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História Amor Proibido - Sangue, suor e lágrimas. Parte 1


Escrita por: sthesouza

Notas do Autor


OLÁ MEUS AMORES!
Me perdoem pela demora, mas aqui está um capítulo enorme para compensar!

Boa leitura e atenção aos detalhes... são extremamente importantes!

Capítulo 17 - Sangue, suor e lágrimas. Parte 1


Seokjin já estava acordado e olhava a paisagem pela sacada do quarto em que havia dormido. 

O sol brilhava levemente através de algumas nuvens que vagavam pelo céu. Uma leve brisa fria fazia com que as folhas das árvores e seus cabelos, dançassem no mesmo ritmo. 

Seokjin, por um breve momento, fechou os olhos e deixou que aquele leve vento e o canto dos pássaros varressem sua mente e sua alma.

Namjoon, que decidiu ir até o quarto onde Jin havia dormido, sentiu a essência do mais novo impregnar-se em suas narinas.

Para Namjoon, observar Kim Seokjin era o mesmo que tomar um chá de camomila em uma tarde fria, tão relaxante e reconfortante. 

Ele admirava como o homem conseguia ser um mar em ressaca e de uma hora para outra, se transformar em uma lagoa onde apenas forma leves ondas por conta dos ventos que a atingem.

Kim Seokjin poderia ser comparado à lua, onde o sortudo que conseguisse tê-lo próximo de si é parabenizado como se tivesse sido o primeiro homem a pisar na mesma.

Namjoon caminhou até a sacada e ficou ao lado de Jin observando a paisagem. Ele sentiu seus pensamentos serem inebriados pela forte essência que o envolvia pela proximidade com o outro.

O castanho ao sentir um calor e o perfume único de Namjoon próximo de si, abriu levemente os olhos encarando o mais velho que parecia nem ter notado estar sendo observado.

Ele pensava em como o mais velho conseguia ser tantas pessoas em apenas um corpo. Há uns meses atrás quando julgava Namjoon, nunca imaginou que esse homem poderia se mostrar ter tantas faces.

O Kim acastanhado sentia-se admirado por poder conhecer um pouco mais sobre Namjoon. Ele tinha ciência de que ainda não o conhecia por completo, e que talvez nunca conseguiria descobrir todas as faces do loiro. Afinal, Namjoon é uma caixinha de surpresas e quando você menos espera lá tem um novo motivo para se surpreender.

Kim Namjoon é uma mistura perfeita de Mercúrio com Netuno. Tão quente e ao mesmo tempo tão frio. 

Poderiam o descrever com algum planeta meio termo, mas não definiria corretamente Kim Namjoon. Esses dois planetas são marcados por intensidade, um quente ao extremo e o outro frio ao extremo. Assim, concluímos que Kim Namjoon tem uma intensidade que foge dos limites... se é que para ele há limites.

Ao sentir o olhar do mais novo queimando em si, Namjoon virou-se para ele e olhou em seus olhos. Os dois descreviam os olhares como intensos. Um descrevia o outro dessa forma.

Sentiam-se perdidos com tamanha conexão que havia entre si e como um conseguia envolver tão facilmente o outro.

— Seokjin... -Namjoon se aproximou do mais novo que foi caminhando para trás conforme o outro caminhava em sua direção. 

— Oi Namjoon... -Jin disse firme e fazendo o loiro arquear as sobrancelhas.

— Uh que seco. -respondeu debochado e deu um breve riso nasal.

— Quem acorda de bom humor? -Jin bufou e Namjoon se aproximou mais colocando seu corpo no do mais baixo. — O que acha que está fazendo? 

— Estou te esquentando... você está se arrepiando e creio que deve ser esse ventinho frio. -respondeu se fazendo de bobo. Ele sabia que Seokjin estava arrepiado pela proximidade em que estavam.

— Eu não estou com frio Namjoon. -revirou os olhos e deu um leve empurrão no mais velho.

— Acho que já sei o motivo de você estar irritadinho comigo. -Seokjin ergueu os olhos até os de Namjoon. — Ainda está com ciúmes da mulher da festa ter dado em cima de mim? -soltou desafiador.

Seokjin queria se bater por não conseguir esconder isso. Ele nem ao menos sabia o motivo de ter sentido aquilo. A única pessoa que lhe causava tais sentimentos era Jin Hyosang. Mas era óbvio que não admitiria aquilo em voz alta!

— Olha aqui Kim Namjoon, a última coisa que eu sentiria nessa vida é ciúmes de você. Pelo amor de Deus né. -gesticulou com as mãos e Namjoon ria abobado. Ele definitivamente estava com ciúmes.

— Okay senhor ciumento. Eu posso te recompensar sabia? -mordeu o lábio inferior enquanto olhava para a boca de Jin. 

Namjoon se sentia mais atraindo pelo acastanhado cada dia que passava. Seus lábios pareciam imã que atraía sem qualquer dor os do loiro.

— Namjoonie... -Jin sussurrou ao sentir o loiro pressionar mais seu corpo contra a parede e levar sua boca até o seu ouvido.

Por mais que Jin quisesse negar, ele não podia. Namjoon o atraía sim, desde o momento que viu-o naquela exposição. O jeito dele que tanto odiava, agora é motivo de insegurança na decisão de suas atitudes perto do loiro.

— Jinnie... não faz isso. Você sabe que eu sou impulsivo. -Namjoon falou em tom rouco ao sentir as mãos do mais novo em seu peitoral e pescoço.

A mente de Jin implorava para Namjoon ser impulsivo, mas Jin não daria o braço a torcer. Ele sentia atração por Namjoon? Sim. Mas nem de longe ele quer ser considerado mais um dele.

— Não estou fazendo nada, Namjoon. Você que está me agarrando. Me solta! -deu um leve tapa no braço de Namjoon que se demonstrou nem um pouco afetado com o ato e soltou uma risada.

— Como se você realmente quisesse isso. -Jin parou de tentar sair dos braços de Namjoon e encarou-o. — Eu ainda posso te recompensar. -Namjoon falou ajeitando alguns fios que o vento fazia com que caíssem em seus olhos.

— Como? -perguntou automaticamente e logo quis se estapear.

— Depois que você cuidou da Luna, percebi que ama crianças. Você se da super bem com elas. -o loiro fez uma pausa para o castanho o questionar, mas nada saiu de sua boca. Com isso, levou como um empurrãozinho para prosseguir. — Jin... eu sempre faço doações de roupas, brinquedos e coisas necessárias para as crianças de um orfanato no centro da cidade. Eu quase não tenho tempo para entrega-los pessoalmente e estou há uns meses sem visita-los. Agora com você aqui, creio que possa ser uma ótima companhia para me ajudar a cuidar um pouquinho daquelas crianças que anseiam por amor, carinho e atenção. -suspirou, abaixando a cabeça e Seokjin mantinha seus olhos arregalados e brilhantes. Ele estava encantado com a atitude de Namjoon. E novamente o homem lhe surpreendeu.

– Joonie! Isso é incrível! Que horas podemos ir? Ahhh não vejo a hora de mimar cada uma das crianças. -Jin falava animado e completamente ansioso. Namjoon ao notar, sorriu e deu um abraço em Jin que retribuiu automaticamente.

— Vamos nos arrumar porque ainda precisamos comprar os brinquedos para distribuir. -Namjoon falou soltando Jin que confirmou com a cabeça e voltou para o quarto pegando suas roupas e pertences pra logo irem. 

 

[...]

 

Depois de pegarem os brinquedos que distribuiriam no orfanato, seguiram o caminho até o mesmo. 

Namjoon comentou um pouco sobre as criança que havia conhecido nas últimas vezes que havia visitado. Jin apenas ouvia tudo com entusiasmo e curiosidade. Ele amava crianças e se sentia extremamente realizado por estar fazendo tudo isso.

O loiro também explicou que lá haviam em torno de 30 crianças no máximo. Jin não sabia se ficava triste ou aliviado por saber que poderia dar atenção para cada uma delas.

Enquanto Jin pensava animadamente em tudo que faria com as crianças, Namjoon dirigia com um sorrisinho no rosto. Estava feliz por estar conseguindo agradar ao mais novo e, ao mesmo tempo, levando uma pessoa preciosa à um lugar precioso para si.

Depois que seus pais morreram, Namjoon sentiu na pele como é perder e não ter as pessoas mais importantes da sua vida por perto. Mesmo que inconformado com tudo, ele continuou vivendo e, uma vez, que agiu com um pouco de rebeldia, a Rosé disse-lhe algo que nunca mais saíra de sua cabeça desde então:

"Não sofre por eles terem partido e muito menos ache que foi injustiça você perdê-los. Todos temos nosso tempo de morte, e o deles chegaram.

Chorar e descontar nos outros não muda a realidade. Você deveria se sentir honrado por pelo menos ter conhecido seus pais, recebido todo amor e carinho deles e principalmente por ter uma família.

Eu conheço um orfanato que você deveria visitar. Aquilo sim é tristeza. Ver inúmeras crianças puras, de bom coração, ansiando por carinho pelo simples fato de terem sido abandonados por pessoas que deveriam cuidar delas e protegê-las.

E acredite Namjoon, essa realidade não é apenas dessas crianças. Há várias crianças em orfanatos e até mesmo nas ruas completamente abandonadas.

Conheço um que você poderia ir visitar. Só abra seu coração, dê e receba todo amor que eles precisarem ou transmitirem. Assim, aprenderá uma nova lição de vida."

Depois desse dia, Namjoon resolveu visitar o orfanato e todas as barreiras que preenchiam-o desmoronaram-se. Ele aprendeu a dar valor às pequenas coisas e, nisso, estava incluso a sua vida e as crianças que agora faziam mais parte da sua vida do que nunca.

— Chegamos! -Namjoon anunciou e fez todos os procedimentos até sair e trancar o carro.

As bolsas de brinquedos já estavam sendo carregadas por seguranças que estavam esperando-os. Eram muitas e estavam pesadas pois haviam mais de 30 brinquedos.

— Com licença, eu posso pegar algumas sacolas para ajudar? -Namjoon ao ouvir a voz suave de Seokjin, olhou para o mesmo e notou um sorriso nos lábios do segurança ao qual ele havia oferecido ajuda.

— Não é necessário, Sr Kim. -disse sorrindo e Jin cora descaradamente.

Kim Namjoon observava Seokjin e não estava com uma cara nada agradável. Quando o segurança notou, ajeitou sua postura, curvou-se para Seokjin e entrou no orfanato com as bolsas.

— Vamos, Jin. -o loiro pegou na mão do mais novo e começou a caminhar para o interior do orfanato.

Namjoon resolveu permanecer em silêncio e Jin, por mais que estivesse encantado com toda a estrutura e cores daquele lugar, percebeu o silêncio do mais velho e começou a se sentir incomodado.

Já notando que havia algo de errado, parou e segurou firme a mão de Namjoon que encarou-o rapidamente procurando algo que poderia estar incomodando-o.

— O que aconteceu? -Jin perguntou e Namjoon bufou.

— Precisava dar mole para aquele segurança? -questionou e Jin encarou-o confuso. — Seokjin, as pessoas ainda acham que somos namorados. Não estou afim de sair com fama de chifrudo. -Jin riu debochado.

— Eu não estava dando mole para ele, Kim Namjoon. Apenas ofereci a minha ajuda. Agora sobre ainda estarmos "namorando", você não pensou nisso ontem com aquele "gostosa" dando em cima de você. -Jin disse com desprezo.

— Realmente... Eu não pensei no fato de você sair com uma má fama. -falou com ironia e Jin continuou encarando-o. — Talvez eu devesse ter pego-a mesmo sem pensar em porra nenhuma, se soubesse que não dariam valor. -falou grosso, mas em tom baixo para que ninguém além de Jin escutasse.

— Você não ficou com ela? -Jin arregalou os olhos surpreso.

— Não, Jin! Mas que droga! -as veias de Namjoon pulsavam e Jin sentiu um calor subir em seu baixo ventre.

— Desculpa ok? Eu realmente não estava dando mole para ele, mesmo sendo um gato. -Namjoon revirou os olhos e Jin soltou uma risada gostosa aos ouvidos do loiro.

— Vamos logo antes que eu decida estrangular aquele infeliz. -Jin cobriu a boca e ficou rindo discretamente. Namjoon soltou uma risadinha e pegou na mão de Jin para voltarem ao caminho.

O diretor do orfanato já os aguardavam próximo a uma porta que dava para a sala onde as crianças estavam.

— Boa tarde, Namjoon! -Cumprimentou sorrindo e dando um leve abraço no mesmo. — Quanto tempo, cara! -soltou uma risada.

— Boa tarde! Minha vida anda um pouco mais agitada que o normal e isso me impede de vir aqui com a mesma frequência que antes. -falou colocando o braço em volta da cintura de Jin e aproximando seu corpo do mesmo. 

— Imagino... ando olhando as notícias e muitas coisas ocorreram nesse meio tempo. -falou com um sorriso enorme direcionando seu olhar para Seokjin.

— Esse é o meu namorado, Kim Seokjin. -apresentou e Jin não deixou de sentir uma coisa estranha na barriga. Ainda não havia se acostumado com essa ideia de que para os outros estavam mesmo namorando.

— Uau... você é muito mais lindo pessoalmente. Se eu fosse gay, você sem dúvida seria por quem eu cairia de amores. -falou pegando a mão de Seokjin dando um breve aperto e um lindo sorriso direcionado a si.

— Cara, ainda bem que você não é gay porque eu não aguentaria ter que competir com mais um. -Namjoon falou rindo e Jin só observava com um ponto de interrogação.

— Até porque você perderia para mim. -deu uma piscadinha para Namjoon que logo riu negando com a cabeça. — Convenhamos Seokjin, eu sou muito mais bonito que aquele cara ali. -apontou para Namjoon e Jin não pode deixar de rir.

— Quero saber quando você vai tomar vergonha na cara e pedir sua mulher em casamento. -Namjoon diz sugestivo e o outro soltou uma tosse como se tivesse engasgado.

— Então, vamos falar sobre as crianças? -os três riram com o escapismo que o diretor havia tentado dar.

— Onde estão minhas crianças? -Namjoon perguntou e Jin achou adorável o modo como havia referido-se as crianças.

— Estão nessa sala assistindo filme. -falou e virou-se para Jin. — As crianças não ficam aqui apenas à espera de uma família. Criamos um planejamento onde especifica o que as crianças farão em determinados horários. Elas têm horário para brincar, estudar, dormir e mais, mais uma diversidade de coisas. Neste exato momento, estão fazendo uma atividade sobre o filme que acabaram de assistir. -explicou para Jin que estava maravilhado com o cuidado e tratamento que davam as crianças.

— Isso é incrível! -respondeu animado.

— Sim, é. E tudo graças ao seu namorado que nos ajudou a proporcionar um ambiente qualificado para todas essas atividades. Se não fosse por ele, muitos orfanatos hoje já estariam fechados e as crianças mais uma vez abandonadas. -e mais uma vez Seokjin tinha uma expressão surpresa em sua face. Namjoon não cansava de mostrar que por dentro era uma pessoa com um coração incrível.

A cada dia que passa eu sinto mais orgulho ainda da pessoa que tenho ao meu lado. -Jin diz sem pensar para o diretor enquanto encarava Namjoon. E sinceramente, era a primeira vez que não se arrependia. Ele realmente sentia orgulho de Namjoon.

— Namjoon, você poderia mostrar o orfanato para ele enquanto as crianças terminam a atividade. -diz docemente encantado com o casal a sua frente.

— Ótima ideia! Depois que terminarmos o nosso tour, para qual sala podemos ir pra encontrar as minhas crianças? -Jin não sabia o motivo, mas seu coração acelerava toda vez que Namjoon dizia "minhas crianças".

— Na sala de brinquedos. -Namjoon concordou e buscou novamente a mão de Jin. – Minha assistente estará lá para caso precisem de alguma coisa. 

— Tudo bem... até! -Namjoon disse e puxou Jin para si, colocando a mão em sua cintura, enquanto iniciavam a exploração pelo lugar.

Jin não queria, mas gostava do jeito possessivo de Namjoon. Quando segurava firme em sua cintura ou até mesmo quando prensava-o na parede. Às vezes Jin imaginava como o loiro deveria ser na cama. Afinal, se Namjoon não fosse bom no que faz, não teria tanta gente caindo praticamente de pernas abertas na frente dele.

Já Namjoon, imaginava Jin um tanto submisso a si. Ele não reclamaria, até porque iria amar fazer o que bem entendesse com o corpo do mais novo. 

Após Namjoon ter mostrado praticamente o orfanato inteiro, deram uma parada na sala ao lado da de brinquedos. Dava pra ouvir a agitação e até risada das crianças. 

Seokjin passava os dedos pelos livros que continham nas estantes, enquanto Namjoon observava como a sala de leitura estava mais alegre e cheia de conteúdos depois de suas doações.

— Eu ainda me pergunto o motivo de nunca ter saído pela mídia o fato de você ajudar os orfanatos daqui. -Jin quebrou o silêncio caminhando até Namjoon e ficando de frente para ele.

— Eu ajudo na construção de um futuro para as minhas crianças e não gosto de levar isso como um troféu que deve ser exibido para o mundo inteiro. Eu levo como um ato de preocupação, amor e solidariedade. -Namjoon explicou colocando as mãos no bolso de sua calça.

— Por que os chama de "minhas crianças"? -Jin estava aproveitando o momento para sanar a sua curiosidade. Namjoon riu retirando suas mãos dos bolsos e andou um pouco pra frente para abraçar levemente a cintura fina de Jin.

— Eu me sinto um pai quando estou próximo à elas. Um pai preocupado com a educação, saúde e lazer de seus filhos. -Jin coloca uma de suas mãos no peitoral de Namjoon e a outra no ombro enquanto encara-o nos olhos. Outra coisa que notou foi que, os olhos de Namjoon brilham ao falar das crianças. Jin achou isso um amor.

— Você pensa em ter filhos? -perguntou o acastanhado.

— Quando estou com elas, penso sim. Às vezes sinto vontade em adotar todas elas pra mim. -solta uma risada nasalada e Jin abre um sorriso com a fala do loiro.

— E por que não adota pelo menos uma? -questionou levando seus dedos ao cabelo de Namjoon que encarava a parede.

— Porque eu não tenho tempo o suficiente para cuidar de uma criança. Eu não posso dar atenção, amor e o carinho que precisam diariamente. -Namjoon olhou nos olhos de Jin que parou o carinho que fazia em seus cabelos. — E também preciso encontrar alguém que eu ame para partilhar todos esses momentos comigo. -disse e desviou seu olhar para os lábios de Jin.

Os olhos de Jin seguiram até os de Namjoon e ele desejou tê-los para si. As respirações quentes se misturavam e tocavam o rosto alheio. 

O loiro queria quebrar qualquer distância entre os lábios dele e os de Jin, mas não o faria. Ele respeitaria Jin como nunca havia feito com ninguém. Porque Jin era completamente diferente das pessoas que ele conhecia e valorizaria isso.

Seokjin fechou levemente os olhos ao notar que Namjoon se aproximava. Quando os lábios quase se tocaram, o loiro tocou o maxilar de Jin com os dedos e virou seu rosto delicadamente para deixar um beijo suave em sua bochecha.

Ficaram um tempo naquela posição, até Jin soltar todo ar que havia prendido e Namjoon deixar um breve selar em sua testa, soltando o corpo do mais baixo.

— Vamos... as nossas crianças estão nos esperando. -Namjoon falou pegando novamente em sua mão e Jin se segurou pra não abrir um sorriso enorme com o "nossas crianças". Namjoon estava transformando sua cabeça em uma enorme bagunça.

Namjoon deu dois toques na porta e abriu revelando uma sala completamente colorida com todo tipo de brinquedos espelhados pelo chão. 

— Olha! É o Namjoon-hyung! -um menininho gritou no meio daquelas crianças e todos começaram a gritar por Namjoon, enquanto levantavam para falar com o mesmo.

— Namjoon-oppa, sentimos sua falta. -uma menininha de cabelos claros falou e Namjoon abaixou para abraçar a mesma.

— Também senti falta de todos vocês! -levantou e fez carinho na cabeça de cada um próximo de si. — Aliás, hoje eu trouxe alguém comigo e espero que vocês gostem de tê-lo conosco. -Jin, que até então estava na porta observando tudo apaixonado, caminhou até parar ao lado de Namjoon.

— É O SEOKJIN! -uma menina gritou e todas vieram abraçar Seokjin que estava extremamente feliz com a recepção.

— Ah Jinnie-oppa... finalmente Namjoon-oppa trouxe você para nos visitar! -uma falou animada e Jin prestava atenção em cada palavra.

— Verdade! A gente sempre pedia para o oppa te trazer, mas ele dizia que você não gostava dele. -outra disse com os braços cruzados e um bico nos lábios, fazendo Jin soltar uma gargalhada.

— Eu acho que é mentira, porque agora ele namora o Jinnie-oppa. -olhou desafiador para Namjoon que ergueu os braços e as outras concordaram fazendo Jin corar.

— Vocês são uns amores. -Jin falou e elas correram para abraçá-lo.

Namjoon estava feliz que as crianças tenham gostado da surpresa. Fazia tempo que sempre cobravam isso de Namjoon, mas o mesmo não podia realizar já que Jin não o suportava.

Agora ali, com todas aquelas crianças brincando de cabeleireiro com Jin, felizes e com o Jin feliz, Namjoon se sentiu realizado. Era tudo que ele precisava para se sentir bem e feliz.

Se passaram horas e os dois continuavam de farra com as crianças. Elas não se cansavam um minuto sequer. Fizeram Namjoon e Jin se casarem de mentirinha, brincaram de mãe, pai e filho, de cozinheiro e de mais inúmeras coisas.

Anunciaram que era hora do lanche, fazendo todas as crianças correrem para o refeitório. Os dois decidiram permanecer na sala para descansar e se entreolharam sorrindo.

— Eu quero vir mais vezes. Eu amei tudo isso aqui! -Jin encostou a cabeça na parede e tentou controlar a sua respiração. Namjoon tentou não maliciar aquela cena, mas foi inevitável morder os lábios.

— Eu te trago aqui mais vezes, se quiser a minha companhia. -Namjoon repetiu o ato do mais novo.

— Eu vou quer... -Jin se levanta, mas interrompe a sua fala ao notar que havia um garotinho sozinho no canto da sala olhando para o nada. Parecia triste.

Namjoon notando o olhar estranho de Jin, virou-se para o local para onde ele olhava e viu a presença do mesmo garotinho completamente distraído.

— Nam... quem é ele? -perguntou curioso e um pouco triste, afinal, por que o menino estava sozinho? Em momento nenhum havia o visto brincando. Na verdade, era a primeira vez que havia notado a presença do menino.

— Eu não sei... ele estava brincando? Eu não o vi. -Namjoon respondeu.

— Ele é o Jeon JungKook. Ele veio para cá um pouco depois da sua última vinda. -a assistente começou a falar dando um breve susto nos dois. — Desculpem-me pelo susto... -falou envergonhada.

— Nada... -Namjoon respondeu.

— Mas...por que ele está sozinho? -dessa vez, Jin perguntou.

— Ele não brinca com as outras crianças. Na verdade, nem conversa com ninguém. Já convocamos um psicólogo, mas ele não diz nada. -ela suspira triste. — Vou deixar vocês a sós... -ela sorriu e saiu da sala logo fechando-a.

— Eu vou falar com ele! -Jin disse se levantando e caminhando com cautela até o menino. Namjoon fez o mesmo.

Os dois se sentaram na frente do menino. Puderam notar seus cabelos negros contrastando com seu tom de pele mais claro. Suas roupas eram da mesma cor que seu cabelo e vestia uma blusa do homem de ferro.

— Oi... eu sou o Seokjin. -JungKook arregalou os olhos ao notar que Seokjin falava com ele, mas permaneceu quieto. 

— E eu sou o Namjoon... -deu um breve sorriso para o garoto que abaixou seu olhos tristonhos.

— Eles jogaram vocês para mim de novo? Eles querem se livrar logo de mim, mesmo sabendo que ninguém quer adotar uma criança estranha como eu. -Jungkook falou tanto que deixou os dois arregalados. Tanto pelo tom de voz um pouco grave para a idade, quanto para o que havia dito.

— Ei... não! Nós decidimos falar com você. -ergueu os olhos até os de Namjoon que havia se pronunciado. — Na verdade, nós não viemos adotar ninguém. Apenas brincar com vocês. -o menino de cabelos negros formou um "o" com a boca.

— Então você é o hyung que todos falam? -Namjoon assentiu. 

— Quantos anos você tem? -Jin perguntou, aproveitando enquanto o menino estava falante.

— Tenho cinco anos. -disse fazendo o número três em uma mão e o dois na outra.

— Vejo que gosta de homem de ferro. -Jin falou apontando para a blusa do pequeno.

— Eu amo! Homem de ferro é o melhor! -o menino diz sorrindo tímido. — Do que você gosta hyung? -perguntou para Jin.

— Eu amo Mario! -o menininho sorri, mostrando os dentinhos de coelho e Namjoon sorri.

— Você tem dentinhos de coelhinho! -disse de um jeito fofo para o menino e ele encara Namjoon.

— E você tem covinhas! -levantou-se colocando os dedinhos nos buraquinhos que tinha nas bochechas.

— Por que não brinca com as outras crianças? -Jin perguntou com cautela.

— Porque eu prefiro brincar sozinho com meu caderno e lápis de cor. -falou pegando um caderninho que estava debaixo da cadeira em que permanecia sentado, folheou algumas páginas e estendeu para que os dois vissem um de seus desenhos.

— uau! -Jin disse surpreso e Namjoon abriu um "o" com a boca.

Ele havia desenhado a sala de leitura e, no centro da sala, estavam Jin e Namjoon abraçados. Dava para ver que eram eles pela roupa em que estavam no desenho e também porque era exatamente a parte onde eles quase se beijaram.

Namjoon e Jin se encararam surpresos e um pouco constrangidos. Jungkook apenas brincava com os dedos enquanto encarava o teto. Ninguém precisava saber que ele estava espionando os dois desde quando chegaram.

Os dois decidiram mentalmente não comentar sobre o conteúdo do desenho. Apenas continuaram a apreciar o talento do menino. 

— Está lindo! Parece tão real... se fizesse uma aula de desenho, poderia aperfeiçoar ainda mais! -Jin disse docemente segurando as mãos do menino. Ele jurava que Jin ou o Namjoon iriam surtar ao ver que o menino estava espionando-os. Afinal, era isso que todos faziam.

— Você quer ser desenhista? -Namjoon perguntou, fechando o caderno e entregando a ele.

— Eu não sei... não desenho muito bem e não tenho como fazer curso. Ainda sou pequenininho e só poderei fazer isso quando eu ficar grande e sair daqui. -ao notar a fala do menino, o coração dos dois se apertaram. Ele não tinha esperanças de ser adotado? Ele havia desistido de que uma família o quisesse? Por que?

— Não vai demorar, pequeno. Logo, logo uma família muito boa te adotará e te dará esse oportunidade de realizar o seu sonho.

— Não, hyung. Ninguém vai adotar um menino como eu. 

Eles iriam interferir na fala do Jungkook, mas foram interrompidos por toques na porta. Logo o diretor entrou e sorriu para os três.

— Olha só... vejo que conheceram o nosso pequeno desenhista. -sorriu e o Jungkook deu um breve sorriso, mas logo ficou sério. — Vamos todos para o refeitório? -concordaram e todos seguiram para lá.

As crianças comiam comportadas, as cozinheiras cumprimentaram os visitantes e um desenho sobre alimentos saudáveis era transmitido pela TV que ficava no local.

— Quer uma maçã? -Namjoon perguntou para Jin estendendo um para ele. 

— Quero... -pegou e logo mordeu.

— Cheirinho de queimado... -a assistente resmungou.

— Deve ter sido a desastrada da Yuri que queimou algo na cozinha. -o diretor falo e os dois riram.

— Joonie... -chamou o mais velho que estava entretido.

— Oi? -virou-se para Jin.

— Ela que é a quase noiva dele? -Jin perguntou e o loiro negou com a cabeça. — É que eles parecem ser tão grudados. -falou e deu de ombros.

Eles ficaram um bom tempo ali apenas observando o quanto suas crianças se divertiam com as frutas em formato de bichinhos e saboreando a fruta suculenta que comiam.

Namjoon se sentia realizado pelo dia produtivo que tiveram e, sem sombra de dúvidas, levaria Jin ali mais vezes. Ele acertou em cheio na companhia para lhe apresentar o orfanato. Nunca esqueceria desse dia.

Já o Jin, estava pensando em quantas vezes o Namjoon surpreendeu-o apenas hoje. Não tinha como contar. Na verdade, ele já havia desistido desde a primeira vez. Sorriu com o pensamento, mas logo fechou e sua feição se transformou em assustada assim que o alarme de incêndio foi disparado.

— Todos pra fora! Agora! -um dos seguranças apareceu na porta desesperado gritando.

Todo mundo saía desesperado junto com as crianças. Jin estava estático, era assim que ele reagia à essas situação.

— Jin! Jin! Olha pra mim! -Jin encarou Namjoon tremendo dos pés à cabeça. — Vai ficar tudo bem. Vem comigo! -segurou uma mão dele, pôs sua outra mão na cintura e começou a correr com Jin junto a si para fora do prédio.

O fogo se alastrava rapidamente, causando certo pânico nos dois. Eles já estavam na saída e a fiação começou a explodir. Estavam desesperados, mesmo pondo os pés para fora do lugar e notando que todos estavam salvos.

Enquanto Jin tentava respirar com mais calma, Namjoon buscava o celular e ligava para o bombeiro, assim como os outros. Por fora, já dava pra ver que o fogo tomava conta de quase tudo.

As crianças choravam dizendo que não teriam mais onde morar. Com isso, Jin respirou fundo e chamou todas elas até si, pediu para se acalmarem e também disse que eles teriam sim onde morar. Fariam o possível e o impossível para ajudá-los. Com essas palavras, até os funcionários se acalmaram. Jin era assim, transmissor da paz e do amor. 

Namjoon conversava com a assistente e Jin encarava o garoto de cabelos negros que estava no fim daquele multidão de crianças, de cabeça baixa. Aquilo lhe passou tanto conforto, que decidiu ir ver se ele estava bem.

O de cabelos castanhos andou até o menino e agachou sorrindo para ficar na mesma altura. Quando o menino ergueu seu rosto, o sorriso de Jin desapareceu. 

Não era o JungKook.

Jin levantou-se rapidamente e começou a caminhar entre aquelas crianças a procura do menino e não o encontrou. Aquele conforto foi substituído por dor em seu peito e um desespero bateu em si quando notou que JungKook não estava ali.

— Namjoon! Namjoon! -Jin gritou desesperado correndo até ele.

— Que foi Jin? O que aconteceu? -perguntou assustado e completamente preocupado.

— O JungKook não está aqui! Cadê o JungKook? -seus olhos já enchiam-se de lágrimas e Namjoon sentiu os seus fazerem o mesmo.

— Ai meu Deus! -a assistente exclamou colocando a mão na boca assustada. — Ele havia ido no banheiro. -falou com apenas um fio de voz.

— Eu não verifiquei nenhum cômodo, pois haviam me dito que todos estavam no refeitório. -o segurança se defendeu e foi a gota d'Água.

O rosto de Jin foi banhado em lágrimas e, sem pensar em mais nada além do menino, saiu correndo em direção ao prédio. Ele mesmo salvaria Jungkook.

Porém, braços fortes rodearam-o impedindo que ele se movimentasse. Era Namjoon e ele também chorava.

— Me deixe ir Namjoon! Me deixe ir salvar o JungKook! Eu não vou aguentar se algo acontecer com ele! -Jin gritava em meio ao choro e Namjoon sentia como se estacas estivessem sendo enfiadas em seu peito.

— Jin... -ele tentava controlar Jin que se mexia querendo se soltar de seus braços. -Jin! Olha pra mim! -gritou e ele encarou-o com o rosto vermelho e banhado em lágrimas. — Você confia em mim? -perguntou segurando o rosto do acastanhado.

— Confio Joonie. -sussurrou em meio aos soluços. 

Namjoon se aproximou dele e roçou seus lábios nos de Jin. Os soluços ainda eram altos por ambas as partes. Eles não poderiam deixar Jungkook morrer. Namjoon não deixaria ele morrer.

Com esse pensamento, Namjoon colou seus lábios nos de Jin e puxou o corpo dele para si. Ele estava prestes a fazer uma loucura, então não queria correr o risco de morrer sem nenhuma lembrança dos lábios de Jin.

Ele não aprofundou o beijo. Só de sentir a maciez, conseguiu reunir toda coragem que tinha e deu um abraço apertado em Jin.

Os seguranças encaravam-os e Namjoon aproveitou que Jin não estava vendo e sinalizou para segurar Seokjin no três. Eles assentiram e se aproximaram com cautela. Assim, Namjoon iniciou a contagem.

1

Passou seu nariz por todo cabelo de Seokjin e apertou-o com mais força em seus braços. Jin não sabia o motivo, mas sentia que aquilo era uma despedida.

2

Espero que me perdoe por esse selinho roubado. -diz soltando uma risada nasalada e se afasta olhando nos olhos de Jin como se fosse a última vez. 

3

— E espero que me perdoe pelo que vou fazer agora. -antes que Jin pudesse questionar, Namjoon correu para a entrada do prédio e os seguranças agarraram Jin com toda força.

— Kim Namjooooooooooooom... -gritou desesperado em meio ao choro.

E somente o que viu, foi a silhueta do loiro desaparecendo em meio a fumaça e o fogo.


Notas Finais


NAO ME MATEM!


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