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História Amor Proibido - Apenas Minha


Escrita por: Darklicious10

Notas do Autor


Oláááá galerinha! aheuhuahua Tudo bem? Obrigada por terem esperado, gente! Notas finais são importantes!
Me desculpe os erros! Eu não editei, e o final foi ás pressas porque tô morrendo de sono, mas espero que gostem. Me desculpe se o capítulo saiu muito grande ou muito pequeno


BOA LEITURA!

Capítulo 48 - Apenas Minha


Fanfic / Fanfiction Amor Proibido - Apenas Minha

 

 

 

 


          A noite passara rápida para o casal porém a madrugada era uma criança. Bill perdera noção de quanto tempo havia passado naquele quarto. O silêncio do local era rompido apenas com palavras desconexas de uma Brenda adormecida, suspirar apaixonado de Bill e alguns carros que passavam pela ruazinha frente ao hotel. Ele estava em transe, apaixonado, louco, olhando abobado para sua amada de madeixas vermelhas que dormia, algumas vezes um carente e tentador 'Bill' escapava baixinho entre os lábios da ruiva e ela sorria, fazendo-o delirar de desejo. Era um amor puro e reconfortante, mas ao mesmo tempo chamas em gasolina e Bill tinha certeza de que não queria mais fugir das labaredas e faíscas que sua fênix rebelde emanava. Ele desejava se queimar, derreter, fervilhar até poderem virar um só. Tinha certeza de que estava louco mas sentia-se vivo, sentia-se  assim perto daquela mulher, sentia-se assim desde a boate qual Georg o arrastou para ir. Desde ali seus pensamentos não tinham outro foco, não tinham outra ambição e como fora tolo e negar aqueles sentimentos. Sua aluna rebelde, sua garota louca,ali, a sua frente, e ele desejava ver aquele corpo e quele sorriso todos os dias de manhã, tarde e noite sem intervalo de tempo. Com esses pensamentos Bill mordia os lábios na penumbra do quarto, levantando-se.

 


- Tão perfeita... -- Disse ele novamente, alisando os cabelos da jovem e depositando mais um beijo em sua testa. Perdera as contas de quantas vezes fizera isso naquela madrugada. Bill Sentou-se novamente na poltrona que pôra do lado da cama da moça, analisando-a, zelando pelo seu sono. -- Três e quarenta e cinco da manhã -- Disse baixo olhando a tela do seu celular.

 


    E assim a madrugada corria num singelo hotel de Leipzig, guardando ali, talvez, um pecado maior que os dois poderiam esconder: Um professor perdidamente apaixonado, uma aluna disposta a tudo para ficar com o mesmo e um cúmplice irresponsável que apoiava tal crime. Bill franzia o cenho a cada pensamento negativo que lhe vinha furtivamente a mente mas nos seus lábios um sorriso doce se mostrava: estava feliz. Preocupado, porém, feliz. Ali estava o seu Amor Proibido, sua menina rebelde que odiava a matéria que ele lecionava. A menina que o ama. Oh, ele sabe disso. Ele vê! Brenda, além do forte cheiro de bebida, exalava saudades, exalava amor, exalava... ele. Como se a existência da menina dependesse dos seus beijos e Deus sabe como ele ficou surpreso ao ver isso tão explícito estampado no rosto angelical da jovem, e naquele momento ele soube que nunca, jamais permitiria que tal amor fosse desperdiçado; ele não poderia, a ama mais do que já amou qualquer pessoa na vida. Seus olhos já não escondiam mais aquele sentimento tão recíproco! E, oh, ele sabe como sofreu sem a sua menina, ele sabe como suas noites terminavam quando chegava daquela maldita escola e não a via; sentado na poltrona da sala da sua casa, bêbado, depois de muito ter ligado para seu número e a mesma não atendido.

 


     Balançou a cabeça espantando tais lembranças, ainda não era hora pra mexer naquela ferida, Brenda estava ali na sua frente depois de ter implorado para que ele ficasse, dormindo tranquilamente. Ela sorria sem parar, parecia sonhar com algo bom e, vendo seu sorriso tão doce, ele sorriu novamente. Deus havia lhes dado uma nova chance e ele sabia disso e mesmo que tivessem que mexer naquela ferida que os separou por tanto tempo ele não a deixaria ir, e não iria a lugar nenhum também. Tendo certeza da veracidade dos seus desejos Bill passou os dedos pelos seus lábios relembrando o gosto da sua amada e tendo por lei um último pensamento passou pela sua cabeça: "Não a deixarei fugir mais de mim, minha doce aluna rebelde" e caiu num sono profundo, enfim descansando sua mente depois do longo e conflituoso mês que se passou.

 


-

 


       Ela sentia suas pálpebras pesadas assim como seu corpo, e surpreendeu-se quando seus olhos enfim se abriram. Olhou ao redor ainda deitada e constatou uma tremenda dor de cabeça e, logo mais, um fortíssimo enjôo revirava seu estômago. Levantou seu tronco sentindo o mundo girar 360 graus ao seu redor, sua visão desfocada e a boca sedenta por água. Brenda levantou-se ligeira derrubando a luminária na estante e aos tropeços e machudados correu a porta do banheiro, entrando e despejando tudo que estava no seu estômago na pia do banheiro. Sentia-se horrível, doente, exausta e jurou a si mesma que jamais beberia novamente. Bill acordou quando a luminária caiu, não surpreendendo-se ao ver uma cabeleira bagunçada ruiva ir rapidamente aos tropeços pro banheiro. Da porta ele via sua menina com as roupas curtas quais ele mesmo a vestira tendo a visão perfeito do traseiro arrebitado da garota enquanto ela se curvava aos vômitos. Espantando os pensamentos travessos ele pôs-se atrás dela fazendo um rabo de cavalo nos seus cabelos com uma mão e alisando suas costas com a outra, beijando seus ombros e sussurrando que tudo ficaria bem. Longos minutos se passaram até Brenda escorregar seu corpo sobre Bill.

 


- Vou morrer... -- Choramingou baixinho colando seu corpo no homem atrás de si, pondo a sabeça no ombro esquerdo dele enquanto o mesmo rodeava seu corpo num abraço possesso.

 


- Vou cuidar de você -- Disse rouco roçando seus lábios no lóbulo dela enquanto arrepios involuntários percorria aquele corpo alvo. Brenda virou-se devagar ficando frente a Bill, alisando seus dedos no rosto dele, olhando com tamanha admiração os cabelos um pouco abaixo do ombro do mesmo.

 


- Achei que estava alucinando -- Disse depois de minutos e as primeiras gotículas de lágrimas correram livre pelo seu rosto. Bill observou a pequena gota correr até finalizar no canto dos lábios vermelhos e voluptuosos da ruiva, qual ele dedicou total atenção ao limpar lentamente com seu polegar.

 


- Então estou tendo a miragem mais perfeita do mundo -- Ele disse mordendo o piercing da sua língua, pensava como poderia sentir tanto amor por uma garota. Ela o olhou com um curto sorriso nos lábios e o abraçou fortemente, pondo-se a chorar no peito do homem qual ama, deixando a saudades sufocante se transformar em lágrimas e soluços.

 


- Eu pensei que nunca mais fosse te ver! Pensei que não me quisesse mais -- E chorou fortemente, sendo abafada pelo abraço do maior que a rodeou mais forte, depositando um longo beijo na sua testa. Uma lágrima sôfrega correu pelo seu rosto, Deus sabe como ele queria recuperar o tempo perdido num estalar de dedos.

 


- Eu também mein liebe', eu também -- Afastou-a um pouco vendo-a de nariz vermelho e olhos inchados -- Mas não vamos falar sobre isso agora. Vem, precisa descansar mais  -- E surpreendeu-a quando a suspendeu nos seus braços viril, caminhando de volta para o quarto e pondo-a na cama e a cobrindo. Brenda retira a coberta do seu corpo e segura o rosto de Bill com as duas mãos antes que o mesmo se levante.

 


- Mas eu...!

 


- Shhh! Querida...-- Ele roçou seus narizes e depositou um beijo casto no canto dos seus lábios -- Durma mais um pouco, depois falamos sobre isso. Prometo.

 


- Então dorme aqui comigo -- Ela pediu afastando os cobertores, o olhando com olhos suplicantes. Apenas ele sabe o que aquela situação fez nele, como ele queria cheirar aqueles cabelos e abraçar aquele corpo. Bill mordeu a língua antes de responder, sentia a saudades o prensar esmagadoramente. -- Igual aquele dia da enchente. Foi tão bom.

 


- Eu não sei se...-

 


- Por favor... Você não quer ficar comigo? -- E a sua frente ele viu Brenda Callengarii fragilizada, de nariz vermelho e olhos inchados, lágrimas escorrendo pelo rosto e suas mãos apertando ansiosamente a própria roupa. Como recusar algo pra sua menina?

 


- Deus sabe como quero, mein liebe -- Ele disse num suspiro e sorriu, desabotoando as próprias calças e deitando junto da garota, o clichê e agradável "conchinha", não deixando nem um fio de cabelo de espaço entre os corpos apaixonados. Ali ele se sentiu em casa, sentiu a luz solar mais linda e quente no meio das nuvens de chuva na sua cabeça.

 


- V-Você estava sem roupa naquele dia -- Ela disse baixinho e tímida, fazendo-o arregalar os olhos e suspirar pesadamente na nuca dela.

 


- Brendaaa -- Disse num tom repreensivo com os olhos fechados, sentindo o efeito daquelas palavras querendo lhe romper a sanidade. Ela sorriu baixinho e se virou para ele, escondendo seu rosto no peito do seu amado.

 


- Desculpe -- Sussurrou e se acomodou ali, inalando o cheiro do corpo do homem que roubara todo seu amor. Ali, sentindo-se confortável, sentiu um sono pesado e tranquilo chegar. Minutos antes de ser levada para o mundinho alternativo qual ela sonhava seu sussurro fora ouvido pelo maior -- Senti tanto sua falta, amor -- E dormiu. Bill a abraçou mais e beijou a ponta do seu nariz sentindo uma felicidade incomum lhe tomar todo o corpo.

 


- Eu também, meu anjo -- E aproveitou o fio de sono que se aproximava, enfim descansando sua mente e corpo do lado da sua alma. Ali, aluna e professor, homem e mulher, duas almas apaixonadas se conectaram novamente e a certeza de um futuro os aguardava: não poderiam, não aguentariam e não iriam se afastar novamente.

 


__

 


            Brenda resmungou um audível palavrão quando abriu seus olhos e fora cegada pela luz da varanda, se perguntava mentalmente porquê Bill havia deixado as cortinas abertas e num estalar de dedos se lembrou do que ocorrera na noite anterior e se levantou, varrendo os olhos por todo o quarto numa aparente aflição.

 


- Ele não está? -- Perguntou a si mesma enquanto abria a porta do banheiro. Nas suas roupas e narinas o cheiro impregnante de menta e cigarro predominava e teve certeza de que não havia tido uma alucinação. Arrancou qualquer peça de roupa das suas malas e fora pro banheiro tirando o pijama e entrando debaixo do chuveiro -- Bill quem me trocou? -- Perguntou a si mesma sentindo as bochechas arderem, "Porquê uma roupa tão curta?"

 


     Minutos depois estava agasalhada de coturnos negros, calça Jeas negra e um sobretudo da mesma cor, dando destaque aos cabelos ruivos e a blusa branca com os dizeres "Bad Ass". Olhando para si mesma teve vontade de sair para mais uma seção de compras, mas não havia tempo para isso, além de estar com pressa precisava encontrá-lo. Brenda desceu as escadas do Hotel pulando de dois em dois os degraus sentindo seu estômago revirar novamente; estava louca para vê-lo, para abraçá-lo, beijá-lo ao mesmo tempo em que estava receosa, sabia que precisavam conversar e pôr pingos nos ìs, mas estaria pronta para isso? Por que não poderiam só se beijarem e esquecer as mágoas? Seus pensamentos foram interrompidos quando chegou ao pequeno restaurante do Hotel vendo algumas pessoas por ali e sua atenção fora pra um ser que balançava as mãos frenetico para si.

 


- Você é o rei da discrição, Georg -- Disse ao chegar na mesa e sentar-se ao seu lado. Georg sorriu de lado, malicioso.

 


- É um dos meus fortes! -- Sorriu de lado vendo a garota varrer o restaurante com olhar -- Ele não está aqui.

 


- Onde, então? -- Perguntou cautelosa estalando os dedos nervosamente.

 


- Não faço idéia, juro -- Levantou as mãos para o ar enfatizando sua inocência. Brenda bufou irritada suspirando em derrota logo depois. -- Apenas me disse para lhe entregar esses comprimidos que ele comprou -- Estendeu a mão para Brenda com uma cartela de analgésicos e ela sorriu boba, agradecendo Bill por isso. Sua cabeça estava um porre.

 


- Obrigada. Que horas ele saiu?

 


- Era umas dez e pouco da manhã e encheu o meu saco para lhe fazer comer então, por favor, não torne as coisas difíceis mocinha -- Disse sorrindo de lado provocativo, chamando o garçom logo em seguida e pedindo qualquer coisa do cardápio.

 


- Não estou com fome! Que horas são agora? E porquê não posso vê-lo?

 


- Primeiro: Você come ou contarei a Bill, e você sabe como ele pode ser chato! Agora são 12:47 e eu não disse que não pode vê-lo, disse que não sei onde ele está. -- Finalizou com seu típico sorriso bebericando o suco de laranja a sua frente. Brenda resmungou um "Argh" e pôs-se a comer quando o garçom lhe trouxe o desjejum. Não havia percebido o quanto estava faminta e após repetir e tomar seus comprimidos para dor, o telefone de Georg toca atraindo sua atenção. Georg olha a tela e sorri cafageste mostrando a tela para Brenda, "Bill" ela leu e o olhou ansiosa, vendo-o atender a ligação.

 


- Hey, Man! Onde você está? Sua garota já acordou e está me enchendo o sa... -- Georg para, franze a sobrancelhas e muda o tom de voz -- Tua mãe o quê? Não brinca que a chefe disse isso! Por isso você saiu? Okay, okay entendi, relaxa. Ela já acordou sim, sim man ela já comeu e tomou os remédios. Eu o quê? Por que eu, homem santificado, mentiria sobre isso? -- Do outro lado da linha Brenda ouviu um "GEORG" repreensivo e nervoso, vendo o homem a sua frente sorrir maroto -- Juro que não estou mentido, palavra de escoteiro! Mas se você quiser tirar suas próprias conclusões... Tá, relaxa man, pode deixar, quer que eu passe pra ela? Okay, okay, beijos na bunda! -- E virou-se para uma Brenda ansiosa a sua frente, lhe estendendo o celular -- Sr. Revolta quer uma palavra contigo.

 

 

 

Brenda POV's

 


- ...Sr. revolta quer uma palavra contigo -- Georg falou estendendo o celular que estava em sua mão, peguei-o devagar e pus no ouvido. Bill respirava pesado do outro lado da linha e perguntei-me porquê estava tão estressado, eu teria feito algo?

 


- Bill... -- Disse baixo. De repente senti uma ansiedade revirar a comida no meu estômago.

 


- Brenda... Acho que temos que conversar, nao é? -- Ele riu fraco, e não consegui decifrar o porquê. Minha mãos começaram a ficar geladas e suadas, o que eu não daria para que resolvesse-mos tudo sem essa afronta?

 


- Eu... Eu acho que sim. Quando?

 


- Duas horas eu te pego no hotel, pode ser?

 


- Claro!

 


- Tudo bem, então. Eu tenho que ir. Até as du-

 


- Bill! -- Disse alto sentindo uma sensação incômoda no peito, depois de tudo que passamos eu não quero essa tensão presa entre nós.

 


- Sim?

 


- Não vamos brigar mais, não é? Não quero mais brigar com você, por favor... -- Bill respirou fundo do outro lado e soltou o ar.

 


- Claro que não. Vamos conversar apenas, também não quero mais brigar. Eu tenho que ir agora, okay? Mais tarde eu passo aí.

 


- Tudo bem... Bill? -- Disse antes que desligasse.

 


- Sim?

 


- Amo você -- Sussurrei -- Amo muito você, meu amor. Por favor não demore tanto, eu quero lhe ver -- Disse de uma vez prendendo a respiração logo depois, esperando. Alguns longos segundos se passaram e minha ansiedade estava quase jogando um balde de água fria nas minhas esperanças quando o ouvi de novo.

 


-...Oh, querida... Eu também te amo, te amo tanto... Duas em ponto estarei aí, prometo. Eu tenho mesmo que desligar agora. Até ás duas.

 


- Até, amor -- E desligou. Fiquei olhando para tela do celular depois de tirá-lo do meu ouvido e gotículas de lágrimas se formaram no canto dos meus olhos. Georg tocou meu ombro e o olhei.

 


- Caos no paraíso?

 


- Ele foi tão... frio -- Senti uma lágrima trilhar destino até metade da minha bochecha, sendo amparado pelo dedo de Georg.

 


- Vamos lá, nós dois sabemos que ele apenas não sabia como conversar uma conversa com você... sóbria -- E gargalhou despreocupado, porque eu tenho a sensação de que Georg sabe de algo que eu não sei?

 


- Mesmo assim, essa madrugada foi tão... -- E parei olhando para Georg sentindo minhas bochechas arderem. Ele sorria de forma maliciosa com os braços cruzados -- Não é o que está pensando!

 


- Oh não, claro que não.

 


- GEORG! -- Tenho certeza que a porcaria do meu rosto deve estar da cor de um tomate. Georg que gargalhava a minha frente levantou as mãos em sinal de rendição.

 


- Mas não vou dizer que não parece, aliás, Bill saiu daqui todo rosado e sorridente. Parecia um boneco de posto idiota -- Eu sorri e bebi o suco que ele me estendia -- Não crie paranóias, eu vi um Bill muito feliz hoje se quer saber.

 


- Eu só quero que tudo fique bem de novo. Estou nervosa, é como quando fui fazer minha primeira tatuagem!

 


- Que comparação estranha -- Ele riu franzido as sobrancelhas -- Mas não fique, se você for sincera com você e com ele tudo terminará bem. Bill é louco por você.

 


- E eu sou louca por ele -- Sorri tímida -- Não sei quando foi que começou a ser tão forte, mas o que sinto por Bill é quase sagrado. Me sinto viva de novo.

 


- Urgh! Eu não mereço tanto doce. O meu meu café é amargo, sabia? Guarde esses bebelôs para ele, Bill adora ouvir você despejando esses caminhões de açúcar nele -- Ele tentou soar sério, mas estava rindo e fazendo uma careta engraçada. Eu ri também.

 


- Como sabe disso Senhor Amargo?

 


- Porquê desde que vocês se conheceram em nenhuma das nossas raras bebedeiras Bill deixava de mencionar sobre você. Era irritante; eu queria falar de putas e ele da sua paixão. Bill e eu nunca fomos bons em debatermos sobre mulher, na verdade. Ele sempre fora certinho demais, suspeitava até que fosse virgem ou gay.

 


- E Bill falava muito das mulheres que ele teve? -- Dentro de mim uma incômoda "Gina" apareceu, e lembranças amargas me vieram. Com certeza absoluta ele terá que esclarecer sobre Gina.

 


- Desde que conheço Bill eu nunca o vi com nenhuma, só algumas raras vezes fiquei sabendo dele com... -- E Georg parou, me olhando como se tivesse acabado de falar algo que não devia.

 


- Gina? -- Sorri amarga -- O que eles tiveram, afinal?

 


- Não pergunte a mim, nem eu sei direito, apenas que deram aula na mesma escola tempos atrás -- Meu estômago revirou e me arrependi de ter comido tanto. Tenho certeza que não estava com minhas melhores caras porquê georg me olhava sério, segurando agora uma de minhas mãos sobre a mesa -- Não fique remoendo isso agora, Brenda. Gina é passado. E isso é uma conversa que vocês devem ter, só ele pode lhe contar tudo. Não tomarei as palavras de Bill, é muito raro vê-lo saindo da linha por algo por isso tenho certeza que ele te contará tudo se você perguntar.

 


- E vou. Não sei se realmente quero saber, mas sei que preciso -- Suspirei derrotada apoiando minha cabeça sobre a mesa -- Eu só quero que tudo se desenrole logo, Georg. Não aguento mais tudo isso, e olha que sou dura na queda. Não me vejo ter certeza e determinação por uma pessoa assim já faz muito tempo.

 


- Tudo vai se resolver.

 


- Fala como se tivesse certeza do que diz, Georg -- Ele gargalhou

 


- Eu tenho certeza absoluta, por isso eu disse -- E ele me olhou novamente com aquele olhar analisador. Definitivamente Georg sabia de algo que eu não sei. -- Aliás, de nada!

 


- Eu já agradeci por tudo -- Franzi as sobrancelhas e ele riu, e só então algo passou pela minha cabeça -- GEORG! Avisou Bill que estávamos vindo pra cá, não é? -- levantei o acusando, apontando o dedo indicador na sua direção. Georg fez uma reverência gargalhando muito como se estivesse lisongeado com algo.

 


- Claro que sim! ele espera por essa ligação desde que partiu. Eu não poderia deixá-lo por fora!

 


- Ele esperava que eu viesse atrás dele desde que veio pra cá?

 


- Qual pessoa apaixonada não dá um sumisso pra ver se seu conjugê não vai atrás? Bill todo dia me ligava perguntando por você e não sabe o estardalhaço que ele fez quando avisei que estava no avião com você rumo Leipzig.

 


- Você é um cínico, sabia? -- Disse rindo ainda confusa, porém feliz.

 


- Geralmente eu ouço isso depois de transar. Que estranho -- Ele pôs a mão no queixo analisador, como se aquilo realmente fosse importante. Revirei os olhos.

 


- Falando nisso, porquê gastou uma grana vindo pra Leipzig de avião? Dava pra vir de carro!

 


- Eu odeio viajar de carro, e de noite ainda por cima está fora de cogitação. Nunca gostei, desde moleque.

 


- Deve ter dinheiro pra esbanjar, então -- Sorri cínica.

 


- Sou um humilde maestro, Brenda. Dá pra sobreviver.

 

 

 

     Depois disso não conversamos tanto, apenas coisas triviais. Meus dedos estalavam repetitivamente e uma mistura de sentimentos não me permitia relaxar. Eu queria vê-lo, abraçá-lo e beijá-lo, mas reconheço que temos coisas a serem esclarecidas e a serem pensadas. Georg vendo meu nervosismo me levou numa sorveteria frente a uma linda paisagem, e pude admirar Leipzig que não era uma cidade em forma de arte mas sim uma arte em forma de cidade. Distraí-me  um pouco sentindo aquele ventinho gélido bater no meu rosto pois nossa mesa estava do lado de fora e fizemos nossos pedidos.

 


- São que horas, Georg?

 


- Uma e meia agora, logo, logo ele estará aqui. Já mandei mensagem avisando onde estávamos. -- Sorriu quando o garçon chegou trazendo meu sorvete Italiano, Gelato antigianale sabor pistacchio (Pistache). Sorri sendo levada ás minhas raízes por breves segundos. Georg só pediu um suco. -- Parece que gostou.

 


- Amei. O sabor é o mesmo das sorveterias de Veneza.

 


- O dono é Italiano, sabia que iria gostar. Então é de lá que você vem?

 


- Sim! -- Senti meus olhos brilharem -- Sinto tanta falta! Eu e minha família mudamos de lá quando eu era nova ainda, tinha uns dez anos. Até hoje eu ainda sonho com minha cidade, a culinária, as cores, o cheiro, os carnavais! Oh, os carnavais!

 


- Bem, temos uma pessoa empolgada aqui -- Ele gargalhou -- Pra onde se mudou depois?

 


- Guidona Montecelio. Depois disso minha família nunca mais se fixou num lugar por mais de três anos.

 


- Devo lhe dizer que acho a língua um tanto quanto complicada, mas talvez um dia eu viaje para lá. É realmente bonito.

 


- O alemão que é uma lingua bruta! E sim, será bem recepcionado, leve uma de suas várias namoradas. É um país romântico, sabe.

 


- Isso merece um brinde então. Tin-tin? -- Erguei seu copo de suco e eu ergui minha taça de sorvete, tocando-os.

 

- Grazie. Tin-tin.

 

 

 

            Minha ansiedade pareceu ter acalmado um pouco depois disso. Georg cantava algumas garotas que passavam e devo ênfatizar o quanto isso é irritante, mas estava ocupada demais vendo cada minuto passar pela tela do meu celular. Quando deu umas duas e quinze o minha paciência tinha ido a merda, meus dedos estalavam freneticamente e já havia comido mais sorvete do que deveria. Georg somente ria e desviava sua atenção para qualquer garota que passasse, devo dizer que ele faz isso tão frequentemente que já deve ser por instinto. Após terminar minha quinta taça de sorvete eu bati novamente minha testa na mesa, quase chorando. Vou mesmo ganhar um fora nessa cidade tão linda?

 


- Vamos lá, sem drama

 


- Não é você quem levou bolo, Georg.

 


- Bill nunca lhe daria bolo e, ah; falando no diabo, olha ele aí -- Georg se levantou e eu também, sentindo uma leve dor de cabeça pela rapidez do meu ato. Me virei e vi um Bill completamente tentador caminhando em nossa direção. Deus, que homem é esse? Bill todo de preto e com seus cabelos grandes me fazia lembrar um cantor de rock pop, e guardei cada pedaço daquele homem na minha memória. Quando ele parou a nossa frente e cumprimentou Georg eu quase desmaiei, a porra do cheiro viciante de menta, cigarro e kaiak perfumou tudo ao meu redor, e tudo naquele momento se resumiu em como eu queria beijá-lo até morrer.

 


- Brenda? Você está bem -- Sentir-me chacoalhar e vi perolas castanhas e preocupadas a minha frente, soltando aquele cheiroso hálito no meu rosto e apertando meus ombros com firmeza. Quem precisa de droga quando se tem um Bill para se viciar. Sorri boba e ele pôs aquela mão máscula no meu rosto -- Não está com febre -- Seus olhos passavam por mim com velocidade, eu já disse como é lindo vê-lo preocupado comigo?

 


- Ah, não liga. Ela já acordou com essa cara de besta -- Aquilo foi como um estalar de dedos na minha cabeça e cometi o pecado de tirar os olhos de Bill olhando feio para Georg.

 


- Quem é besta aqui seu pervertido de merda?

 


- Ufa! Ao menos voltou ao normal -- E sorriu -- Agora, se me permitem, eu tenho que procurar alguém para aliviar minha tensão. Já estou na seca faz dois dias! Dá pra acreditar?! -- E despediu-se de nós, virando uma esquina qualquer, sumindo das nossas vistas. senti meu rosto arder ainda mais por estar sozinha com Bill depois de tanto tempo, porquê tudo isso? Bill olhou para mim novamente.

 


- Está tudo bem? Sente algo?

 


- E-E-Está tudo bem, juro. Eu só...

 


- Só...?

 


- Senti sua falta hoje de manhã -- Mordi meus lábios baixando o olhar, vi os olhos de Bill brilharem e seus braços me rodearam num abraço quente e confortável, estancando qualquer brecha para o frio de doer os ossos que pairava em Leipzig. Me apertei ainda mai em Bill e inalei seu cheiro preenchendo meus pulmões. Num ato corajoso rodeei meus braços na sua nuca, beijando seu pescoço e sussurrando o quanto senti a falta dele. Bill nada falou, mas me abraçou com mais força e senti sua respiração acelerar até que ele me afastou, fazendo todo aquele calor se esvair.

 


- Tive que resolver umas coisas. Me desculpe a demora, por favor. Acabei me enrolando.

 


- Pensei que tinha se esquecido de mim...

 


- Nunca! -- Bill respondeu depressa, me assustando. -- Eu não me esqueci de você, mas fiquei realmente preso em casa. Vamos? Meu carro está a duas esquinas daqui.

 


- Claro -- E pomos a andar. Nossos braços se roçando me dava a sensação aconchegante de estar perto dele. É claro que eu me aproximar mais dele, mas com toda essa situação nos rondando e toda sua frieza até agora eu não sei se deveria -- Bill?

 


- Sim? -- Ele respondeu prontamente, como quem esperasse qualquer palavra minha.

 


- Eu... posso segurar sua mão? -- O olhei fazendo cara de cachorrinho pidão. Bill sorriu tenro e me estendeu aquela mão perfeita, se encaixando perfeitamente na minha como se fossem uma a metade da outra, esquentando aquele frio cortante.

 


- Não precisava ter pedido.

 


- Não precisava esperar eu pedir -- Comentei baixo, mas sei que ele me ouviu. Apertou minha mão e a guiou até seus lábios, deixando um beijo casto ali.

 


- Desculpe, liebe -- Devo dizer que minhas pernas ficaram tão bambas que ele quase teve que me levar no colo? Acho que não. Chegamos ao seu carro e ele ligou o aquecedor, pondo os pneus a rodarem. Eu estava nervosa, claro, mas não a ponto de arrancar meus cabelos mais. A presença dele e seu cheiro mais viciante que cocaína me deu uma nostalgia gostosa, e penso como será bom se voltarmos a ser como éramos antes. Não falamos nada durante o tragéto até sabe-se-lá-onde mas não era algo esmagador, era até confortável. Bill ás vezes me olhava de relance e sorria docemente e tudo isso me fazia delirar por dentro. Como fiquei sem ele mesmo?Apertei minhas mãos na minha jaqueta e ruborizei ao pensar na madrugada que se passou, eu pedi mesmo para que ele ficasse semi nú? E porque mesmo agora, sóbria e descansada, eu ainda não me arrependo?

 


- Onde estamos indo? -- Perguntei rouca, saboreando as palavras antes de serem ditas. Ainda não acredito que estou aqui com ele depois de todo sofrimento.

 


- Confia em mim? -- Ele me olhou de relance.

 


- É claro!

 


- Então tenha paciência, já estamos chegando. -- Ele disse doce, porém não amenizou minha decepção em vê-lo me tratar tão formalmente. Onde está todo aquele carinho que ele me deu hoje de madrugada? Internamente, uma vozinha racional me dizia para ter paciência porque estava sendo difícil para ele também, e é uma bosta querer tudo o mais rápido possível. E não, não estávamos chegando, demoramos um bom tempo para chegar a sabe-se-lá-onde, e vi que já eram quatro da tarde quando Bill enfim estacionou. Ele abriu o carro, desceu depois veio a minha porta, abrindo-a e me estendendo a mão. Seguirei-a e desci, ruborizada, gritando internamente o quanto eu queria um beijo dele. Olhei ao redor sentindo o vento bater no meu rosto e com certeza segurei o fôlego; que visão maravilhosa! Era uma praça gigante que mais parecia um jardim encantado, e eu sei o quão gay isso soou, mas é verdade! A grama tão verde que parecia sintética, gigantes árvores frutíferas, um lago gigante com uma ponte rústica, estátuas históricas por todo lugar, crianças correndo, ladrilhos de pedra, vendedores de tudo quanto é doce e maravilhosas luzinhas pisca enfeitando as árvores. A sensação que tenho é que morri e parei no paraíso.

 


- Gostou? -- Ele perguntou baixo, e se não me engano parecia ansioso pela minha resposta. Olhei no fundo dos seus olhos com a boca ainda aberta feito uma tola, mas sorri abertamente o abraçando logo depois.

 


- É tão maravilhoso -- Sussurrei ao pé do seu ouvido e senti aquele cheio delicioso novamente, mas minha alegria acabou rápido quando Bill se desvencilhou de mim. Porquê me pune dessa forma?

 


- Vamos, vai adorar ainda mais quando ver de perto -- E ele segurou minha mão, para meu prazer, e me puxou para aquele santuário maravilhoso. Passamos por vários casais apaixonados e algumas pessoas nos olhavam torto, sei porque é pela nossa grande diferença de idades. Me senti mal por um momento por Bill passar por isso. Minutos depois andando ás pessoas apareceram com cada vez menos frequência e, depois de uns vinte minutos, já não via mais ninguém e Bill continuava me levando. Dado momento ele sujspirou e me apontou uma confortável mesinha de pedra com os bancos acolchoado, tudo num estilo muito antigo e quase me  curvei perante a beleza daqueles detalhes. Ohei ao redor e, ao longe, vi algo me fez prender a respiração.

 


- Aquilo é um gazebo?! -- Disse alto, sorrindo. Do outro lado do lago e da segunda ponte daquele parque tinha um pequeno gazebo de madeira branca e detalhes de flores, tudo feito a mão. Bill sorriu e assentiu, mostrando-me o banco a nossa frente. Sentamo-nos frente um ao outro e meu estômago pôs a se revirar novamente. É agora. -- Então... Não sei como começar isso.

 


- Pode começar me explicando porquê me ignorva quando eu ia atrás de você na sua casa, porquê ignorava minha ligações, porquê fez aquilo comigo? -- Ele disse sério porém uma tristeza sem fim apareceu nos seus olhos, desejei imensamente nunca ver aquela dor nos olhos lindos dele mas ali estava ela. Tomei um fôlego só e disse.

 


- Eu não lhe ignorava! Eu nem sabia que você ia lá.

 


- Impossível, seus vizinhos chamaram a polícia tamanho escândalo que fiz.

 


- Mas eu não sabia, juro! Eu... Eu estava mal, Bill. Em transe! Estava com depressão e tenho o diagnóstico médico caso desconfie. Eu não conseguia ouvir nem falar mais nada, não conseguia comer ou beber, sequer vontade de levantar. Eu juro que não o ouvi. -- Ele me olhava com dor e me perguntei como conseguiu a escondê-la desde ontem. Respirei fundo, vai ficar tudo bem. Serei sincera como georg disse -- Meu celular tem um sistema de segurança que quando um número liga numa certa quantidade de tempo e nunca é atendido, ele cai na lista negra não permitindo que eu visse mensagens ou ligações -- Tirei o celular da jaqueta e o entreguei -- Pode conserir se quiser -- Respirei fundo, eu não podia me dar o luxo de chorar depois do que fiz com ele. Nunca tive a intenção de magoá-lo, nunca! Prefiro me cortar ao deixá-lo triste, eu com certeza prefiro fazer isso agora mesmo do que ver esses olhos tão tristes!

 


- Não diga uma coisa dessas! Não... não diga -- Ele segurava minhas mãos quando falou e beijou meus pulsos, e ali o vi cedendo um pouquinho deixando o amor que sentia por mim transparecer, aquilo me deu um puta incentivo e caí na real que Bill estava em modo de defesa mas me ama, apenas quer saber a verdade. E eu a direi, tudo por ele.

 

- Querido... -- Toquei seu rosto devagar, ele permitiu minha aproximação e aconchegou sua bochecha na minha mão beijando a palma. Depois voltou a sua postura defensiva de novo, mas não deixou de segurar minhas mãos.

 


- Porquê ficou em depressão? Sabe o quanto isso me deixa zangado agora? Que passou por isso sem se apoiar em mim, sem me procurar! Eu teria cuidado de você com todo o meu amor, Brenda -- Aquilo doía, doía porquê ele estava certo e doía porquê ele estava tão magoado. -- Eu pensando que tinha sido raptada, que tinha acontecido algum acidente, que eu tinha feito algo errado. Eu cheguei até me culpar, porque achei que não quisesse mais nada comigo, que eu tinha feito algo errado.

 


- Isso nunca! Bill, por favor, olhe para mim -- Senti meus olhos lacrimejarem, Bill não olhou porém vi sua feição mudar e ele parecia prestes a desmoronar a minha frente. -- Você não fez nada errado, estava tudo maravilhoso entre nós.

 


- AInda sim me deixou aos leões -- Sussurrou com a voz cortando o coração de dor. Segurei mais forte as lágrimas.

 


- Eu fui egoísta, sei que sim, acho que esse é meu maior defeito Bill. Mas eu não estava consciente e posso lhe provar isso -- Tirei do meu casaco um laudo. Dead, depois de várias conqultas médicas quando eu estava "inconsciente", me obrigara a passar num psicólogo e em vários médicos quando havia "despertado", novamente a agradeci por isso. -- Tome -- Lhe entreguei os papéis e Bill os leu, arregalando seus olhos e os vi brilharem, parecia acumular lágrimas.

 


- Um laudo psiquiátrico -- Ele sussurrou e me olhou -- Eu podia ter ajudado -- Disse com dor na voz, uma dor cortante.

 


- Eu sei, querido. Mas leia bem, eu não respondia a qualquer sinal de vida além do meu coração ainda bater, Bill. Não foi proposital. -- O ouvi engolir e me entregou os papeis, olhando para outra direção, dei-lhe um tempo. Ele olhava o sol de pondo e apertava minhas mãos como se eu fosse fugir dali, ao meu lado uma mamãe pato passou levando uma fila de patinhos atrás, rumo ao lago. Devo estar ficando afrescalhada mas achei aquela cena linda. Quando olhei para Bill novamente ele me analisava, respirando pesado e tirando uma carteira de cigarro do bolso. Marlboro, eu li. O vi pôr aquele vício entre os lábios e levar o isqueiro até o mesmo, Deus sabe como eu desejei ser aquele cigarro pelo menos por segundos. Depois de umas scinco tragadas me alucinando com seus olhos e seu cheiro ele parecia mais calmo.

 


- Porque ficou nesse estado -- Ele disse rouco, passando a língua nos lábios ao dizer. Oh, Deus, que tortura! Todos os seus poucos piercings estava no seu rosto, ele cheirava aquela delícia de cheiro só dele e falava naquele tom comigo. Quase delirei. -- Porquê ficou em depressão, pequena -- Segurou minhas mãos com sua mão livre, sorri carinhosamente para ele.

 


- Por causa de... -- E parei. Tenho certeza que Bill ficará chateado, isso se não for embora e não quiser me ver nunca mais. Como posso dizer que foi por causa de outro homem quando ele mesmo estava acabado me procurando? Eu não posso, mas eu tenho que ser justa. Senti meus olhos acumularem lágrimas ardidas e abaixei a cabeça -- De Andrew.

 


- Andrew... -- Ele disse devagar -- O garoto... -- Sua cara transformou-se em total desagrado, e ele olhou-me como se pudesse matar Andy. -- O garoto que me disse na ligação?

 


- S-Sim -- Disse envergonhada e temerosa.

 


- Porquê estava em depressão por um garoto? E eu? -- Ele exasperou-se se levantando, levantei-me também.

 


- Eu me lembro muito bem de ter lhe dito tudo na ligação, Bill -- Alterei-me também, me arrependendo em seguida. A errada ali era eu, não ele. Me sentei novamente, suspirei e baguncei os cabelos -- Mas vou ser detalhista se ainda quiser me ouvir.

 


- Por favor -- Ele disse, eu vi indignação nos seus olhos mas não disse mais nada.

 


- Terei que contar do começo...

 


- Como o conheceu?

 


- Minha mãe me levou para uma festa de ano novo na casa da irmã do casinho dela...

 


- Casinho? -- Indagou soprando a fumaça do cigarro na direção contrária a minha. Porqu~e estou vendo tal perfeição sem poder nem bagunçar seus cabelos tão lindos?!

 


- Meu pai... -- Travei. Eu não gostava de falar do assunto, mas eu pretendo me entregar de alma para Bill. Depois de respirar fundo e conseguir ainda mais sua atenção, eu desabafei -- Meu pai morreu quando eu tinha catorze anos. Depois disso eu e minha mãe nunca mais fomos as mesmas, também nos separamos drasticamente, ela estava sempre trabalhando ou sempre ocupada. Um cara sempre nos visitava, amigo do meu pai. Levava flores, ajudava lá em casa. Depois percebi que suas visitas eram muito frequentes, e isso durou até meus dezesseis anos quando mudamo-nos para cá e descobri que minha mãe estava se relacionando com ele que é natural daqui, o melhor amigo do meu pai e a mulher que ele amava -- Senti um bolo de raiva subir pela minha gargante e Bill apertou mais minhas mãos -- Ela e esse casinho que ela arrumou nos obrigou a passar o ano novo no hotel da irmã dele e foi lá que eu o conheci.

 


- Eu sinto muito pelo seu pai, eu não sabia -- Ele disse compreenssivo, beijando os nós dos meus dedos. Eu estava confusa; ele estava com raiva de mim ou estava só qurendo ouvir minha parte da história?

 


- Obrigada, eu também sinto tanto... -- Deixei as palavras soltas no ar sentindo Bill afagar meus dedos, percebi ao nosso redor tudo escurecer e os postes começarem a serem ligados, o parque agora era um festival de pisca-pisca e postes de luz, tudo lindo. -- depois daquele dia eu e Andy nunca mais nos desgrudamos.

 


- Andy... -- Disse amargo

 


- Quase depois disso eu fui morar com ele tabém -- Soltei de uma vez e Bill saíu de suas divagações, olhando-me alarmado. Se eu vou contar farei isso de uma vez.

 


- VOCÊ O QUÊ? -- Ele gritou, me assustando. Levantou-se e me segurou pelos ombros -- Você se relacionou com aquele rapaz?

 


- Relacionar? -- Perguntei assustada, Bill parecia muito nervoso mas não tão surpreso como pensei que ficaria.

 


- Vocês já se beijaram, Brenda? Dormiram na mesma cama?

 


- Bem, sim... -- E ele me soltou, virando de costas e passando os dedos freneticamente nos seus cabelos. Caminhou um pouco, chutou o chão e disse um palavrão. depois pareceu voltar a si e sentou-se novamente sem me encarar. -- Não tínhamos um relacionamento amoroso, Bill.

 


- Oh, eu vejo -- Disse irônico.

 


- Não me venha com essa! Você me evitava, me passava para trás e se isso for traição você também me traía com a puta da Gina! -- Falei alto -- Então, por favor, seja mais compreenssivo porque muito antes de ANndy você já se atracava com ela por aí quando nós ficávamos! -- Senti algumas lágrimas amargas descer pelo meu rosto. Ele me olhou envergonhado, triste e desesperado. Suspirou e voltou a pegar minhas mãos, a beijando.

 


- Me desculpe pelo descontrole, mas sinto tanto ciúmes!

 


- Eu também sentia! Também sinto -- Minha voz falhou. ANtes que ele agisse eu decidi continuar, não queria nada sem se resolver -- Andrew também era usuário constante de drogas. -- Soltei de uma vez, vendo seu rosto empalidecer a minha frente. Bill ficou mais branco do que uma folha de ofício, e seus olhos arregalados denunciava o que ele estava pensando.

 


- Ele... -- E sua respiração tornou-se afobada.

 


- Eu já havia lhe dito na ligação.

 


- A única parte que me importei foi de você está com outro cara! -- Disse bruto. Puxando seus cabelos para trás no seu tique mais conhecido, ainda branco como quem viu uma aparição -- Ele machuva a você? -- Abaixei minha cabeça, Bill a ergueu com os olhos alarmados -- Ele machucava você, Brenda?

 


- Não era culpa dele! -- Disse de uma vez mordendo meus lábios em seguida, logo me arrependi. O rosto de Bill passou por várias expressões mas a raiva era a mais presente, confesso que fiquei assustada.

 


- Você ainda o defende? Era culpa dele sim! Porquê diabos se envolveu com esse tipo de gente? Porquê não o denunciou ou procurou ajuda? Porra, eu estava do seu lado! -- Ele andava de um lado para o outro.

 


- Você iria querer interná-lo, ´prometi a ele que não faria isso.

 


- Claro! Como um adulto sensato era  que eu faria! -- Ele exasperou-se novamente, me fazendo encolher os ombros -- Porra, ele poderia ter lhe matado, Brenda! Você não tem amor pelas pessoas que se preocupam com você? Como acha que eu e sua família ficaria?

 


- Andy nunca faria isso! -- Levantei-me também.

 


- Não? Tenho certeza que ele lhe dizia que nunca a machucaria, não é mesmo?! -- Abaixei meus olhos. Era verdade, ele dizia isso. -- Viu só? Eu conheço esse tipo de gente, Brenda! Ele poderia tê-la matado, tê-la espancado e, por Deus, tê-la estuprado! -- Seu corpo todo tremia a minha frente e Bill estava numa situação que jamais o vira; uma mistura de ódio com desespero e preocupação, era assustador de se ver, parecia que ele ia matar alguém a qualquer momento. Meus olhos se abaixaram quando me lembrei do dia em que isso quase aconteceu, e senti uma presença muito obscura pesar seus olhos sobre mim. Olhei para Bill a minha frente, que estava com seus olhos arregalados e a boca levemente aberta, parecia querer dizer algo mas sua voz não saía, uma áurea escura o rodeava e sua face era de total horror -- Não... me diga... que... ele... fez... -- E sua voz sumiu quando desviei meus olhos.

 


- Não chegou a acontecer, ele não estava bem! Não foi porque ele quis!

 


- Ele... -- Bill não reagiu por longos cinco minutos, paralizado. Depois disso vi lágrimas deslizar por seus olhos.

 


- Amor... por favor, não-

 


- AQUELE DESGRAÇADO TOCOU EM VOCÊ! OUSOU TE MACHUCAR! OUSOU TOCAR NO QUE É MEU E VOCÊ INDA O DEFENDE! -- Bill gritou com todos as forças dos seus pulmões e eu me encolhi, recuando alguns passos -- PREFERIU A PRESENÇA DE UM DROGADO, ESPANCADOR DE MULHERES E ESTUPRADOR DO QUE A MINHA!

 


- NÃO FALE ASSIM DELE, NÃO SABE DA BARRA QUE ELE PASSOU! E-

 


- BRENDA! -- Ele gritou, tão alto que os pássaros das árvores se assustaram levantando vôo -- ONDE ELE ESTÁ? VOU MATÁ-LO, JURO POR DEUS QUE VOU MATÁ-LO! ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA?! -- Ele gritava e senti as lágrimas descerem pelo meu rosto, e vi as suas lágrimas também aparecerem.

 


- Caso não se lembre eu não tinha ninguém, você estava ocupado demais me rejeitando ou se esfregando com Gina pelos corredores, sabe que é verdade -- Eu disse baixo, temendo a raiva que ele sentia. Bill me olhou com tanta raiva e dor nos olhos que eu desejei imensamente morrer afogada naquele lago do que ter presenciado aqui. Bill soluçou um choro e correu até mim, me esmagando nos seus braços que agora me abraçavam. Forte, tão forte seu corpo tremia, tão forte ele me abraçava e tão forte sua respiração soava.

 


- Eu vou matá-lo, vou matá-lo mil vezes -- Bill sussurrava me apertando cada vez mais, passando as mãos pelo eu corpo como se para saber se eu realmente estou bem.

 


- Shh! Já passou, Bill. Ele foi embora -- Sussurrei ainda chorando, Bill nunca iria me compreender e isso era sufocante.

 


- Não, não! Eu quero achá-lo, quero matá-lo com minhas próprias mãos -- Dizia deixando suas lágrimas caírem, apertando meu corpo tão forte que deixaria hematomas. Dado determinado tempo Bill se afastou ainda me segurando pelos braços e varreu meu corpo com seus olhos -- Desgraçado!

 


- Ele não me estuprou, Bill.

 


- MAS TENTOU! LHE FERIU FISICAMENTE, FERIU SEUS SENTIMENTOS E AINDA O DEFENDE! -- Ele agora chorava livre e voltou a me abraçar -- Não vou diexar que saia perto de mim nunca mais! Nunca mais, ouviu bem? -- Ele dizia rápido.

 


- Espero que um dia entenda...

 


- Não entendo, e não entendo como pode ter ficado com esse miserável!

 


- Bill, por favor, isso é passado. Eu não tinha sentimentos de namorados com ele, era apenas meu amigo.

 


- Não era seu amigo, nunca foi e nunca será. Não vou permitir que se aproxime de novo! -- Eu queria contestar, mas Bill ainda tremia me abraçando, ele estava abalado. Decidi que só consolá-lo era o suficiente, Bill não iria me entender agora. -- Ele a seduziu, a enganou e a machucou. E vai pagar caro por isso -- Disse sombrio.

 


- Esqueça isso.

 


- Nunca!

 


- Bill -- Segurei seu rosto transtornado e lhe dei um selinho demorado, senti-o derreter em meus braços. A textura macia dos seus lábios me trouxe uma enxurrada forte do amor que sinto por esse homem, e eu o quero tanto. Descolei nossos lábios com mais m selinho rápido em seguida, depois beijei suas bochechas e seu queixo, resmungando intrnamente que aquele era o primeiro contado íntimo que tivemos desde que nos reencontramos e ainda assim era algo tão xoxo -- Estou aqui agora, e estou bem. Estou com você, okay? Por favor, se acalme.

 


- Não tem como! Eu quero-

 


- Por favor, vamos tomar um sorvete -- Pedi. Bill demorou a responder mas acentiu, ainda com aquele rosto de que poderia fazer um massacre. Ele segurou possessivamente minha cintura e me rodeou protetor, caminhando comigo até o carrinho de sorvete, olhando ao redor como se a qualquer momento Andy pudesse aparecer e me violentar. Claro que o sorvete era só uma distração, eu não desejava ver Bill daquele jeito nunca mais. Escolhi de flocos com menta, Bill não quis, óbvio, e voltamos ao nosso lugarzinho. Lambei meu sorvete com lentidão, ainda com ele me abraçando protetor e o ofereci não aceitando o seu não.

 

    
      Talvez tenha se passado uma hora, mais ou menos, desde sua explosão e Bill parecia menos transtornado agora. O suficiente para continuarmos a conversar.

 


- Esse filho da puta lhe deu falsas promessas, a machucou e quase a violentou. E ficou em depressão por ele. Eu não quero mais falar disso, e nada me tira da cabeça que ele a enganou. Esse é meu veredito. -- Eu não sabia se ficava triste ou com raiva, vendo a situação de Bill eu apenas sorri minimamente e assenti.

 


- AInda quer conversar?

 


- Não quero obstáculos entre nós nunca mais. Nunca -- Ele estava sentado ao meu lado agora, me olhando nos olhos. Sorri ameno -- A garota da sua casa, a de cabelo estranho, quem é ela?

 


- Dead? É uma amiga, uma amiga de infância. Ela já me ajudou pra caramba.

 


- Vocês já se relacionaram, não é? -- Perguntou de uma vez, me olhando profundo.

 


- Fucavamos, é verdade. Mas depois de você, não. Eu nunca senti nada por ela, mas ela sempre me ajudou e-

 


- Você a pagava com beijos -- SUspirou tirando suas próprias conclusões -- Vocês adolescentes pensam de uma forma muito egoísta, sabia ? -- Eu me senti bastante ofendida, admito. Mas não vou repreendê-lo, ele tem razão.

 


- Não tire conclusões tão precipitadas -- Disse, mas não neguei. Cada um de nós olhava para o nada agora, cada um com seu pensamento e conflito. -- Eu acho que é tudo, não?

 


- Sim, eu já tenho as minhas respostas, o resto nós teremos tempo o suficiente. Você não quer me perguntar nada?

 


- Gina -- Ele olhou-me indagador -- Quero saber sobre Gina. Quem é ela exatamente? Como se conheceram? QUando?

 


- Gina... Gina era professora no mesmo colégio que eu a uns seis anos atrás, depois disso ela não parou de me perseguir.

 


- Vocês já namoraram? -- Perguntei sentindo minha cabeça latejar.

 


- Não, nunca. Gina é uma mulher paranóica, sempre me perseguiu.

 


- Já transaram? -- A pergunta escapou de repente, mas não a retirei e nem demonstrei arrependimento. Bill, depois da surpresa, desviou os olhos.

 


- Já -- Disse simplesmente.

 


- Quantas vezes? Quando? -- Ele suspirou, parecia desconfortável.

 


- Duas. Uma numa festa de professores a uns cinco anos, outra quando eu estava fora do colégio pelas competições -- Disse baixo e eu senti meu coração se estilhaçar.

 


- Tão recente assim?! -- Sorri em desgosto abaixando minha cabeça, Bill segurou meu queixo e me fez olhá-lo. Meus olhos carregaram lágrimas que logo não demorou a descer.

 


- Não significou nada, pequena -- Beijou meus olhos sugando minhas lágrimas -- Não fique pensando nisso.

 


- Porquê me torturava com ela se não significava nada, então? Porque fzia aquilo comigo? -- Mais lágrimas desceram e ele beijou minha testa, respirando fundo.

 


- Eu estava com medo, medo dos meus sentimentos. Mein liebe, eu posso ser preso por duas coisas: por você ser menos e por ser minha aluna. Eu nunca gostei de sair da rotina, sabe?! Eu sei que é ridículo. Aí você chegou e foi como um furacão na minha vida. Estava confuso, com medo, apaixonado. Eu não podia amar uma aluna.

 


- A usou de escape? -- Ainda derramava algumas lágrimas

 


- Infelizmente, sim. Não queria lhe magoar, não queria que presenciasse nós na quadra. Eu fui um estúpido mein liebe, me perdoe, por favor. Sei que doeu, sei que dói agora, mas vamos superar tudo isso? -- Era uma proposta? Um recomeço? O olhei com os olhos brilhando

 


- Isso seria... um recomeço? Quer dizer, você me perdoa? -- Minhas lágrimas se secaram num instante, e percebi que o olhava com uma espectativa maior do que imaginara.

 


- Eu lhe perdoeei desde que entrou em Leipzig -- Olhou-me profundo e eu sorri, sorri tanto que meu rosto doeu, gargalhei. Pulei em cima dele o abraçando forte, cheirando seus cabelos maravilhosos ouvindo-o dizer o quanto me ama no meu ouvido. -- Vamos, meu anjo. Você não comeu nada ainda e já são oito da noite. -- Disse guardando seu celular e abotoando os botões da minha jaqueta, sorri carinhosa. Como ele pode ser tão carinhoso depois de tudo?Ele me abraçou por trás e sussurrou o quanto ele iria cuidar de mim a partir de agora, o quanto me amava, e não é necessário dizer o quanto isso teve reações sobre meu corpo. Bill me abraçava forte e possesso, olhando feio alguns rapazes que viravam as cabeças em nossa direção. Eu sorri acanhada, sentia as lágrimas querendo inundar meu rosto novamente mas dessa vez de alívio, de amor e de gratidão.

 


- Obrigada pela nova chance, cara aí de cima. Não vou desperdiçar -- Disse quando Bill fechou a porta do meu lado do carro, indo para o seu de motorista. Eu estava feliz, contente e tão leve que poderia flutuar para sempre!

 


      O caminho foi tão tranquilo que quase cochilei, mas não queria deixar de olhar aquela face maravilhosa, aqueles traços perfeitos e esculpido por anjos. Ele soprava a fumaça do seu cigarro pela janela e um sorriso bobo estava no seu rosto, eu sabia que ele também estava feliz. Porém uma pequena curva no seu cenho denunciava que algo o afligia, e o nome de Andy veio a minha cabeça. Espero que ele possa relaxar. Parecia algo sobrenatural, irreal, incrível! Eu e Bill compartilhando um momento juntos, agora reconciliados e de contas acertadas. Eu devo muito aquela boate vagabunda por ter apresentado-me meu amor.

 


- Liebe -- Ele sussurrou no meu ouvido e abri meus olhos olhando tudo ao redor e fixando meus olhos nele. Sorri largamente e o abracei forte, lágrimas rolavam de minha face.

 


- Não foi um sonho -- Sussurrei. Bill me abraçou mais forte e forçou meu corpo a deitar para trás, em algo macio.

 


- Graças a Deus, não -- Sorriu singelo. Bill estava por cima de mim, nossos corpos colados e ele beijava a ponta do meu nariz enquanto alisava meu corpo. Suas bochechas pareciam quentes e seus olhos me olhavam com total admiração -- Minha menina, tão linda e minha.

 


- Sua -- Sussurrei o puxando para mais perto e tomando para mim o que eu mais desejei, seus lábios. Bill, entretanto, não respondeu aos meus estímulos e abri meus olhos surpresa, ele me olhava com um sorriso travesso nos lábios. -- Por...quê...?

 


- Desejo sua boca mais do que tudo minha deusa, e como desejo. Mas terá que pedir -- Bill sorriu e alisou minhas bochechas, arregalei meus olhos.

 


- Não me beijou antes porque todo esse tempo eu só precisava pedir? -- Ele acentiu e abriu o sorriso mais cafageste do mundo. Esse homem quer me levar a loucura! Eu inverti nossas posições ficando por cima da sua barriga e me inclinei sobre ele, sussurrando no seu ouvido -- Ei amor -- Lambi seu lóbulo e o escutei suspirar pesado, segurando meus quadris com força -- Me beija? -- e mordi aquele pedaço de pele, vendo-a se arrepiar. Bill gemeu algo inaudível e invertiu as posições novamente, não dando-me tempo para pensar, beijando-me. Suspiramos quando nossas bocas se encontraram e quando, enfim, nossas línguas se abraçaram nós dois gememos alto sentindo uma carga elétrica fortíssima no nossos corpos. Sua boca era ávida, desesperada e sedenta sobre a minha, minha lingua brincava com cada pedaço da sua boca e finalmente senti seu gosto invadir todo meu ser novamente, agora éramos um resumo de amor, tesão, menta, cigarro, kaiak e kiwi. Nós. Apenas nós ali, devorando os lábios um do outro com mordidas, chupadas e lambidas. Bill sentou-se e pôs-me sentada no seu colo, frente para ele e o abracei aprofundando mais o nosso beijo, se é que isso esa possível. Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e finalmente eu me sentia em paz novamente, completa. Ali com meu amor eu não desejava mais nada além daquilo, além de nós. Meu corpo se arrepiava com seus toques gentis e fortes e seus braços foram marcados pelas minhas unhas. Quando o ar infelizmnete fez falta nós desgrudamos nossas bocas vermelhas e inchadas, olhando um nos olhos do outro com a respiração a mim. Minha boca estava tão perto da dele que minha saliva ainda pingava nos seus lábios, qual ele lambia-os prontamente. Ele apertava minha cintura com força, passou uma mão pelos meus cabelos e cheirou meu pescoço, depositando beijos doces ali. Gemi erguendo minha cabeça, deleitando-me com aquelas sensações novas e maravilhosas. Suspirei me arrepiando por completa ao sentir sua ereção latejando abaixo de mim, ereção essa que Bill tentava esconder.

 


-  Bill, meu bill, neste momento, apartir deste maravilhoso momento, eu o desejo. Como namorado, como amigo, amante, como meu homem. -- Minhas palavras escaparam da minha boca e Bill gemeu mordendo meu pescoço.

 


- Não faça isso comigo...-- Disse manhoso no meu ouvido -- Não posso me controlar com você assim -- Sua mão esquerda estava sobre sua ereção apertando-a com força -- Minha deusa, vamos parar agora por favor -- Disse entre suspiros enquanto beijava sua boca.

 


- Te esperei por tanto tempo, amor -- O abracei, escondendo meu rosto no seu pescoço. Fui rejeitada?

 


- Eu sei minha deusa, eu sei, eu também mas -- Ele tirou-me do seu colo, pondo-me deitada no que parecia ser uma cama e alisou meu rosto -- Quero fazer tudo correto agora. Não vamos nos precipitar, temos todo tempo do mundo. Eu sou seu e você é minha.


- Você sabe que eu te amo, não sabe? -- Beijei sua boca e ele retribuiu


- Sim, eu sei, e como sei -- Olhei-o surpresa -- Está estampado em você, amor -- Ele riu gostoso e deitou-se ao meu lado, alisando meus cabelos e me olhando com contemplação. Olhei ao meu redor e o abracei.


- Onde estamos e como cheguei aqui? -- Cheirei seu pescoço profundamente e ele suspirou.


- No meu quarto na casa da minha mãe, a trouxe para cá quando cochilou no carro -- Eu sequer havia percebido que cochilara no carro. Quando me lembrei da "conversinha" que tive com a mãe dele eu me levantei de repente, me sentando -- O que foi, liebe? -- Ele me olhava preocupado.


- Sua mãe mentiu pra mim. Por quê? -- O olhei e ele abaixou o olhar.


- Quando vim pra cá minha mãe percebeu que eu estava um caco, e como sempre contei tudo a ela eu disse o que se passava comigo. -- Ele suspirou -- Brigamos feio, ela me disse que eu estava prestando um papel adolescente. Sei que é minha mãe e não quer me ofender, mas entendi perfeitamente que ela disse que eu sou velho demais pra você e que posso ir preso.


- Ela não tinha necessidade de mentir daquele jeito, eu me senti tão ruim -- Olhei para um ponto qualquer que não fosse seus olhos e ele me abraçou, beijando minha testa.


- Nada mais pode nos separar agora, não se preocupe -- Beijou meus lábios.


- Promete? -- Perguntei mechendo nos seus cabelos.


- Prometo -- E ele sorriu -- Aliás, você não comeu ainda.


- Não estou com fome


- Mas vai comer! -- Disse tentando soar sério -- Eu vou cozinhar pra você -- O Olhei surpresa.

- Não brinca! Você sabe cozinhar?


- Eu moro num apartamento sozinho, tenho que me virar -- Sorriu e me beijou. Bill desceu pra cozinha com um gigante sorriso no rosto, e eu não estava diferente. Levantei da sua cama de casal e olhei ao redor. Meu Deus, aquilo era um típico quarto de um menino adolescente. Tinha alguns pôsteres de banda espalhado pelo quarto, as paredes eram azuis e o carpete branco, a cama era de casal, um guarda-roupa, uma cômoda e outras coisas de meninoque eu não prestei muita atenção pois uma foto em particular atraiu minha curiosidade. Peguei-a e pus a mão na boca sorrindo largamente, aquele era Bill quando mais novo? Era um garoto extremamente magro e muitíssimo branco que vestia roupas coladas, um moicano baixo preto e ele era um garoto muitíssimo alto! Quantos anos ele tem nessa foto? Dezesseis? Dezessete? Olhando com atenção ele explicitamente se parecia com uma garota.


     Sentei na cama com a foto em mãos e esperei Bill voltar e meia hora depois ele entrou no quarto com uma bandeja gigante de comida. Rolei os olhos pelo exagero e ele sorriu.


- O que tem aí?


- Por favor, diga que esse aqui é você quando mais novo? -- Bill aregalou os olhos e tentou tomar a foto, mas guardei-a dentro do meu sutiã vendo um Bill de boca aberta olhando para meus seios. Corei -- Quantos anos você tinha aqui?


- Dezenove -- Ele sorriu sem graça


- Dezenove?! -- Quase gritei -- Bill, olha esses músculos que você tem! Como conseguiu isso? E porquê era tao magro?


- Se você comer eu lhe conto -- Fiz pernas de índio e coloquei a bandeja na minha frente, comendo enquanto balançava a foto em sinal de que el devia dizer algo.


- Eu nasci prematuro, por isso era tão magro e esquesito assim. Nada que uns hormônios aplicados não resolva no entando.


- Você não era esquesito, mas parecia uma menina. Porquê nasceu prematuro? -- Perguntei comendo o delicioso strogonof que ele fez.


- Eu era gemelar, mas minha mãe teve complicações na gravidez e meu irmão morreu no útero, meu parto teve que ser feito as pressas. -- Bill disse sentando-se ao meu lado e me abraçando. Meu queixo quase foi ao chão. Um gemelar? Dois Bills?


- Puta merda! Eu não acredito nisso! Teria dois de você? -- Ele gargalhou com minha cara de tapada e afastou minha franja, beijando minha boca rapidamente.


- Sim. O nome dele seria Thomas.


- Thomas Kaulitz -- Disse pensativa -- Puxa, é um nome lindo! -- Sorri para ele.

 

            A noite passou rapidamente, eu e Bill trocamos mais beijos e carícias do que normalmente um casal faz, mas tudo dentro dos limites. Acordei no outro dia com um ótimo bom humor, havia dormido bem e aquecida com meu amor que, por sinal, não está na cama.


- Onde ele foi? -- Perguntei olhando ao redor. Em cima da cabeceira da cama achei um papelzinho azul dobrado escrito "Para minha Deusa". Sorri com aquilo e o abri:

 

          "Mein Liebe, dormiu bem? Espero que sim pois eu dormi maravilhosamente. Me perdoe, por favor, por não estar ao seu lado para ver essa carinha de sono, mas tenho que reoslver umas coisas que é do seu interesse mas que só vou revelar a noite (não faça cara de brava, você vai gostar). Sei que não quer ver minha mãe, ela não está em casa, só chega a noite e é seguro que desça pra comer algo. Pode pedir Georg para te buscar, por favor? Estou bastante ocupado, mas não fique chateada comigo, amor. De noite nos acertamos.

Do seu homem que te ama"


"de noite nos acertamos", aquilo ficou martelando na minha cabeça e ruborizei por pensar besteira. O que estava acontecendo comigo? Balancei a cabeça  e desci para a cozinha comendo o que Bill me preparou (que por sinal estava delicioso), chamei Georg e voltamos para o Hotel. Óbvio que ouvi muitas piadas de Georg mas decidi ignorar, estava ocupada demais com a cabeça nas nuves e ele pareceu perceber isso pois não me importunou mais. Fiquei no hotel até tardizinha já que havia acordado três da tarde, e Bill me mandou uma mensagem pedindo que eu me arrumasse pois tinha uma surpresa para mim. Oito horas eu ponto eu estava de vestido preto saltos da mesma cor e sobretudo, cabelos ondulados, olhos delineados e lábios vermelhos. Ele disse que seria um jantar. Sorri empolgada quando sua buzina soou do lado de fora e fechei meu sobretudo, escondendo meu vestido.


 -... Meu deus... -- Ele disse abobalhado me estendendo sua mão.


- Estou tão mal assim? -- Sorri corada e ele erguei meu rosto beijando meus lábios.


- Não há palavras para descrever o quão linda você está -- Sorriu cheirando meu pescoço, me abraçando. Bill estava lindo, blusa regata preta deixando seus músculos a mostra, calça jeans e seu lindo cabelo (foto capa).

      
        Ele dirigiu por mais ou menos vinte minutos até o nosso destino e sorri imensamente quando o vi. Um restaurante italiano. Bill disse nunca ter comido comida italiana ainda e pediu que eu fosse seu guia. O lugar era lindo, confortável e elegante, e nossos olhos apaixonados não desviavam um do outro.


         O jantar fora agradável, cheio de promessas, declarações, beijos e paixão. Bill fazia de tudo para me agradar e para compensá-lo eu mostrei-lhe meu vestido, retirando o casaco. Depois disso ele não conseguia falar mais do que umas palavras desconexas olhando meu corpo. Sorrimos um para o outro brindando a nós dois, e a certeza de um único futuro nos esperava: nada nos afastaria mais.


        Depois do jantar Bill dirigiu novamente até aquele parque qual conversamos, ele parecia nervoso. Chegando no mesmo, andamos de mãos dadas e esbanjamos nosso amor para quem quisesse vem; beijávamos sem pudor e não economizávamos carícias.


- Quero que confie em mim -- Bill disse de repente, beijando minha boca e me olhando com aqueles olhos doces, apaixonados.


- Eu confio -- E sorri.


- Coloque isso, então -- Bill estendeu-me uma venda e a olhei estranho, mas aceitando. Ele amarrou atrás e perguntou se eu via algo respondendo prontamente que não. Andamos por longos minutos com ele me guiando, certo tempo percebi que cruzávamos o lado pois passamos pela ponte. Alguns minutos a frente ele mandava que eu tomasse cuidado com alguns degrais. Enfim chegamos e Bill se pôs atrás de mim.


- Espero que goste, querida -- Afastou meu cabelo e beijou minha nuca, arrepiando-me. Logo em seguida a faixa fora desamarrada e meus olhos brilharam, tanto de beleza tanto de emoção.


- O gazebo! -- Estávamos dentro do belo gazebode madeira, por dentro dele era cheio de flores com uma luz amarelada aconchegante o iluminando, ao redor do parque tudo brilhava com flores de pisca: A ponte, as árvores, os bancos, os baldes de lixo e até mesmo o lago tinha uma velas flutuantes o iluminando todo. Parecia um paraíso e algumas lágrimas caíram dos meus olhos. Me virei para Bill e sorri largamente, o abraçando forte -- Obrigada por me trazer aqui, meu amor.


- Não é só isso -- Ele me afastou um pouco, parecia nervoso -- Eu nunca fiz isso antes, então estou um pouco nervoso... Brenda, desde que entrou na minha vida eu já não sou mais o mesmo. Você me deixa louco, me faz desejá-la a cada instante e eu nunca fiquei tão mal por ter perdido alguém. Você não sabe como eu fiquei quando viajei para a comitê de professores, não sabe como eu fiquei quando eu a vi pulando aquela janela pra fugir de mim, não sabe como eu fiquei quando a vi caída no chão sendo carregada por uma enchente. Brenda, eu não aguento mais te ter aos poucos, te ter por momentos e não ter certeza de nada, de não poder tocar em você porque estamos sempre brigando e nos desentendendo, eu cansei disso -- O olhei surpresa, sentia meu coração bater mais rápido a cada palavra dele. Meu estômago borbulhava de tantas borboletas -- O que estou querendo dizer é que -- E Bill se ajoelhou a minha frente. Oh não, não, não, ele não vai fazer isso! Meus olhos começaram a lacrimejar e eu chorava.

 

- Bill...


- Brenda Callengarii eu passei muito tempo solitário, magoado e não sentia falta realmente de alguém -- segurou minhas mãos -- Mas isso mudou desde que entrou na minha vida, eu sinto sua falta, sinto vontade de você. Fiquei me perguntando a muito tempo se o que estou fazendo é certo, se esse pedido é certo por causa da minha idade e por causa da sua mas vou jogar tudo para o alto pois eu te amo -- Ele chorava também. Meu choro se transformou em surpresa ao vê-lo tirar uma caixinha preta do seu bolso, meu coração disparou e eu sentia que iria desmaiar -- sabe... eu tenho que ser sincero que eu gostaria de lhe pedir algo muito mais sério, mas iremos com calma -- Ele sorriu envergonhado -- O que estou tentando dizer é -- Ele me olhou abrindo a caixinha e revelando um anel de prata grosso com algumas pedras encrustadas nele. Meu coração parou, meu corpo ficou trêmulo. OH. MEU. FUCKING.DEUS.


- Quer namorar comigo

 

 

CONTINUA


Notas Finais


Hey! Tudo bem, minhas lindjas? Então, eu demorei a postar porquê meus gêmeos estão doentinhos, precisavam de uma atenção mais redobrada, mas agora eles estão melhorzinho e tive um tempinho livre ~(^.^~)
Bem gente, eu devo avisar que eu já não tenho mais dias de POSTAGEM: quando der, eu posto. Sei que é ruim, mas minhas crianças estão crescendo e com isso uma atenção redobrada a cada dia. Mas o importante é que a fic vai estar rolando, não? :D
Sobre POSTAGENS DAS OUTRAS FANFICS: Bem, pessoal, eu não pretendo abandonar nenhuma fanfic, mas estou indo por regra de postagem. Essa fic é muito mais antiga que as outras então pretendo terminá-la antes de começar a postar nas outras, caso tenha algum leitor de mais fics minha por aqui. Amor Proibido é minha prioridade, depois Doce Incesto e por fim Desventuras com Tokio Hotel. Depois as outras duas. Acho que assim será.
Sobre COMENÁRIOS: pessoal, eu amo ler cada um dos seus textões, são tão animador! :* Mas devo avisá-los para não se ofenderem se eu demorar a responder, como eu já disse; não tenho muito tempo para estar a todo momento no Spirt, e muitas vezes eu nem vejo, mas eu responderei cada um deles! E, caso eu poste outro capítulo sem responder me mandem uma mensagenzinha pessoal ou a minha irmã (~Glamurous-Chan) que eu prontamente responderei, okay? Jamais deixaria um comentário Alone por maldade, claro que não. Adoro interagir com vocês!
Então, quem gostou faz uma dancinha egípcia!

(~*-*)~

~(*-*~)

(~*-*)~

~(*-*~)

ahuhehuahuheuhauha ADORO isso <3

BvBeijos minhas lindjas! Até mais! Deixe seus comentários divônicos aí <3 <3 <3 <3


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