História Amor proibido - Eu te odeio Uriel!

Uriel
Fico paralisado ao encarar Miguel á minha frente. Ele sorri tranquilamente, olha de mim para Laylla medindo o grau de intimida. Afasto-me imediatamente, ficando o mais distante possível dela. Se ele sequer desconfiar que o quê sinto é mais do que atração, Laylla estará com os dias contados. Suspiro fundo e enterro meus sentimentos, tornando minha expressão indecifrável.
- Miguel, meu irmão. O que está fazendo aqui?
- Ora, ora Uriel. Você não mudou nada. Tá o mesmo canalha de sempre. Posso saber quem é a vítima desta vez? Ou será que ela é diferente? – ele ergue uma das sobrancelhas e encara Laylla com curiosidade.
Dessa vez, tenho que agir de modo cafajeste. Laylla nunca irá me perdoar por isso.
- Eu não me prendo a ninguém, Miguel. Você sabe disso. Laylla é apenas uma amiga.
Ao dizer essas palavras, sinto mais do que vejo Laylla ficar tensa. Ela me fuzila com o olhar.
- Uriel, dessa vez você se enganou. Não somos nada um pro outro. Nada. – ela pronuncia cada palavra com ódio. E ao dizer isso, sai pisando duro e sem olhar pra trás.
Miguel assobia.
- Acho que você destruiu os sentimentos da garota.
Engulo em seco, e para mascarar o que estou sentindo ando em passos largos em direção à saída da escola. Miguel me alcança e caminha ao meu lado.
- Uriel, precisamos conversar.
- Sobre o que? – pergunto minha voz em tom frio.
- Você tem se envolvido com muitas humanas ultimamente. Isso tem chamado atenção.
Paro no meio do caminho e olho ao redor procurando saber se alguém ouviu, volto meu olhar para Miguel e o encaro.
- Tem certeza de que quer falar disso aqui? – faço um gesto com mão, indicando as pessoas.
Miguel sorri e acena com o queixo em direção ao carro.
- Vamos para casa. Temos uma longa conversa pela frente.
Miguel é o chefe dos arcanjos, é ele quem nos controla e coloca na linha quando for solicitado. E é exatamente isso que aconteceu. Ele foi solicitado para me colocar de volta nos eixos.
No último mês me relacionei com mais humanas do que pensei. Mas isso não é motivo suficiente para trazer Miguel até aqui, tem mais alguma coisa.
No carro permanecemos em silêncio, e meu pensamento vai de encontro a Laylla. Ela me odeia, disso eu tenho certeza. Mas é melhor assim. Aquele beijo foi um erro. Mas ainda assim, sentir os lábios macios, o corpo dela colado ao meu, foi o paraíso. Laylla é tudo aquilo que eu quero, mas que não posso ter.
Suspiro ao chegarmos em casa, estaciono o carro na garagem e desço em seguida. Indico com a mão o caminho da sala para Miguel, desse modo ele vai à frente e eu o segui atrás.
Assim que entramos na sala, Daniel se levanta do sofá de súbito e fica branco, suas mãos serradas em punhos, os olhos arregalados. Miguel não é um dos seus irmãos preferidos.
- Daniel, que bom revê-lo. – Miguel fala, com um sorriso irônico nos lábios.
- Uriel, o que ele está fazendo aqui? – Daniel grunhiu seus olhos faiscando de ódio.
 
Laylla
 
Eu o odeio! Definitivamente o odeio como ele pôde ter falado daquele jeito se referindo a mim? Então eu somente seria uma conquista pra ele e nada mais do que isso?
Enquanto eu andava pelos corredores sentindo meus olhos arderem por lagrimas não derramas, vi que o fluxo de pessoas nos corredores aumentou, caminhei até a imensa quadra de esportes da escola e me tranquei no vestiário feminino. Eu ainda guardava aqui meu uniforme de líder de torcida, faz muito tempo desde o acidente de carro que matou meu pai que eu não treino mais, talvez essa deva ser a minha válvula de escape!
Abri o meu armário e retirei o uniforme azul com branco e com um símbolo de dragão estampado, afinal a escola se espelha em um dragão.
Abracei o meu uniforme de líder e acabei sentindo o cheiro do meu pai, ele sempre vinha ver os treinos das líderes quando podia, seu cheiro se fixou no meu uniforme, o abracei o mais apertado que pude e deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto, cai de joelhos no chão encostada aos armários. Ainda era doloroso ter lembranças do meu pai, ele sempre foi presente em minha vida, sempre me levava nas aulas de Ballet quando eu tinha Sete anos, depois decidi largar o Ballet e fazer aula de violão aos 14 anos, e agora estou eu aqui quase 18 anos e com uma confusão de sentimentos por um garoto que nem se quer gosta de mim...
Levantei do chão e enxuguei as lágrimas me olhei no espelho e retoquei a minha maquiagem, andei em direção à diretoria e entrei na sala da diretora sem esperar ser anunciada.
-Quero voltar a ser a capitã das líderes de torcida! –digo com determinação e batendo o uniforme na mesa do diretor.
-Isso é algo surpreendente de se ouvir Srta. Stone, mas já tem uma capitã das líderes de torcidas.
-Substituta! – o corrijo – eu quero voltar a ser a capitã! O titulo sempre foi meu!
O diretor se surpreende, então retira um crachá de dentro de uma gaveta e me entrega.
-Faça bom uso deste titulo...
-Sempre faço - sorrio e saio da diretoria radiante.
Não há nada do que eu não consiga, eu sempre tenho o que quero e nesse exato momento, eu quero ter minha vida de volta! Voltarei a ser a Laylla de antes, ame-os e largue-os. Esse sempre foi meu lema e agora ele está de volta.
O dia correu rápido, e isso foi bom, me fez esquecer Uriel por longo tempo.
Na hora do treino, quis surpreender a todos, enquanto o time de Futebol Americano estava distraído e as líderes de torcidas também, cheguei como de costume: Cabelo em rabo de cavalo, o uniforme das líderes de torcida ao qual a saia expõe bastante as coxas, óculos de sol e uma bolsa de treino.
Os garotos foram os primeiros a olhar, até mesmo o namorado da Ruby, as meninas se viraram e me viram chegando, assim que já estava perto de todas, Melody e Christie pularam de alegria.
-Você voltou pro time! –disseram elas em animação.
-Voltei sim - digo sorrindo
-Pena que não é mais a capitã do time! –diz Ruby expondo sua raiva.
-Será?
-Só pode haver uma capitã, e esta sou eu! –diz ela cruzando os braços com um sorriso imbecil nos lábios.
Sorrio ironicamente e mostro o meu tão famoso crachá de Capitã, e ela fica branca.
-Como o conseguiu de volta?!
-Eu sou a Capitã lembra? Sempre terei este titulo você somente foi uma substituta Ruby!
Quando ela ia dizer algo levantei minha mão e ela se calou, algumas meninas soltaram umas risadinhas então coloquei a música, as vi fazendo a nova coreografia e fui pegando alguns passos e modificando o resto, Ruby estava vermelha de raiva, e eu estava mais radiante do que nunca!
Que os jogos comecem baby!...