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História Amor por acaso - Não volto atrás.


Escrita por: Dalis

Notas do Autor


Esse capítulo está babadooooo! Muita coisa vai acontecer! Se preparem

Capítulo 21 - Não volto atrás.


Ana.

O vôo do Brasil até a França tinha sido uma tortura. Eu simplesmente não conseguia sossegar na cadeira, altos enjoos tomavam conta de mim, e eu não conseguia parar de pensar no que estava por vir. Uma criança, logo agora? É claro que vou amá-la com todo meu coração, porém tenho tanto medo, não sei como vou cuidar de um bebê tão cedo, e os meus planos? Minha carreira como modelo que mal tinha começado, meu desejo de estudar... Eu deveria ter me prevenido.

Mas também sei que devo parar de reclamar, é o maior presente que eu poderia ganhar de Luan. Estou no hotel e pedi ao Frank que me deixasse ficar num quarto reservado, tudo que eu queria era agora era um momento de privacidade. Minhas costas estão doloridas por ter passado tanto tempo sentada e apesar da temperatura aqui ser congelante, eu solto a toalha que envolve meu corpo quando saio do banho e me olho em frente ao espelho. Quantos meses, semanas eu devo estar? Será que é um menino ou uma menina? Essas perguntas começam a tomar conta da minha cabeça. Minha cintura está mais larga, mas não é nada que se dê pra perceber muito, minha barriga não está avantajada, só há um pequeno volume na região central dela. Eu simplesmente não tinha cabeça pra responder as mensagens de Luan, Bruna e Tia Mari. Apenas disse que tinha chegado bem, enviei uma foto da vista do meu quarto e disse que os amava, sentindo meu coração apertar. Dormir agora era a melhor coisa que eu poderia fazer. Deito na cama e me cubro com o edredom, como é estranho dormir sem Luan me envolvendo ou cantando algo no meu ouvido. Inesperadamente, meu celular toca e eu atendo.

- Comment était le voyage? – não reconheço o sotaque.

- Oi? – estou confusa.

- Como foi a viagem, maninha? – Henrique faz graça do outro lado da linha. É um alivio falar com ele.

- Eu tô perdida, Henrique! – desato a chorar.

- Perdida? Está em alguma rua esquisita ou no saguão de um aeroporto que não seja brasileiro?

- Não é esse tipo de “perdida.” – engasgo com meu choro. – Eu tô grávida.

Há um breve silêncio, a única coisa que ecoa são minhas lágrimas e a respiração dele no telefone.

- Bom, parece que temos uma mamãe por aqui. Parabéns, Ana. – sua voz está firme, eu não lembro dele ter falado tão sério comigo assim antes.

- Eu tô com tanto medo!

- Luan já sabe?

- Não, não conta, por favor. – peço.

- Calma, não vou dizer nada.

- Um filho, Henrique. Uma responsabilidade imensa! Eu tenho medo de ser como a minha mãe, eu sei que ela se esforçou por mim, mas todo mundo sabe que não foi o bastante.

- Eu pensei que você quisesse ser mãe. – ele me responde.

- Eu quero, e vou ser. Só não digeri que vai ser aos vinte e um anos, quando a minha vida começa a entrar nos eixos.

- Não se sinta assim, você só está assustada. Sabe que tudo dará certo, você tem um cara que te ama e tem a mim, sou seu irmão, lembra?

- Claro. – fungo. – Eu realmente preciso descansar, estou exausta. Te amo, Henrique.

- Amo você! Se cuida, e cuida desse bebê.

 

 

Luan.

Três dias depois.

Desembarco em Paris depois de dois vôos atrasados. Ana está diferente, ou talvez seja apenas o estresse de trabalhar. Três dias longe foram o suficiente pra me fazer pirar, perder o sono, tudo ficou sem graça. Estou cansado, porém tudo que eu quero é chegar logo no hotel em que ela está e a pedir em casamento. Será que ela vai aceitar? Preciso que ela seja minha... Peço um táxi, o fuso horário me atrapalha, porém sei que é de madrugada. Nem assim a cidade se acalma, as luzes estão acesas, há pessoas caminhando tranquilamente.

 

Ana.

Como se não bastasse o frio desagradável, eu ainda tive que suportar os enjôos e inúmeras sessões de fotos. Como Luan me fazia falta... Eu não queria parecer diferente com ele, mas não sabia como reagir. Pelo menos tentei me alimentar direito esses dias, tinha alguém dentro de mim que precisava disso. Essa viagem estava sendo uma tortura, já estava agradecendo que hoje seria o último dia. As meninas me acharam estranha, eu não queria dar na cara, então acabei aceitando a proposta delas de sair pra conhecer a cidade, e beber alguma coisa. Elas estranharam mais ainda quando eu só tomei água. É de madrugada quando volto pro hotel, passo pelo corredor e encontro Frank completamente alcolizado.

- Chegou quem tava faltando. – ele vem para cima de mim e recuo. Está fora de si.

- Frank... Você bebeu. Sou namorada do Luan, esqueceu? – digo apressadamente.

- Tô nem aí, você precisa me ajudar. Você vai me ajudar.

- E se eu não fizer? – o desafio. Começo a ficar nervosa.

- Quer perder seu emprego? – ele chantageou.

- Eu...Eu...

- Ou você faz, ou perde o emprego. Tem umas quinhentas meninas se matando para estar no seu lugar. – estremeço quando ele alisa meu cabelo.

- O que quer, afinal? – pergunto.

Ele explica que quer que eu o leve até o quarto de uma das meninas, a Mari, e não conte nada a ninguém. Respiro aliviada quando vejo que é só isso que ele quer de mim. Frank se apoia até demais em mim para caminhar, uma de suas mãos agarra minha cintura firmemente.

- Tá, eu vou te levar pro quarto.

 

Luan.

Meus olhos não querem acreditar na cena que tô presenciando e nem nas palavras que tô ouvindo. O que é isso? Ana e Frank conversam intimamente, próximos demais e ela nem sequer o afasta. Escuto um pouco da conversa de longe, principalmente a parte que ele ameaça seu emprego se ela não fizer algo, e quando ela responde dizendo que vai levá-lo para o quarto. É isso? Ana está me traindo com esse cara, por causa desse maldito emprego de modelo que eu consegui para ela? Tudo dói dentro de mim, uma dor avassaladora.

- Estou atrapalhando alguma coisa? – pergunto com raiva quando ela dobra o corredor e vem na minha direção, com ele agarrado ao corpo dela.

- Luan. – sua voz sai quase inaudível. – O que está fazendo aqui, amor?

- Amor? – sorrio ironicamente, porém o que quero é chorar. Nunca tinha feito isso por mulher nenhuma antes.

- Você precisa me ajudar. – ela pede.

- Quer que eu participe de um sexo a três? Francamente, Ana. Eu esperava qualquer coisa de você, menos isso.

- Sexo a três? Do que está falando?

- Para de mentir pra mim! – grito alto, deixando a raiva transbordar. – O que cê tá fazendo com esse cara? Você estava indo pro quarto com ele! Me traindo, Ana. A única pessoa que foi capaz de te ajudar. Como pode? – estou dilacerado.

- Pelo amor de Deus, está entendendo tudo errado.

- Não preciso entender nada, eu vi, eu ouvi. Só preciso sair de perto de você.

- Me deixa explicar! Eu te amo!

Dou as costas, pego minha bagagem, guardo aquela droga de caixinha com nossas alianças dentro do bolso e ela larga Frank no chão para correr atrás de mim.

- Me escuta, por favor. – escuto ela dizer enquanto caminho para a rua.

- Esqueça que eu existo, a partir de hoje está morta para mim. – sou duro nas palavras.

- Luan! – seu grito dessa vez é diferente, entro novamente num táxi e pela janela do carro a vejo caindo de joelhos na escadaria do hotel, chorando e com as mãos pressionando a barriga. Apesar de não entender, não volto atrás. Foi tudo em vão, ela me fez de trouxa. O que eu faria sem essa mulher agora?


Notas Finais


Me digam o que acharam, vcs teriam essa mesma reação do Luan?


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