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História Amor proibido - A marca de Grindelwald


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Olá, vim postar o segundo capítulo do mês.
Tenho alguns avisos a dar:
- Vou para a terra do meu avô no início do mês e lá não há internet. Vou levar um portátil para escrever, mas, mesmo que eu consiga ter um capítulo pronto lá, não poderei vir postá-lo antes de dia 11 ou 12 de Agosto.
- Dia 13 de Agosto vou partir para o Japão, onde ficarei muito tempo. Evidentemente que nada escreverei nessa altura, vou estar a fazer turismo. Volto do Japão só em Setembro onde serei recebida pelo início do ano lectivo. Portanto, vai ser uma épocazinha complicada, peço a vossa compreensão.
MAS
em compensação sou capaz de vir trazer-vos uns relatos bons sobre o incrível país do sol nascente. E sabem onde vou também? Ao "O Mundo Mágico de Harry Potter - Osaka". Vai ser super giro. Eu vou andar por lá sentindo-me uma Viviane da vida.
- O terceiro aviso é que a fanfic está quase a terminar. Postarei 2 capítulos + o epílogo e depois 5ª temporada finalmente. A 5ª temporada é bastante pequena quando comparada com esta (ao menos o esboço dela assim o dá a entender). Será a temporada da revelação, como gosto de a chamar.

Pois bem, dados os avisos, podem ler o capítulo!

Capítulo 32 - A marca de Grindelwald


Fanfic / Fanfiction Amor proibido - A marca de Grindelwald

Aos poucos o quarto foi clareando, conseguia ver com cada vez mais nitidez uma mancha horrorosa no tecto, provavelmente resultado de terem esmagado um insecto voador qualquer ali.

Resmunguei algo inaudível enquanto me voltava na cama, enterrando a cara na almofada, procurando escuridão para ver se adormecia. Em vão, e também já não tinha muito tempo para dormir, em breve seriam cinco da manhã, estava para apostar.

As minhas pálpebras doíam de não ter pregado o olho a noite inteira e a minha cabeça parecia ter sido enchida com toneladas de chumbo. A noite que se passara fora das mais desconfortáveis da minha vida.

Para começar, a cama aonde me encontrava deitado era bastante dura e estava mal feita. Também, algures no dormitório, havia um tipo que ressonava estrondosamente. Para finalizar o espectáculo, havia as patadas que Alexander desferia no beliche. O rapaz tem um sono agitado que só visto. Parece um cervo a fugir de um lobo. Deve sofrer de terrores nocturnos, ou algo de semelhante.

Permaneci com o rosto enterrado na almofada durante mesmo muito tempo. A falta de oxigenação conveniente estava a deixar-me tonto, mas pouco importava. Já estava uma lástima de qualquer das formas…

Pouco a pouco os alunos de Durmstrang foram-se alevantando. Ouvia bocejos e gente a espreguiçar-se em todo o meu redor. Conversas foram desabrochando aqui e ali, todos tinham as vozes roucas características de quem acaba de acordar e ainda nada bebeu ou comeu. Ouvia zípers de malões a abrirem-se, pertences a serem remexidos… Os mais madrugadores já se estavam a dirigir à casa de banho, com uma escova e pasta de dentes numa das mãos e com uma toalha e sabonete na outra.

Coloquei-me sobre os antebraços e olhei para a cama que estava posicionada ao lado da minha, que também era, como todas ali, um beliche de três andares. Um rapaz de cabelo castanho, rosto afilado e óculos grossos lia “12 Maneiras Infalíveis de Encantar Bruxas” deitado na sua cama e ainda tapado pelos cobertores. Arqueei uma sobrancelha, incrédulo. Quem conseguia começar o dia a ler? Sem dúvida este indivíduo deve ser uma espécie de versão masculina da Granger. A cama abaixo da dele estava vazia, o seu ocupante já estava de pé. A terceira cama, a contar de cima, tinha como dono um dos mais corpulentos rapazes que eu já vira na vida, daqueles que aparecem em cartazes a divulgarem uma marca de esteróides. Tinha um pijama completo vestido, contudo, os músculos eram tão definidos que quase arrebentavam o dito pijama. E aposto que gosta de se exibir de tal facto, pois de contrário teria comprado o número acima, onde já caberia sem problemas.

Finalmente, decidi levantar-me. Desci o escadote até chegar aos pés da cama de Alexander, onde me sentei. O meu malão perfeitamente novo e de pele estava ao lado do do garoto loiro, desfiado e com um borrão de chocolate perto da alça.

- Bom dia, Draco! – Cumprimentou-me Alex, com um sorriso. Estava deitado na cama e tinha os olhos semicerrados de sono. Se calhar também dormira mal. Mas ao menos dormira. Retribui o cumprimento de forma um pouco áspera, enquanto vasculhava nos meus pertences o material de higiene: a escova mágica que esfregava os meus dentes de forma automática até estes estarem perfeitamente limpos, a pasta de menta e hortelã, shampoo de alta qualidade, toalha de linho egípcio… Mas onde estavam os meus chinelos adaptáveis ao tamanho dos pés do portador? Eu não consigo acreditar que me esqueci deles em casa. E agora? Não vou para nenhum balneário sem eles calçados, ainda apanho uma micose. Ainda mais aborrecido, comecei a tirar todos os objectos do malão e a espalhá-los no chão. Ao levantar os olhos percebi que o tal vizinho possante me encarava com malícia, sentado na sua cama.

- O que procuras? – Ouvi Alexander perguntar, mas não lhe respondi. Estava concentrado em tentar ler nas íris turquesa do outro qualquer confissão que confirmasse as minhas suspeitas.

- Patrick, não vens? – Ouvi alguém de dentro da casa de banho questionar.

- Yeah… - Respondeu o “senhor músculos”, levantando-se por fim, após ter calçado um par de chinelos que não lhe pertenciam. Eram os meus chinelos. E ele tinha-os roubado do meu malão enquanto eu dormia.

- Ei! Esses chinelos são meus! – Exclamei, revoltado, antes que Patrick pudesse desaparecer nos balneários.

- Oh, eu sei! Muito obrigado por os teres trazido, são muito confortáveis e ajustam-se perfeitamente aos meus pés. Os meus estavam velhos e partiram-se há uma semana. – Sorriu, mostrando duas fileiras de impecáveis dentes brancos, que faziam lembrar, vagamente, uns de tubarão. – Vá, não me olhes assim! Estou nesta escola há sete anos, sou mais velho, por isso mostra-me respeito. Caloirinhos como tu são uma delícia para roubar. Ainda mais quando têm artigos tão… Interessantes. Olha-me isso… - Apontou para o frasco de shampoo caído no chão e citou o que estava escrito no rótulo, numa voz esganiçada: – “Shampoo deluxe para cabelos suaves e brilhantes”! Ora, vê-se à distância que és um filhinho do papai!

Lancei-lhe um olhar frio. Se queria espicaçar-me tinha que se esforçar muito mais.

- Deixa-o em paz! – Defendeu-me Alexander, pondo-se de joelhos na cama e puxando os seus lábios de forma a estes formarem um biquinho. Queria parecer ameaçador, mas ameaçador era o que menos parecia.

- E tu quem és? – Perguntou Patrick, prepotentemente.

- Alexander Deer! – Respondeu o loiro, que tinha, talvez, metade da altura de Patrick.

- Deer? Veado?! Oh, meu, um viadinho, que bonitinho! Quantas pilas é que já quiseste chupar desde que aqui chegaste? – E riu da sua própria piada estúpida.

- Não lhe ligues. – Tentei avisar, sussurrando para Alexander, porque, se ele continuasse a replicar, com certeza arranjaria problemas.

- Estás a defender o viadinho? Não me digas que também jogas no outro time, ó filhinho do papai! – Voltei-lhe as costas, após tê-lo olhado de cima a baixo com desprezo. Um olhar que herdara da minha mãe e que geralmente deixava as pessoas a sentirem-se como os insectos que eram.

- Nada disso, Patrick! – Voltou Alexander a dizer, abespinhado. Ele, com certeza, não tinha qualquer senso de auto preservação. Se estivesse em Hogwarts possivelmente seria seleccionado para os Gryffindor. Ou talvez para os Hufflepuff. De qualquer forma era idiota, investia no aluno mais velho como um rato bateria num gato. – Ele veio de Hogwarts onde namorou uma menina belíssima, mais gostosa do que qualquer uma na qual vás alguma vez meter as mãos. – Senti como se o meu coração tivesse coiceado dentro do meu peito. Revi toda a conversa que tivera com Alexander no barco. Não me lembrava de lhe ter contado sobre Viviane. Mas ele ali estava, afirmando a sua existência àquela besta.

- É Mr.Hook para ti, bichinha! Enfim, a conversa está agradável mas tenho que ir tomar banho! Vejo-vos depois, palhaços! – E com esta calorosa despedida entrou na casa de banho… Com os meus chinelos calçados, claro.

Ainda olhava furiosamente na direcção que ele seguira quando senti algo cutucar o meu braço. Era Alexander, que tocava com a ponta de um chinelo verde fluorescente no meu braço.

- Ei, podes ficar com estes, se quiseres! Eu tenho mais chinelos. De facto, tenho toda uma colecção de chinelos fluorescentes. – E parecia muito orgulhoso desse facto inútil. Aceitei os chinelos, não queria ter que andar descalço por um chão aonde passeavam um montão de pés imundos e cheios de fungos.

- Como sabias que eu tinha namorado uma menina em Hogwarts? – Inquiri, e a pergunta saiu da minha garganta mais com o tom de uma acusação que no de uma indagação.

- Inventei, só isso! Queria calar aquele metidinho e aquilo foi a primeira coisa que me passou pela cabeça. – Coçou a cabeça, timidamente, envergonhado por ver que me tinha deixado na defensiva. Ou seja, percebendo que fizera asneira. É tão bocudo como Blaise. E o que se afigura ainda pior é que revela o que não deve sem sequer ser preciso contar-lhe nada. – Mas fala, quem era ela, então?

- Eu prefiro não falar sobre esse assunto. – Cortei de imediato.

- Hum… Não queres falar sobre o porquê de teres saído de Hogwarts, agora tem essa garota misteriosa… És cheio de segredos tu, hein, Draco? – Comentou Alexander, mas parecia divertido. Provavelmente compara-me a um puzzle necessitado de ser resolvido. Só espero que não venha, no futuro, a tentar intrometer-se demasiado, coscuvilhando sobre a minha vida particular.

- Vou tomar banho. Vais ficar aí? – Alexander, que ainda estava de joelhos na cama, procurou os lençóis e cobriu a sua cara com eles até que só os seus olhos azuis se pudessem ver.

- Vou já, vou já, apenas dá-me tempo de procurar as minhas coisas também. – E, num salto, estava agachado junto do seu malão, onde esgravatava com energia, como uma toupeira a escavar um túnel.

O balneário do dormitório masculino de Durmstrang era como nenhum outro que eu já tivesse visto. Era largo, ou, ao menos, a forma como fora construído causava essa ilusão de óptica. Uma espécie de folhagem metálica decorava as paredes, parecia quase prata líquida a escorrer sobre pedras. À direita e à esquerda, encostados às paredes, viam-se lavatórios, que eram todos iguais, brancos e estreitos. E, por fim, a meio da divisão, erguia-se uma coluna que ia do chão até ao tecto e onde estavam enrolados dragões prateados cujas bocas estavam abertas, libertando água. Vários alunos estavam ali debaixo dos sofisticados chuveiros a lavarem-se, com calções de banho. Procurei um lavatório vago para pousar os meus pertences. Cada lavatório tinha do seu lado direito um cabide onde pendurar as roupas. Comecei a despir-me, e Alexander, que havia escolhido um lavatório ao lado do meu também começou a tirar a roupa, muito timidamente.

Os meus calções de banho, verdes com uma listra prateada e as minhas iniciais bordadas, eram completamente neutros, porém, os de Alexander, que tinham desenhados patinhos de borracha, com certeza chamariam indesejada atenção. E parecia que o rapaz tinha noção disso, porque estava com o rosto todo vermelho.

Fui a medo para debaixo de um dos chuveiros, aguardava que a água fosse gelada como neve acabada de derreter. Porém, fiquei agradavelmente surpreso quando percebi que o duche era morno.

- Ei, Draco! – Chamou Alexander. Mal o conseguia ouvir por causa do barulho da água, mas percebi que queria chamar-me a atenção para alguma coisa. Apontou para Patrick, que se lavava nas proximidades.

O tipo era realmente muito musculado. Agora que estava sem camisa dava para distinguir nele braços tonificados e um abdómen completamente definido. Lavava o cabelo claro com os olhos fechados, espalhando shampoo na cabeça, pelo que não me viu a observá-lo. Demorei um pouco a entender o que Alexander queria que eu visse, mas lá a achei. A tatuagem que tinha no peito. Uma linha, um círculo e um triângulo, a marca de Grindewald, dos talismãs da morte. Ela ali estava, a preto, bem evidente na pele clara e molhada de Patrick. Sorri para mim mesmo. Apesar de não estar bordada na sua roupa ou como penduricalho no estojo, ainda ali estava, gravada no seu peito, numa clara alusão às artes das trevas e ao feiticeiro negro. Se relatasse aquilo a algum professor com certeza chamariam Patrick ao gabinete do director. Se não o expulsassem, iriam obrigá-lo a remover a tatuagem ou a cobri-la com adesivos. Seria uma vingança fraca dado o que ele me fez, mas, uma vez que não tenho como puni-lo pelo facto de ele me ter roubado os chinelos (o regulamento avisava que éramos nós os responsáveis pelos nossos bens) terei que me contentar.

Desviei o olhar, fingindo que em nada reparara. Alexander, que não conhecia a subtil arte da discrição, continuou que nem um peixe, de boca aberta, a olhar para Patrick até o gigante se virar e lhe perguntar rudemente:

- Para onde estás a olhar, ó viadinho?! – Pegou num frasco de sabão, que, felizmente, era de plástico e não de vidro, e atirou-o à cara de Alexander. Ele ficou com o olho levemente inchado até ao fim do dia devido a este incidente. – Arranco-te o olho para a próxima!

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- Draco, não acredito que não viste, era a marca de… - Alexander engoliu em seco. – Grindewald. Estava tatuada no peito dele.

Estávamos os dois na cozinha, a preparar o pequeno-almoço. Como éramos novatos e, portanto, pouco familiarizados com a nova rotina e com o ambiente ao nosso redor, lá os xerifes nos tinham dado um desconto e nos deixado com uma tarefa fácil. Moer amoras para fazer compota. Quem diria que um dia eu, Draco Malfoy, me veria a fazer docinhos caseiros como uma empregadinha.

- É claro que vi, seu burro! Estava a fingir ignorância! Patrick não percebeu que eu vi a sua tatuagem, portanto, tenho uma arma contra ele. – Abanei a cabeça para os lados, espantado com a sua estupidez. – És um tolo e isso… - Apontei para o seu olho magoado com o almofariz com que estava a moer os frutos silvestres. – É bem-feita para ver se aprendes a ser mais esperto.

Acabei de fazer papa das amoras e afastei a mistela para longe de mim, irritado. Não avisei ninguém que tinha terminado a minha incumbência, ainda me arranjavam qualquer outra coisa para fazer, do jeito que são mesquinhos.

Os alunos movimentavam-se, de um lado para o outro, atarefados. Alguns amassavam o pão, outros atendiam aos fornos, outros fritavam bacon em frigideiras. Entre aqueles que estavam a amassar o pão, uma rapariga chamou-me a atenção. Precisamente porque era a única menina no meio de tantos moços, a socar o pão com mais força e com mais energia que qualquer um dos seus companheiros masculinos.

Ela era ruiva, tinha o cabelo preso num coque e debaixo de uma renda, como mandavam as regras. Tinha olhos verdes muito claros e feições bastante maduras. Era deveras atraente.

- É bem bonita, né? – Intrometeu-se Alexander com um sorriso. Olhei-o de esguelha e vi que havia genuinidade nas suas palavras. Eu chegara a achar que ele não se interessava realmente por garotas. Mas, bom, parece que afinal é homem também. Só é meio bobo mesmo. – E está a olhar para ti! – Era verdade. Ela limpava as mãos ao avental que tinha por cima das calças do uniforme e tinha os olhos postos em mim. Farinha rodopiava à sua volta como se fosse neve. – Vai falar com ela, vai, vai! – Incitou-me.

Avancei até lhe estar defronte.

- Olá! – Cumprimentou-me, com um sorriso modesto.

- És uma xerife? – Perguntei sem rodeios. Obviamente, espantou-se, não esperava uma abordagem daquelas.

- Não… Aquele ali é que é. Chama-se Frankling. Mas se estás com dúvidas também posso ajudar-te. – Mas eu não precisava da ajuda dela. Uma aluna comum não podia ajudar-me na vingança contra Patrick Hook.

- Obrigado, mas realmente preciso de um xerife.

Ela pareceu desapontada.

- Ok, qual é o teu nome?

- Draco Malfoy. – Respondi. Pensei que seria educado perguntar-lhe também qual era o nome dela, e, convenhamos, até é gira. Podia meter conversa com ela. Mas acabei por lhe voltar as costas e ir falar com o tal Frankling que ela me apresentara.

Falei-lhe da tatuagem que eu vira no peito de Patrick, aludindo às artes das trevas, ao feiticeiro Grindelwald. O xerife ouviu-me com toda a atenção, muito sério. Como eu desconfiara, o facto de Patrick se ter marcado daquele jeito infringia uma norma de conduta. Não explicitamente, mas era um atentado à moral.

Voltei para junto de Alexander, rindo interiormente como uma hiena, a tentar imaginar a cara de Patrick quando Frankling fosse confrontá-lo.

- Eu ouvi a tua conversa com a miúda. – Acusou-me Alexander, com um ar de reprovação estampado na face. – Não gostaste dela?

- Ela é interessante… - Admiti.

E a isto o garoto arqueou uma sobrancelha, percebia que algo estava errado. Durante todo o pequeno-almoço me importunou, tentando entender qual era o problema. As suas suposições iam das mais absurdas às mais acertadas. Foi um alívio quando teve que partir para as suas aulas, de terceiro ano. Naquele silêncio fiquei, bebendo uma chávena de café e comendo uma fatia de bolo de chocolate amargo, perdido nos meus pensamentos.

Para meu desafogo, Alexander parou de tentar descobrir os meus segredos e não mais me fez qualquer questão pessoal. A verdade é que tinha outras coisas com as quais se preocupar, problemas que eu, sem querer, lhe causei.

Naquela tarde estávamos, eu e ele, deitados nas respectivas camas, eu a escrever uma carta a Blaise e ele a praticar alguns feitiços, quando Patrick entrou desembestado no dormitório.

De imediato pus-me mais direito, e procurei a varinha que tinha largado debaixo dos lençóis, pronto para me defender. Com certeza Frankling já deveria tê-lo abordado. Contudo, não foi em mim que o rinoceronte descontou a sua fúria. Devido a ter apanhado o meu colega duas camas abaixo a olhá-lo durante o banho, achava que tinha sido ele quem o tinha denunciado.

- Ó viadinho, ouve-me cá, que tens na cabeça? Foste fazer queixinhas, foi? Achavas que eles te iam proteger de mim? Pois olha, palhaço, deste-te mal. Eles não descobriram a minha tatuagem. Porque olha… - Levantou a camisola vermelha do uniforme, mostrando o peito bem desenvolvido. Alexander ficou a encarar o lugar aonde antes estivera a marca de Grindelwald, completamente abismado. A pele estava clara e lisa, como se nunca tivesse sido picada.

Praguejei entredentes. O estrupício conseguira camuflar a tatuagem de alguma forma. Pensei que, ao ser apanhado de surpresa, não se mostraria tão hábil, que se deixaria armadilhar, mas subestimei-o.

- Não fiz nada! – Gaguejou o pobre Alexander, mas Patrick não acreditou nele.

- Ah, pois não! Se não queres apanhar a maior tareia da tua vida, então é melhor levantares-te e vires comigo. Eu estava mesmo a precisar de quem me fizesse um favorzinho. – Alexander, que não queria, como era evidente, ser espancado até não se poder levantar da cama, seguiu o mais velho para fora do dormitório.

Quando perdi os dois de vista permiti-me soltar um longo suspiro de alívio. Por pouco não queimei o meu próprio rabo. Sorte minha que Alexander foi feito alvo em meu lugar. Claro que sinto pena dele e que temo pelo que lhe irá acontecer, mas só o conheço há pouco menos de vinte e quatro horas, não criei com ele um grande laço de afecto. O miúdo lá parece gostar muito de mim, defendeu-me tão acirradamente de manhã, mas isso é lá com ele, não é? Não quero nem imaginar o que pode acontecer-me se eu me envolver demasiado em tudo isto. Tenho amor à vida, obrigado.

Molhei a pena em tinta e, após um momento de hesitação, no qual fitei com o coração apertado a porta entreaberta do dormitório, continuei a escrever a minha carta.

Alexander só voltou bem mais tarde naquela noite, já todos dormiam. Ouvi o seu colchão a estalar quando ele se deitou. Quis descer e perguntar-lhe o que ele tinha estado a fazer até àquela hora, mas estava tão cansado, tão cansado, que foi só em sonhos que lhe fui realmente falar.

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A segunda prova do torneio dos três feiticeiros teria início no dia seguinte. Harry, coitado, não tinha ideia de como iria realizar a tarefa, sobreviver uma hora debaixo do lago Negro. Estava com ele e com Robin na biblioteca, a pesquisar, mas o tempo escorria por entre os nossos dedos.

Ron e Hermione tinham sido levados por Fred e George, aparentemente a professora McGonagall queria vê-los e, sem a presença dos seus dois melhores amigos, o nosso campeão começava a entrar em desespero.

Por vê-lo de tal jeito, convidei Robin a vir pesquisar connosco, porque seis mãos sempre buscam melhor que quatro. E seis olhos sempre vêem mais que quatro. Harry tirou os óculos da cara e limpou-os à camisola suada. Não conseguia entender se ele estava com vontade de chorar de pânico ou se era o brilho da loucura aquilo que via nas suas íris.

- Obrigada, mais uma vez, por nos estares a ajudar, Robin. – Agradeci. Tentei sorrir mas a minha boca acabou por deformar-se num bocejo. Estava a ficar super cansada. Na verdade, eu ultimamente tenho andado sempre cansada, efeitos secundários de certa poção.

- O prazer é meu! Gosto de estar na tua companhia e, se este é o preço a pagar por isso, digo-te que não custa nada. – Ele era, de nós três, quem mais energético se encontrava, pelo facto de não ter passado os dias anteriores mergulhados em livros sobre o meio aquático. Tudo aquilo lhe devia parecer quase uma caça ao tesouro.

Do outro lado da biblioteca, duas raparigas, sentadas a uma mesa, encaravam-me. Uma tinha no rosto uma expressão horrorizada, amedrontada, a outra fulminava-me enraivecida. Desde o dia que amaldiçoei Pansy tenho vindo a receber daqueles olhares, muitos acham-me perigosa. Mas os meus amigos, Harry, Ron, Hermione, Ginny, Makenna e Robin, não me abandonaram, e isso é o que importa realmente.

- Sabes o que aconteceu à Pansy? – Perguntei para Robin, sentindo o estômago contorcer-se de forma desconfortável. Sentia-me culpada por quase ter morto a garota. Ela era uma víbora, mas…

- Ouvi dizer que foi transferida para St.Mungus, mas não sei se são só rumores… - Engoli em seco. Que sequelas eu deixara em Pansy? Eram tão graves que exigiam a intervenção hospitalar? Robin notou o meu abalo porque defendeu-me de mim mesma prontamente: – Viviane, tu não tiveste culpa do que aconteceu. Foi um acidente, estou certo? E já tomaste medidas para que não volte a suceder algo de parecido. – «E que medidas», podia acrescentar. A poção que Snape me fazia tomar todas as semanas era como um veneno.

Às oito, hora de fecho da biblioteca, Robin deixou-nos para ir para a sua sala comum. Eu e Harry seguimos para a torre dos Gryffindor. Sentámo-nos numa das desordenadas mesas, Harry requisitara da biblioteca uma montanha de livros que eu o ajudara a carregar. Fanático, desesperado por uma solução, revirava páginas quase sem as ver. Crookshanks subira-lhe para o colo, e dormitava satisfeito, a sua cauda peluda varria o ar: esquerda, direita, esquerda, direita. Panty, por sua vez, decidiu antes pôr-se aos meus ombros, de onde tinha uma vista privilegiada. Ao fim de algum tempo cansou-se de nada fazer e foi caçar ratos para o exterior.

Não me lembro de ter adormecido. Num momento estava ali, sentada, com Harry, folheando livros, e no outro percebi-me deitada, em cima de alguma coisa e com um cobertor a cobrir-me. Havia luz e alguém me abanava insistentemente. Era Ginny.

- Viviane, Viviane, acorda! A prova já começou! – E foi esta frase final que me colocou, por fim, de pé. Ainda abananada do sono, olhei em volta para reconhecer o local. Estava na sala comum, tinha-me acabado de levantar de uma das poltronas perto da lareira, fazendo o cobertor que me resguardava cair para o chão.

– Como eu vim parar aqui? – Perguntei a Ginny.

- E eu sei lá! Eu fui para as bancadas, para assistir à segunda prova. Mas faltava lá gente conhecida. O Ron, a Hermione, e depois tu também não aparecias... Portanto, voltei para aqui para ver se encontrava alguém. Quero dizer, claro que só vim depois da prova ter começado. Porque, convenhamos, não queria perder o início. Ai, ai, tonta, vem daí, temos que ir antes que aconteça alguma coisa interessante.

E puxou-me pela mão. A nébula que toldava a minha mente começou a dissipar-se, fazendo-me entender o que provavelmente tinha sucedido. Eu devia ter adormecido em cima da mesa e Harry, como não podia levar-me para o dormitório, carregou-me até à poltrona, aonde eu ficava mais confortável, e cobriu-me. Foi meigo da parte dele. Mas… Se a prova já tinha começado…

- Ginny, o Harry está bem? Ele conseguiu entrar no lago? – Era difícil falar e correr ao mesmo tempo, estava sem fôlego quando chegámos ao final da escadaria.

- Sim, porque não conseguiria? Ele comeu alguma coisa e depois começou a entrar na água. Parecia um pouco hesitante, mas depois, depois ocorreu alguma coisa, eu estava um bocado longe, mas pareceu-me que ele ficou com membranas nos pés e com uma espécie de guelras no pescoço. Mergulhou e foi aí que todos o perdemos de vista. Espero que esteja bem… Mas claro que deve estar. – Estava toda cheia de brio pelo rapaz de quem gostava. Tão entusiasmada se encontrava que nem se cansava a correr, enquanto que eu, a meio dos campos, já arfava e me curvava.

Mas alá que ao menos Harry conseguiu arranjar uma solução sozinho. Eu realmente começava a acreditar, lá pelas onze da noite, que desta vez ele teria que se render. Que teria que dizer aos juízes que não tinha conseguido desenvencilhar-se.

Finalmente chegámos às bancadas, atolhadas de gente. Elas elevavam-se em direcção ao céu, eram as mesmas que tinham sido montadas para que assistíssemos à primeira prova, reconhecia os padrões dos toldos. E, numa bancada revestida de uma toalha dourada, estavam sentados os juízes.

Como já não tínhamos lugar tivemos que ficar de pé perto do gradeamento, mas Ginny não parecia estar chateada com o facto. É que, assim, pelo menos estamos mais perto do lago, embora tenhamos uma pior vista.

A corrida, aliada aos efeitos nefastos da poção que ingerira há poucos dias, deixara-me nauseada. Pousei a testa no corrimão fresco, tentando recuperar alguma lucidez. Não queria vomitar outra vez. Estava, contudo, a ficar bastante habituada ao ato de atirar o conteúdo estomacal pela boca, o que estava longe de ser algo bom. Madame Pomfrey até me receitara um remédio para a garganta arranhada, que eu tinha, sinceramente, medo de tomar.

A partir da explicação de Ginny pude perceber que, na verdade, o que os campeões tinham que resgatar não eram objectos, mas sim pessoas. Quem mais prezavam, quem lhes era mais querido. Portanto, Harry teria que ir buscar Ron. E Hermione… Hermione seria resgatada por Krum.

- Oh, ainda bem que o Ron está lá embaixo. – Desabafou Ginny. – Se ele aqui estivesse estaria a roer-se de ciúmes por Hermione ter que ser salva por Krum. Era capaz ele mesmo de pular no lago só por birra.

E nisso tinha que concordar.

- Olha, Fleur Delacour está ali, junto dos juízes. Ela já voltou? – Apontei para a jovem de Beauxbatons, que estava enrolada numa toalha. Voltava as costas ao público, parecia envergonhada e não parava de remexer no cabelo. Podia também estar a limpar discretas lágrimas.

- Sim, mas não conseguiu resgatar o seu refém. Foi atacada por Grindylows e tiveram que a tirar de lá. Foi recebida com palmas, ainda assim, mas houve vaias de algumas pessoas. Conseguem ser tão más… Ela merece todo o nosso apoio, tentou, foi corajosa. Mas há sempre estúpidos…

A jovem parte veela caminhava de um lado para o outro perto da berma do lago. Chamava baixinho alguém, suponho que o seu refém que lá ficara nas profundezas. Mas claro que Dumbledore não irá permitir que algum mal suceda a quem quer que seja que lá esteja preso. A preocupação era, porém, inevitável.

O tempo arrastava-se. A empolgação das pessoas diminuiu até não quase não passar de um mito, embora Ludo Bagman se prestasse a fazer comentários divertidos. Então, algures, alguém gritou que faltavam cinco minutos para o tempo limite terminar e de novo todos os olhares, outrora aborrecidos, se voltavam para as águas paradas com ansiedade.

- E o tempo está quase, quase a esgotar-se, senhoras, senhores e jovens de todas as idades. Os nossos campeões devem estar a chegar, podem aparecer a qualquer momento. Será que conseguem chegar à superfície com os reféns? – Uma cabeça despontou da superfície do lago, Ginny guinchou, a multidão começou a gritar e a bater palmas. Nem sabiam quem era, mas era alguém, por isso a ovação era já dada previamente.

A cabeça veio a revelar-se ser pertencente a Cedric Diggory. Ele levou a sua protegida, Cho Chang, para a margem. Ela agarrara-se à sua cintura e parecia muito satisfeita. Ao serem retirados da água, logo foram inspeccionados por Madame Pomfrey. Ludo Bagman, empolgado, distribui-lhes toalhas, isto sem parar de relatar os acontecimentos.

- É Cedric Diggory que chegou! E em primeiro lugar! Excelente, excelente, mas excedeu o tempo limite por um minuto. Ora, rapaz, diz-me o que aconteceu… Diz que se perdeu! – Ludo riu. – Sim, sim, é natural! Opa, opa, e aí vem Krum!

Era de facto ele. Tinha a cabeça transfigurada na de um tubarão, era impressionante o efeito visual que aquilo provocava. Uma nova ovação por parte do público, especialmente por parte dos convidados de Durmstrang, recebeu-o. Hermione vinha com ele, parecia emocionada e, ao mesmo tempo, surpresa. Viktor, já com a sua cabeça normal, nadou habilmente até à margem, levando Hermione meio segura nos seus ombros.

- Oh, e Harry que não aparece! – Queixou-se Ginny, em bicos dos pés, tentando avistá-lo inutilmente.

Ludo recebia agora Krum, com pancadas nas costas e toalhas. Cedric parecia feliz por ter alguma privacidade, pôs-se a conversar com Cho. Estavam de mãos dadas. Krum respondia às perguntas do animado comentador, acanhadamente.

Harry demorou bastante para aparecer. Já todos murmuravam, já todos agoiravam. Ginny lançou um “Merlin, obrigada” quando ele finalmente apareceu, meio estabanado, carregando com um braço Ron e com o outro uma menininha com cerca de oito anos, com um longo cabelo platinado. Era lindíssima. Devia ser irmã de Fleur. Bem do estilo do Harry salvar reféns dos outros. Vinte seres subaquáticos também emergiram e acompanharam a travessia que Harry fez até à berma do lago com canções horrorosas, que quase não eram ouvidas por causa dos gritos e das palmas da multidão excitada. Fleur teve que ser segurada por Madame Maxime, queria à força toda lançar-se para a água, ao encontro da sua irmã. Quando por fim a teve nos braços abraçou-a ternamente e, pela forma como falava com Harry e Ron, parecia estar a agradecer-lhes.

Ludo Bagman anunciou a pontuação dos campeões. Fleur teve vinte e cinco, Krum quarenta, Harry (pela fibra moral demonstrada) quarenta e cinco e Credic obteve a pontuação mais alta, quarenta e sete pontos.

Quando finalmente toda a azáfama amainou e os campeões e respectivos protegidos foram libertados da área reservada a eles e aos juízes, fomos ver Harry.

Ginny literalmente saltou sobre as grades para chegar primeiro que os outros e poder trocar com ele uma palavra ou duas, porque, depois que o rapaz fosse apanhado pela multidão, conversas seriam impraticáveis durante as horas que se seguissem.

Vinham Cedric e Cho, à direita, depois Krum e Hermione, então Ron que tinha o rosto todo vermelho e olhava com fascínio para Fleur, no meio Harry, que tinha agarrada à cintura a irmãzinha de Fleur, e finalmente, a própria.

Abracei Harry ternamente, senti o seu cabelo molhado a bater-me na cara. Quando me afastei dele, notei que a menininha tinha-se agarrado à minha cintura, e olhava-me com uns límpidos e redondos olhos azuis.

- Gabrielle, afasta-te dêla! – Ralhou Fleur, puxando-a pela camisola para longe de mim. Olhei-a, um pouco chocada. O que tinha eu feito de mal? É certo que desde o primeiro dia que aqui chegou sinto que desgosta de mim por algum motivo, mas não compreendo qual.

- Viviane não irá fazer-lhe mal. Ela é minha amiga. – Garantiu Harry, também incomodado com o ambiente pesado que Fleur insistira em criar entre nós duas. A Francesa parecia envergonhada com a intervenção de Harry, que ela agora tinha em grande consideração por ele lhe ter salvo a irmã. Assim, não teve outro remédio que não desculpar-se.

- Peço perdon pela indelicadezâ. É que mes ancestrais e os dêla non se dão bem, semprre foi assim, semprre será. – Demorei algum tempo a entender o significado do que Fleur havia dito, o sotaque carregado dificultava a minha compreensão.

- Os nossos ancestrais? – Repeti, confusa. Lancei um olhar de esguelha em direcção a Harry que encolheu os ombros.

- Oui, Oui, és une mêia Alseíde, non? Está na cárra! Et je suis parte Veela! – Apalpei a minha cara, tentando entender o que Fleur via nela que eu não via.

- Desculpa, acho que estás a confundir-me com alguém…

Mas Fleur interrompeu-me, abanando a bela cabeça e dizendo em tom de lamento:

- Entendô que queiras esconder isso, se eu estivesse em teu lugar também ficaria envergônhada. Veelas sont bien melhores qui Alseídes, je sais! Mas pardon, fui rude! Non era motivo para ter sido desagradável avec toi!

E nesse momento tanta gente começou a chegar, e tanto era o barulho que faziam, que não pude trocar qualquer outra palavra com a campeã de Durmstrang antes de esta ser engolfada pelo mar de gente. Ficou-me aquele nome na cabeça: Alseíde.


Notas Finais


E aí?
Deixem-me a adivinhar: já estão com as abas da wikipédia abertas a pesquisarem o que raio são Alseídes XD
Antes de mais nada não se fiem em TUDO o que encontrarem sobre as Alseídes, porque eu tenha a minha própria versão delas, com algumas características diferentes, como é evidente.
Existem no (meu) mundo de HP três tipos de ninfas: Veelas (do ar), Náiades (das águas) e Alseídes (terrestres). Como deu para perceber existe uma certa rivalidade entre os vários tipos de ninfas.
E aparentemente Fleur (que é parte Veela) acha que a Viviane é uma meia-Alseíde. Será? Porque será que ela acha isso?

Foi estranho descrever a segunda tarefa estando fora do lago kkkk
É que no original a história segue o Harry, portanto não víamos a coisa como se fôssemos um espectador.

Quem por aí ainda está a torcer para que Pansy morra em St.Mungus? Aliás, porque está ela em St.Mungus?

E agora vamos falar da vida do Draco em Durmstrang. Como já vimos ele ganhou um rival, Patrick Hook (pequena homenagem a Patrick Stump dos FOB, embora em nada eles se pareçam). O que acham que Patrick obrigou o Alexander a fazer?
E essa ruiva aí? Será que o Draco vai ter alguma coisa com ela?
Alguma teoria de como a tatuagem do Patrick aparece e desaparece? (É, ao mesmo tempo, muito óbvio e pouco óbvio)

Ah, aqui está o uniforme de Durmstrang:
http://pa1.narvii.com/5870/2bbaedcb6c4435c2a04c31954a2faf5be6f4265c_hq.gif

Até Agosto, meus Potterheads! Tchauzinho!

Música capitular: Fairies ~ Celtic Women


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