Luan.
- Então é hoje que eu vou te fazer minha pra sempre? – acordo Ana pronunciando isso no seu ouvido e ela me dá um sorriso tímido.
- Já sou sua, só vamos oficializar. – ela respira fundo. – estou tão ansiosa. A gente vai casar, saber o sexo do bebê, acho até que tô sonhando.
- Não é sonho, amor. É só o começo da nossa felicidade. – digo e meu celular vibra. É meu pai, ele está me esperando, preciso deixar Ana se arrumar.
- Luan, vai logo. A única que pode se atrasar aqui sou eu. – ela brinca e me expulsa do quarto.
- Te espero no altar. – sorrio.
- Vou estar lá, de branco e com um barrigão.
Ana.
Bruna queria fazer uma festa na qual parasse a cidade toda, mas eu não quis. Como eu não iria me produzir tanto, pedi um tempo para ficar sozinha com meus pensamentos. Uma maquiagem leve, a ajuda do dia ensolarado e um enfeite no cabelo seria o suficiente. A coisa mais bonita estava dentro de mim. Meu coração fica apertado quando lembro da minha mãe, estou feliz e triste ao mesmo tempo. Vou casar com o homem da minha vida e ela não vai ver, nem o Henrique... As lágrimas molham meu rosto numa velocidade incontrolável e digo pra mim mesma que não é um momento para chorar.
- Filha? Sei que pediu alguns minutos, mas eu realmente preciso lhe entregar algo. – tia Mari entra no quarto.
- Está tudo bem. Só estou emotiva demais.
- A gravidez a deixa mais sensível, e sei que está lembrando da sua mãe. É por causa dela que eu estou aqui.
- Como assim, tia?
Ela abre uma caixa e tira uma tiara cravejada com algumas pérolas.
- Uma das últimas coisas que sua mãe me pediu foi para que lhe desse isso no dia do seu casamento.
- Como...?
- Pertence a várias gerações da sua família. – ela me explica. – Venha, deixe eu colocar em você.
Sento de frente para o espelho e permito que tia Mari manuseie meu cabelo do jeito que ela quiser. Ela tem prática, e em poucos minutos a tiara cintila no meu cabelo loiro. É tão linda que não consigo dizer nada, apenas a abraço, como se tivesse abraçando minha mãe. Aquele abraço dizia tudo. E era hora de terminar de me arrumar.
Luan.
Perdi o fôlego quando Ana começou a caminhar em minha direção, sendo guiada pelo meu pai. Ela estava radiante, de longe eu conseguia ver o brilho dos seus olhos. Os meus deviam estar brilhando também. Aquele vestido a deixava como uma verdadeira princesa, e evidenciava sua barriga para nos lembrar que nosso filho estava ali, crescendo por causa do nosso amor. Então lembrei do que ela falou mais cedo, sobre estar vivendo um sonho e tive que concordar, só podia ser sonho mesmo.
- Tem noção do quanto está linda? – minha voz saiu baixa quando ela chegou perto e me deu seu sorriso mais bonito. Mesmo com a maquiagem, suas bochechas ficaram vermelhas. Ela era linda atém sem graça.
Ficamos de frente para o padre que falou o quanto estava feliz por ver dois jovens encontrando o amor e gerando uma nova vida através dele. Era o mesmo padre que tinha feito o casamento de meus pais. Ele disse algumas palavras de encorajamento, disse que a vida de casado não é fácil, mas se tiver amor, teremos tudo e por fim, nos deu a vez de discursar um para o outro. Eu quis ser o primeiro a falar:
- Ana, nem nos meus sonhos mais lindos eu poderia pensar que iria encontrar alguém como você. Você tem tudo que eu não tenho em mim, e eu quero estar com você até o fim dos nossos dias. Quero gritar pro mundo inteiro que você é minha.
- Ai! – ela murmurou e em seguida riu, me deixando nervoso.
- Algo errado? – perguntei imediatamente.
- Não, amor. Só acho que nosso bebê é ciumento e não gostou da parte que você diz que sou só sua. – ela riu. – ele me chutou como se dissesse “desculpa, pai, mas ela é só minha”.
Todos na igreja riram e eu estava com uma cara de bobo. Acariciei seu ventre e voltei a falar:
- Eu te aceito como minha esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, todos os dias daqui pra frente. Prometo estar do seu lado em todos os momentos, porque amo você e nosso filho mais do que tudo.
Os olhos azuis dela marejaram.
- Luan, você foi a melhor coisa que me aconteceu. – ela respirou fundo. – Não sei o que eu estaria fazendo agora se você não tivesse aparecido. Obrigada por compartilhar sua família comigo e obrigada por me permitir ser mãe, eu prometo cuidar de vocês até o fim. Também te aceito como meu esposo, garanto que vou dar o meu melhor no nosso casamento. Quero envelhecer do seu lado, ver nossa casa cheia de netos. Amo você. – Ana deslizou a aliança em meu dedo e o padre nos declarou como casados. A puxei para um beijo intenso, mesmo na frente dos convidados, fazia tempo que eu não a beijava assim... era engraçado beijá-la com aquela barriga entre nós e no final, nós dois demos risada.
Ana.
Não preciso dizer que me sentia a mulher mais feliz do mundo, né? Estava quase completa, só faltava uma coisa. Aproveitei que estávamos na nossa festa que tia Mari preparou no jardim de sua casa e cumprimentei a todos junto com o Luan, ele não soltava minha mão por nada, estava mais carinhoso do que nunca e eu estava encantada com aquilo. Havia convidado várias amigas que fiz no período que estive no convento, algumas pessoas do tempo da escola que insistiram em perguntar por Henrique, e alguns da minha faculdade. Os amigos de Luan eram a maioria empresários que nem ele, e cada um veio nos desejar felicidade com aquele ar formal. Pedi um momento a Luan e puxei Bruna para uma conversa.
- Você não ia fazer uma surpresa sobre o sexo do bebê? Não estou me contendo mais, Bru. – eu praticamente implorei.
- Calma, cunhada. A surpresa vai chegar no momento certo, olha lá, o Luan tá te esperando pra cortar o bolo. – ela desconversou.
Luan e eu não éramos muito experientes em cortar bolos, acabamos nos atrapalhando várias vezes e quando conseguimos tirar uma fatia, o recheio estava completamente azul, coisa que nunca tinha visto antes. Luan me lançou um olhar e eu o correspondi.
- Será que é o que eu estou pensando? – sussurrei pra ele.
- Você acha que a Bruna fez isso? – ele respondeu.
Nós dois a procuramos no meio da multidão, e assim que ela encontrou nosso olhar, assentiu com a cabeça. Então eu tive a certeza, estava grávida de um menino. Meu menino e do Luan. Enquanto eu fiquei muda, Luan gritou:
- É menino! Oh meu Deus, nós vamos ser pais de um menino. – Luan gritou para quem quisesse ouvir. A felicidade dele estava estampada em seu rosto.
{...}
- Aí, tô cansada. – reclamei. Já tinha dançado com Luan, comido, jogado o buquê. O dia estava quente, meus pés pediram arrego em cima daqueles saltos, e o vestido pesado não colaborava em nada com o calor.
- Quer ir trocar de roupa, princesa? – Luan propôs.
- Essa é uma ótima ideia.
- Tá, então deixa eu ir com você. – ele disse, mas o impedi:
- Não, fica aqui na festa, ainda tem muita gente. Vão pensar besteira se nós dois sumirmos.
- Não seria ruim... – ele mordeu o lábio.
- Nem pensar, vou sozinha mesmo!
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