História Andorinhas nunca estão sozinhas - Em apenas uma noite

- Tem certeza de que não tem problema eu dormir aqui ? - perguntei.

Edel assentiu - Não se preocupa.

A lua já brilhava em todo seu explendor, podendo facilmente ser vista pela janela do quarto de Edel.

Após me garantir que não haveria problemas, ela enfim havia me tranquilizado o suficiente para aceitar dormir em seu quarto.

Forramos alguns lençois por cima de um colchão bem macio, este que coloquei no carpete ao lado da cama onde Edel dormiria. 

Ao terminarmos, ela entrou atrás de algumas cortinas, um tipo de provador, e vestiu sua roupa para dormir. Com um blusa pequena de tecido fino e short curto, e os cabelos soltos ela parecia ainda mais deslumbrante.

- Hm, bonito pijama - falei sem jeito.

- Obrigada - agradeceu com as bochechas coradas - Mas eu nem estou arrumada.

- Isso não muda o fato de você estar linda.

Dessa vez recebi um riso baixo e timido. 

Como não havia contado com a possibilidade de passar a noite fora, não havia trazido pijama, entao simplesmente me despi, ficando somente com as calças. Tentei fazer isso da forma mais contida possivel, pois, por algum motivo, estava um tanto envergonhado em fazer aquilo na frente de Edel.

Ja despido, fui rapidamente para debaixo das cobertas. 

Com ambos deitados em seus lugares, achei que ficaríamos em silêncio até pegarmos no sono. Mas não era essa a idéia de minha colega de quarto.

- Boa noite - falou.

- Pra você tambem - respondi.

Meus olhos lentamente foram se fechando, mas Edel os despertou.

- Estou gostando muito da cidade.

- Isso é muito bom.

- É. Tenho conhecido muitas pessoas legais, e os lugares são tão bonitos.

- Hm. Que bom, significa que vamos ficar juntos por muito tempo.

- É - falou simplesmente - E eu gostei bastante de te conhecer. Você é tão engraçado e amigável. Acho que nunca conheci alguém assim como você.

- Não é pra tanto - estava sem jeito com tantos elogios - Você é uma garota incrivel. Nem acredito que tenho uma amiga tão legal e rica.

Os dois rimos baixo e por um tempo não foram necessarias palavras, pois era claro a nossa alegria naquele momento. 

Eu poderia ter dormido tranquilo naquela noite. Teria bons sonhos e saberia que iria acordar ao lado daquela garota maravilhosa. Mas então Edel continuou conversando.

- Azin.

- Sim ?

- Eu... quero perguntar um coisa.

Senti um frio estranho dar voltas em meu estômago - Pode dizer.

- Você gosta de mim ?

Sua voz estava baixa, quase um sussurro. Eu não estava vendo seu rosto, mas tinha certeza de que estávamos ambos vermelhos como tomates.

- Eu gosto sim - falei - gosto muito de você - minha voz saiu ridiculamente grave, o que me fez pensar que Edel gritaria "MENTIROSO! FORA DA MINHA CASA". Mas não foi o que aconteceu.

- Ah, que bom - sua voz continuava baixa, porém, parecia animada - Isso me deixa feliz. Eu também gosto muito de você.

Ouvir aquela frase foi algo maravilhoso e arrasador. Eu me senti a pior pessoa do mundo.

- Bons sonhos Azin.

- Bons sonhos - respondi.

Edel era realmente incrivel. Eu queria beijar seus lábios por todo o sempre. Queria abraça-la e ficar junto dela por toda a vida. Mas havia ele. E isso, ao que parecia, não iria mudar nunca, pois a cada minuto, meus pensamentos davam um jeito de desenhar os olhos amarelos e os cabelos ruivos daquele com quem eu também queria realizar esses desejos.

Eu precisava de ajuda.