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História Anarquia em versos românticos - Capítulo XXVIII - Sensação Desconhecida


Escrita por: izumo-senpai

Capítulo 28 - Capítulo XXVIII - Sensação Desconhecida


Capítulo XXVIII

A princípio Sasuke fez uma careta estranha – um profunda reprovação – que acarretou em uma careta também da parte de Naruto. Eu vou. Sasuke desfez a carranca, derrotado e suspirou.

– Tudo bem. Você pode ir. Mas Naruto... – ele hesitou – Por favor, faça o que eu pedir para você fazer.

Naruto concordou com a cabeça. Hidan estava um pouco mais atrás e olhava os dois com curiosidade. As mãos apoiadas na madeira bruta sustentavam o corpo musculoso. Ele sorriu amigavelmente quando os olhos de Naruto passaram por ele.

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O decorrer daquela semana o grupo formado por Sasori, Deidara, Hidan, Naruto e Sasuke foi passada em intensas tentativas de planos, entre elas, ideias loucas e algumas até insanas. Por fim, quem decidiu como seria feito foi Sasuke.

Naruto não atreveu-se a dar nenhum palpite. Deidara era quem tinha a maior parte das ideias, Naruto imaginou que aquela cabeça loira não havia nada além de muita criatividade. Hidan sugeriu a Sasuke a entrar em contato com Itachi, mas Sasuke abominou a ideia assim que ela surgiu. Itachi poderia estragar tudo, ele teria que ficar de fora dessa.

O grupo dirigiria até a mansão de Orochimaru. Sasuke seria o único a entrar, ele levaria consigo o revólver calibre 38. Descarregado. Encontraria o parente, possivelmente dormindo, ele miraria no peito dele e o ameaçaria. Devia ficar longe dele e de Itachi. Assim como, venderia sua parte da empresa ao seu irmão mais velho de bom grado. Ficaria com a parte do dinheiro da venda e sumiria da cidade. Caso contrário, Sasuke voltaria até ali e colocaria uma bola na cabeça dele. Hipoteticamente, claro. Pois Sasuke não atiraria de verdade, mas Orochimaru não precisava saber essa parte.

Mesmo com o plano em perfeita ordem, Naruto temia. Se aquilo desse errado e Orochimaru ignorasse as ameaças, então não haveria mais saídas. Aquilo tinha que funcionar.

Enquanto Sasuke estava lá dentro, os outros ficariam dentro da Kombi aguardando pela volta dele. Quando o grupo retornasse, iriam diretamente jantar no refeitório, para fornecer um álibi caso fosse necessário – o que Naruto acreditava fielmente que não iria ser.

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Na tarde de sexta-feira, Naruto mal conseguia concentrar-se devido a tamanho entusiasmo. O surto de adrenalina que sentia era similar o que sentira no dia do show que fizera ao lado de Sasuke, Deidara e Sasori. Seus dedos doíam devido a muito tempo de exercício enrolando e desenrolando a barra da camiseta. Havia infinitos pontos em seu caderno – onde deveria estar um imenso cálculo de Estequiometria – mas era substituído pelo tamborilar do grafite atingindo o papel. Os olhos de Naruto fitavam o caderno mas não estava de fato vendo-o. Sua mente estava longe. Em sua cabeça, haviam demasiadas situações – e tinha de admitir, a maioria delas com finais catastróficos.

O sinal tocou, mas Naruto não mexeu-se um milímetro, continuou encarando o caderno e batendo o lápis no papel. Quem olhava, veria um aluno extremamente dedicado tentando resolver quantos MOL's continha naquela fórmula, porém, para Naruto, aquilo não passavam de letras e número entre coxetes. Deidara e Sasori passaram por ele e o loiro beijou a bochecha de Naruto, fazendo-o quase cair da cadeira. Deidara achou engraçado e começou a rir tanto que suas bochechas inflaram e ficaram vermelhas. Sasori revirou os olhos.

– Não fique tão nervoso, Narutinho – o loiro disse enquanto enxugava pequenas lágrimas dos cantos dos olhos – Até mais tarde.

Ambos saíram da sala e Naruto notou que estava sozinho. Arrumou sua mochila depressa e quase correu ao sair da sala. Passou pelos corredores com o passo apertado, ansiando para chegar até o dormitório.

Kiba havia acabado de chegar e tinha a boca cheia de bolinho. Havia farelos nos cantos de sua boca e suas bochechas estavam inchadas. Ele tentou sorrir e alguns pedaços de massa gosmenta caíram no chão. Em outra ocasião, Naruto teria rido, mas ele só conseguiu mostrar um meio sorriso que julgou tão falso que preferia não ter esboçado nenhuma emoção.

Estava preocupado com o que deveria vestir. Deveria encontrar os outros do lado de fora de muro, as 20h. Claro que Sasuke iria encontra-lo na porta do quarto e os dois andariam juntos até o muro, mas isso era um detalhe que não precisava ser dito, estava implícito.

Naruto abriu o guarda roupa e fitou suas roupas. Suspirou alto demais, mostrando um inegável descontentamento.

– Vai sair? – disse Kiba lambendo os dedos.

– Ahn-... Ah. Sim. Vou – Naruto disse tudo pausadamente, como se Kiba tivesse demência – Ahn. Estou em dúvida no que vestir.

O que deve-se vestir para ir ameaçar um cara de morte?’

O pensamento surgiu em sua mente e ele começou a rir. Um riso meio nervoso, mas foi o suficiente para Kiba encara-lo com um ar estranho e posteriormente franzir as sobrancelhas. Voltando sua atenção para o resto do bolinho sobre a sua cama.

Naruto optou por vestir-se todo de preto. Calças pretas, camiseta preta e o velho e amado Doc Martens igualmente preto.

– Espero que seja uma festa gótica – disse Kiba distraidamente enquanto enfiava mais um pedaço de doce para dentro da boca.

Mais uma fez, Naruto forçou um riso, o qual arrependeu-se igualmente como o anterior.

Sasuke bateu em sua porta as 19h37min. Naruto abriu a porta, colocou o pé e hesitou. Voltou para dentro do quarto, enfiou a mão dentro do guarda-roupa, tirou algo e o enfiou no bolso. Acenou para Kiba e saiu.

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Os garotos permaneciam sentados desconfortavelmente dentro da Kombi. Hidan e Sasori iam sentados no banco da frente. Os cabelos cinza-claros de Hidan estavam amarrados em um pequeno coque samurai no alto de sua cabeça, suas roupas eram igualmente pretas. Um cigarro pendia ao lado de sua boca, o qual ele tragava sem usar as mãos, que permaneciam firmes ao volante. Sasori estava no banco da frente junto a ele, um dos braços pendia para a parte de trás do banco onde ele segurava a mão de Deidara quase como um gesto automático. Deidara havia prendido o cabelo em um longo rabo loiro, fazendo os olhos azuis se destacarem ainda mais. Tinha um semblante pensativo, o qual Naruto não lembrava de ter visto em seu rosto.

Sasuke e ele permaneciam lado a lado, sentados nos bancos na lateral da Kombi. Os olhos de Naruto estavam perfeitamente vidrados, encarava o chão onde, alguns dias atrás, ele e Sasuke haviam feito a mais íntima conexão que poderiam fazer, porém, Naruto não enxergava o chão, sexo tão pouco passava em sua cabeça. Assombrosos pensamentos sobre estar agindo fora da lei era o que lhe assolava neste momento.

Imaginou tudo aquilo dando errado. A polícia chegando e baleando os suspeitos de assalto. Kushina sendo acordada as três horas da manhã para ir reconhecer o corpo de seu único filho no necrotério. Um calafrio gélido eriçou os pelos de Naruto, fazendo-o abraçar os braços. Sasuke imediatamente o abraçou em um incrível gesto de conforto e lhe beijou o alto da cabeça. Naruto suspirou, aliviado. Passou o braço pela cintura do namorado, e, no outro lado, sentiu a culatra da arma enfiada na calça de Sasuke, cutucar sua mão.

Naruto precisou de alguns segundos para notar o que era aquilo, e quando notou, tirou sua mão tão rapidamente que fez Sasuke lhe lançar um olhar arregalado.

– Desculpe. Não me sinto... Confortável.

Sasuke sorriu de canto e abraçou os ombros de Naruto novamente.

– Tudo bem, eu entendo.

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Hidan estacionou a Kombi na parte de trás da casa de Orochimaru, era uma pequena viela escura e sem saída. Tinha um aspecto úmido e fétido, ele julgou o lugar perfeito para estacionar sem ser visto por ninguém. Havia grandes árvores no começo da viela que tapavam praticamente toda e quaisquer visão do fundo.

Sasuke preferiu esperar até dar 21h, pois não queria correr o risco de entrar na casa do tio e ser surpreendido por algum faxineiro ou jardineiro fazendo ronda por ali. Ele via de canto de olho o nervosismo de Naruto. Os olhos azuis celeste fitavam o chão e procuravam lugares fixos para focarem enquanto via, diversas vezes durante o percurso, Naruto ter calafrios. Sentia-se mal por mete-lo nisso. Em seu plano inicial Naruto nem estaria envolvido de forma alguma, mas ele, cada vez mais, sentia-se em débito com o garoto. Naruto sempre esforçou-se para contar-lhe todos os detalhes de sua vida, esconder algo dele, agora, parecia não ter nenhum sentido.

A arma em sua cintura pressionava seus ossos, era uma sensação gostosa, a do metal contra sua pele. O cano da arma se afundando em sua carne. Óbvio que não iria compartilhar essa sensação com Naruto, não queria que o garoto pensasse que ele era alguma espécie de sádico, porém, jamais em sua vida, estivera tão ansioso quanto neste momento. Precisa encarar Orochimaru. Precisava faze-lo pedir perdão pelo que fez. Precisava pagar por te-lo arrancado sua infância.

Naruto mexia os pés sistematicamente, seus dedos estavam entrelaçados com os de Sasuke. Conseguia sentir a mão de ambas suadas, principalmente, pelo calor que irradiava do moreno, Naruto conseguia ver os olhos dele cintilarem de contentamento. A Kombi estava em pleno silêncio.

Sasuke fechou os olhos enquanto abraçava os ombros de Naruto com um pouco mais de força e sentia o garoto tremelicar sob seus braços. Estava quase na hora. Então, mais uma vez, Naruto se acomodou em seu abraço. As mãos dele que antes estavam tensas, devagar iam se abrindo.

– Vai dar tudo certo – disse Naruto.

Mas Sasuke sabia que Naruto não estava falando com ele e sim, para si mesmo. Se auto-confortando.

O celular de Sasori começou a apitar descontroladamente no banco da frente. A voz dele rompeu o fino silêncio que se instalara na Kombi.

– Está na hora, Sasuke – disse com a voz baixa – São 21h.

Naruto colocou-se meio de pé, meio abaixado para dirigir-se a porta da Kombi. Naruto logo atrás se si, caminhando da mesma forma. Sasuke quase levou um susto quando viu que o garoto pretendia ir consigo.

– Ahn. Naruto – Sasuke começou enquanto se virava – Desculpe, Naruto. Você não pode ir comigo lá – A voz de Sasuke saiu convicta, não estava grosseiro, mas ainda sim, informava uma ordem, sem espaços para alternativas – Preciso fazer isso sozinho. Preciso fazer isso por mim. Você entende, não é?

Naruto sentiu um grito de protesto subir na garganta, mas o engoliu e permaneceu atônito, encarando Sasuke com os gigantes olhos azuis. Não sabia o que fazer. Queria ir. Queria assegurar que Sasuke estivesse bem, porém, não podia discutir sobre isso. Não tinha esse direito.

Com grande esforço, Naruto cedeu, suspirando em resposta.

– Cuidado – disse calmamente – Vou te esperar bem aqui.

– Eu te amo, Naruto – ele disse enquanto mostrava um de seus sorrisos maliciosos e descia da Kombi.

  Não fora fácil ver Sasuke pular o muro da casa de Orochimaru sozinho. 

 


Notas Finais


Ohayo! Como vão?
Primeiro, gostaria de agradecer aos 200 favoritos! Minha primeira história que chega a tantos! Me dá um prazerzinho só de falar! hahaha.
Segundo, acabaram-se de vez meus vestibulares. Fiz o último domingo! Estou comentando isso só para dizer que vou voltar a postar sempre no domingo, salvo se aconteça um imprevisto (normalmente, eu aviso na timeline).
Terceiro, nada de mais assuntos pessoais e mimimi's. A história está quase no fim, quase mesmo. Sei que este capítulo irá atiçar os nervos de vocês ~o que me deixa feliz, pois sou um pouco sádica~, mas espero que tenham gostado dele. Adoro descrever a fisionomia deles e na minha cabeça, a imagem do Deidara com um rabo de cavalo, com a carinha séria, é profundamente sexy. Fiquem com esse comentário. Hahaha.
Obrigada por me acompanharem.
Até logo.


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