Léo sente uma calafrio percorrer seu corpo. Ele ia voltar, mas David, que estava atrás dele junto com May, empurra ele para frente.
Léo: Eu não vou entrar aí.
David: Temos que entrar.
May: Todos nós vamos, Léo.
Léo: Certo.
Léo entra na casa escura.
Léo: É, não tem nada de assustador.
Uma mão toca nas costas dele, o fazendo gritar. Ele se vira e vê uma mulher morena, alta, cabelos cacheados, pretos e longos, olhos castanhos, magra e usava vestido simples e nativo. Parecia ter entre 40 e 45 anos.
Ela ri e depois estala os dedos, as luzes acendem.
???: Olá. Eu sou a Malu, perdoe-me pelo susto, adoro fazer isso.
Léo encarava ela, como se achasse que era uma louca. May e David entram.
May: Gostaríamos de saber se você pode nos ajudar.
Malu: Bem... Sigam-me.
Malu desce uma escadaria que leva para o porão da casa dela. David começa a descer as escadas e May ia em seguida.
Léo: Vamos descer mesmo?
May: Vamos logo, Léo.
Léo suspira e depois desce a escadaria seguindo May. Os três chegam no porão, que era cheio de caixas e era iluminado por velas.
Léo: Que lugar sinistro.
Malu vai até um tapete azul, no tapete haviam quatro almofadas brancas ao redor de uma quinta almofada no centro com uma esfera azul escura.
Léo: Uma bola de cristal?
Malu: Sim.
May: Você é cigana?
Malu: Aprendi algumas coisas com uma.
Malu se senta em uma almofada.
Malu: Sentem-se. Não vão querer ficar me olhando em pé, não é?
Os três se sentam, cada um em uma almofada.
Malu: Quem são vocês?
David: Sou David, um vampiro. Esses são May e Léo, uma fada e um bruxo. Temos 17 anos e vivemos em Surrey, na Europa.
Malu: Eu sou Malu, como já sabem. Sou uma grande bruxa, tive aulas com magos, feiticeiros, animagos e uma cigana.
May: Você deve ter sido uma aluna muito dedicada.
Malu: Obrigada, meus professores sempre me chamaram de grande orgulho, mas isso não é o que interessa hoje.
Ela olha para cada um deles.
Malu: Onde estão meus modos?
Ela levanta e sobe a escadaria novamente.
Léo: Ainda dá tempo de fugirmos daqui.
David e May repreendem Léo com o olhar.
Léo: Tava só brincando.
Léo sorri com os dentes para eles.
Léo: Se bem que se vocês quisessem mesmo...
Malu desce a escadaria, atrás dela três pratos flutuavam. Ela senta e cada prato vai paras mãos de cada um deles.
Malu: Torta de frutas vermelhas, eu mesma fiz.
David e Léo: Obrigado.
May: Obrigada.
Eles começam a comer.
Léo: É muito bom!
Malu ri.
Malu: Agora me digam o que desejam de mim?
May para de comer.
May: Sabe algo sobre a Pedra da Lua?
Malu: A Pedra da Lua? É uma pedra muito conhecida, não é?
David: Não é qualquer pedra da lua, é a grande Pedra da Lua. Que possuipoder para os vampiros.
Malu: Sim, acabei de lembrar. Tem uma lenda sobre essa pedra preciosa.
Malu desenha um semi-círculo horizontalmente no ar com a mão direita. Todas as velas se apagam, apenas a bola de cristal brilhava.
Malu: Há muito tempo, quando os sobrenaturais começaram a surgir, havia uma vampira, se chamava Luna. Luna era bonita e corajosa, seus cabelos negros, lisos e grandes eram quase tão chamativos quanto seus olhos azuis. Era alta, magra e sua pele era clara como o branco da lua. Ela vivia na Roma, onde conheceu Solem, um lobisomem forte, alto, bonito, com olhos amarelos, pele escura, cabelos ondulados e pretos. Os dois se apaixonaram, Luna e Solem, soava perfeito. Mas as família não gostaram da ideia, Luna era uma vampira e Solem um lobisomem, não permitiriam essa junção. Então eles resolveram fugir juntos. Era madrugada quando saiam da roma escondidos, mas de alguma forma as família dos dois descobriram e foram atrás deles. Depois de muito se esconder, foram cercados em um abismo. Não suportando a ideia de terem que voltar para casa e se separarem, os dois se atiraram do abismo. A morte foi considerada trágica para todos, uma família cupou a outra e assim iniciou uma pequena rivalidade entre vampiros e lombisomens. Depois com disputas territorias e objetivos diferentes, a rivalidade cresceu e viraram inimigos mortais. Mas dizem que no dia em que os dois se mataram por amor, surgiu uma pedra aqui no Havaí, onde Luna nasceu, a Pedra da Lua. Já em Bangkok, onde Solem nasceu, apareceu a Pedra do Sol. Cada pedra traz força para uma determinada raça, a da Lua para os vampiros e a do Sol para os lobisomens.
Malu levanta os braços e todas as velas acendem novamente.
Malu: O que acharam da história?
May: Muito linda, senhora.
Léo: Mas é real?
Malu: Claro que é.
David: Sabemos que é real, mas pode encontrá-la para nós? Não estou pedindo para pegá-la, isso nós fazemos, mas pode nos dizer onde fica?
Malu: Será todo um processo, pode estar em qualquer lugar, não podemos garantir que ninguém tirou ela daqui. Enfim, não sei se conseguirei achar ainda hoje. Voltem amanhã.
May: Tudo bem, já está fazendo muito por nós.
David: O que vai querer em troca?
Malu: Não precisa.
David: Eu insisto, não sairemos daqui sem você dizer algo que queira.
Malu: Já que insiste tanto...
Depois do almoço, David e Léo conversavam no quarto.
Léo: Eu sei que a sua intenção foi boa, mas por favor, nunca mais insista.
David: Onde encontraremos a flor mesmo?
Léo: A flor cigana só é encontrada em um clube para homens. Eu e May fizemos pesquisas para ter certeza.
David: O que tem nesse clube?
Léo: Jogos de mesa, bebibas e muita dança.
David: Já que é para homens, homem só poderá dançar com homem?
Léo: Não, tem dançarinas lá dentro.
May entra no quarto deles, estava com um vestido de praia.
David: Aonde vai com essa roupa?
May: Para praia, não é óbvio?
David: Estamos em uma missão e você vai curtir na praia? Com aquele Maron, eu aposto.
May: O clube que vocês vão, para pegar a flor, é só para homens. Eu teria que ficar a tarde toda aqui sem fazer nada. Por isso decidi ir a praia, vou encontrar o Maron já que prometi a ele. Mas assim que vocês conseguirem a flor, podem me chamar que volto para missão.
May sorri, David bufa com raiva e Léo apenas gesticulava com sua varinha.
May: Já vou, se precisarem é só ligar.
May vai até a praia, lá Maron estava sentado na areia olhando o mar. Ela vai até o lado dele, que ao ver ela sorri e se levanta.
Maron: Que bom que veio, estava te esperando.
May: Onde estão seus amigos?
Maron: Foram pra um clube.
May: Os meus também.
Os dois ficam em silêncio.
Maron: Bem... O que acha de uma aulinha?
Maron olha para o coqueiro próximo a eles, May também olha e vê duas pranchas escoradas, uma verde com azul e outra vermelha e roxa.
May: Adoraria.
No clube, David e Léo andavam pelo meio de vários casais que dançavam.
David: Está vendo a flor?
Léo: Sim. Bem ali.
Léo aponta para um jarro no meio do clube, nele haviam várias flores ciganas.
Léo: Ela só quer uma, será fácil roubar, todos estão distraídos.
Léo e David iam para o vaso quando Hani e Kaleo entram no caminho deles.
Kaleo: Olha Hani, os amigos daquela gatinha.
David: Não chame ela assim.
Os dois riem.
Kaleo: Você tem ciúmes?
Hani: Ela está caidinha pelo Maron, nem a gente teve chance.
Eles riem novamente.
Léo: Ignora eles, David.
Léo e David desviam do caminho dos havaíanos e iam para o jarro, mas Kaleo bota o pé na frente de Léo, que tropeça e cai no chão.
Kaleo: Agora sim, podem nos ignorar.
David vira e dá um murro no rosto de Kaleo, todos param de dançar e olham para eles. Hani e Kaleo vão para cima de David, que derruba os dois no chão com um empurrão. Léo levanta e pega uma flor.
Léo: Vamos, David.
David e Léo correm para fora do clube. Kaleo e Hani se levantam, o nariz do primeiro sangrava.
Kaleo: Eles vão pagar.
Todos olhavam para Kaleo.
Kaleo: O que estão olhando?!
Todos voltam a dançar e Kaleo e Hani correm para alcançar David e Léo. Os dois corriam para achar o guia turisco para levá-los até Malu novamente. Léo olha para trás e vê Keleo, Hani e mais cinco havaíanos correndo atrás deles.
Léo: Precisamos nos livrar deles.
David: Me segue.
David e Léo correm até uma colina, onde as pessoas alugavam asa deltas. David empurra um homem que se preparava para voar.
David: Desculpe.
Os guardas que cuidavam do local se aproximam e Léo joga um saco de moedas para eles. Os dois seguram na asa delta e correm, Kaleo e Hani estavam quase alcançando eles.
David: Se segura, Léo.
David usa sua velocidade vampírica, eles chegam rapidamente no topo da colina e a asa delta voa. Léo e David riem, percebendo que Kaleo, Hani e os outros ficaram para trás.
Léo: Conseguimos.
David: Mas não posso ficar muito tempo exposto ao sol, temos que voltar para terra.
Léo: David, você sabe parar uma asa delta?
David: Bem...
Outra asa delta passa ao lado deles, nela estavam Kaleo e Hani.
Hani: Não escaparão tão rápido.
David: Léo, trouxe sua varinha?
Léo: Claro.
David: Se é guerra que eles querem, guerra que eles vão ter.
May saía da água tossindo, Maron corre até ela segurando as duas pranchas.
Maron: Está bem?
May: Vamos, quero tentar de novo.
Maron: Você acabou de levar um caldo.
May: Nunca irei aprender se desistir.
Maron sorri e dá a prancha vermelha para ela.
Malu fazia um feitiço de localização, quando escuta um barulho na frente da sua casa. Ela vai até a porta e, ao abrir, vê que uma asa delta havia destruído seu jardim.
Malu: Quem foi que...?
Ela vê David e Léo se levantando.
Léo: Nos perdoe.
David: Trouxemos a flor.
David vai até ela e entrega a flor.
Malu: Muito obrigada.
David: Já tem algum progresso?
Malu: Infelizmente não.
Léo: Tudo bem, voltamos aqui amanhã.
Já estava tarde, David e Léo se preparavam para dormir, cada um já estava em sua cama. May já dormia, ficou muito cansada depois das aulas de hoje.
David: Quantos dias ainda temos?
Léo: Amanhã e mais três dias.
David: Acha que vai dar tempo?
Léo: Claro, amanhã pegaremos a Pedra da Lua e já podemos ir para o templo usando o pó de teletransporte.
David: Tem razão.
Os dois ficam em silêncio e vão dormir.
No outro dia, May balança Léo, acordando ele.
May: Acorda, dorminhoco.
Léo se senta.
Léo: Que horas são?
May: Meio dia. Levante, tome banho, coma e escove os dentes depressa.
Léo: Sim, senhora.
May ri e Léo vai para o banheiro.
Uma hora depois, os três estavam na casa de Malu, no tapete da mesma forma que no dia anterior.
Malu: Vejam vocês mesmos.
A bola de cristal brilha, nela aparece uma flor roxa fechada do tamanho de um anão.
Léo: Legal, uma flor. Só não entendi ainda o que ela tem a ver com a pedra que procuramos.
Malu: Desde ontem a noite eu não entendia o motivo da bola de cristal sempre me mostrar essa flor quando pedia para ver a Pedra da Lua, mas agora tudo ficou claro.
David, May e Léo trocam olhares confusos.
Malu: Não tenho certeza absoluta, mas creio que a Pedra da Lua esteja dentro da flor.
May: Dentro da flor?
David: Isso é possível?
Malu: Segundo os humanos, nós não somos possíveis, mas mesmo assim existimos.
Léo: A luz da lua...
Malu: Exatamente. De meia noite, banhada a luz da lua, a flor se abre.
David: Parece ser uma tarefa fácil.
Malu ri.
Malu: Posso certificar que não será fácil como está pensando. O problema é que a flor só fica aberta por um minuto. Abre de meia noite em ponto, mas se chegar em meia noite e um minuto ela já se fecha.
May: Mas isso é fácil de resolver, só é a gente chegar cedo e esperar dar meia noite.
Malu: Mas tem outro problema. Minha bola de cristal não mostra a localização da flor, apenas mostra essa flor e podemos ver que parece ser um lugar cheio de rochas. Para chegar na flor devem resolver uma série de enigmas, podem ser muito perigosos.
Léo: Por que nunca tem nada fácil? Tudo tem que ser difícil e levar a morte?
May: As vezes sinto como se estivéssemos predestinados a morrer.
Léo: As vezes? Eu sinto sempre.
David fica sério, May percebe mas não fala nada.
David: Como começamos o enigma?
Malu: Vão até a Biblioteca Pública de Honolulu, procurem em livros de lendas, lá terá a primeira pista.
May: Muito obrigada.
Malu: Se precisarem traduzir o enigma podem voltar.
David: Certo, obrigado.
Os três vão até a bliblioteca, lá passam duas horas procurando o livro. May e David estavam sentados a uma mesa com uma pilharia de livros em cima.
May: Não aguento mais procurar.
David: Nunca pensei que seria tão tedioso passar uma tarde no Havaí.
Léo lia um livro grosso, grande e de capa azul escura.
Léo: Acho que achei. O enigma da lua.
May e David se levantam e correm até Léo.
May: Tirem foto.
David pega o celular e tira foto da página que tinha o enigma.
David: Vamos até a Malu.
Os três correm e vão com o guia até Malu.
Minutos depois, os três estavam na cozinha da casa da bruxa. Léo comia torta sentado a mesa, David e May conversavam com Malu em pé ao lado da mesma.
Malu: O enigma diz "O melhor caminho pode ser o mais distante, assim como solitário ele está em todo instante."
David: Desculpe, mas...
May: Isso não faz nenhuma lógica.
Malu: Claro que faz. Vocês devem ir a última ilhota do Havaí, lá algo se esconde, a próxima pista.
David: Certo, então vamos logo.
Malu: Não, hoje o mar está agitado. Amanhã cedo vocês devem ir.
May: Muitas vidas estão em jogo, precisamos arriscar.
Malu: É melhor demorar mais para salvar algumas vidas do que acabar morrendo e não poder salvar nenhuma.
May e David trocam olhares.
Léo: Ela tem razão, ainda temos três dias. Conseguiremos fazer amanhã.
Eles se despedem e voltam para pousada.
A noite, David estava na piscina da pousada. Já eram onze e cinquenta, a maioria dos turistas dormiam. David usava apenas uma bermuda azul escura.
Ele mergulha e encosta no chão da piscina, ao subir vê May na borda.
David: May?
May: Eu fui dar boa noite e vi que não estava no quarto.
David nada até a borda, onde May está.
David: Não estava com sono. Além disso a água está ótima, não quer entrar?
May: Não.
May ri e David senta na borda da piscina.
May: Toma.
May entrega uma toalha para David.
David: Obrigado.
Ele enchuga o cabelo. May senta ao lado dele, colocando as pernas dentro da água.
May: Então será amanhã, não é?
David: É. Finalmente poderemos impedir que aconteça a guerra.
May: Tem razão, só me preocupo com o que pode acontecer com você e o Travel.
David: Tenho que te falar uma coisa. Eu...
May cora levemente.
David: Sei porquê não estava curando no começo do mês.
May abaixa a cabeça, olhando para a água.
May: E por que foi?
David: Por aceitação.
May volta a olhar para David.
David: Eu estava preso no castelo, já faziam alguns dias e eu não imaginava quando poderia fugir. Eu gostava do que havia ali, não das mortes, mas dos treinos e de algumas pessoas que conheci.
May: Está querendo dizer que... Iria nos deixar?
David: Não. Na verdade sim, mas não porque eu queria. Eu já estava começando a me sentir em casa e...
May se levanta.
May: Você sabe o quão preocupada eu fiquei?
David: Não quis dizer que...
May: Achava que tinha mudado desde quando apareceu vivo em Camberra, porém percebo que ainda é o mesmo egoísta.
May dá as costas e corre para o seu quarto com água nos olhos.
David: May!
David dá um murro no chão.
David: Droga.
Ele levanta e vai atrás dela, mas ela havia trancado a porta do quarto.
David: Me deixe entrar, prometo te explicar tudo. Por favor, May.
David vai para o seu quarto e se joga na cama, mas não dorme, fica pensando e olhando para o teto. Um frasco de vidro explode, fazendo David levantar da cama. Ele vê cacos de vidro na frente da janela do quarto.
David: Acho que meus pensamentos estavam certos. Todos esses acontecimentos não podem ser coincidência.
David volta para cama. Do lado de fora da janela dois olhos vermelhos observava-o.
Continua...
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