História Angel Eyes - Say it . . .

   — Diga o que sabe, onde está o mapa? - eles batiam nas costas da menina sem hesitar, o sangue escorria nas curvas da pequena, sua voz era rouca, não tomara água por muito tempo, tudo que ela podia fazer era chorar.

   — Não acho que ela está com o mapa. - diz o homem afastado da cena de tortura.

   — Então o que devemos fazer com ela? - apenas com trapos de roupa, um vestido branco e sua roupa íntima era tudo que restara dela.

   — Joguem-na na pista, alguém há de atropelá-la e pensar que foi um cervo. - todos ali riram, Rita não se importava, ela só queria morrer para acabar logo com o sofrimento de 2 dias sem comer e sem beber.

   Tiraram ela das algemas, a cobriram com um lençol qualquer e a levaram para a estrada, ela chorava todo o caminho sem ruído ou som, apenas suas lágrimas caiam sem se despedir.

"— Então acabou?"

   Passando em uma estrada, o homem a deitou ali no chão, achou que jogá-la seria o fim dela, longe dos outros homens, a colocou entre os arbustos, ele presumiu que ela não ia durar muito, então a que custo torturá-la sem recompensa? Foi embora e levou os outros homens com si.

   Ela se levantou com todas as forças, chorava a todo momento, queria encontrar sua mãe, não queria saber do Tim, ela não tinha raiva, mas era por causa da ex-esposa dele que tudo isso aconteceu, andando bem devagar, ela viu um rio entre as árvores, se agachou e bebeu quanta água podia, a água estava fria, mas ainda era água, Rita tinha fome, passara dias sendo torturada sem motivo, suas costas ardiam, sangravam, ela tinha que procurar abrigo, mesmo que fosse desconhecido e perigoso.

   Chegando na estrada, ela esperava com o lençol, ele não esquentava, olhando para os dois lados, até ver um ônibus, ela levantou os braços para cima e gritava, pois estava noite.

   — EI, PARE! PARE! - o ônibus parou e...

                                                                             x

   — Quem parou o ônibus?! - perguntou Aurora, indo ver a situação.

   — RITA! - grita Ryan, correndo para Rita que caiu em seus braços.

   — Rita? RITA?! - a jovem vai ver a situação, sua amiga caída nos braços de Ryan, sangrando, com hematomas, o ódio de Aurora apenas aumentava.

   — Não adianta apenas falar com ela, ela precisa dormir, Devin! - diz Chris ao lado de sua amada.

   — Sim? O que fo... Rita?! - disse Devin levando um susto, indo até a mesma que estava nos braços do Ryan, que chorava.

   — Não... cho...re... - falou Rita fechando os olhos e com sua voz rouca.

   — O que esperam? Levem-na para dentro do ônibus! - pediu Aurora em desespero, Chris tentava acalmá-la segurando sua mão, começava a chover logo em seguida de Rita ter entrado no ônibus. — Ei, amor... — Chris a olhava e ela se virou para olhar ele. — Vamos matar eles... não vamos? - os raios apenas deixava tudo mais obscuro, mas o que Aurora não esperava, era que Chris se apaixonasse ainda mais por ela.

   O dia amanheceu com o ônibus em movimento indo para casa, a turnê foi cancelada, tudo que Aurora queria saber era de sua amiga, que estava indo direto para o hospital. Ao chegarem, foi atendida no pronto-socorro, foi internada e precisará passar uma semana para que pelo menos, volte a sua consciência. Aurora ligou para seu pai para alertar a ele, óbvio que ele cancelou sua turnê mesmo não querendo, amava seus fãs, mas também amava sua amada Rita, antes de desligar, ele falou sobre chegar em algumas horas e desligou.

"— Tudo que eu sempre quis foi ser feliz, mas será que poderei ser feliz? 
Estou cansada, de ser sempre a culpada de tudo, a vida apenas quer me destruir,
me destrua sua desgraçada! Me destrua! Eu não ligo!"

   — Rita? - a pequena percebeu que tudo que estava dizendo, era apenas um sonho, parecendo muito um pesadelo, olhando ao redor, via que estava tomando soro e deitada na cama de um hospital, olhando ao seu lado, viu Tim, segurando sua mão e ao seu lado, sua amiga, Aurora

   — Vocês... - a mesma começou a chorar, mas sem expressão alguma. - Eu senti... a falta... de vocês... - a voz continuava fraca e rouca, eles se continham para não desabarem, Rita de algum modo era especial para eles, acabou sofrendo o que não tinha nada haver.

   — Rita, não fale, apenas ouça! - ela se aproximou mais e pegou a mão da mesma, a mesma mão que estava com Tim. - Me perdoe, nos perdoe Rita! Você não tinha nada haver com os negócios da mamãe e do meu pai, me perdoe por tudo, por minha causa, você... não poderá ter... - Aurora chorava, chorava segurando forte a mão de sua amiga. - Você... não pode mais ter filhos!

   Por um momento, Rita não sentiu seu corpo, não acreditou no que acabou de escutar.

   — Como? - as lágrimas caiam, não paravam. - Não ter... filhos? 

   — Me perdoe Rita!

   — Ei Tim, Ei, você me prometeu, você me prometeu uma família, você me prometeu um bebê... - o mesmo não aguentava, mas ao olhar nos olhos de sua amada, ele não conseguiria responder a primeira pergunta, depois de tanto tempo sem falar com ela.

   — Eu... sinto muito. - disse ele.