História Amor ou Poder? - Capítulo 5

Espere um segundo, deixe-me recuperar meu fôlego
Lembre-me de como é sentir ouvir a sua voz
Seus lábios estão se movendo, eu não consigo ouvir nada
Vivendo a vida como se tivéssemos uma escolha
Qualquer lugar, qualquer hora
Eu faria qualquer coisa por você
Qualquer coisa por você
O ontem escapou
Melodias presas em sua cabeça
Uma canção em cada respiração
Cante para eu dormir, agora
Cante para eu dormir
Você não vai cantar para eu dormir, agora?
Cante para eu dormir
Lembro-me agora, o tempo não pode apagar
Eu posso ouvir seus sussurros em minha mente
Eu me tornei o que você não pode abraçar
Nossa memória será minha canção de ninar

Sing Me To Sleep - Alan Walker 

P.O.V América

Só podiam estar de brincadeira comigo. Tantos lugares, tantas poltronas e eu tenho que ficar exatamente do lado do Maxon. Ele me olhou surpreso, quando apareci na sua frente, mas não falou nada. Olhei ao redor, mas suspirei e fui me sentar ao seu lado. Meu corpo estava tenso com a proximidade. Maxon evitava me olhar. Suspirei. Tentei me afastar um pouco tentando manter uma distância suficientemente segura. Maxon, finalmente, me olhou.

– Eu não mordo, sabia? – murmurou, arqueando uma de suas sobrancelhas. O olhei como se ele fosse de outro planeta. Ele suspirou pesadamente pelo meu silêncio.  – América, quantas vezes vou ter que repeti que não fiquei com você por causa...

– Eu não quero falar sobre isso, Maxon. – o interrompi. Ele apenas acenou com a cabeça e voltou a desviar o olhar de mim. Senti lágrimas arderem em meus olhos, mas eu não iria chorar, não iria derramar uma lágrima sequer. Encostei minha cabeça na poltrona, tentando dormir, mas foi em vão.

Algumas horas de voo se passaram, e Maxon não dirigiu mais nenhuma palavra sequer a mim. Por um lado ficava feliz, por ele não insistir no assunto, por outro ficava triste, por ele não falar comigo. Olhei para ele e percebi que o mesmo dormia. Ele era tão lindo! E eu o amav... O quê? Só posso está maluca. Não sinto nada de especial por ele. Talvez, apenas uma atração física. E, além disso, ele apenas me usou, para descobrir coisas sobre o meu pai. Já que o mesmo será seu rival político. 

De repente sentir meu ombro pesar. Olhei para o mesmo e percebi que a cabeça de Maxon, estava apoiada nele. Passe as mãos delicadamente por seus cabelos loiros, sentindo a maciez dos fios entre os meus dedos. Sorri involuntariamente, e minha mão desceu para seu rosto fazendo um pequeno carinho. A quem eu queria enganar, eu era completamente apaixonada por ele. De repente sentir um movimento sob minha mão. Então olhei para ela, que ainda estava pousada em cima do rosto de Maxon, e vi um sorriso em seu rosto.

Tirei a mão rapidamente, mas Maxon logo levantou a cabeça do meu ombro, ainda sorrindo. Virei o rosto, tentando disfarçar, mas sua mão foi para o meu queixo virando-me para ele. Se aproximou de mim, até que nossos lábios se tocaram. Senti uma corrente elétrica passar por meu corpo. Maxon colocou sua mão por trás da minha cabeça e beijou verdadeiramente.

P.O.V Lucy

Ando de um lado para outro no quarto. Daqui a pouco abro um buraco no chão. Estou tão preocupada com Aspen. Desde que saiu de manhã não deu notícias, passou o dia inteiro fora de casa. Não é a primeira vez que faz isso, mas não posso deixar de preocupar com ele. Já estou preparada para dormir, mas o sono não vem enquanto ele não chega.

Ouço um barulho vindo do andar de baixo. Me assusto um pouco com o barulho, mas algo dentro de mim diz que pode ser Aspen. Rapidamente saio do quarto, apenas de camisola, sem robe. Desço as escadas, e vejo a porta da frente aberta. Dá-me um medo repentino. E se for algum ladrão? O medo passa, assim que vejo Aspen. Ele estava deitado no carpete da entrada.

Vou até ele e me ajoelho ao seu lado. Ele murmurava coisas sem nexo e logo percebi. Ele estava bêbado. Suspirei, e fui fechar a porta rapidamente. Me virei novamente para ele. Eu cogitei essa possibilidade. Ele sempre bebia quanto algo o perturbava e a volta de Maxon para Illéa, para começar a sua campanha, perturbava Aspen profundamente. Volto para ele, e me inclino sobre o mesmo.

– Aspen. – sussurrei. Ele murmurou mais algumas coisas que eu não conseguir entender. – Aspen. – sussurrei novamente. Ele abriu os olhos verdes, e então focou em mim.

– Lucy. – disse, fechando os olhos novamente. Percebi um pequeno sorriso em seus lábios. – Minha doce Lucy. – murmurou. Franzi o cenho para a sua frase.

– Aspen. Levanta, você precisa tomar um banho. – disse, o pegando pelo braço. Ele se levantou cambaleante, e veio comigo até o nosso quarto. Foi uma dificuldade para ele subir a escada. Mas, felizmente, conseguimos.

Entramos no quarto e eu tranquei a porta. Aspen estava parado, em pé, na beirada da cama, e parecia que ia cair. Corri até ele. Se ele deitasse, com certeza iria dormir, e ele ainda precisava tomar um banho. Ele resmungou. Coloquei as mãos em sua camisa e comecei a desabotoar a mesma. Aspen olhou para mim e sorriu malicioso.

– Você... Vai fazer... Amor comigo? – perguntou enroladamente. Arregalei os olhos, surpresa. Ele nunca tinha falado assim. Fazer amor. 

– Não. – respondo tirando sua camisa. Me ajoelhei e tirei a sua calça, juntamente com a cueca, deixando-o nu. – Você precisa tomar um banho. – levantei e o peguei pela mão, levando-o para o banheiro.

Liguei o chuveiro e ajustei para a água ficar gelada. Coloquei a mão sob a água e percebi que estava gelada o suficiente, então coloquei Aspen embaixo da mesma. Ele soltou um palavrão ao sentir a água ir de contato a sua pele. Sorri e fui buscar uma toalha para ele se enxugar quando saísse do banheiro. E também separei uma cueca e um calção para se vestir.

Ouvir o chuveiro sendo desligado e fui para o banheiro com a toalha. Aspen já estava fora do boxe, indo em direção ao quarto. Entreguei a toalha para ele, e o mesmo começou a se enxugar. Voltei para o quarto, e senti sua presença atrás de mim.

Senti suas mãos agarrarem minha cintura e colar seu corpo ao meu. Sua pele gelada me arrepiou. Ele estava nu, e senti seu membro roçando em minha bunda. Corei violentamente por esse ato, mesmo sabendo que ele era meu marido. Me afastei dele e olhei. Seus olhos verdes estavam escurecendo, e seu membro estava ereto, mostrando o quão excitado estava. Ele foi se aproximando e eu comecei a andar para trás, até que cair na cama. Ele se colocou em cima de mim.

– Faça amor comigo, Lucy. – disse, me olhando nos olhos. – Eu preciso de você. – ele não parecia tão bêbado, como quando chegou. Ele se inclinou e me beijou. Retribuí seu beijo, sentindo suas mãos passearem por meu corpo. Logo sentir a camisola ser arrancada de meu corpo. Corei, pois fiquei apenas de calcinha na sua frente. Ele já me viu sem roupa, mas não pude deixar de ficar com vergonha. Senti seus beijos irem para o meu pescoço.

P.O.V América

Me afastei de Maxon, antes que me entregasse por completo ao seu beijo. Meu peito subia e descia rapidamente pela minha respiração irregular. Minha mão foi de encontro ao seu rosto, deixando as marcas do meu dedo. Ele soltou uma exclamação, mas de surpresa do que de dor. Ele me olhou incrédulo, e colocou a mão no rosto.

– Nunca mais me beije. – disse, tentando disfarçar o meu nervosismo. Maxon não me respondeu apenas virou a cara para a janela. Suspirei. Iria ser melhor assim. Estava mais do que provado, que nos mantermos separados iria ser melhor para todos. Inclusive nós dois.

Depois de mais algum tempo o avião chegou á Illéa, e a aeromoça aconselhou todos a colocarem o cinto, pois iriamos pousar. Suspirei aliviada, por finalmente ter chegado. Não aguentaria por muito tempo, ficar ao lado de Maxon. Que por sinal estava calado desde que lhe dei o tapa. Me sentir um pouco culpada ao ver as marcas do meus dedos em seu rosto. Mas logo dei de ombros. Ninguém mandou me beijar.

Assim que o avião pousou, peguei minhas malas e sair rapidamente do mesmo. O aeroporto tinha algumas pessoas esperando por outras pessoas que estavam desembarcando. Procurei meu pai com os olhos, em meio aquelas pessoas, mas não consegui encontra-lo. Comecei a andar pelo aeroporto, procurando meu pai. Acabei esbarrando em alguém.

– Ah, me desculpe. – disse erguendo meu olhar. Arregalei meus olhos ao ver quem era. Ele também ficou visivelmente surpreso.

– América? – exclama. Passa a mão em seus cabelos pretos, e vejo algo reluzir em seu anelar. Uma aliança. Ele estava casado. Era ele. Meu ex-namorado. O que abandonou depois de ir para cama comigo. Fui seca o suficiente ao pronunciar seu nome.

– Aspen.