História And if it were love, LOVE? - Fugindo

Mais cedo pela manhã...

Me levantei daquele chão devagar ainda encostado no murinho. Nesse momento fiquei mais nervoso quando escutei passos se aproximando. Me ergui de uma vez olhando na direção, mas quem apareceu pelas escadas foi a mulher de cabelos brancos. Entortei minha expressão, confuso, irritado e decepcionado e bufei com o vidro vazio de saquê ainda em mãos.

- O que... faz aqui? - Perguntei devagar já que minhas palavras demoravam para sair. Eu me embebedei pra valer!

- Caramba, o que te aconteceu? - Perguntou sorrindo. - Tá todo descabelado, se Laxus te ver assim vai perde o interesse.

- P-por que está falando dele?... Não fale... Vou socar aquele rosto...

Rosto bonito, mas eu queria muito descontar tudo de ruim que eu estava sentindo acabando com ele. Laxus ia me pagar por voltar a me magoar desse jeito! Mira riu novamente se aproximando e eu recuei um passo.

- Não quero te ver Mira... - Resmungo me afastando.

- Nem quer saber onde Laxus passou a noite?

A olhei mais confuso, e minha expressão caiu quando eu logo pensei se foi com ela. Como que lendo meus pensamentos a maga garçonete riu concordando com a cabeça.

- Estávamos comemorando e...

- Eu não acredito! Sabe, eu não devia te contar. Na verdade vou sim! Laxus s-sente amor por mim então eu não acredito em você! - Falei enrolado não conseguindo segurar minha boca e ela não pareceu se surpreender.

- Você é louco nele, né Freed? Isso te deixa cego... Você deveria ser mais realista e ter orgulho próprio! Você conhece o Laxus, sabe que ele não vai ficar com você no final das contas ele só está com desejos... - Ela suspirou andando de um lado para o outro. - Ontem a noite, eu não imaginava. Nós dormimos juntos aqui na guilda e quando amanheceu Laxus me contou que vocês dois brincaram um pouco, que ele te deu uma chance só para experimentar.

Ela sorriu e eu só ficava cada vez mais confuso, chocado também. Aquilo não podia ser real. Depois de tudo ele não... Não assim.

- Eu já entendi sua parte então não culpo você por ter aproveitado a chance, mesmo ele já sendo comprometido... Por isso quando ele me contou do bilhetinho fofo seu eu fiquei com pena e vim aqui esclarecer as coisas.

Ela tirou algo de dentro do bolso e eu virei o rosto envergonhado quando percebi que era o papel já sem lacre que eu havia escrito e mandado para ser entregue nas mãos dele.

Por que estava com ela? Ele realmente passou a noite com ela e contou tudo isso?

- N-não, n-não, p-para com isso!... Eu não vou aceitar, e mesmo se... Eu amo ele Mira. - Eu não sei por que falei isso, mas me odiei quando o fiz. Apertei meus olhos que ainda ardiam pela noite em claro enquanto gemi em conflito. O que estava acontecendo comigo? Com minha vida?!

- Freed, Laxus será meu marido, muito provavelmente... Você é um homem...

- M-me deixa em paz, cala a boca... - Me afastei em seguida, mas ainda ouvir sua voz insistente atrás de mim.

- Você tem que me entender, só estou protegendo o que é meu!

- Fique com ele então, não ligo. - Respondi mais alto e mesmo de vista embaçada pelo álcool sair correndo.

Eu só queria parar de senti toda essa raiva que eu sentia agora, parar de ouvir aquelas palavras e parar de acreditar nelas. Foi tudo um sonho, tudo que eu passei com Laxus não passou de uma ilusão na qual só eu saia ferido e magoado, outra vez.

Me choquei contra algo macio e quase cai no chão mais a pessoa grande me segurou e mesmo Droy falando eu não consegui reconhecer que era ele de tão perturbado que eu estava. Mas reconheci Levy do lado e foi a ela que eu me dirigi.

- O-onde está o Laxus?! - Perguntei e a garota me olhou assustada, talvez pelo meu tom de voz.

- Eu não sei, Freed você esta bem? O que aconte...

- Onde ele está?! Me fala! - Gritei fora de mim chamando a atenção de quem estivesse por perto.

Droga, por que não queriam me dizer?!

- Freed, se acalme. A última vez que eu o vi foi ontem... Ele pegou o bilhete e... Bem, foi para o quarto da Mira, mas eu tenho certeza que ele não ficou muito lá! Só deve... - Ela mordeu os lábios por algum motivo, como se tivesse falado merda e quando eu percebi que eu chorava pela verdade eu me virei e sai.

Corri e só parei quando encontrei nas portas da guilda o mestre. Ele me olhou surpreso e eu nem pensei direito antes de me decidi.

- Quero sair da guilda... Por favor, tira essa marca!

-Quebra de tempo-

Parei um pouco ao lado de uma carruagem e sem pensar no quão estranho aquilo seria caso a dona aparecesse eu passei a arrumar meu cabelo no espelhinho que tinha grudado do lado da janelinha. Tentei descer aquelas malditas mexas que insistiam em continuar para cima em formato de raio... Costume, meu cabelo era muito acostumado, mas vamos mudar as coisas.

Forcei a mão e até arranjei um pente (não me pergunte onde) e com um pouco de paciência consegui deixa aquilo na altura dos outros fios, peguei minha mochila do chão e continuei meu caminho saindo da estrada de volta ao morro.

Eu nem sabia mais quanto tempo estava descendo e nem ligava. Daqui a pouco eu paro e como alguma coisa, ou eu só posso continuar até chegar a Crocus. Pelo tempo que eu estou andando daqui a alguns poucos dias eu chego.

Era bom estar me afastando de tudo... Me sentia melhor, pelo menos eu podia pensar direito agora. Encarei a marca na minha mão, na verdade Makarov não aceitou meu pedido de saída, mas ele também não podia me proibir então me propôs que eu passasse uns tempos fora pensando direito. Aceitei por que eu não queria correr o risco de encontrar com o neto dele na hora.

Sinto mesmo é pelo meu quarto que eu tinha demorado tanto tempo para encontrar. Tinha um aluguel tão barato, eu não sou de me importar tanto com luxo então era perfeito. Mas tudo bem. Vou seguir em frente. 

Eu não tinha que pensar mais, não estava em meus planos voltar tão cedo para Magnolia, muito menos para Fairy tail.

Também nem cheguei a falar com Ever ou Bickslow, foi uma decisão no calor do momento e eu esperava que eles procurassem entender isso. Eu sei que estou agindo por impulso, procurando parar de me magoar, mas eu realmente estou cansado de sofrer. Sei que vou sentir falta porque eu só posso ser masoquista, mas isso me faz mal demais.

Ajeitei minha mochila no meu ombro e balancei a cabeça para tirar esses pensamentos. Quero pensamentos felizes! Tipo, quando eu chegasse a Crocus o tanto de coisa que teria lá! É a capital do reino de Fiore então tem muito para olhar, e ainda tem o castelo! Eu adoraria visitá-lo, eu disse que eu não me importo muito com luxo, mas gosto de coisas bonitas.

Depois eu posso tentar arrumar um trabalho normal até tirar essa marca, ai é só achar outra guilda. Cocei minha nuca me sentindo incomodado com isso. Eu nunca pensei que sairia da guilda. Sou um completo idiota quando o assunto era ele.

Em meio aos meus pensamentos totalmente distraído me surpreendi quando de repente senti meu braço sendo puxado me virando para trás e eu me deparei com a pessoa que eu não queria ver tão cedo na minha frente.

- Te achei! - Ele disse de cara séria, parecia irritado e mesmo estando surpreso eu franzi o cenho não entendendo nada, também por eu não ter percebido sua aproximação. Se fosse um inimigo eu estaria acabado.

Olhei para meu braço que ainda estava sendo segurado depois voltei para os olhos cinza. Ele parecia cansado, estava com olheiras enormes, mas a força que apertava meu braço não era pouca.

- Er, solta meu braço, por favor? - Pedi olhando para aquilo e Laxus revirou os olhos e me soltou.

- Sabe como foi um inferno te achar?! - Disse ríspido e eu arregalei meus olhos recuando vendo que realmente era ele ali. Mas por quê? Laxus me encarou cruzando os braços. - Pense antes de agir Freed! Você não é assim!

- O que está fazendo aqui? - Perguntei mais sério recuando. 

Eu não posso me abalar, eu sabia que uma hora iria ter que encará-lo, eu só não achei que seria tão cedo. Laxus riu de lado, também parecia tentar manter o controle já que parou de me encarar.

- O que acha? Vim buscar um garoto imprudente que gosta de me dar trabalho!...

- Pode voltar então que eu não volto mais. Nem tinha que se obrigar a vim...

- Não começa a falar merda que eu também não fiquei contente com nada que aconteceu nos últimos dias... - Disse e se aproximou me fazendo recuar novamente.

- É só voltar Laxus, e isso tudo vai acabar... Eu já desistir!... - Me virei dando tchalzinho com a mão e voltei a andar. O coração pulando, mas ansioso para ele me deixar em paz.

Ele voltou a se aproximar e eu sair do alcance de sua mão me afastando mais.

- Para com isso! Só me escuta, eu não sei o que está acontecendo! Não sei! Mira disse alguma coisa ou fez algo?...

Continuei o olhando bravo só querendo que ele fosse para bem longe de mim, bem longe mesmo. Ele estava com ela, então por que veio aqui?!

- Pode parar Laxus, eu não ligo mais... Logo eu não vou conseguir sentir mais nem magoa então pode voltar. - Suspiro cruzando os braços esperando ele virar as costas e ir embora.

- Só isso? Você só diz que não liga mais e quer se afastar? Depois de tudo? Eu contei para Mira sobre a gente, o velho também sabe então dá para parar e conversar direito comigo?!

Eu não o olhava, conseguia creditar em nada que ele falava, por mais que para a Mira ele contou mesmo. Ela própria me disse.

- Eu passei a noite te esperando, sabia?... Eu não sei o que esta fazendo, mas pode parar? Eu sempre aceito suas escolhas Laxus então poderia aceitar as minhas?

Criei coragem e o encarei sem duvidas com tanta raiva que parecia impossível um dia perdoar.

- Você tá brincando comigo?! - Perguntou incrédulo e eu dei de ombros.

- Demoro a aprender, mas uma hora vem.

Ele ficou me encarando. Eu não mudei minha voz, muito menos minha expressão e isso talvez esteja o surpreendendo. Bem, a mim também, mas era minha decisão. Laxus coçou a cabeça parecendo um pouco perdido depois suspirou.

- Vou levar em conta que deve ter um motivo bem justificável pra você esta fazendo tudo isso e não vou brigar por esta sendo tão infantil!... Agora vê se acredita em mim, eu não tenho ideia do que você tá falando! A gente não estava bem? - Perguntou e eu bufei. A gente parece bem por acaso e quem diabos é infantil?!

- Ok, quando voltamos daquela missão, você sabe porque a Mira fez aquilo, mas eu acabei com aquilo depois! Eu não estou com ela, na verdade eu nunca estive!

- Está sim! Por que tá mentindo pra mim?! - Perdi a calma. Que droga por que ele está fazendo isso agora?

- Então é por isso que saiu da guilda? Acha que eu estaria com ela depois de tudo que aconteceu entre nós?! - Disse irritado se aproximando mais.

- Eu não sei! Eu não... Q-quero mais isso, sentir isso... Por favor. - Segurei as lagrimas. Ele não tem direito de vim aqui agora que eu decidi seguir em frente!

Laxus se aproximou novamente, mas dessa vez eu simplesmente não conseguir oferecer resistência ao ponto dele ficar bem na minha frente.

- O que aconteceu pra você estar assim? Você tem que acreditar em mim Freed. - Disse mais baixo e segurou o lado do meu rosto me acariciando.

Apertei meus olhos em duvida. Fiquei parado ainda indeciso até ele levantar meu rosto então rapidamente empurrei suas mãos e me virei praticamente correndo dali.

É... Eu fiz isso. Meu corpo parecia cada vez mais duro e até minha mente gritava comigo dizendo que era obvio que eu queria estar com Laxus. Eu sempre o amei e duvidava que isso fosse mudar de um dia pro outro! Mesmo assim só parei quando de repente com um raio ele apareceu na minha frente me segurando.

- Eu já te disse que não pode correr de mim? Pois bem, não pode! - Praticamente gritou já sem paciência alguma e eu fiquei mais irritado também

- Me deixa em paz!... - Minha voz saiu mais baixa pelo cansaço que fez dos meus movimentos mais lentos. Eu respirava com dificuldade e minha vista escureceu de repente.

- Freed?... E-ei?! - Ouvi, mas meus sentidos se foram rapidamente, só sei que fui aparado por seus braços.

[Quebra de tempo]

Abri meus olhos piscando algumas vezes tentando me acostumar com a vista escura. Olhei o teto e o lugar, mas eu não fazia ideia de onde estava. Parecia um quarto e um bem grande iluminado pela luz natural do dia. Eu estava sentindo um estranho cansaço, o que me fez continuar deitado em um futon no chão e percebi que eu estava sem meu casaco, botas ou laço e também sem minha espada, vestindo somente minhas calças e blusa branca.

- Laxus? - Chamei baixo e me forcei a me erguer sentando. Olhei para o lado quando uma porta de correr foi aberta e suspirei aliviado quando vi que era o loiro.

Droga, eu não deveria me sentir aliviado!

- Onde estou? Me devolve minhas coisas! Você não pode fazer isso, é sequestro! - Brusco berrei o olhando chateado por não conseguir nada contra esse homem.

Ele suspirou vendo que as coisas não mudaram e entrou.

- Quando foi a ultima vez que comeu... Ou dormiu? - Perguntou parando na minha frente de braços cruzados.

Qualquer coisa que tivesse em seu rosto sumiu dando lugar somente a feição autoritária. Me encolhi porque eu gosto do meu rosto e do meu corpo sem machucados. Tentei me lembrar, mas aquela expressão estava me assustando.

- Tsc!

Ele descruzou os braços e saiu da sala sem falar nada. Voltei a olhar para frente confuso. Ele voltou depois de um tempo e eu dei um pequeno pulinho com isso me afastando para o lado. Laxus me entregou uma tigela cheia de sopa e eu entortei a cara pensando de onde ele tirou isso.

- Come. - Ditou e se afastou sentando encostado na parede.

- Onde estamos?

- Eu disse para comer, você está dormindo há quase dois dias então para com isso. Você já passou de todos os limites Freed! - Continuou sério e eu desviei os olhos.

Não era possível, eu posso não ter dormido alguns dias direito e eu realmente não me lembro da ultima vez que comi alguma coisa, mas ficar dormindo todo esse tempo era demais. Minha barriga roncou alto quando o cheiro da sopa me alcançou e mesmo envergonhado com isso eu comi.

Acabei rapidamente tentando não olhar para o mago relâmpago que na verdade ficou de olhos fechados com a cabeça encostada na parede o tempo todo. Seus braços ainda estavam cruzados e os músculos ainda tencionados então ele estava acordado.

Ele não vestia seu casaco, usava calças escuras e blusa social vermelha também escura. Coloquei a tigela no chão e o silêncio foi total. Esperei Laxus falar algo, mas isso não parecia que iria acontecer tão cedo.

Tentei então me levantar e pelo barulho Laxus me olhou, ignorei e me afastei.

- Você não vai sair daqui até me explicar o que aconteceu. 

- Eu só acabei me esquecendo de comer ok?...

- Não é isso. Por que está fugindo de mim?

- Isso não é obvio? Não quero ficar perto de você... - Ele se levantou muito rápido, quando vi já estava na minha frente me fazendo recuar até bater na porta.

- Alguns dias atrás estava dizendo me amar e se contorcendo em baixo de mim, acha que eu vou acreditar no que esta falando agora?

- A-acredite no que quiser... Eu vou embora, cadê minhas... - Laxus bateu na porta com força me assustando e fazendo eu o encarar.

Seus olhos desceram para minha boca e eu me colei contra a porta automaticamente. Mas isso parece que não foi claro o suficiente, pois logo ele segurou minha nuca me trazendo para si pressionando os lábios contra os meus. Tentei empurra-lo bravo, mas somente consegui sua língua na minha boca, minha cintura foi abraçada com força me colando ao corpo maior e eu me xinguei muito quando percebi que estava retribuindo aquilo.

Eu não tinha noção. Mas aquele poderia ser nosso ultimo beijo.

Mesmo assim logo desviei daquele contato e ele desceu para o meu pescoço. Lambi os meus lábios incrédulo com ele, com meu corpo recuando para aquele futon sendo pressionado por ele, com aquelas sensações e acima de tudo com aquela dor no peito que agora ele me causava.

Deitado sobre mim eu apertei suas costas por um momento, sua cintura entre minhas pernas e o deixei explorar meu corpo como queria. O deixei brincar como queria.

- Isso não é justo...

Ele talvez sabia que eu poderia servir bem para aquilo, eu poderia permitir, poderia me sujar mais e mais, mesmo isso acabando com tudo de bom que eu já senti por ele. Mas escutar suas palavras mexeram com todos os meus pensamentos. 

- Eu nunca disse que era justo... Talvez eu não tenha dito também que você é meu. Não pode ir para longe. 

Eu podia acreditar em suas palavras?

Eu não conseguia mais.

Ele puxou minha camisa a tirando junto do resto das minhas roupas. Deixei, quer dizer eu só conseguia encarar suas ações. Seu cenho franzido e corpo quente. Ele desceu suas carícias me tocando e marcando por inteiro e eu parei de pensar em qualquer outra coisa que não fosse em sua boca no meu membro.

...

"Eu estava pensando em você, pensando em mim

Pensando em nós, o que nós vamos ser?

Abro meus olhos, sim, foi apenas um sonho

Então eu viajo de volta, por esse caminho

Será que vamos voltar? Ninguém sabe

Eu percebo, sim, foi apenas só um sonho."

- Just Dream