História Amor (não mágico) dos Elfos - Como os Elfos elogiam

Sábado de manhã — Taehyung fez questão de acordar bem cedo para tirar o amigo da cama —, após tomarem café e um rápido banhozinho compartilhado, tiravam a mesa para que as aulas de conquista oficialmente começassem.

Bem, Jungkook quem estava realmente fazendo alguma coisa, lavando os copos e limpando a mesa, porque Taehyung estava divagando em algum outro planeta.

O fato era que, mesmo com o dia todo compromissado, o Kim não conseguia tirar da cabeça a imagem do outro elfo dormindo. A culpa não era do mais velho, apenas havia despertado um pouco antes e fora pego desprevenido. Era bem afrontoso, na verdade. Os olhos fechadinhos, os cílios fininhos descansando, o nariz torcidinho — era uma mania do Jeon —, aquelas bochechas macias que faziam um belo par com a boca moldada em um adorável biquinho. Até os cabelos, ah, os cabelos, uma baguncinha perfeita de fios castanhos e ele ainda usava o pijama de Taehyung!

Jungkook conseguia ser uma obra de arte até dormindo. Fazia muito bem o papel de acabar com o estoque os suspiros de Taehyung.

O hyung queria até amenizar o fato que as calças largas que o amigo trajava acentuavam muito bem o bumbum redondinho — era um inferno, Jungkook mexia aquilo pra lá e pra cá, parecia ser proposital.

Enfim, não havia passado das dez da manhã e sua mente estava à milhão.

Por isso, ignorou inconscientemente o celular que não parava de tocar. Sua sorte era que o dongsaeng lhe conhecia muito bem; quando Taehyung embarcava no mundo da lua, era difícil tirá-lo de lá.

– Celular do Taehyung mas aqui é o Jungkook, quem fala?

— Jungkook?! O que você está fazendo com o celular do meu namorado?! — a fada, literalmente, berrou do outro lado da linha; fazendo com que o mais novo afastasse um pouco o celular da orelha. — Cadê o Taehyung? Preciso falar com ele nesse exato momento!

— Você quer falar com o Tae?

Por sua vez, o Kim fazia gesto desesperados de negação, causando uma risada afoita no moreno.

— Cadê o meu namorado, Jungkook?

— Desculpa, Jinnie, mas o Tae não está em casa. — controlou o riso quando viu o castanho bagunçar a franja tingida de verde e suspirar aliviado.

— Não está? Droga! — esbravejou — Mas o que você está fazendo com o celular dele?

— Hmmm, longa história, Jinnie noona... Enfim, preciso desligar, tchau! — antes mesmo que a moça pudesse se despedir, Jungkook já havia finalizado a ligação.

— Gukkie, obrigado por me livrar dessa mala sem alça.

— Ainda não entendi porque você não quis falar com ela — deu de ombros, entregando o celular ao amigo —, é a sua namorada, ué.

— Ah, meu caro, existem momentos na vida de um elfo que ele precisa se afastar de pessoas especiais. — ditou, soando diplomático.

— Mas você nunca se afastou de mim.

— Você é um caso à parte, Gukkie. — sorriu retangular ao moreno, entrelaçando ambas as mãos de forma tímida — Você está em um nível superior a Jinnie.

— Acho bom mesmo, Kim Taehyung.

Àquela altura, os dois já tinham as bochechas coradas e se olhavam de um modo bobo.

— Er... O que acha de começarmos a nossa aula?

— Hmm, ótima ideia, Gukkie, vamos para o quintal.

Os elfos seguiram para fora, por sorte o tempo decidira colaborar e um solzinho gostoso fazia morada no grande céu azul.

Jungkook estava um pouquinho receoso. Era certo que ele quem convencera o amigo para o ajudar com o papo de conquista, mas era um elfo inexperiente. Não tinha passado dos beijinhos com uma fadinha há alguns anos atrás, não significava grande coisa para seu histórico amoroso. Lembrava -se das coisas que Taehyung já contara fazer, como a vez em que levara sua fada para passear num campo fora da cidade e eles acabaram se beijando na chuva, ou quando Seokjin resolvera lhe enviar mensagens picantes.

Era gratificante ter a confiança de Taehyung para que lhe contasse praticamente tudo, mas sua pontinha de insegurança estava virando uma bola de neve em seu estômago.

— Jungkookie, o que há, hm?

O mais velho havia se sentado na grama, relaxado; encarando o melhor amigo e sua feição apreensiva.

— Não é nada, hyung. —  desconversou, sentando ao seu lado — Então, como nós podemos começar?

Taehyung de fato estava preparado; havia criado tópicos mentais para que Jungkook soubesse exatamente o que fazer quando Yoonji estivesse por perto.

— Vamos começar com os elogios.

— Elogios? — os olhos escuros do Jeon duplicaram de tamanho e ele engoliu em seco. Nunca fora tão bom elogiando as pessoas.

— Sim, Gukkie, elogios. Se quiser posso fazer uma demonstração pra você.

— Tudo bem.

O Kim sentou-se exatamente na frente do Jeon, com as pernas cruzadas e olhando fixamente em seus olhos. Riu faceiro e segurou as mãos do moreno com delicadeza.

— Gukkie, sabia que você é o elfo mais lindo de todo o bosque? É sério, nenhum outro ser elemental dessa floresta se compara à ti, porque a sua beleza é surreal. — Jungkook já tinha as bochechas rubras, deveras confuso se o amigo estava sendo sincero, ou se era somente atuação — E os seus olhos, então? São lindos. Sinto que posso me afogar nas suas orbes escuras que despertam desejos insaciáveis em mim. Tudo isso sem contar o seu sorriso; o seu sorriso é o mais lindo que eu já vi em toda a minha vida, com os seus dentinhos avantajados e brilhantes, que aquecem o meu coração toda a vez que você sorri para mim. — Por fim, Taehyung deu um beijinho na mão de Jungkook — Você é perfeito, Jeon Jungkook.

O elfo estava, em poucas palavras, completamente derretido. As palavras do mais velho lhe acertaram em cheio, não esperava nada daquilo – nem nada semelhante – embora recebesse certos elogios de Taehyung em algumas ocasiões. Seus olhos continuavam conectados, procurava entender se aquilo fora somente palavras de aconchego, para que ele se soltasse e aprendesse a elogiar, ou palavras realmente significativas. Apenas encontrava pura honestidade nos olhos de Taehyung, e isso de certa forma o assustava.

Taehyung sentia tudo aquilo por ele? Tudo aquilo?

Era refrescante de algum jeito, porque o Kim significava tudo para Jungkook. Porém, como não iria se surpreender com tais confissões? E se, algum dia, magoasse Taehyung? Não se perdoaria nunca.

— Hey, cara, 'tá me ouvindo?

— O que? Tô, hyung, tô ouvindo.

— Então tá, eu tô ligando pra Yoonji, daí você-

— VOCÊ TÁ O QUÊ?!

— Desgraçado, sabia que você não estava me escutando — Taehyung deu um peteleco na nuca do Jeon. — Eu ligo e você tenta elogiar ela, é fácil.

Jungkook resmungou e tentou roubar o celular da mão do amigo, porém Taehyung fora mais rápido e saiu em disparada, correndo com o aparelho e selecionando o contato da fada. Jungkook corria atrás do Kim, estava suando e seus dedinhos tremiam, Taehyung só podia estar de brincadeira!

— Hyung! Pára com isso!

— Alô, Yoonji noona? Tudo bom? — Taehyung desviara de um graveto que Jungkook havia jogado em sua direção. — Não, não, fica tranquila que isso ai a gente supera. — Desencostou o celular do rosto para dizer ao Jeon que ela citava o episódio da noite passada, com as toalhas.

— Desliga, maldito, desliga!

— Ah, o Jungkook tava querendo te dizer uma coisa, vou passar pra ele, calma lá. — Entregou o aparelho para as mãos trêmulas de Jungkook, sussurrando um “pára de ser marica”.

— O-Oi, Yoonji noo-noona, como está?

Taehyung segurava algumas risadas, não havia programado aquela ligação, mas poderia começar de maneira descontraida, ainda tinham dias e mais dias para levar as aulas a sério. Além de que, ficara extremamente corado após dizer tudo aquilo para Jungkook, e fora a oportunidade perfeita mudar a situação usando o nome da fada.

— Falar... eu queria? Nã-ão, é que... o céu 'tá azul hoje, né?

Taehyung negou, dizendo para usar algo mais pessoal como elogio.

— Yoonji noona... Você é bem... Você é muito... Saudável!

— Elogia ela, idiota!

— Como? — perguntou, sussurrando.

— Eu sei lá!

— Me ajuda, hyung... — Aproximou o celular de volta, sua respiração estava desregulada e Taehyung não mexia um pauzinho para ajudá-lo.

— Faz assim — Chamou sua atenção. — Me elogia!

Os olhos do Jeon se esbugalharam, aquilo não ia dar certo, não mesmo.

— Certo, hm... Noona, eu gosto das suas orelhas – Falou rápido. – Você cheira muito bem, também!

— Isso, você consegue, dongsaeng!

— Sua letra é bem bonitinha, e seu pijama é muito confortável!

— Não, não!

— Hã? Não, noona, e-eu... Bobeira minha e-

— Me dá isso, Gukkie.

Taehyung encerrou a ligação, ainda que Jungkook ficasse todo embaralhado, achava-o incrivelmente adorável daquele forma.

— Ah, hyung, deu tudo errado.

— Deu nada, vem cá.

Sentaram-se novamente; o mais velho lançou seu braço sobre o ombro de Jungkook, iniciando um cafuné para tranquilizá-lo.

— É o primeiro dia, não seria perfeito com ninguém.

— Da próxima vez, faço questão de jogar teu celular na casa do vizinho! — Disse Jungkook, emburrado.

— Maldoso você.

Em seguida, os dois amigos adentraram o cogumelo-casa de Taehyung, onde conversavam sobre o desastre na ligação.

— Pensando bem... Sinceramente, Jeon Jungkook, quem elogia uma pessoa dizendo que ela é "saudável"? — o castanho debochou, enquanto colocava amêndoas em uma tigela. — Você realmente precisa da minha ajuda.

— O que será que ela está pensando de mim agora?

— Não faço a mínima ideia — O Kim deu de ombros, estendendo a tigela ao moreno —, mas, Gukkie, se a Yoonji não gostar de você, vai ter quem goste.

— Pfff, até parece, Tae! Quem vai se interessar por um elfo tímido, que ainda está no ensino médio e que sequer sabe manipular os seus poderes elementais? É impossível! — lamentou-se o Jeon, coçando os fios negros com aflição — E se eu nunca me entrelaçar com alguém, Tae? O que vai acontecer comigo se eu ficar sozinho para sempre?

— Isso nunca vai acontecer com você, Jungkook. Você é legal, inteligente e muito bonito; todas as ninfas do colégio são apaixonadinhas por você. E, mesmo se aconteça, eu não vou permitir que você fique sozinho pra sempre.

— E o que você faria por mim, hyung? — O mais novo arqueou as sobrancelhas, encarando Taehyung com curiosidade.

— Eu faço qualquer coisa por você, Gukkie e, se fosse preciso, até pediria para a Namjoon noona me transformar em uma fada para me entrelaçar com você.

Jungkook engoliu em seco.

Taehyung sorriu e encheu a boca com amêndoas.

— Mas então... A aula acabou por hoje?

— Acho que sim — disse Taehyung. — A não ser que você tenha mais algum elogio para mim, dongsaeng.

— Hyung!

Acabaram deitados no chão da sala do elfo mais velho, assistindo episódios de desenhos antigos e se deliciando com aveia em grãos e mel. Bem, Jungkook assistia, pois Taehyung não desgrudava os olhos do celular.

— Eu andei pensando... — começou, atraindo a atenção do outro. — O baile no final do ano, será que a escola vai contratar alguma banda ou coisa do tipo?

O Kim fez uma careta. — Eu acho difícil acontecer, pelo o que sei, a diretoria não pode gastar com essas coisas. — Desligou o aparelho e fitou Jungkook. — Você poderia se apresentar.

— Eu?!

— Claro.

— E o que eu faria?

— Ah, Gukkie, você tem muitos talentos, as possibilidades são infinitas — Suspirou. — Sua voz é linda, você também dança muito bem quando quer — riu se lembrando da festa passada. — Ou poderia recitar um poema.

— Não sei não...

— Canta alguma coisa ai, vai.

Taehyung se virou, ficando de frente para o amigo. Seus olhinhos brilhavam, deu leves tapinhas no braço do Jeon, que engoliu em seco.

— Tae… Eu fico com vergonha…

— Sei — se levantou, estendendo a mão para Jungkook e o puxando para o centro da sala. — Dança então.

— Você não vai desistir mesmo, não é?

— Você me conhece bem, Jungkookie.

Bufou, esqueceria as bochechas vermelhas e daria o que Taehyung queria — se rendia muito fácil ao hyung, mesmo. Ligou o rádio e deixou em uma música levemente agitada, dando pulinhos e balançando a cabeça. Taehyung vibrou, adorava assistir Jungkook dançar.

Os primeiros movimentos foram simples, testando seu próprio corpo com o ritmo da música. Se afastou do Kim e fez ondas com o quadril, sorrindo sem razão enquanto batia palmas e chamava o amigo com a cabeça.

— Eu não quero...

— Ah, mas você vai.

Taehyung segurou a respiração quando Jungkook o puxou pelos ombros e fez seu corpo de mexer, soltando-a pouco tempo depois, relaxando e se deixando levar pelo elfo. Sorriam um para o outro, Jungkook brincava com o melhor amigo, dizendo que era um pau duro e mexendo sua cintura de um lado para o outro.

Jungkook fechou os olhos e jogou os cabelos para trás assim que outra música se iniciara, era mais lenta, tinha uma batida chiclete e talvez até um pouco sensual. Sorriu, conhecia a música e, como conseguia desenrolar a letra em outro idioma, faria o show completo para Taehyung.

Eram melhores amigos, não teria nenhum mal.

Jogou os braços para cima ainda com os olhos fechados, o refrão já estava chegando; Taehyung não desgrudava os olhos de si e, de certa forma, estava gostando muito daquilo.

— Você apenas quer atenção, você não quer meu coração. — Murmurou, as mãos abaixando, os movimentos do quadril ficavam mais lentos, a calça do pijama brincava em suas coxas.

Se virou, tinha alguns fios molhados de suor, mas estava apreciando tanto o olhar perdido de Taehyung em cima de si, devorando seus passos e engolindo em seco várias vezes, não conseguia parar.

Jogou a cabeça para trás com os últimos toques da canção, respirando fundo e fechando os olhos.

Seu estômago fazia uma festa, se impressionara consigo mesmo, com a tamanha ousadia de fazer aquilo tudo — a coragem para dançar e cantar daquele jeito não sabia de onde havia tirado.

— Jungkook… — Ouviu e se virou logo em seguida. — Isso foi…

Antes que pudesse terminar, uma musica de um girl group que Taehyung adorava começara a tocar. O Kim deu pulinhos de alegria, performando a coreografia praticamente inteira e fazendo vozes diferentes para cada cantora.

— Vem cá, Gukkie.

Jungkook acabou entrando na brincadeira também; não sabia exatamente todos os passos mas dava seu jeito, vez ou outra parando para observar seu hyung se movimentando de forma tão feminina e delicada — era bonito, de algum jeito, porque até afinando a voz e indo até o chão, Taehyung parecia tão masculino, tão maduro.

— Hey, crianças, como es- O que é isso?

Jimin aparecera alguns minutos depois, o rádio já estava desligado e ambos os amigos estavam novamente jogados no chão, recuperando o fôlego de tanto se movimentar.

— Estávamos — Taehyung respirou fundo. — dançando.

— E cantando, também. — adicionou Jungkook, se levantando para abraçar o irmão. — O que faz aqui?

— Não fale assim com o Jimin hyung, sente-se aí, vou trazer água para tomarmos.

Jungkook mostrou a língua, voltando para o chão frio enquanto Jimin se remexia impaciente no sofá.

— O que há, hyung?

— Preciso falar com você — Taehyung se sentou ao lado do amigo, deixando a água no chão, disponível para todos ali. — Com os dois, na verdade.

— Foi culpa do Taehyung!

— Jungkook me induziu a fazer!

Jimin torceu o nariz. Eram melhores amigos mas entregariam um ao outro fácil, fácil.

— Não tem nada a ver com vocês.

— Ahh — Disseram juntos, olhando torto um para o outro.

— Pensei que fosse confiável, Gukkie.

— Amigos perto e inimigos mais perto, hyung.

— Querem calar a boca?! — Silêncio. Jimin pigarreou. — Acontece que... Uma fada lá do trabalho — engoliu em seco. — Bem, ela se… Se confessou para mim.

— Sério?! Ow, Jimin hyung é tão querido.

— É, meu irmão conquista todo mundo e-

— Quietos, por favor. — Assentiram, Jimin respirou fundo mais uma vez. — Eu não pude- não consegui correspondê-la.

— Eh?

— Certo, acho que entendi o que está acontecendo.

— Você entendeu, Tae?

— Jimin não pôde correspondê-la pois ainda tem Namjoonie na cabeça, não é?

Jimin suspirou e assentiu; realmente não conseguia esconder nada daqueles dois.

— Essa é a verdade, Tae. Eu até gostaria de tentar um novo relacionamento com alguém, mas o que posso fazer se não consigo esquecer Kim Namjoon?

— Mas, hyung, a Namjoon, ela-

— Eu sei, Jungkook, eu sei. A Namjoon não quer mais nada comigo. — Doía tanto dizer aquilo, mas era a realidade que o jovem elfo Park estava inserido; o desprezo do amor.

—  Ah, Jimin, talvez se você sair mais e conhecer outras fadas, esqueça a Namjoon noona. — Sugeriu Taehyung. Por mais que amasse ver os dois amigos juntos como casal, não gostava de vê-los sofrendo um pelo outro após o término.

— Eu não consigo... Não consigo. — E talvez, no fundo, Jimin não quisesse realmente esquecê-la.

Fazia muito frio naquele final de semana e Jimin se aquecia nas asas brancas e brilhantes da namorada.

O elfo sentia-se deveras mimado pelo modo que Namjoon o envolvia em suas asas, como se fosse um cobertor quentinho e sempre à disposição do jovem de cabelo vermelho.

— Amor, esse frio vai durar até quando?

— Eu não sei, Jiminnie... Provavelmente até as fadas negras se cansarem de brincar na neve. — sorriu para o namorado, enquanto fazia um leve cafuné em seu cabelo. — Jungkook está em casa?

— Não, ele avisou que passaria o inverno na casa do Tae assistindo anime e-

Antes que pudesse concluir sua frase, Jimin teve um selinho roubado por Namjoon, esta que sorria sapeca pelo jeito desprevenido do namorado.

— Roubei um beijo seu, Jiminnie.

— Tudo bem, você já roubou o meu coração há algum tempo mesmo. — Deu de ombros, sorrindo largo e desfrutando o momento manhoso que tinha com a sua fada.

— Nossa, amor, isso soou bem clichê.

— Você sabe que eu me torno o elfo mais meloso do mundo por você, não sabe?

— Sei. — Riu, envolvendo os braços ao redor do pescoço alvo de Jimin — E eu amo o seu jeitinho.

Infelizmente, despertou de seu flashback. Tudo aquilo não se passava se uma vaga lembrança perdida em meio às milhares de memórias que viveu com Kim Namjoon.

— Hyung, você está bem? — Jungkook encarava o irmão com um semblante preocupado; não era costume do irmão mais velho entrar em um transe tão profundo quanto aquele.

— Estou sim.

— Tem certeza? Você ficou parado aí uns 5 minutos, achamos que havia acontecido alguma coisa.

— Não aconteceu nada. — Sorriu fraco, se levantando em seguida e indo em direção a porta — Cuidado, meninos. O amor nunca é suficiente. — E saiu, deixando dois elfos confusos para trás.