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História Anestesia - Petrificada


Escrita por: MeLangdon

Notas do Autor


Gente só peço perdões pela demora de 500 meses, de verdade oi um período hard, mas tudo melhora né? Enfim, fiquem com esse capítulo, espero que gostem.

Capítulo 13 - Petrificada


Fanfic / Fanfiction Anestesia - Petrificada

“Minhas mãos poderiam alcançá-lo facilmente naquele momento. Eu poderia sentir sua respiração pesada a milímetros do meu rosto enquanto eu gritava. Meu sangue fervia e meus berros não pareciam surtir efeito algum nele. Poderia já ser tarde demais. Ele já não se movia, não respondia e muito menos respirava.”

 

               

 

 

 

 

 

                Era dia 14. Sexta-feira, oito da noite. Qualquer música acústica tocava no background do meu quarto. Waah estava deitado em minha cama abotoando sua camisa social branca e, quando terminou, vestiu seu terno marsala. Minha maquiagem estava quase pronta e então só faltariam os sapatos e o vestido.

                -O que aconteceria se a gente atrasasse um pouquinho? – ele perguntou enquanto se aproximava de mim.

                -Laura, Paulo e Felipe comeriam nossos fígados. Qual o motivo, amorzão?

                -Como assim? – ele tinha percebido que eu sabia quem tinha organizado a festa.

                -Sabe, seu empresário, sua produtora... seus chefes.

                -Pensei que você ainda achasse que eu tinha planejado tudo.

                -Waah, eu te amo, mas você é péssimo com essas coisas. – eu ri enquanto ele suspirava e arrumava o cabelo de lado. Me virei e o beijei antes de terminar de me arrumar.

                Sentia nervosismo vindo de Wallyson, a feição estava pesada e suas mãos tremiam enquanto pegavam a chave de minha casa. Saímos de lá e descemos para entrar no carro que levaria Waah, eu e... João. Quando vi sua silhueta do lado de fora do carro, pouco depois de entrarmos, sabia que não seria boa coisa. Me sentei ao lado de meu... ficante – ficante, Julie? - ...continuando, e ele apertou minha mão. Escutei frases vindas do lado de fora que pareciam ser uma conversa ao celular, porém tentei não dar importância. Logo, João entrou sentando-se ao meu lado.

                Os garotos não se cumprimentaram, entretanto Jhonny fez questão de pronunciar-se em alto e bom som.

                -Nunca te vi tão linda, Jules. – ele sorriu olhando para frente – Desde aquela festa não te vejo assim. – claro, ele se referia àquela onde tudo começou.

                -Ah, é... Obrigada. – fui seca. Levantei meu olhar enquanto Wallyson me olhava sério. Se a noite estava estranha, imagina agora?

                O caminho parece ser uma excursão para um hospital. O silêncio era mórbido e eu era capaz de ouvir os “bipes” do meu coração. Senti meu celular vibrar e o peguei sem pensar muito. Definitivamente, era Lucas.

 

                “Já estão chegando?”

                “Graças a Rainha Ludy, estamos. Ficamos agarrados no trânsito.”

                “Ótimo... perguntei por desencargo. Voltarei a beijar na boca.”- Soltei uma risada e Waah me olhou sorrindo.

                -Que foi? – ele tinha pelanquinhas embaixo dos olhos por causa do sorriso e eu achava isso um tanto quanto adorável. Entreguei meu celular para que ele lesse e em cerca de mais três minutos chegamos na boate. Eram nove horas e algo mais. Eu precisava beber se não, não aguentaria mais uma noite vivendo perto de João. Muito estresse, muito.

                Fomos recebidos pela equipe ranger empresarial, por um instante jurava que eles fizeram uma pose no estilo As Panteras. Infelizmente foi a minha maior ilusão. Entrei e corri à procura de Lucas que estava paquerando o barman, claramente, hétero. Puxei suas mãos (as de Lucas, não as do barman, claro) e pedi shots para não lembrar meu nome no dia seguinte.

                -Então amiga... Tá “tutupom”? – Ele perguntou e eu ri.

                -Não... Ai, tem tanta coisa na minha cabeça que acho que vou cair durinha a qualquer instante.

                -Huumm. – ele olhava para algo atrás de mim que eu sequer sabia o que era.

                -O que foi?- olhei ao meu redor e não vi Waah, porém avistei uma garota um tanto mais alta que eu, morena num vestido turquesa curto. Meu coração se petrificou. – quem é?

                -Ai sonsa, eu esqueço que você não foi fã do seu namorado... Aquela é A ex. Sinto muito... Nem sei o que ela está fazendo aqui. Só te aconselho que vá atrás do boy, se não a coisa vai feder.

                Meu coração estava frio talvez por medo. Não que eu fosse ciumenta assim, mas algo não cheirava bem. Vi Wallyson caminhando na direção dela e assim “A ex” quase saltitou ao vê-lo. Fui lentamente até os dois e levantei a cabeça, o dia estava podre, porém não iria piorar.

                Meu namorado percebeu minha presença e agarrou minha cintura, não era proposital, era automático. Segurei seu rosto virando-o para mim e o beijei. Ela emitiu um som como se quisesse chamar nossa atenção, ou melhor, a dele.

                -Amanda... essa é a Julie, minha namorada.

                -Hmmm, diz meu bem, quanto ele te paga? – ela voltou a pergunta para mim e eu, mais uma vez em todos os momentos em que saía com ele, sorri cínica.

                -Tem essa grande diferença entre você e ela. – ele me defendeu e logo eu entendi a história. – ela gargalhou alto.

                -Mas então, Ju... Onde o conheceu? Numa esquina foi? – ela riu de forma estridente. Se o diabo existe, ele é essa mulher.

                -O nome dela é Julie. Igual eu disse. Julie. Aliás, o que você está fazendo aqui?

                -Uau! Você parecia contente em me ver, amorzinho! Logo que cheguei você...

                -Me lembrei quem você é, sabe? O que me leva a te perguntar, seu nome está na lista? – ele questionou e ela se virou jogando os cabelos e gargalhando saindo da boate. – Vou redobrar a segurança... Me espera aqui, meu bem.

                Meus músculos relaxam. Eu não sentia que estava tão tensa até ver marcas vermelha em minhas mãos causadas por minhas unhas. O barulho da música alta me fazia ouvir um som agudo, suficiente para me deixar tonta. Andei na direção de Laura e ela me puxou pelos braços dizendo algo que eu achei que fosse um “venha comigo”, eu apenas fui.

 

 

 

                Parei de sentir minhas pernas ao fim de mais uma música. Eu estava exausta e parcialmente bêbada. Resolvi parar ali e me sentar. O lugar estava cheio e só então percebi quanta gente famosa tinha lá, só não tive muito tempo para ficar olhando, Waah sentou ao meu lado passando o braço por trás de mim e me dando um beijo na testa.

                -Você tá cheirando a vodka. –ele riu e arrumou meu cabelo.

                -Você ta cheirando a perfume e canela... ainda. – eu me aninhei em seus braços.

                -Amor, preciso de você agora... Não dorme. – sua risada e seu abraço me acordaram de vez, eu parecia pronta para outra, mas era melhor não arriscar.

                -Do que você precisa?

                -Vem comigo. – ele passou um guardanapo por meu rosto retirando o que devia ser a oleosidade, o rosto dele já estava impecável.

                Eu me levantei e caminhei com ele segurando sua mão. Waah me abraçou pela cintura e dançou Earned It comigo. Pisei no pé dele de propósito algumas vezes e nós rimos. Ele me girou, me segurou de costas para ele e beijou meu pescoço. Percebi algumas pessoas se aproximando e formando uma roda ao nosso redor, fiquei com vergonha, mas apenas olhei para baixo e tentei tirar o melhor daquele momento para guardar de lembrança. Ao me girar pela segunda vez fechei os olhos e quando subi meu olhar vi o garoto segurando um buquê de frente para mim. Não consegui voltar, senti um calafrio subindo minhas pernas e comecei a sorrir. Sinto vergonha em dizer que sim, eu dei pulinhos de felicidade.

                Me sentia tão feliz que ele começou a rir de mim e esqueceu o que iria dizer. Aquilo tudo era tão a gente. Então parei de rir por alguns instantes e ele teve a oportunidade de falar.

                -Olha, meu amor – ele cobriu os olhos e sorriu – eu nunca tive timidez até te conhecer. Er... Como eu digo isso? – ele olhou ao redor e ri baixo – Eu te amo, sabe?

                -Sei. – respondi de forma inaudível e mesmo assim ele entendeu.

                -Eu quero dizer que eu tô aqui hoje, pois queria estar aqui desde a primeira vez que te vi. O que aconteceu aqui só nós dois entendemos e só nós sentimos, não precisava dessa festa ou desse tanto de gente para te falar que eu te amo, para te falar que eu não imagino meus próximos 50 anos sem você neles. Tudo que aconteceu nesse pouco tempo foi mais que suficiente para te entender, te descobrir e te ler dos pés à cabeça. Eu não seria eu mesmo se não tivesse feito o máximo pra te mostrar que você é essencial para mim. Bom, eu queria saber... Eu quero saber, se você Julie, me daria a honra de namorar comigo, daqui quinze anos se casar comigo e então, envelhecer do meu lado pra gente ter muita história pra contar.

                Eu não esbocei reação alguma, fiquei estática e mais que isso bamba e envergonhada da ponta do dedo até meu ultimo fio de cabelo. Quando caí em mim ele estava com os olhos brilhando e apertando o buquê nervoso, como se eu fosse rejeitar.

                -E aí? Aceita? – ele repetiu baixo para que só eu ouvisse e eu literalmente pulei em seu pescoço. Foi lindo pra caralho! Ai, que homem.

                Passei a escutar uma gritaria insana ao meu redor, estavam todos felizes, ou aparentemente, e cada segundo abraçada com ele ali parecia mais um dia ganhado na minha vida. Pude finalmente beijá-lo e olhar ao redor para o que estava acontecendo. Haviam umas três centenas de celulares filmando e eu apenas conseguia sorrir. Valeu a penas todo esse tempo de estresse.

 

 

 

 

                -Meia hora! Aquele pedido levou meia hora! – eu ri alto dentro do carro e Waah me acompanhou. Mesmo com essa alegria toda fluindo para fora de mim dentro do carro, João não estava feliz. Seus olhos fitavam o teto mais escuros que o normal. Me lembro de vê-lo tentando trocar de carro com Felipe. Em meio as risadas senti um arrepio na espinha e uma tontura bizarra. Ouvi o som de uma buzina de caminhão e o som das rodas no asfalto, não estávamos em alta velocidade e nosso motorista estava sóbrio, logo naquele momento percebi que estávamos sem sorte. Vi os faróis altos do caminhão à nossa frente e logo fechei os olhos, apertei a mão de Wallyson que soltou um “puta merda” e me segurou colocando seu corpo à frente do meu. João manteve seu olhar fixo na estrada e também já sabia o que aconteceria. A partir daí não vi mais nada.

 

                Senti alguém puxar meu braço, minha pele ardia e em certos pontos não sentia meu corpo. Tentei abrir meus olhos lentamente e enxerguei uma luz alaranjada a poucos metros de mim, parecia ser fogo então olhei ao meu redor. Carlos que estava com a perna quebrada deitado ao meu lado era quem dirigia o carro, não sabia o que dizer, mas, como num sussurro, ele pediu para chamar ajuda.

                Eu tive medo de olhar para meu corpo e perceber que eu não estava bem, porém tive que fazê-lo para levantar e achar meu celular. Comecei a tremer e antes que eu olhasse começava a sentir minhas pernas, a dor aumentava muito rápido e com isso eu gritei. O asfalto estava cheio de sangue e com dificuldade pude ver um corte profundo que ia do meu pé escondido pelo sapato até uma parte do joelho. Por algum motivo inexplicável não desmaiei, tirei o sapato e com a gravata de Carlos fiz algo que não dá para se chama de torniquete, mas já servia.

                Me levantei chorando e ajudei o motorista a se levantar e ir para o acostamento, ele grunia de dor não mais alto que meu namorado gritando e chorando. Chamei por seu nome enquanto procurava por ele e o encontrei deitado do outro lado da rua a um metro do que não parecia mais ser o carro. Me sentei ao seu lado e pedi para que se acalmasse, ele não me entendia, entretanto, perguntei onde ele estava machucado e não soube me dizer esperei que ele se acalmasse enquanto entrava no carro para buscar meu celular.

                Vi que Carlos tentava ajudar Waah e enquanto isso me deparava com Jhonny sentado encarando a porta do passageiro e a cabeça recostada no banco. Entrei em desespero, ele não piscava e saía sangue de seu nariz. Minhas mãos poderiam alcançá-lo facilmente naquele momento. Eu poderia sentir sua respiração pesada a milímetros do meu rosto enquanto eu gritava. Meu sangue fervia e meus berros não pareciam surtir efeito algum nele. Poderia já ser tarde demais. Ele já não se movia, não respondia e muito menos respirava. Encontrei meu celular no chão do carro e liguei para pedir uma ambulância, em seguida liguei para o corpo de bombeiros já que o banco do motorista havia se reclinado para trás com o impacto e estva prendendo as pernas de João.

                Eu tremia muito e tentei rapidamente sair do carro, minha perna doía e acabou se prendendo no cinto de segurança quando tentei sair. Gritei e aos poucos fui ficando sem ar, meu peito ardia e eu conseguia ver Wallyson correndo até mim. 


Notas Finais


Ai gentem, estou nervouser, será que vocês gostam de mim ainda? hauhush Amo vocês <3


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