...
Hoje é a festa tão esperada, menos por Hoseok, talvez eu e as meninas estivéssemos mais animadas do que ele. Estou tão cansada que o dia poderia passar rápido e isso acabar logo. Levantei, fui ao banheiro tomei um banho frio para me animar e tirar aquele sono do meu corpo, porque banho quente não estava dando muito resultado, não me restou mudar de tática.
Vou para a cozinha as meninas ainda não estavam lá, como eu trabalho há mais tempo na casa eu tinha meu próprio quarto, não era lá essas coisas, mas é bem confortável, as outras meninas ficam no mesmo quarto. Sempre acordo antes delas.
Faço o café como sempre Senhor Jung desceu todo arrumado com seu terno, e pediu para levar café na cama para príncipe.
Montei o café dele na bandeja com frutas, suco e mais algumas coisas que não vem ao caso.
Subo para seu quarto e quando cruzei o corredor vi Lea limpando o banheiro de visitas, fiquei tão surpresa que fui até ela.
- Que milagre é esse Lea?
- Hoje acordei bem disposta.
Olho para ela incrédula, e a mesma começa sorrir. O que tá acontecendo aqui?
- Mas... Sempre eu tenho que mandar você fazer... Como assim, Lea? - Começo a rir também.
- Hoje foi diferente, acordei me sentindo bem!
- Isso já está estranho... O que aconteceu?
- Eu conheci uma pessoa.
- Ah, eu sabia! - Dou um pulinho, e quase deixo a bandeja cair. - Que pessoa, me conta!
- Depois. Eu tenho que terminar aqui. - Fala como se fosse óbvio.
- Ah é, verdade. E eu tenho que levar o café do príncipe! - Reviro os olhos.
- E você vai assim? - Pergunta me analisando de cima embaixo.
- É, acho que sim. - Respondo confusa.
- Não, não... O filho do patrão é um partidão. Você tem que ficar bonita quando for falar com ele.
- Hã, como assim?
- Vem, passa esse batom!
Lea se aproxima rapidamente nem tive tempo de fugir, se eu tentasse iria deixar tudo cair.
Ela passa aquele negócio cheiroso em meus lábios e sorri.
- Hum, bem melhor. Você deveria começar usar maquiagem.
- Não tem necessidade, para que eu iria usar isso?
- Você vai entender. Agora vai lá.
- Espera... - Lea fecha a porta na minha cara é por pouco não chutei aquele pedaço de madeira.
Chego em frente o quarto de Hoseok fiquei parada ali encarando a porta eu estava com tanta vergonha. Nunca levei café no quarto de ninguém, e não queria que o primeiro fosse ele.
Depois de alguns segundos resolvi bater.
- Entre... - Ouvi a voz de Hoseok.
Quando entrei no quarto fiquei vermelha, roxa, azul e cinza... Hoseok estava só de boxer em pé do lado da cama, ele ficou sorrindo e na maior calma pegou o roupão em cima da poltrona e vestiu.
- Bom dia, S/n.
- Seu café, senhor... Quer dizer, Hoseok!
- Não vai me desejar um bom dia?
- Ah, perdão! - Começo encarar a bandeja em minhas mãos sem ter coragem de olhar para aquele homem. - Bom dia.
- Você parece nervosa! - Sua voz por algum motivo estava alta, foi então quando vi seus pés. - Está tudo bem?
Ai, caramba. O que ele faz perto de mim?
- Ho-Hoseok... Eu... Onde coloco isso?
- O que está acontecendo com você? - Ele começa a rir e pega a bandeja de minhas mãos.
- Não é nada. Precisa de mais alguma coisa?
- Por enquanto nada. Mas...
- Okay, licença!
- Espera...
Nem deixo Hoseok dizer nada, saio feito um raio daquele cômodo. Passo pelo corredor parecendo um foguete, mas me lembro da Lea. Antes que meu corpo recebesse a mensagem do meu cérebro para voltar, ouvi a voz dela.
- Lea... - Entro correndo no banheiro, esqueço que o chão estava cheio de água e sabão.
É claro que o tombo seria inevitável, senti a dor subindo por minhas costas e a água molhando minha roupa. Lea só sabia rir de mim ao invés de me ajudar, levantei-me toda molhada e contei o que tinha acabado de acontecer no quarto de Hoseok.
- Isso é culpa desse batom, esse troço das trevas! - Pareço uma velha falando assim, mas nada me tira da cabeça que foi culpa desse negócio de cereja
- Claro que não, nada ver S/n. Isso vai trazer ele para você.
- Não quero ele para mim.
( ... )
Durante o dia Hoseok sempre passava perto de mim, olhava-me com um sorriso malicioso, esbarrava de propósito.
Eu não sabia mais o que fazer para mantê-lo longe.
Não quero confundir as coisas, ele é meu patrão e se ele quer alguma coisa será apenas por diversão e isso não vou permitir.
Tirando isso estava tudo bem, passei o dia todo ajudando os pessoal do Buffet. O dia não tinha acabado e eu já estava morta de cansaço.
Já era umas 05:15PM quando fui tomar banho, fiz um rabo de cavalo alto, vesti o uniforme que o senhor Jung tinha dado pra mim e para as meninas, até que era bonitinho, preto com alguns detalhes rosa.
Vou para a cozinha depois dando uma olhada na sala que já tinha algumas pessoas, o Sr. Jung estava lá conversando com uns velhos ricos da cidade, havia também algumas mulheres bonitas, muito bem vestidas, fiquei até com uma certa vergonha.
Hoseok ainda não estava ali, ele não queria essa festa com certeza iria rolar uma pirraça da parte dele.
Fui até a Lea e pedi para que passasse um pouco de maquiagem em mim, não sei o que exatamente ela usou, mas ficou muito bom. Eu parecia outra pessoa, acho que esse lance de maquiagem está me agradando.
Quando volto para cozinha vejo o senhor Jung me procurando, as meninas já estavam ali pegando algumas bandejas com champanhe e outras com petiscos.
Peguei uma que continha alguns salgadinhos e fui pra sala.
Hoseok estava ali... Até que o terno caiu bem em seu corpo, ele é um homem sofisticado e elegante.
Só que sua cara estragava todo seu traje, alguns convidados perceberam seu desanimo, mas seu pai parecia nem ligar, ele só queria apresentar seu filho amado a todos.
- Até que tudo está indo bem. - Grace comenta assim que para ao meu lado. - Mas estou muito cansada, quero deitar.
- Também estou cansada. - Suspiro. - Não tive folga essa semana.
- Nossa... Eu havia me esquecido disso. Mas já são nove horas, acho que não vai chegar mais ninguém, o anfitrião da festa está num desanimo que dá dó... Isso não vai muito longe.
- É verdade... Minhas costas estão doendo por causa do tombo. - Não sei porque mais Grace começou a rir. - Que foi?
- A Lea contou do seu tombo.
Enquanto Lea tentava parar de rir, vi Tay indo atender a porta.
E para meu azar era a família que eu mais odiava na cidade. Senhor Jeon Kwan o advogado renomado e mais bem pago da Coréia, seu filho Jeon Jungkook e Jeon Sammy sua filha irritante.
Eles sabiam da minha história, na verdade a cidade toda sabe, mas Sammy sempre fez questão de me atacar com palavras ofensivas toda vez que me via. Eu tentava ignorar, só que chega em um ponto impossível de suportar. Tê-la aqui na festa não me deixa nada feliz.
Quando ela me viu me olhou com desprezo, e como esperado senhor Chang arrastou Hoseok até eles. É óbvio que Sammy ficou toda assanhada para o lado dele, não que isso estivesse me incomodando.
O pai dela já tinha saído dali com Chang ficou só a rodinha de jovens.
Ela cochicha algo em seu ouvido e em seguida Hoseok chama por mim, e é claro que fingi não se comigo.
- Vai lá Grace... - Falo baixinho e viro para mesa.
- Porque eu? - A garota questiona enquanto come alguns salgadinhos.
- Você sabe que eu odeio aquela família. Não quero ter que servi-los.
- Ah, é verdade. Tinha me esquecido!
Grace pega uma bandeja e vai até eles e em todo momento eu permaneço de costas.
- Amiga... Desculpa... - Olho para Grace sem entender porque voltou tão rápido e o pedido de desculpas. - A garota disse que havia chamando por você, ela não quis pegar nada da minha bandeja.
- Aish... Tudo bem Grace, não é culpa sua. Obrigada.
Pego a bandeja nas mãos da minha amiga, respiro fundo tentando manter a calma e vou até eles.
- Ah, empregadinha... Além de suja é sonsa. - Assim que ouço suas palavras abaixo a cabeça e permaneço imóvel. Eu não sei como me defender e nem devo. - Eu estou falando com você!
- Porque está falando assim com ela? - Hoseok pergunta.
- Ah você sabe Hoseok. - Ela começa a rir e não consigo segurar minhas lágrimas. - É assim que tratamos um animal de rua.
- Eu não estou vendo nenhum animal aqui. - Olho para Hoseok que parece estar bastante irritado e Jungkook nem estava ligando com o que acontecia ali. - Você não é ninguém para falar assim com minha amiga. - Ele me considera uma amiga? - E aliás você está na minha casa, então respeite meus funcionários. - Não é só para me defender mesmo.
- Mas ela foi abandonada na rua, Hoseok. - Sammy tenta justificar.
- Para você ver, como ela é diferente de você.
- Mas é claro. - Responde como fosse óbvio.
- Ela é uma pessoa doce, educada e sabe respeitar todos a sua volta, e você... Tem muito dinheiro, mas nem sabe se portar em uma pequena confraternização.
- Não sei porque está dizendo isso, eu sou mil vezes melhor que essa daí.
- Ela tem caráter, coisa que seus milhões não compra.
Percebo o clima pesado que cai sobre aquele espaço, a discussão dos dois não foi silenciosa, todos ali ouviram. Sammy estava muito sem graça, mas mesmo assim manteve a pose.
- Desculpa por isso. - Falo baixo e pronta para sair dali e ir chorar em meu quarto.
- Você não tem que se desculpar S/n. - Hoseok fala e Jungkook começa a rir. - Essa garota que te deve desculpas.
- O que? - Sammy praticamente grita indignada.
- É verdade Sammy, você está na casa deles. - Jungkook entra no meio. Talvez ele seja diferente. - Nem parece que é da família Jeon.
- Você só pode estar ficado louco Jungkook. - Sammy responde indignada.
- O que está acontecendo aqui? - Senhor Chang se aproximou.
- Não vou fazer isso.
- Hoseok ... Realmente não precisa disso. - Não sei se ele entendeu, minha voz estava embargada por causa do choro. - Por favor, não torne isso mais humilhante para mim.
- Anda logo Sammy! - Hoseok ignora eu e seu pai.
- Não vou pedir desculpas para essa imunda.
- Pra mim já chega. - Falo alto e em um bom tom para que eles parecem com aquela discussão.
Sai correndo deixando a bandeja em um canto ali, Hoseok chama por mim, mas continuo meu caminho sem ao menos olhar para o lado. Eu estava casada daqueles insultos da Sammy, não iria adiantar nada Hoseok ficar falando aquilo. Ela nunca vai mudar, então pra que tentar?
Eu sei que tudo é verdade, sou imunda, fui abandonada... Mas ouvir isso constantemente de outra pessoa parece que doer muito mais.
Entro em meu quarto e tranco a porta, não queria ver e nem falar com ninguém. Apenas quero me esconder do mundo.
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