História And if it were love, LOVE? - Não desistirei

When I look into your eyes

(Quando olho em seus olhos)

It's like watching the night sky

(É como observar o céu de noite)

Or a beautiful sunrise

(Ou um belo amanhecer)

There's so much they hold

(Eles carregam tanta coisa)

And just like them old stars

(E como as estrelas antigas)

I see that you've come so far

(Eu vejo que você evoluiu tanto)

To be right where you are

(Para estar bem onde está)

How old is your soul? 

(Qual a idade da sua alma?)

- Então, como vai ser essa tal despedida de solteiro? – Laxus entediado perguntou de braços cruzados enquanto seguia o rosado pelas vielas de magnólia.

- Ah, é isso que vamos fazer... – Natsu disse vago sorrindo, mostrando que não conhecia o fim daquela noite tanto quanto o Dreyar. Happy ao lado riu também.

Que ótimo. Quem teve a ideia mesmo? Ah, Gajeel, claro!

Laxus pensou desistindo de falar. Não estava ligando muito para aquilo, se fosse para beber e fazer palhaçada a noite toda eles poderiam ter ido em um bar mais próximo, não andar aquilo tudo.

Inicialmente, nem era para estar rolando uma despedida de solteiro... Pensando bem, nem o seguinte casamento...

- Vai ser bem especial Laxus. Tô mó feliz por vocês! – Natsu felicitou de sorriso aberto.

E aquilo seria normal vindo de qualquer outro menos do Dragnel. Mesmo assim Laxus só olhou para o lado pensativo. Freed deveria estar passando pela mesma coisa neste momento e o loiro se perguntava o que ele estava achando de tudo aquilo. Não podia negar que estava... nervoso. Quando viu o mago de runas pela última vez ele parecia indeciso ainda para o dia seguinte.

A falta de confiança de Freed era algo que deixava Laxus tenso, mesmo entendendo.

- Olha gente, é o Elfman. – Happy avistou na entrada de um pub.

Bebida. Que ótimo.

Gajeel e Cana apareceram sorridentes também.

- Não faz essa cara que juramos te deixar no altar na hora certa! – Gajeel estava animado demais.

Laxus somente passou por eles logo estando em frente ao balcão.

- Vocês não estão convidados. – Laxus disse normalmente e antes que se sentasse sentiu seu braço sendo puxado em direção as mesas. Olhou o outro grandalhão bronzeado.

- Você é tão chato Laxus, credo. Freed tem um péssimo gosto! – Cana zoou já bebendo sentada sobre a mesa.

Todos os outros se sentaram nas cadeiras de frente a mesa redonda e Laxus encarou aquilo meio surpreso e meio fodasse e se acomodou também bebendo saque.

Foram quatro anos... Quatro fodidos e loucos anos desde que pediu o Justine em casamento e iria acontecer, iria realmente acontecer. Laxus não colocaria seu pedido daquele dia como algo imaturo ou sem cabimento, afinal quis muito, pensou muito e só por ver Freed sorrir daquele jeito e chorar o abraçando concordando várias vezes. Ah, foi a melhor decisão que já teve em sua vida!

Quatro anos.

Aquilo não foi esperado... mas a vida era assim, aconteciam coisas que nos testavam, tinha obstáculos as vezes.

- Concentração aqui Laxus, amanhã você vai colocar a coleira. – Elfman chamou a atenção do loiro.

- Isso vindo de alguém casado. – Laxus observou voltando a beber vendo os outros rindo, e Natsu se entupir de comida.

- E é por isso que eu posso falar com toda a certeza. Laxus, Laxus você não tem ideia do que é isso. – O grandalhão afirmou convicto. O rosado riu e pediu explicação.

 Tirando o Strauss ninguém mais estava casado. Gajeel e Natsu tinham relacionamentos sérios e podia ser algo parecido, mas casamento não era uma coisa tão necessária entre casais de magos. Compartilhar um lar era demonstração mais que suficiente do comprometimento e por enquanto eles não pareciam ter esse desejo.

Laxus suspirou viajando um pouco pelas lembranças. Quatro anos guardavam muita coisa... Se lembrou novamente de como Freed ficou feliz pelo pedido inesperado, os planejamentos que duraram semanas, depois a guerra. Sim, foi o que os separou. A guilda foi destruída, pessoas morreram, vinganças foram prometidas e de repente Laxus não sabia que realidade era aquela em que passava meses longe daqueles idiotas e do Justine.

Laxus acabou ficando com o mais difícil, a guilda era sua casa e entrar no submundo, apagar sua existência para caçar quem feriu seus amigos foi necessário.

Foi necessário e Freed entendeu. Melhor dizer que não teve escolha, e o tempo passou os afastando cada vez mais. Aquilo não era justo e era doloroso, e o jeito foi esconder os sentimentos, foi treinar, foi lutar.

Eles eram magos. Laxus era um dos mais fortes da guilda e precisou deixar tudo para traz, mais um sacrifício, mais uma magoa.

Seria terrível confessar, mas quando Freed reencontrou o loiro achou que tudo estava acabado, todo o sentimento puro e bonito deles já era algo distante demais. Tudo porque sabia que não tinha acabado e logo Laxus voltaria a sumir, ir lutar, se colocar em perigo e talvez não voltar mais. Por que lutar era a coisa mais importante para o Dreyar, porque, infelizmente, era isso que o definia.

E o que Freed poderia reclamar? Se apaixonou por aquela síntese de conflitos. Isso era um fato, sempre amaria o Dreyar, mas isso não queria dizer que fiariam juntos.

E como ambos sabiam Laxus partiu e Freed somente sobreviveu, fez outras coisas, saiu em grandes missões também. Foi uma despedida silenciosa de olhares, estes que diziam muito. E depois disso foi um ano inteiro sem se verem. Se foi em noivado ou não, não sabiam. Mas a guilda estava reconstruída, a guerra havia acabado, a paz restaurada e Laxus vivo e de volta.

Foi estranho. Laxus só sabia nomear aqueles dias assim. Reencontrar Freed e vê-lo distante, não na hora de sorrir e comemorar por estar de volta, mas em sentimento.

Freed estava tão longe. Ele não estava ferido, estava marcado, ambos estavam. Mas reacender a chama não foi tão difícil, Laxus voltou por isso, por ele. Enfrentaria qualquer coisa. Depois de mais de três anos vendo o Justine poucas vezes por breves períodos ele estava mais do que com saudade.

Já havia se tornado um sentimento de precisão maior do que podia nomear. E no dia que mostrou para ele a casa no rochedo próximo à guilda que garantiu para eles teve certeza absoluta que sempre foi por ele. 

O mago de runas era a pessoa mais importante de sua vida, era nele que habitava toda sua felicidade e tranquilidade. E quando descansou nos braços dele pode se sentir finalmente em casa e em paz. Finalmente sem temer nada, sem se preocupar com nada ou pensar em mais nada que não fosse o cheiro de flores que o cabelo dele continha.

O tempo passou para eles construírem suas rotinas, voltarem a saber o que era o convívio.

- Laxus, você tá com uma cara engraçada... – Natsu comentou confuso na mesa e Cana gargalhou.

Essa já estava toda alterada.

- É a cara de bobo apaixonado. – Ela continuou rindo.

- Oe, Laxus, se concentra aqui. Freed deve estar mais bêbado que tu uma hora dessas. – Gajeel disse zombeteiro. – Vamos lá, continuando. Eu nunca... Bati uma na guilda.

Esse também estava bêbado.

- Quantos anos vocês têm? – Laxus perguntou franzindo o cenho, mas vendo Natsu bebendo... Ok... Cana e Elfman também beberam.

- Que é? Masturbação é algo divino. – Ela sorriu libidinosa.

- Não falei todas as masturbações, só a... Deixa, serve. – Gajeel desistiu se enrolando demais. - Laxus?

O loiro rolou os olhos e bebeu também. Ele viveu a vida inteira na Fairy Tail, impossível não ter feito isso ou muito mais do que isso, muitas vezes.

- Tá bom, minha vez. Eu nunca dancei pelado e bêbado no meio de muitas pessoas e na rua. – Elfman disse segurando o riso.

- Que específico... – Gajeel franziu o cenho vendo Natsu e Happy se acabarem de rir.

Cana e Laxus beberam.

- Ou, isso é marcação. Você me paga Elfman! – Laxus reclamou. Iria ficar bêbado rapidinho com aquela brincadeira.

Ele tinha dezesseis anos e naquele tempo era fraco para bebida! Não valia jogar isso em sua cara agora. Gajeel chocado riu também.

- Minha vez! – Natsu logo disse antes que Laxus tentasse se vingar. E sim, iriam tirar todos os segredos do Dreyar aquela noite. – Eu nunca transei com mais de um cara na vida. – Disse e os rostos se voltaram para o loiro que encostou na cadeira e deu o dedo para todos.

Logo depois bebeu do saquê.

- Ai meu Kami, isso é informação preciosa! – Cana berrou.

- Nem tanto...

- Laxus safadinhoo! – Happy disse de boca cheia.

- Conta logo! – Gajeel exigiu.

Todos encaravam o loiro que sabia que não tinha como escapar. Poderia ter mentido, álcool desgraçado!

- Foi antes do Freed ok. Um carinha do bordel. – Disse sem dar tanta atenção. Aquilo foi a muito tempo e por razoes tão carnais.

Só um teste na verdade. Só para saber como era domar um homem e... para tentar parar de pensar nisso com um amigo. Freed era uma proibição bem incômoda naquele tempo e Laxus não se culpava mais por tentar parar de deseja-lo daquela forma.

- Você é um puto Laxus!

- O Freed teria um filho se escutasse isso!

Laxus bebeu não ligando de explicar que Freed, o perguntador de tudo, já sabia faz tempo... e endoidou no tempo, mas a raiva passou.

- Eu nunca... – Laxus começou olhando mortalmente para eles. Era a vez dele mostrar que escolheram o cara errado para zoar.

...

And when you're needing your space

(E quando precisar de seu espaço)

To do some navigating

(Para navegar um pouco)

I'll be here patiently waiting

(Esperarei pacientemente)

To see what you find

(Para ver o que você encontrará)

Freed sorriu para o sorriso encorajador de Bickslow e respirou fundo abaixando a cabeça para encarar o jardim aos seus pés depois voltou a olhar o amigo que tinha o olhar para trás de suas costas. E sabia o que aquilo significava. Respirou fundo novamente buscando coragem para se virar e encontrar Laxus.

- Demorou... – Disse um pouco bravo.

Laxus sorriu acenando e segurou seu rosto.

- Culpe aqueles babacas que me encheram de bebida. E está bem na hora... Não fica nervoso Freed, você deveria me acalmar! – Disse abaixando o tom.

Algumas pessoas em volta e o senhor baixinho esperava debaixo de uma árvore para realizar os votos.

- E-eu? Você é que tem que fazer isso pra mim! – Olhou em volta e abaixou a cabeça sentindo o rosto sendo acariciado. – Estou com vergonha. – Confidenciou baixo e Laxus sorriu.

Por isso eles tinham decidido ontem mesmo fazer aquilo escondido só com a presença de alguém para comprovar, mas alguém descobriu (Ever, certeza) e de repente estavam sendo afastados para despedidas de solteiro. Agora quase todos os seus amigos da Fairy Tail estavam naquela floresta esperando.

O loiro beijou a testa do Justine em baixo da tira de flores que o deixava tão bonito e sorriu para ele.

- Vai ser rápido. – Prometeu. Freed ergueu o rosto o olhando e se aproximou o dando um selinho.

- Não está mais nervoso? – Perguntou em seus lábios e Laxus negou abobalhado.

Então Freed se afastou e respirando fundo, como se o fato de Laxus estar mais calmo o relaxasse também segurou sua mão pronto para aquilo. Caminharam juntos até a frente do senhor de terno escuro, em baixo de uma árvore e ficaram um de frente para o outro enquanto suas mãos ainda estavam juntas.

Freed abaixou a cabeça quando o mestre de cerimônia começou a narrar o acontecimento daquele dia, daquela união e sentindo Laxus apertar de leve sua mão levantou o rosto o olhando.

- Senhor Dreyar, pode recitar seus votos. – Ele avisou e Laxus engoliu em seco antes de procurar o papel, mas se lembrou que havia desistido de escrever sem saber o que colocar na folha.

Voltou a segurar as mãos do Justine tentando botar a cabeça lenta para funcionar, deixando fluir, esquecendo das pessoas a sua volta. Só havia Freed, só eles, a história deles e as lutas deles. Freed sorriu preso aos olhos cinzas, às palavras.

-... Mesmo depois dos nossos erros eu estou feliz por estarmos aqui, por nossa relação que é maior que qualquer distância. Freed, estou pronto para deixar aquele espaço para trás, para fazer diferente. Não promessas vazias, não dias solitários e sim me comprometer a te fazer sorrir todos os dias, e se um dia for triste demais então estarei ao seu lado nesse momento também, prometo te amar e te incomodar com minhas ações inconsequentes esperando você me repreender...

 Agarrou mais forte suas mãos vendo Freed concordar sorrindo segurando as lagrimas.

– Por você e por mim, todos os dias, eu preciso de todos eles Freed e são eles que estou te pedindo. É você... Por que eu vou te fazer feliz e te dar o que você precisar, vou ser sincero, vou te proteger e cuidar de você para sempre.

Beijou suas mãos e logo os lábios de um Freed trémulo.

- Senhor Justine, sua vez.

Freed diferente pegou o pedaço de papel no bolso e respirou fundo antes de falar para o loiro seus votos, suas promessas. Por que promessas eram eternas, eram inquebráveis e eles as conjuravam. Entretanto, unidos eles já estavam a muito tempo, comprometidos desde o começo.

Aquela cerimonia só mostrava o que já existia. E Freed prometeu o que já fazia, o que sempre faria, amaria, protegeria, respeitaria as decisões, os temperamentos de Laxus, estaria com ele todos aqueles dias que ele citou e igualmente sempre cuidaria dele.

Os lágrimas desciam no rosto do Justine enquanto ele terminava e em seguida eles trocavam anéis. O senhor baixinho recitava mais votos enquanto Laxus já segurava o verdinho o tomando os lábios. Alguns magos bateram palmas, algumas garotas e Elfman choravam.

- Suas assinaturas... – O mestre de cerimônia mostrou o caderno onde assinaram, os nomes continuando os mesmos. – Muito bem, parabéns pela união. – Ele os felicitou e dois magos do concelho que estavam presentes.

Laxus segurava a mão do Justine firmemente enquanto voltavam para o meio dos amigos, o mantinha junto a si enquanto andavam e toda vez que ele o olhava sorrindo pequeno tinha de o beijar. O resto dos magos não deixaram eles se distanciarem muito, os direcionando para a guilda onde uma surpresa os esperava.

Claro que pessoas tão festeiras quanto as da Fairy Tail não deixariam essa chance passar. Muita gente, música e Gajeel tocando, muita bagunça... Todo o jeitinho deles. Freed ria das palhaçadas de Bickslow que até hoje não entendia o porquê de casar, mas apoiou de qualquer forma.

Um momento em que mais ninguém prestava atenção neles Laxus puxou o Justine que o acompanhou naquela noite pelas ruas de Magnólia, até a casa deles.

Bastou os primeiros passos para além da porta para estarem aos beijos, os corpos colados e Freed rindo fazendo um loiro sorrir de volta enquanto o direcionava para a cama.

- Eles têm uma força de vontade incrível para festas... – Freed comentou e bateu na cama do quarto um pouco escuro. Sentou-se e se arrastou para trás deitando e abraçando a nuca do Loiro tendo o rosto dele em sua frente.

- Viu o Gajeel bebendo? Nem parece que fez isso comigo ontem. – Laxus comentou e escondeu o rosto no ombro do mago de runas que acariciava seus fios loiros. – Nem me lembro se eu dormi.

Freed riu concordando.

- Tenho certeza que... – Apertou as pernas na cintura do loiro. – Foi maldade deles. Sabe, por não termos contado.

- É... Ah, estou acabado!... – Disse baixo e bocejou sonolento o abraçando ainda por cima. Freed o balançou.

- Ei, não pode dormir... Lua de mel, agora. – Indicou puxando seus cabelos e se apertando mais a ele.

Laxus bocejou novamente se enroscando em seu corpo. Parecia cansado mesmo.

- Lindo, meu corpo é todo seu, amanhã... – Disse fazendo Freed rir com aquela voz sonolenta.

- Laxus, não se faz isso... preciso do seu corpinho hoje... Isso vai ficar na história, eu conto pra todo mundo.

Tentou o olhar e percebeu que ele já dormia pesado todo mole sobre si. Deitou a cabeça no travesseiro ainda sorrindo e relaxou. Também estava com sono. Abraçou os ombros do Mago suspirando curtindo o calor e o perfume gostoso, ficando assim por alguns minutos.

- Obrigado por hoje, pelo dia mais feliz da minha vida... Por nunca desistir da gente. – Terminou murmurando baixinho antes de dormi também, no melhor lugar que poderia estar.

I won't give up on us

(Não desistirei de nós)

Even if the skies get rough

(Mesmo que os céus fiquem violento)

I'm giving you all my love

(Estou lhe dando todo meu amor)

I'm still looking up

(Ainda olhando para cima).