fim festa, então eu só resolvi limpar tudo logo.

Guardei o bolo e joguei o restante dos descartáveis em um saco de lixo, ia deixar nas lixeiras do lado de fora de casa quando terminasse de lavar a louça do jantar.

Abri a porta de casa para levar o lixo para fora, mas eu parei quando vi uma caixa bem ali na entrada. A caixa tinha um embrulho preto e um laço branco, era bem pequena. Eu deixei o saco de lado e peguei o pacotinho. Tinha um pedaço de papel branco bem embaixo dela.

 

 “Para o garoto que sempre se deixa levar, mesmo que seja para a quatro horas de distância de casa. Feliz aniversário.”

 

 

Eu sorri tanto com isso, embaixo do texto, tinha um coração com KN e KS dentro. Aquele dia na ilha foi tão lindo, nosso primeiro beijo, nossas iniciais na árvore arqueada... Eu sinto tanto a falta disso! Quando eu abri a caixinha, eu comecei a chorar, era um colar em forma de árvore arqueada.

Não conseguia segurar o choro, eu levantei o rosto e fiquei muito surpreso quando eu vi alguém do outro lado da rua olhando para mim. O Jin hyung estava do outro lado da rua, com as mãos nos bolsos da jaqueta, olhando para mim; quanto tempo será que faz que ele está ali?

Eu não sei, na verdade eu não tenho certeza de nada, só de que ele não se esqueceu e isso é muito importante para mim.

 

 

 

 

 

 

 

22, setembro 2016...

-Aí sim! – Eu me assustei com os gritos e quase deixei o meu livro cair.

- Sempre soube! – mais gritos.

Eu procurei de onde vinha e respirei fundo quando encontrei. Kim Seokjin sorria para todo mundo com o canto dos lábios e andava como um típico modelo: com uma mão no bolso da calça e a outra entrelaçada a de Lee Chaerin, sua namorada de faixada.

Depois daquele dia em que dormimos outra vez na minha casa, Seokjin simplesmente sumiu. Ele passou o restante das aulas e as férias de verão sem falar com ninguém e eu até entendo, uma semana depois do início do relacionamento deles, os tios mandaram mensagens para todos os sócios que eles tinham na escola; os alunos populares ajudaram a abafar o fato de que Kim Seokjin sempre foi gay assumido para que o novo relacionamento estilo Bollywood tivesse mais público.

Eu passei todo esse tempo fugindo de conversas sérias com Taehyung, Jungkook e Jimin, eles queriam saber o que estava acontecendo e porque o Jin apareceu do nada fingindo ser hetero, mas eu disse que avisaria ao Taehyung quando o Jin me dissesse que estava bem e essa era a última coisa que ele estava no momento.

- Ah! Que sortuda. – Um grupo de meninas falou quando ele passou. – AH! VOCÊ VIU? SEOKJIN PISCOU PARA MIM! – Uma delas começou a se gabar, eu realmente não estava reconhecendo ele.

- Oppa! – Parou no meio do corredor e começou a fazer um escândalo, eu não queria ver isso, então só comecei a guardar meus livros, eu só queria ir embora.

- Por que tanta insegurança? – Eu escutei ele começar a falar e parei de fazer o que estava fazendo, eu queria ouvir o que ele ia dizer. – Você sabe que meu coração foi fisgado. – Os babuínos bobocas começaram a balbuciar em bando. Eu revirei os olhos.

- Aigoo Oppa! – Ela escondeu seu rosto no pescoço dele e ele a abraçou. – Mas isso não apaga o que você fez. – Cu doce.

Eu pensei em olhar só para ver a cara de indignação dela, mas eu me arrependi. Foi só eu olhar e Seokjin a beijou, fazendo toda a plateia voltar a gritar como se um homem e uma mulher se beijando não fosse a coisa mais normal do mundo quando, na verdade, o mundo já cansou de ver isso.

Eu não faço ideia se ele sabia que eu estava vendo, se ele tinha percebido que eu estava bem ali! Ou se nesses meses ele realmente começou a ter sentimentos pela Chaerin, eu não sei de nada! Eu não sei de nada da vida e dos sentimentos de Kim Seokjin há três meses e vê ele aqui, na frente de todo mundo, beijando outra pessoa com mil sorrisos e chames me faz sentir raiva.

- Melhor? – Ela sorriu envergonhada e concordou com a cabeça inúmeras vezes. – Vamos, vou te deixar na sua sala. – Ele passou o braço pelos ombros dela e os dois foram andando juntos pelo corredor.

O que eu deveria fazer em uma situação como essa? Ele passou por muitas pessoas com um sorriso enorme nos lábios, inclusive por mim. Ele me olhou sorrindo e quando nós dois nos olhamos bem na cara um do outro, ele só desfez o sorriso e virou o rosto com muita indiferença, dando atenção a outro popularzinho que queria saber como era transar com a Chaerin.

Eu fiquei sozinho no corredor, ainda segurando a minha mochila e me sentindo a pessoa mais patética do mundo por estar chorando no meio da escola. Porque as minhas memórias com o Jin estavam se tornando em um borrão enorme e sendo substituídas por ele e a Chaerin?

Quer saber? Eu tenho uma aula para assistir. Eu não vou ficar aqui chorando, escola não é lugar para chorar. Eu levantei a cabeça e passei as minhas mãos pelo meu rosto enxugando minhas lagrima e tentando me recompor daquele teatro estupido.

Eu olhei para o lado e vi Taehyung me olhando, ele estava com Jimin, Jungkook e Taemin, eles queriam me encher de perguntas e eu sabia disso, mas não estava no clima, então só neguei com a cabeça e fui até a cantina da escola. A aula ia começar logo e eu precisava de algo para me animar, eu precisava de um refrigerante.

Graças ao teatrinho de Kim Seokjin e Lee Chaerin, a lanchonete estava vazia, então eu não precisei esperar em filas e pude ir para a minha sala normalmente.

Quer dizer, quase.

Eu teria entrado na sala e estaria super adiantado para a aula de matemática se eu não tivesse que passar pela sala do segundo ano para chegar na minha. O corredor estava vazio e quando eu ia passar por ele, Jin e Chaerin apareceram de mãos dadas. Eu me escondi atrás de uma parede para que eles não me vissem. Que merda! Eu não tenho um minuto de paz.

- Pronto, está entregue. – Ele disse com indiferença, soltando sua mão com grosseria, isso me deixou atento.

- Aigoo! Posso saber para que tanta brutalidade? Quer que eu conte para o seu tio?

- Contar o que? Que te tratei mal? Não foi o suficiente aquele showzinho ridículo? Não bastou eu ter que te beijar na frente do cara que eu gosto?

Espera... Esse sou eu?

- Como se eu me importasse, até parece que um cara gosta de outro, isso não existe.

- O que não existe é mentalidade o suficiente em você para entender o que é amor de verdade!

- Ya! Eu sou sua namorada!

- Não quando estamos a sós e, se dependesse de mim, nem em público você seria. – Certo, eu acabei amaçando a latinha de refrigerante... Ele não gostava dela.

Como eu pude pensar que ele gostava dela?

Logo eu que sempre disse conhecer ele tão bem?

O meu momento de apreciação não durou muito. O sinal tocou e todos os alunos do segundo ano apareceram no corredor, eu vi o Jin revirar os olhos quando Chaerin se pendurou no braço dele com aquela cara “fofa” forçada que mais parecia alguém com desarranjo intestinal. Ia começar tudo de novo.

 

 

 Fake love;

Segundo ato;

Take 1;

Ação!

 

 

- Oppa! Ainda não vá.

- O oppa tem que ir. – Ele abraçou ela. – Depois eu volto, tudo bem? – Ela inflou as bochechas e negou com a cabeça.

- Não, quero que fique comigo.

- Depois passamos a tarde toda juntos, combinamos assim? – Ela sorriu e concordou com a cabeça. – Tudo bem... – Ele hesitou, abaixou a cabeça devagar e a beijou outra vez.

Eu odeio tanto ver isso.

- Já chega, os dois pombinhos terão muito tempo para isso mais tarde! – O professor de inglês chegou na porta da sala e os separou, eu sempre amei inglês, principalmente esse professor! – Vamos Lee Chaerin, sua hora de entrar.

- Já vou professor! – Sorriu e virou para o hyung, ficando na ponta dos pés e lhe roubando um selinho. – Te vejo depois oppa. – Ela piscou com um dos olhos e o hyung fingiu que isso o afetava. Depois todos entraram.

Dava para ver que Chaerin estava aproveitando tudo o que podia para beijar o Jin, assim como qualquer outra garota da escola sempre quis, as vezes eu me odiava por ter começado a gostar de alguém tão bonito.

Quando ele ficou sozinho, eu não consegui o reconhecer, ele ficou tão sério e quase socou os armários. Acho que ele percebeu que isso seria idiotice e infantilidade e se censurou, só encostando sua testa na parede e respirando com força. Não queria continuar olhando para ele desse jeito.

Eu joguei fora a lata vazia no lixo e me aproximei dele. Eu não sabia o que ia acontecer, se ele ia fingir não me conhecer, ia me humilhar verbalmente, falar comigo normalmente ou me abraçar, eu não sei como ele tem que me tratar, mas eu não posso só ficar vendo isso.

- Jinnie... – Ele se virou para mim e eu prendi a respiração.

Ele realmente estava chorando e eu tive medo de como ele ia me tratar, mas ele não disse nada, ele só fechou o punho com força e apontou com a cabeça para o fim do corredor, não entendi de primeira, mas ele começou a andar e eu esperei estar um pouco longe para o seguir.

Andamos bastante até chegar na quadra de basquete vazia. Tinha tanto tempo que eu não entrava ali, não temos educação física no terceiro ano e eu não faço parte do time, essa quadra quase não é usada, principalmente em horário de aula. Não quero parecer muito CDF com o que eu vou dizer, mas já estava ficando nervoso, erámos para estar na aula, eu nunca matei aula dentro do colégio e agora eu fazia só por conta de um simples balançar de cabeça?

Finalmente chegamos em algum lugar.

Jin parou embaixo da arquibancada, ele se sentou no chão e cruzou as pernas, olhando para mim ainda de pé como se esperasse algo. Ele apontou para o chão com a cabeça e eu entendi que ele queria que eu me sentasse também.

Passamos alguns minutos em silêncio, só nos olhando e isso já estava me deixando desesperado, ele queria que eu falasse? Mas o que eu deveria falar?

- Você me odeia?

- O que? – Pensei e falei ao mesmo tempo. Ele abaixou o rosto envergonhado. – É claro que não!

- Eu... Eu pensei que... – Fungou e me olhou, ele voltou a chorar. – Que você me odiasse e eu entenderia por que eu não consigo fazer nada direito e...

- Jin, não! – Fiquei de joelhos e me aproximei dele, o abraçando com força.  Ele apertou o meu corpo e começou a soluçar muito.

Com isso, eu esqueci totalmente da minha preocupação com a aula, já estamos mesmo no fim do ano, meu boletim e meu histórico são impecáveis e mesmo que eu seja pego, vai valer a pena.

Aos poucos eu senti Jin diminuir o choro, ele se afastou um pouco e me olhou. Ele segurou na alça da minha mochila e me puxou para perto, me dando um beijo de verdade. Um beijo profundo, demorado e cheio de paixão.

Ele me beijou como ele só beija a mim, ele me beijou da forma que duas pessoas que se amam de verdade se beijam e isso me deixou muito mole nos braços dele. Quando ele mordeu meus lábios devagar, nos separamos para encostar nossos rostos.

Ele ainda estava chorando, seu beijo estava salgado e o meu provavelmente doce, mas no meio de tanta euforia ele sorriu.

- Três meses e quatro dias.

- O que? – Soltei uma risada fraca, sem entender.

- Nós não nos beijamos há três meses e quatro dias. – Dei uma risada divertida.

 - Cinco.

- O que? – Ele pergunta dessa vez, se afastando um pouco para me olhar.

- São cinco dias. – Nós rimos e ele se vira de frente pra mim, abraçando minha cintura e escondendo seu rosto no meu pescoço, deixando aquele clima mais confortável.

- Eu senti tanto a sua falta... – É... De novo.

- Nós temos falado muito isso ultimamente, não é? – Ri sem graça e ele me abraçou com mais força. – Eu também senti a sua. Eu sinto como se estivesse te deixando de lado.

- Você não está. – Ele me soltou completamente, para que pudéssemos começar a conversar. – Mesmo quando eu te trato mal, você continua aqui...

- Não é você que está me tratando mal. – Ele tirou o cabelo do rosto e me olhou sério. – São as circunstâncias. É por pouco tempo... – Ele riu, negando com a cabeça.

- Eu fui reprovado no teste psicológico.

- O que isso quer dizer? – Ele respirou fundo.

- Quer dizer que meus tios molharam a mão da minha psicóloga para ele me abusar psicologicamente e agora eu tenho um atestado de invalidez e não vou receber a herança dos meus pais.

- Mas... Mas isso é um direito seu! – Comecei a falar mais alto e parei, eu não tinha mais o que dizer, eu estava tão preocupado e chocado, eu não sabia o que ia acontecer. – Você deveria ter denunciado essa mulher desde que ela narrou as coisas que aconteceram. –  Ele parou de mexer as mãos e olhou para frente, sério.

- Eu não sei o que fazer, nem sei como continuar.

- Você não pode pensar assim. – Tá, nem eu me levei a sério com isso, então não me senti frustrado quando ele olhou para outro lugar e simplesmente desligou a atenção que tinha no que eu dizia.

Eu respirei fundo e o fiz olhar para mim outra vez, segurando em seu queixo; ele percebeu que não tinha sido tão sutil em sua falta de paciência e abaixou o rosto envergonhado.

- O que eu tô tentando dizer é que eu conheço você, você não consegue viver sem um objetivo e isso da sua psicóloga ter colocado um grande obstáculo no seu caminho te pegou desprevenido. – Ele riu e voltou a me olhar.

- Você realmente me conhece... Objetivo? – Concordei com a cabeça. – É, talvez eu tenha um.

- Qual?

- Eu estava pensando nisso, na noite do velório... Estive pensando no que deu errado.

Eu comecei a tremer, as mangas do seu blazer amarelo estavam dobradas até os cotovelos, então eu podia ver as marcas que ficaram em seus pulsos como lembrança daquele dia. Eu fechei os olhos com força.

Ele... Na banheira.

A arma do policial...

A camisa suja de sangue.

Desmaiando nos meus braços.

Eu apertei minhas mãos, eu não gostava de lembrar, isso me deixa sem ar, é como se eu estivesse me afogando e não conseguisse parar. É como se eu fosse perdendo o ar aos pouquinhos... Merda, eu não consigo respirar e nem abrir os olhos... Eu não consigo parar de ver aquela água e aquele sangue todo no meu rosto!

Os pesadelos! Eu tive tantos!

- Nam... – Me assustei e abri os olhos quando ele tocou na minha mão.

Ele me olhava preocupado e eu estava puxando o ar com força, suando muito e sem saber o que dizer. Eu definitivamente não queria pensar no que aconteceu na porra daquele dia!

- Você está bem?

- Você não pensa em fazer de novo, não é? – Perguntei logo depois dele, falando muito alto, ele se assustou.

- Nam...

- Não pensa, certo? – O interrompi outra vez.

Eu só queria uma resposta que me acalmasse, eu precisava me acalmar! Jin me olhou sorrindo e apertando bem nossas mãos juntas.

- Certo. – Respirei aliviado. – É claro que não.

Eu não consegui e nem tentei me controlar, eu puxei ele de volta para os meus braços e o beijei. Ele se sentou em meu colo e eu segurei firme em sua cintura enquanto ele passava os braços pelo meu pescoço.

Eu ia beijar a boca de Seokjin como se esse fosse o nosso último beijo, eu ia o amar de forma que ele soubesse o que eu sempre senti e que ele visse como aquelas cenas de meses atrás ainda me assombravam, como só ele podia me fazer não pensar nisso.

- Eu te amo... – Sussurrei no meio do beijo e ele separou os nossos lábios, começando a chorar. – Eu te amo tanto...

- Eu também... Eu também te amo.

Ele segurou em meu rosto com as duas mãos e se mexeu no meu colo, eu engoli um gemido que quis sair sem permissão e o olhei surpreso, queria ter certeza se isso realmente ia acontecer aqui, na escola. Ele me olhava com o lábio inferior preso entre os dentes, estávamos parados naquela mesma posição, um esperando pelo outro.

Jin passou o dedo indicador pelos meus lábios, desenhando o contorno deles, descendo para o meu queixo e depois para o meu pescoço, até juntar a sua mão no caminho e tirar o meu blazer. Eu senti uma frente fria me acertar e isso me deixou mais alerta. Eu não consigo pensar, só consigo observar cada passo e os narrar na minha mente.

Bem devagar ele virou o rosto até que seus lábios estivessem encostando no meu pescoço e deixando beijos lentos na minha pele sensível, cada vez mais perto do nó da minha gravata, ele a desfez e abriu o primeiro botão da minha camisa social, sorrindo quando viu que eu usava o cordão que ele me deu. As mãos dele alisaram o meu peito e ele se mexeu no meu colo outra vez, eu apertei firme sua cintura por reflexo e ele ofegou bem perto do meu ouvido.

Isso está me deixando... Não, eu já estou duro! Consigo sentir que Jin também está, seu quadril está encostando em minha barriga e nossa, eu não estava entendendo errado.

- Hyung... – Chamei, eu só queria ter certeza, mas ele não me deixou falar. Desistiu de beijar o meu pescoço e beijou minha boca, empurrando os meus ombros para que eu deitasse e ele ficasse em cima de mim.

Ele se apoiava nos braços e me olhava de cima, olhava como se quisesse decorar todos os detalhes do meu rosto. Eu o imitei e toquei em seus lábios com o meu polegar, ele foi abrindo a boca devagar e pegou meu dedo com os lábios. Eu respirei fundo quando senti sua língua o tocar timidamente.

- Hyung, nós... – Ele me beijou.

- Só se deixa levar. – Sussurrou rente aos meus lábios, me beijou outra vez e eu segurei firme em seu corpo, o puxando para baixo e fazendo cada parte nossa se tocar sem quebrar o beijo.

Eu nunca pensei que as coisas iam acontecer com a gente da forma que aconteceram, nunca pensei que um dia eu ia beijar o meu melhor amigo, muito menos perder a minha virgindade com ele de baixo de uma arquibancada em horário de aula. Eu nunca pensei que fosse o amar tanto quanto eu o amo.

E eu nunca pensei que aquela fosse ser a última vez.

 

 

 

 


Notas Finais


CONTATO DO CVV:
https://www.cvv.org.br/

Então, segunda-feira tem mais, mas antes acho que valhe a pena avisar que agora a fanfic entra em outra fase muito importante. Quero que já tenham isso em mente. Namjoon agora tem 17 anos e a vida dele vai virar completamente de cabeça para baixo. Neste cap, é setembro, fim do último ano da escola, o que é mais uma coisa para ele lidar.

Vejo vcs segunda, e como sempre, comentem ae vai. Podem me perguntar o que quiserem.
E a todos que estão comentando em todos os caps, meu sincero MUITO obrigada.

Bjs da Kim ;u;


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