Acordo no meio da madrugada com chute de leve na perna, logo escuto o barulho da chuva e de batidas violentas na porta da minha casa.
— Amor? Você está esperando alguém? — Pergunto baixo para Aurora que estava sonolenta
— Não, quem será? Nessa hora da noite? Ai não, cadê a sua arma? Talvez sejam...— Ela diz preocupada e eu rapidamente pego minha arma no guarda roupa e desço até a sala, lá vejo a silhueta de uma mulher, ela batia e chutava a porta em desespero, Aurora me empurra em direção a porta e eu abro a mesma e vejo a Rita chorando e completamente molhada.
— Ele me traiu! Eu não quero mais ele na minha vida! — Ela diz chorando e Aurora a entrega uma toalha e as duas vão para a sala, eu tranco a porta novamente e sigo ambas.
— Ok, o que aconteceu? — Pergunto sério e um pouco curioso, é interessante saber dessa traição, não era o Skold o homem mais fiel deste planeta? Que piada.
— Diga, quem foi a vadia? — Aurora pergunta séria
— Sua mãe! Eu peguei os dois na cama, eu estou me sentindo tão inútil, por que fizeram isso comigo? Eu sou tão descartável assim? Por que eu? — Rita diz tentando segurar o choro e meu deus por que mulheres não percebem que a culpa é do homem e não delas?
— Como? Mas eles falaram que se odiavam, será? — Aurora pergunta pensativa e começa a mexer no celular, certamente procurando o número do pai ou mãe.
— Ódio é uma ótima entrada para o sexo, principalmente para ex namorados ou casais. — Digo calmamente e Rita começa novamente a chorar
— Ódio? Ex? Christopher, você transaria com uma ex por ódio? Que? — Aurora pergunta com um sorriso de " eu vou te matar desgraçado"
— Não, foi apenas uma colocação agora Rita, o que quer fazer agora? Chorar? — Pergunto em tom de brincadeira para tentar fazer ela rir
— Vocês poderiam me levar para casa dos meus pais? Eu trouxe tudo que era meu, e está naquela mala. — Ela diz calmamente e a aponta para a gigantesca mala rosa encostada na parede.
— Tudo bem, vamos. — Digo sem animação nenhuma e sigo para a garagem, a chuva está forte o que faz tudo ficar mais pesado ainda, tanto a estrada, como o choro de Rita.
— Você tem certeza que irá ficar bem? — Aurora pergunta preocupada para Rita.
— Sim, me sinto um lixo por ter perdido minha virgindade como ele mas está tudo bem, eu irei superar isso.— Rita diz forçando um sorriso.
— Por que mulheres tem esse complexo com virgindade? — Pergunto revirando os olhos
— Por que você não fica calado? Enfim, qualquer coisa, ligue para mim, força amiga! — Aurora diz calmamente e abraça a Rita, e a mesma desce do carro e entra na sua casa, é triste o que aconteceu mas é a vida, nada é como queremos.
— O que iremos fazer agora? A chuva está muito forte então, nada de ir na casa do seu pai. — Digo calmamente enquanto observo a ruiva ao meu lado, ela estava com um vestido preto largo e um óculos escuros, item desnecessário para essa situação, afinal, está chovendo e é de noite.
— Vamos para casa, agora, por que minha mãe iria para cama com meu pai? Ok, eu sei que ele não havia superado a morte dela mas como? Ele dizia que amava a Rita! Eu realmente não entendo, isso pode acontecer com nós dois? Eu não esperava isso. — Ela pergunta em pânico enquanto observa a chuva que batia contra o vidro do carro
— Com a gente? Não, eles sempre se amaram, tiveram uma filha, passaram 18 anos sem se verem e sofreram por isso, o primeiro contato deles foi uma demonstração de ódio e depois, sexo, é natural. — Digo calmamente enquanto dirijo, a chuva para um pouco e ao entrar na rua de nossa casa e estacionar na garagem, vejo um homem alto e molhado, era o Tim.
— Ela foi embora! E você também deveria ir embora, é desnecessária sua presença e não, não foi um acidente. — Aurora irritada e entra em casa e Tim me olha confuso.
— Que diabos você fez? Eu colocaria você na minha casa porém ali tem arma e você sabe, ela tem uma ótima mira. — Digo forçando um sorriso para ele.
— Eu não lembro o que aconteceu, apenas lembro de beber um suco e depois acordar na cama e a Afrodite está dormindo e Rita gritando, você acha mesmo que eu trairia a Rita? — Tim pergunta sério e eu sinto uma certa sinceridade no que ele diz mas continua sendo estranho.
— Tudo bem, espere tudo acalmar e tente conversar com a Rita, boa noite e boa sorte. — Digo calmamente e entro em casa e escuto o carro do Skold indo embora, olho no relógio e vejo que são 4 da manhã, lá se vai uma ótima noite de sono.
— Acabei de receber uma mensagem sobre o que aconteceu com meus pais e Rita e tem seu melhor amigo no meio da história, sente-se. — Aurora diz fazendo mistério e eu faço o que ela pede.
— Vamos lá, " Então, soube da traição? E sim, eu sou, quem ameaça você todos os dias, irônico não é mesmo? Voltando ao assunto, a suposta traição do Tim, eu vi tudo que a Rita fez, é um plano dela para ficar com o Ryan! Acham que isso é mentira? Apenas liguem os pontos nessa história, boa noite." Ryan e Rita? O que? Ou isso aconteceu e ninguém percebeu? — Ela pergunta preocupada e eu tiro o celular de sua mão e a puxo para sentar no meu colo.
— Então, acho que nisso, não devemos nós meter, até por que eu gostaria de estar metendo outra coisa mas a situação não está ajudando mas enfim, isso é problema do casal, seu pai vai conseguir resolver isso, ou talvez ele volte com sua mãe, ou caía nas drogas, várias situações podem acontecer e temos que ficar longe disso tudo..— Digo calmamente e a beijo, a carrego até a cama e logo a pequena adormece ao meu lado e eu tento dormir, estou rindo por dentro por conta desta desgraça na vida do Tim.
Pov's Aurora
Acordo com a luz do sol em meus olhos, olho para o lado e não vejo Chris, e logo penso que ele deve está no estúdio, me arrasto até o banheiro e tomo um demorado banho, coloco uma calça jeans e uma blusa preta da banda do meu tio Manson e desço às escadas rapidamente e sinto o cheiro de bolo vindo da cozinha e sigo o cheiro e ao entrar na cozinha, vejo Chris sentado no balcão e uma mulher de cabelos escuros cortando uma barra de chocolate.
— Bom dia meu amor! Dormiu bem? — Chris pergunta sorridente e logo depois dá um belo gole na xícara de café.
— Sim, mas toda a paz acabou ao ver às milhares de mensagens do meu pai e do Manson, ele já fez vários memes sobre a traição, cansada estou. — Digo sem animação nenhuma enquanto observo a mulher.
— Então, essa é minha mãe, Anna, mãe, Aurora, minha namorada e futura mãe dos seus netos.— Chris diz sorrindo e logo a mulher olha para mim e abre um sorriso falso e eu sinto uma má energia vindo dela, o que me faz ficar tonta e rapidamente Chris me ajuda a sentar na cadeira.
— Você parece com Ashley, filho, você só esta se enganado com ela, você ainda ama a Ash, a garota é a cara dela! — Ela diz em tom provocativo e eu sinto vontade de pegar a faca no balcão e cortar a garganta dela.
— Ashley é minha prima, e eu achei bem desnecessário o que acabou de dizer, podemos ser parecidas mas somos pessoas diferentes, não sou uma copia perfeita dela, e nem irei ser por ele. — Digo friamente enquanto olha para ela e subo irritada para o quarto e eu rapidamente pego minha bolsa e desço para a garagem e Chris me segue, ao entrar no carro, sinto um cheiro estranho e olho para o banco de trás e vejo um corpo sem cabeça e apodrecendo, fico em choque, saio do carro e começo a vomitar e Chris me coloca para dentro da casa e a mãe dele observa tudo em pânico.
— O que tinha lá? Que cheiro é esse? — Anna pergunta em pânico
— Chamem a polícia..— Digo em tom de choro e Chris faz o que eu peço, logo após alguns minutos, a polícia chega, o corpo era de um assassino que havia matado uma criança, o corpo foi colocado ali como provocação, feita pela máfia, passo o resto da manhã no quarto, trancada e armada, o policial disse que não iria cair nada sobre mim, ja haviam feito uma denúncia anônima em relação ao corpo na minha garagem que pode ter sido feita por quem matou o cara e o colocou no meu carro.
— Você está bem? — Chris pergunta preocupado enquanto me abraça
— Aonde sua mãe está? — Pergunto friamente
— Está na casa da Megan. — Ele diz calmamente e eu sinto mais uma vez vontade de vomitar e saio correndo para o banheiro, o cheiro do corpo ainda está no meu nariz, fico em pé com uma certa dificuldade e olho para o calendário e vejo que estamos no dia 25, e isso não é um bom sinal.
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