História Anel de Conexão - Casamento pt. I

 Domingo, 13h20 - Asahikawa, Hokkaido.

Faltava menos de duas horas para o casamento e esse tempo passei na copa com Sasuke. Não queria ficar sozinho e sem fazer nada no meu quarto, então, mesmo depois de decorar meu texto, permaneci ali. Sei que não vamos ter qualquer vínculo amoroso, mas permaneceremos três anos juntos, preciso conseguir pelo menos uma aproximação dele.

Fiquei surpreso quando ouvi ele me fazer uma pergunta.

- Por que você é do terceiro ano? Não deveria estar no segundo? – Apoiou o queixo nas mãos em cima da mesa e fechou os olhos.

- Oh, eu entrei adiantado no colégio e naquele tempo não precisava repetir a série novamente. Eu nunca te vi entrando na sua turma, qual é? – Resolvi continuar puxando o assunto, melhor do que ficar naquele costumeiro silêncio constrangedor.

- Eu sou do terceiro AC. – Busquei na memória algum conhecido nessa sala e lembrei-me de uma das meninas do CEUS, Misa Amane.

- Uhm, o meu é terceiro AB... Na sua sala estuda tal de Misa Amane, ela não te aluga o tempo inteiro?

- Misa... Amane? Se tiver não prestei atenção, por quê?

- CEUS. – Apenas pronunciei as iniciais e Sasuke estremeceu.

- Os gritos dessas loucas me ensurdecem toda vez que chego ao colégio, nossa, péssima lembrança. – Sacudiu a cabeça.

- Aposto minhas fichas que ela te enche as aulas todinhas. – Falei sem muito interesse e me ajeitei à cadeira.

- Na verdade não. Eu não sei como funciona o esquema, se é isso mesmo, mas aparentemente só falam comigo se eu ‘’notar’’ elas, algo do tipo. – Suspirou pesado.

Ok, essas meninas são estranhas. Quis falar com Sasuke sobre a ruivinha, Karin, e sua ‘’conversa’’ comigo no dia que me viu com os amigos dele.

- Uma delas veio...

Batidas na porta.

- Vossa alteza príncipe. – A voz calma da Dama da corte soou do lado de fora e eu me levantei da cadeira para abrir a porta.

- Preciso que me acompanhe para que possa começar a se arrumar. – Assenti com a cabeça e me virei para Sasuke, apenas acenei um tchau com a mão e fui com ela.

[#]

Agora já batia no relógio 14h00 em ponto, estava vestindo o traje nesse momento. Consiste em um grande ‘’roupão’’ azul com bordados brancos, bordas vermelhas e detalhes em dourado ao redor do seu eixo. Estende-se até os pés e cobre as mãos. Á Concubina terminou de ajeitar a roupa e partiu para o arranjo da cabeça.

Quando eu bati os olhos naquele acessório comecei a entrar em desespero. Grande. Grande e pesado. Só isso.

Ela pegou alguns grampos parecidos com hashis – Só que bem maiores – e uma fita.

- Pode sentar-se nessa cadeira, por favor. – Pediu educadamente e eu me sentei. Vi ela pegando aquele ‘’agradável acessório’’ em mãos e se preparando para encaixar na minha cabeça. Primeiro passou uma touca para segurar meus fios loiros e prendeu com grampos menores só para dar mais segurança e a touca não deslizar. Depois começou a encaixar, finalmente, o ‘’agradável acessório’’.

Finalizou com os grampos semelhantes à hashis, eles ficam na parte de trás da cabeça. Calcei os sapatos estilo Lechal na cor preta e acabei por ali mesmo.

♕

O moreno havia acabado de se arrumar e estava vestido com um ‘’roupão’’ preto com bordados na cor cinza e as bordas nos eixos num azul gélido. Estava apenas esperando o carro que os levaria até o Palácio Kenichi. Sim, existe mais de um palácio. Esse nós usamos para eventos, ou seja, não celebramos nada no Masahiro. Provavelmente já tinham incontáveis repórteres lá na faixada reservada para eles. Por mim nenhuns desses caras estariam presentes em exatamente nada que diz respeito à família real, mas minha avó insistiu em deixar um espaço reservado para eles poderem noticiar pelo mundo. Segundo ela é importante estar conectado com a nação.

Fiquei sabendo que Naruto iria com outro carro para lá, aquela baboseira de não se ver antes da cerimônia acontecer. Tsc, mereço. Vi uma limusine preta com rodas banhadas em ouro – Uma verdadeira hipérbole – chegando para me buscar e, assim que estacionou, o motorista veio me ajudar a entrar no carro.

Quando estava lá dentro por completo, finalmente demos partida para o Kenichi.

[#]

15h00.

Deixei minhas unhas crescerem com o único objetivo: Roer em situações nervosas. Este momento estou dentro da limusine indo para outro palácio, ken alguma coisa. A limusine que eu estava seguia a da frente, provavelmente onde Sasuke estava.

Depois de alguns minutos ambos os carros estacionaram num outro palácio, esse, apesar de menor, era deslumbrante assim como o Masahiro. Desceu de lá com ajuda do motorista – A maior parte da ajuda foi para não tropeçar na própria roupa – e viu Sasuke mais a frente, o moreno entrou numa direção oposta a sua. Esquerda.

Foi pela direita e sentiu os flashes médios batendo em seu rosto, um atrás do outro. Entrou numa parte do palácio semelhante a um templo e deduziu que ali fariam mais celebrações além de casamentos. Havia duas Damas da corte atrás de si para auxiliá-lo caso não soubesse de algo, afinal o casamento foi em cima da hora e não houve tempo para aprender tudo que precisava; só o texto.

Fez alguns ajustes no arranjo da cabeça e andou novamente; iria encontrar Sasuke. O casamento será na parte externa do lugar onde os repórteres tem livre acesso ao seu lindo rostinho. Isso sim o assustava, seu rosto no Japão todo. Seu rosto sendo reconhecido pela CEUS... Céus, isso irá dar tão errado.

Chegou finalmente ao altar onde Sasuke estava – E o mesmo segurava uma pomba enrolada numa manta verde e com o bico preso – e se curvou. Ele fez o mesmo e se viraram para frente, lá estavam Minato e Kushina sorrindo falsamente. Riu com esse pensamento e foi até eles assim como a Dama da corte falou para fazer, sendo acompanhado de Sasuke.

...

♕

Da televisão de sua casa uma ruiva assistia aquele casório real, da televisão de sua casa percebia que foi passada para trás pelo loirinho os olhos azuis. Entendeu, por fim, o que estava fazendo com os amigos de Sasuke e porque pareceu tão desconcertado quando cruzou com si no corredor do colégio. Poderia usar ele para algo? Sim. Cogitaria a hipótese mais tarde, mas primeiro assistiria aquela cena toda. Cerrou os olhos e apertou os punhos quando viu os dois ali, juntinhos, naquela fortuna em ienes. Sentia vontade de embargar aquilo tudo, mas era apenas uma pessoa normal.

These are the days

We’ve been waiting for

On days like these

Who could ask for more?

The days – Avicii.

CONTINUA.