Depois de alguns dias no hospital, Germano ao receber alta, decidiu ficar mais um tempo em Angra ao lado da esposa e do caçula. E todos estavam felizes com sua rápida recuperação. Já a outra filha do casal, voltava ao Rio com o resto da família.
Em um determinado dia, uma visita inesperada chegava na mansão no Rio.
-Você aqui? -Estranhou ao abrir a porta.
-Oi, para você também -entrou na casa sem ao menos ser convidada- como vão as coisas por aqui?
-É, que surpresa. Bom, está tudo normal. O que lhe trouxe aqui, Sofia?
-Ah, que bom! -Sorriu- primeiramente eu vim visitar vocês, ué.
-Visitar? Pensei que a gente não fizesse mais parte de sua vida.
-Claro que fazem. E sempre farão parte da minha família! Você está sozinha, mana?
-Sim, estou.
-Hum…-sentou- se- cadê as meninas? O papai? -Olhou em volta.
-As meninas estão estudando. E o papai está em Angra com o Arthur e a mamãe.
-Poxa, estou com saudades deles.
-Sofia, não minta. Eu não sou tão idiota em cair no seu papinho.
-É sério! Pode parecer que não mais eu sinto falta de todos, daquela minha vidinha de antes.
-Olha, eu não estou afim de discutir com você.
-Ei, relaxa! Eu só vim ver como estão todos.
-Bom, agora você já sabe como estão. Já pode ir, né?
-Nossa que educada, hein!
-Sofia, o que você quer? Precisa de dinheiro? Você nunca apareceu aqui depois de anos e agora surge do nada. Quer algo, com certeza.
-É, que...as coisas se complicaram para o meu lado, sabe? O Rafa tirou a Karina de mim e eu não sei mais o que fazer.
-E o que eu tenho a ver com isso? Aliás, o que nós temos? Mais ainda assim, para ele fazer isso você deve ter aprontado alguma.
-Eu juro que não fiz nada. Ele quem terminou comigo sem explicar nada.
-Por que será, né?
-Eu só preciso que vocês me ajudem…
-Querida Sosoh, lembra quando você me disse que já era de maior e que quem decidia sua vida não era você mesma? Então, repito aqui, você já é de maior e decide o que fazer. Você sempre fez questão de ressaltar isso e não vai ser agora que eu ou até mesmo os meus pais vão te ajudar em algo.
-Nossa!
-Sofia, quem escolheu ter esse tipo de vida se afastando de todos nós foi você. Tudo bem, foi uma surpresa para todos ver a mamãe naquele estado, mas em nenhum momento ela nos abandonou em tentar fugir da situação. Mas, agora eu entendo o porque é fácil falar as coisas enquanto na verdade é difícil cumprir as palavras ditas- desabafou- e quer saber de uma coisa, eu preciso me arrumar para sair, se você puder...
-Sil, eu sei que errei bem feito e vacilei. Mas, estou arrependida demais por isso. É, acho que mereço ir embora mesmo. Obrigada por me ouvir.
-Imagina! -Sorriu.
Após essa visita inesperada de sua irmã, a Silvia não pensou duas vezes e telefonou para os pais contando a novidade. Ambos do outro lado da linha, só sabiam rir diante aquela situação, mas, pediram que a filha tomasse cuidado com essas visitas inusitadas.
~**~
[Lili] Estávamos passando um bom tempinho em Angra, não só para o meu marido se recuperar e sim para ficarmos um pouco longe de casa. Já que a nossa filha havia voltado com o pai das meninas e as coisas consequentemente se encontravam normal. E recentemente ela havia nos dito que a sua irmã estava atrás da gente, querendo ajuda por ter se separado do marido e da filha, sem motivos. Logo pedimos que a Silvia tomasse todos os cuidados do mundo com isso, afinal a gente não sabe o que ela seria capaz. Era uma quinta-feira ainda, quando o Vini mandou mensagem para o Germano, perguntando se eles poderiam passar o final de semana aqui em Angra, pois ambos queriam conversar com a gente a respeito do futuro deles e mais algumas coisinhas. Bom, nem pensamos duas vezes e exigimos que os dois viessem. Como de costume, em comemoração, resolvemos fazer churrasco somente para nós mesmos no sábado. Então, fomos às compras num supermercado próximo a nossa casa de praia.
-Amor, a gente podia ir ao shopping depois daqui né? -Sugeriu- o que acha de darmos o primeiro presente para o nosso mais novo netinho?
-Até que não seria uma má ideia, vamos sim. Nossa, você falou netinho...parece ter mais certeza do que a própria mãe -respondi- de onde saiu tanta firmeza nisso?
-Bom, tudo começou quando eu estava no hospital. Eu tive um sonho com os meus pais e em um diálogo com eles, ambos falaram que a família teria uma benção. Nisso apareceu a gente rodeado de crianças e um menino vinha em nossa direção e chamava a Silvia de mãe. Ah, tem um detalhe: ele parecia muito com a gente, com a cor dos seus olhos, minha pele...cabelos igual a da mãe e olhando mais perto parecia ser clone do pai.
-Wow! Você meio que previu o futuro, né? -Brinquei- até que seria legal, mais um menino na nossa família. Na verdade, lembra quando a Sílvia estava internada e sonhou que teria dois meninos a mais na família? Então um deles só poderia ser o nosso pequeno e o outro o baby dela.
-Sim, o Arthur vai amar. Ah, é! Caraca! Que loucura!
-Eu estava aqui pensando, a nossa família é meio louquinha. As sobrinhas são mais velhas que o tio e o tio um pouco mais velho que o sobrinho, que doideira.
-Né? Mas vamos combinar que isso é uma loucura boa.
-Parece novela.
-Sim!
Ainda estávamos no mercado, quando por acaso nos encontramos com a Sofia.
-Mãe, pai...Arthur- veio até nós.
-Ah, oi! -Respondi.
-Quanto tempo!!! -Me abraçou fortemente.
-É verdade, você sumiu faz quase cinco anos…-Ressaltou Germano.
-Poxa pai, pensei que me entenderia.
-Gente, vocês não vão brigar aqui no meio do mercado, né? -Questionei- e outra Sofia, nós estamos atrasados.
-É!
-Eu queria que vocês pelo menos pudessem me compreender e me apoiar nesse momento tão difícil que estou vivendo.
-Bom, até um dia. Passe bem! -Saudou meu marido.
-Até! -Completei
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.