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História Amor por acaso - Você não é um homem


Escrita por: Dalis

Notas do Autor


Olha eu aquuuuuui! Como estão? Gente, me deem ideias para a fanfic! quero saber a opinião de vocês

Capítulo 23 - Você não é um homem


Ana.

Tomei um banho gelado e vesti uma calça com uma blusa de moletom. Meu enjoo havia melhorado após eu ter dormido um pouco, aliás, eu só conseguia dormir. Era estranho andar pelo meu antigo colégio e ver como ele tinha mudado, se transformado num convento. O lugar onde eu passei tantos momentos com Henrique estava cheio de moças da minha idade. Não parecia um convento, parecia um lugar onde essas meninas se refugiavam, parecendo que tinha seus corações quebrados. É, eu tinha algo em comum com elas.  Eu estava instalada num quartinho pequeno, pelo menos não precisaria dividir com ninguém. Alguém bateu na porta e levantei para atender.

- Como está, filha? – tia Rute me olhou preocupada.

- Bem melhor, obrigada. – forcei um sorriso e no mesmo instante ouvi um choro de bebê ao longe. – Tem criança aqui? – questionei confusa.

- Venha comigo, preciso que veja algo. – ela estendeu sua mão e a tomei. Caminhamos entre corredores até chegar numa salinha que possuía uma vidraça transparente. Precisei conter minha reação ao ver aquela cena: havia dezena de bebês e crianças.

- Nós abrigamos esses anjinhos. – tia Rute começou a explicar, após perceber o modo como eu fiquei.

- Eles foram...? – não consegui terminar a frase e engoli em seco.

- Sim, foram abandonados. Cuidamos deles até aparecer alguém disposto a adotar, é uma situação delicada.

- Acho que lhe devo uma explicação. – comecei a falar. – Estou grávida, tia. Grávida e sozinha.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes e fechou os olhos.

- Deus sabe o que faz. Não recuse o seu presente. – ela me deu um sorriso doce e acariciou minha barriga.

- Estou perdida, como vou cuidar dessa criança? Estou tão apavorada. – tentei controlar meu choro. – Meu namorado me abandonou!

- É preciso ter paciência, passe alguns dias conosco e procure pensar numa solução. Eu tenho certeza que seu namorado te ama, afinal, ele está lhe dando o maior presente que uma mulher pode receber: um filho. Você por acaso pensou em doar o bebê?

Ouvir aquilo foi como um soco no estômago e me senti nauseada. Alguém com o meu filho e do Luan? Alguém o segurando no colo, o vendo crescer? Não, eu jamais deixaria.

- Em hipótese alguma. – minha voz saiu entrecortada. – Não aceitei bem de início, até fiz coisas que não deveria, mas ainda é meu filho. – suspirei.

- Entendo. – ela murmurou.

- Será que eu posso? – fiz um gesto com a cabeça apontando para a sala e ela assentiu.

Havia um bebê chorão num berço improvisado, já outras crianças brincavam numa rodinha, enquanto outros nenéns estavam tomando banho ou comendo. Aproximei-me do berço, ele era tão lindo... Senti uma vontade imensa de conhecer meu filho. Será que ele pareceria comigo ou com o Luan?

- Ei, shhh. – o peguei no colo, meio sem jeito. Ele deveria ter uns dois meses e parecia se adaptar com o contato entre nossos corpos. – Sabia que você é um meninão zangado? – falei baixinho e o choro dele começou a cessar. Ele me olhava com aqueles olhinhos redondos e a pele branquinha. – Era colo que você queria?

O acalentei por mais uns minutos até ele pegar no sono e não me restou dúvidas, eu precisava, eu iria ser mãe. Com ou sem o Luan. Permaneceria mais uns dias aqui até ver o que faria com a minha vida, e quando estivesse me sentindo melhor, conversaria com Henrique. Por enquanto, meu celular ia continuar desligado.

 

 

 

Luan.

Eu já tinha ligado para todos os hospitais, abrigos, e até para o necrótério em busca da Ana. Meu Deus, como pude ser tão burro? Cometi o maior erro da minha vida e provavelmente irei perder a mulher que eu amo por causa disso. Estou cansado, minha cabeça lateja e antes que eu possa me jogar no sofá, a campainha toca. Eu não queria ver ninguém que não fosse a Ana. Abro a porta e me deparo com Henrique.

- E aí, cara. A Ana tá aqui? O que aconteceu com o celular dela? – ele tinha um olhar preocupado.

- Está brincando, né? Eu pensei que você soubesse dela! Você é o melhor amigo dela. – disse.

- Eu estava viajando, e o namorado dela é você.

- Não. Eu terminei e estou maluco atrás dela. Fui atrás dela em Paris para pedi-la em casamento e interpretei uma cena errada, Ana estava levando o chefe dela pro quarto, o que eu poderia pensar?

- O que você fez? – a alteração na voz dele era perceptível e ele fechou os olhos com força.

- Nós discutimos, não deixei ela se explicar, tenho a impressão que ela passou mal lá e eu..

- Você o que?

- Eu apenas a deixei pra trás. Sei que fui idiota! Estou arrependido, preciso tê-la de volta, pedir desculpas, fazer qualquer coisa.

Fui acertado com um soco no rosto e fiquei meio zonzo. Henrique tinha partido para cima de mim.

- Como faz uma coisa dessas? – agora ele estava gritando e para me defender, eu também o acertei, fazendo com que nós dois caíssemos no chão.

- Eu tô arrependido! Vou encontrá-la!

- Se o pior acontecer com a Ana, vou fazer com que se arrependa pro resto da vida. Eu sabia que não cuidaria dela! Ana morria de medo de se machucar, não merecia um babaca que nem você.

- Eu cuidei dela! As pessoas também erram, ninguém é perfeito, amo a Ana mais do que qualquer coisa. – expliquei enquanto continuavamos numa troca de socos.

- Eu também amo a Ana mais que qualquer coisa! Eu cuidei dela quando a mãe dela morreu, a vi crescer, não estava pronto pra entregá-la pra um idiota.

- O que?

- Você não é um homem, Luan, você é um covarde. Como tem coragem de abandoná-la desse modo quando ela está nesse estado?

- Que estado? Está me deixando confuso. – tinhamos saído um de cima do outro e minha boca ardia, enquanto um filete de sangue escorria do meu nariz. Henrique tinha um olho inchando.

- Ana está grávida! Esperando um filho seu, pensei que já soubesse.

Fiquei mudo.

- Não sabia? Que bom, quero que fique com mais esse peso na consciência. Vou encontrar a Ana e garantir que ela nunca mais chegue perto de você.



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