Luan.
- Você vai me derrubar e eu vou me machucar feio. – Ana reclamava enquanto estávamos debaixo do chuveiro e eu a provocava com mordidas. Fazia tempo que estávamos acordados e minha mãe havia ligado, convidando para passar o domingo com eles na praia. Ana e eu aceitamos, principalmente porque ela quase nunca tinha visto o mar.
- Você estava gostando ontem à noite. – fingi cara feia.
- Luan, eu gostei de tudo que fizemos ontem. – suas bochechas ganharam uma coloração vermelha. – Mas eu pensei que esse ia ser um banho romântico, sei lá.
- Hmm, agora tá romântica?
- Ai, já chega. – ela desligou o chuveiro e se enrolou numa toalha, me deixando para trás. Adorava ver ela brava, ficava ainda mais fofa, engraçada. Eu sei que essa “raiva” passaria no primeiro momento que eu a beijasse.
{...}
- Que demora é essa? – entrei impaciente no quarto. Eu já tinha me secado, estava vestido e com o carro pronto pra viagem, e Ana continuava de toalha em frente ao espelho, com os cabelos quase pingando. – Ainda está assim?
- Eu não sei com qual biquini ir. – ela suspirou. – Estou toda marcada. – ouvi sua risadinha abafada. Caminhei até ela, a abracei pela sua cintura e beijei sua nuca.
- Não precisa se preocupar com biquini. – a virei para mim. – Sabe que depois eu vou querer tirá-lo.
- Luan! – ela deu um tapinha no meu braço. – Depois? – arqueoou uma sobrancelha. – Se continuarmos assim, nem vamos sair daqui.
- Gostei da ideia. – sorri.
- Eu teria amado essa ideia, mas quero tanto ir ver o mar...
- Se apresse então, minha mãe já deve estar louca porque não chegamos.
- Pode deixar, amor.
Ana.
Desci do carro com Luan e a primeira pessoa que avistei foi a Bruna, ela veio correndo em minha direção e me arrastando para longe.
- Ana, me conta tudo! O que rolou? – ela falava num tom alto.
- Vai fingir que você não sabe?
- Bom, eu tô desconfiando que meu irmão tenha te batido. – ela aponta para os chupões em meu pescoço e no resto do corpo que está coberto pela roupa. Meu rosto esquenta na hora.
- Bruna, você é impossível! – murmuro envergonhada. – Seu irmão é um príncipe, e ontem foi... – não termino de falar, estou mordendo os lábios e ela me sacode rapidamente.
- Safada! Eu sabia que ia rolar, quero saber de todos os detalhes. – Bruna cruza os braços diante de mim.
- Eu não vou falar, credo, é seu irmão! – ri. – Foi a melhor noite da minha vida.
- Acho que posso perceber. É melhor eu te levar de volta, ou ele vai achar que te sequestrei.
Abracei tia Mari e tio Amarildo, eles me entregaram presentes que eu abriria depois, estava me sentindo mimada, e tudo isso porque tinha feito aniversário. Saí para caminhar na beirada da praia, com as ondas quebrando nos meus pés. Eu estava feliz e ao mesmo tempo triste. Tinha me afastado bastante de onde as outras pessoas estavam, sentei na areia e fiquei observando o mar. Tanta coisa tinha acontecido, eu tinha me apaixonado, conseguido o emprego dos meus sonhos e estava construindo uma carreira, como eu queria que minha mãe estivesse aqui. Será que ela sentiria orgulho de mim? E se tivesse sido diferente, se ela não tivesse morrido? Talvez eu não tivesse encontrado o Luan.
- Posso saber por que meu amor tá chorando? – reconheci a voz meiga e forcei um sorriso.
- Só me abraça. – pedi e ele sentou ao meu lado, me colocando entre suas pernas e passando os braços ao redor de mim.
- Está lembrando-se da sua mãe? – ele perguntou cautelosamente. Não respondi, só me encolhi mais ainda naquele abraço reconfortante. – Ela está tão feliz por você, Ana. Ela não pode cuidar de você, porém eu posso, estou tentando fazer isso a todo instante. Te ver chorando me machuca.
- Desculpa, Luan. – falei. – As vezes não consigo controlar.
- Você não é obrigada a ser forte o tempo todo, só quero que saiba que estou aqui, sempre vou estar. Vamos dar um mergulho? – ele propôs.
- Continuo com medo de água, e o mar está agitado. – hesitei.
- Prometo que te protejo, vem? – ele ficou de pé e estendeu sua mão.
Ele tirou seu short, e eu fiz o mesmo, ficando só de biquini. A água estava gelada, e eu acabei saindo correndo.
- Sem condições, Luan! Você vai ter que me pegar. – disse contra o vento.
- Isso é um desafio? – ele vinha atrás de mim.
Corri o máximo que pude, minhas pernas se cansaram rápido, e Luan acabou me acalçando. Nós acabamos caindo, tendo a queda amortecida pela areia. Era impossível não rir. Ele estava em cima de mim e eu aproveitei para beijá-lo.
- A praia tá deserta. – seus olhos encararam os meus.
- Está falando sério? – arqueei a sobrancelha.
- Acha que estou brincando? – seu corpo pressionou o meu, e senti sua ereção na minha perna.
- Luan, vão flagrar a gente. Eu não vou fazer uma coisa dessas! – o repreendi.
- Tem certeza, Ana? Não tem ninguém aqui, e eu sei que você quer.
- Q-quero! Droga, você me faz perder o juízo.
- Quero que perca o juízo comigo. – ele desfez os laços de meu biquini, eu estava apreensiva com medo de alguém aparecer, porém bastou o seu toque na minha pele para que eu esquecesse qualquer coisa, simplesmente relaxei e me entreguei mais uma vez a ele.
{...}
O sol estava se pondo, estavamos quase indo embora, só que tia Mari insistiu para que sentássemos na areia por um instante. Ela apareceu com um bolo e velas faiscando em cima. Todos estavam cantando parabéns pra mim, me deixando emocionada. Apaguei as velas e fiz um pedido: queria que momentos como esse se repetissem o resto da minha vida.
Luan.
Era gratificante ver Ana feliz, eu quis registrar tudo, sabia que era importante pra ela. Meu celular tocou, interrompendo o momento. Quem seria em pleno domingo? Eu não reconhecia o número, mas decidi atender, podia ser importante.
- Alô? – falei firme e todos voltaram sua atenção para mim.
- Sr. Luan? – uma mulher estava na linha.
- Sim, sou eu.
- Tenho uma notícia grave para lhe dar.
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