Era noite, Travel e Kênia andavam pelas ruas de Bangkok.
Kênia: Desde que os humanos sumiram a movimentação abaixou bastante, todos sabem que não existem tantos sobrenaturais assim.
Travel não prestava atenção ao que ela dizia, apenas andava aceleradamente.
Kênia: Travel, está me escutando?
Travel: Claro que estou.
Kênia: Faz horas que você não diz nada.
Travel: Só estou... Só estou pensando. Em dois dias a guerra começa e ainda não temos nenhuma pista da Pedra do Sol.
Kênia: Por que você não procura o seu pai?
Travel: Em hipótese alguma.
Kênia: Por quê? Você precisa dele!
Travel para de andar, vira para ela e a olha nos olhos, raivosamente.
Travel: Eu nunca, nunca precisarei dele.
Travel olha para frente e continua a andar.
Kênia: Travel.
Ele continua andando.
Kênia: Travel!
Travel: O que é?!
Travel se vira para ela novamente.
Kênia: Estamos sendo seguidos.
Travel olha ao redor, alguns homens vestidos de vermelho andavam por trás de algumas barracas iluminadas.
Travel: Vamos sair daqui.
No Havaí, era cedo, David e Léo tomavam café da manhã na pousada.
David: Meus sucos de laranja e plasma estão acabando.
Léo: Não se preocupa, nossa viagem acabará hoje também. Na verdade amanhã, já que pegaremos a pedra após meia noite.
Léo morde uma maçã, May vai até mesa e coloca as duas mãos em cima da mesma, aproximando seu rosto dos rostos dos dois.
May: Saíremos em cinco minutos, estarei lá fora esperando. Não quero nenhum atraso, entendido?
Léo assenti.
May: Ótimo.
May vai para fora da pousada.
Léo olha para David.
Léo: Aconteceu alguma coisa?
David bufa.
Léo: Considerarei isso como um sim.
Minutos depois, os três estavam em uma lancha indo em direção a última ilhota.
Léo: Nosso dinheiro já está acabando, gastamos muito alugando essa lancha.
O piloto olha para David, que estava com casaco e cobria seu rosto com o capuz.
Piloto: Você não sente calor?
David: Até sinto, mas prefiro viver.
A lancha para ao lado da última ilhota.
Léo: Ela é bem pequena, o que pode ter aí?
May: É o que iremos descobrir.
Eles descem da lancha e sobem na ilhota. Andam por todos os cantos dela, já que era bem pequena, e não acham nada.
Léo: Não era para ter algo aqui?
David: Talvez apenas não esteja visível.
David olha para o chão.
Léo: Acha que pode estar enterrado?
May: Veremos.
May faz raízes crescerem por toda ilhota. Duas raízes empurram uma caixinha que estava enterrada. May faz a raìzes entrarem na terra novamente, e Léo pega a caixinha.
Léo: Inteligente.
May: Obrigada.
May sorri. Léo abre a caixinha e vê um papel.
David: Vamos até Malu, ela poderá traduzir o que estiver escrito.
Os três voltam para a lancha.
Em Bangkok, alguns homens musculosos, que vestiam ternos vermelhos, entram no Grande Palácio Real. Dois deles carregavam Travel, que estava ferido e fraco, pelos braços. Mais dois carregavam Kênia, que estava em uma situação um pouco melhor que a de Travel.
Os dois são levados até um homem que usava uma túnica vermelha, dourada e branca. Seu cabelo era um pouco grande, liso e castanho escuro. Era musculoso, alto e tinha pele escura. Estava de costas, olhando para o seu trono.
Rei: Então era verdade? Quando pretendia vir falar comigo?
Os homens de vermelho soltam Travel e Kênia.
Travel: Eu não pretendia fazer isso.
O rei ri, continuava de costas sem olhar para eles.
Rei: Vejo que veio acompanhado.
Kênia: Muito bem acompanhado, se me permite dizer, senhor.
Rei: Engraçado, depois de fugir de casa ainda volta com ignorância, acha isso certo, Travel Wolf?
Travel: Quem é você para falar de ignorância?
O rei vira para eles, revelando seus olhos vermelhos, suas cicatrizes e seu sorriso sarcástico.
Rei: Seu pai.
Minutos depois, no Havaí, Léo, David e May estavam na casa de Malu.
David: Esses enigmas estão brincando com a gente?
Malu: Talvez.
Malu sorri.
Léo: Pode repetir o que está no papel, por favor?
Malu: "Para o próximo segredo ter, o mestre das ondas de ser".
May: Temos que achar algum ser das águas?
Léo: Acho que é algo bem mais simples.
Malu: Terão que entrar em um torneio de surf, e pra sorte de vocês terá um hoje.
David arqueia a sobrancelha.
David: Só tem um problema, não sabemos surfar.
May: Digamos que eu tenha tido uma aula.
May sorri.
Na Tailândia, em uma grande mesa, Travel e Kênia jantavam junto de vários homens bem vestidos, eram ricos e líderes de matilhas.
Rei: Então, Travel...
Ele mastiga e engole um pedaço de carne.
Rei: Veio para ficar?
Travel olha para ele com rancor.
Travel: Não, Rei Werner.
Rei: Vejam, meus amigos alfas, o meu filho passa quase dois meses sem me ver e já pretende ir embora.
Werner e os outros lobisomens riem sarcásticamente.
Travel: Eu não sou seu filho.
Travel dá um murro na mesa e se levanta com raiva.
Kênia: Licença.
Kênia se levanta e vai atrás de Travel.
No Havaí, os três estavam na praia, May já havia feito a inscrição para o campeonato.
May: Já fiz a inscrição, agora só resta esperar.
Léo: Como conseguiremos uma prancha?
May: Maron irá trazer uma pra mim.
Léo: Maron?!
May: Sim, ele também vai participar.
David: Não quer que eu participe também?
May revira os olhos.
May: Não, obrigada.
Léo: Bem... Por que não vamos para pousada por enquanto?
May: Ótima ideia, o campeonato de surf só vai começar depois do almoço.
David: Até lá teremos um bom tempo para conversar.
May: Prefiro cochilar.
May se afasta deles, indo para pousada.
Léo: Seja lá o que você fez, ela está com raiva.
David: É, eu percebi.
Travel e Kênia estavam na varanda do quarto que pertencia a ele antes de fugir.
Kênia: Ele é um idiota, não é?
Travel: Mais que isso.
Kênia: Não precisa escutar ele, você tem a mim.
Travel e Kênia se olham, ela se aproxima dele para beijá-lo, mas ele se afasta.
Kênia: Não quer?
Travel: Não.
Travel volta a olhar a vista pela varanda.
Kênia: É por causa dela, não é? Por causa da fada.
Travel: É, algum problema?
Kênia: Não viu como ela te tratou? Ela é uma...
Travel vira para ela e aperta seu braço.
Travel: Não ouse falar dela.
Werner entra no quarto e vai até a varanda.
Werner: Me deixe a sós com o Travel.
Kênia assenti, se solta e sai do quarto. Travel bufa e volta a observar a cidade.
Werner: Ia matá-la?
Werner ri.
Travel: Claro que não. O que você quer?
Werner: Ainda me culpa, não é?
Travel: Não quero falar sobre isso.
Werner: Acha que foi fácil a morte da sua mãe para mim? Sofri tanto quanto você.
Travel vira para o pai.
Travel: Você escolheu matá-la! Nem ligava para ela!
Werner: Isso não é verdade! Eu fiz o que um bom rei deve fazer.
Werner suspira.
Werner: Quando invadimos a base do caçadores da Tailândia, procurávamos sua mãe que havia sido sequestrada. Muitos lobisomens estavam morrendo, mas nenhum de nós desistíamos. Propuseram um acordo, se parace o ataque naquele instante, eles deixariam eu e os outros escaparem com vida. Naquele dia eu tive que escolher entre sua mãe e meus companheiros, infelizmente eu fiz...
Travel: Deixou ela! Deixou que a matassem!
Werner: Travel, se coloque no meu lugar!
Travel: Você ao menos pensou em mim? Claro que não.
Werner: Escuta... Só quero dizer que pode dormir aqui hoje, você e a sua... Não sei o que. Se precisar de mim, poderei ajudá-lo. Mas não quero que se comporte feito um tolo, guarde seus sentimentos para si, seja um verdadeiro lobisomem.
Werner dá as costas e sai do quarto.
Horas depois, no Havaí, May já estava surfando. Léo e David torciam de baixo de um guarda sol. David estava de casaco.
Léo: May está indo muito bem.
David: Pode até ser... Mas tem muitas pessoas indo melhor que ela.
Léo: Tem razão.
Um onda gigante surge.
Léo: Isso é uma... Tsunami?!
Os turistas que escutam o comentário de Léo gritam e correm.
David: Léo, é apenas uma onde gigante, é comum aqui.
Léo: Eu sei, mas parecia tanto...
Alguns surfistas caem da prancha ao tentar subir a onda. May consegue chegar até o topo, mas lá vê mais dois outros surfistas. A onda quebra e eles vão atrás de outras.
Um tempo depois, Maron foi declarado o vencedor.
Léo: O que faremos agora?! Precisamos entrar no quarto do vencedor.
May e Maron vão até David e Léo.
Maron: Ganhei uma noite no hotel Ohana East, mas deixarei vocês irem lá, sei que é importante.
May: Muito obrigada, Maron. Nem sei como agradecer.
Maron: O que acha de jantarmos hoje a noite?
May cora.
May: Estou em uma missão, esqueceu?
Ela ri e ele faz o mesmo.
David: Vamos logo para o hotel, precisamos achar a próxima pista.
Maron dá a chave que ele ganhou para May.
Léo: Vamos.
Os quatro vão para o quarto do melhor surfista havaiano.
Léo: Está aqui em algum lugar.
Os três procuravam por todos os cantos, até que David acha um papel dentro de uma agenda.
David: Achei.
Léo: Vamos até Malu.
Os três vão até a casa de Malu, que fazia sobremesas.
Malu: Bem... Esse diz "para algo escontrar, na floresta deve procurar".
David: Mas existem várias floresta aqui no Havaí.
Malu: Bom...
Ela desce a escadaria e eles a seguem. Malu senta em frente a sua bola de cristal.
Malu: Mostre-me onde se encontra a pista que eles precisam.
A bola de cristal mostra a primeira floresta da Ilha Maui.
Malu: Vocês devem ir até a ilha Maui, segunda ilha havaiana. A primeira floresta, será nela que encontrarão.
May: Certo, vamos logo para economizar tempo.
Os três saem da casa, pegam um táxi, um barco e chegam na Ilha Maui uma hora depois.
Léo: Essa floresta é enorme.
David: É melhor começarmos a procurar logo.
Eles olham debaixo de folhas, no topo de árvores, dentro de flores, porém não encontram nada.
May: Já está anoitecendo, precisamos achar isso logo.
Léo: Já fizemos o possível.
David: Não podemos parar. Em que lugar ainda não olhamos?
Eles olham ao redor.
Léo: Ali!
Léo aponta para um ninho de beija-flor em cima de uma árvore grande.
David: As pistas estão escondidas há muito tempo, acha mesmo que esse ninho é tão velho assim?
May: Tem ovos nele, deve ser recente.
Léo: Pode ser mágico, ele nunca se destroi e é algo que ninguém imaginaria. Já fiz isso na escola de bruxos.
David corre e pula na árvore, por conta da sua velocidade seu pulo é alto. Ele sobe um pouco mais e chega no ninho, levanta os ovos, pega um papel, coloca os ovos e pula para o chão.
David: Léo, você é um gênio.
David dá o papel a Léo.
May: Vamos voltar para Ilha Oahu.
Os três vão para um barco. No caminho, May escuta uma voz bonita cantarolar.
May: Essa voz...
As outras pessoas pareciam não ligar. David e Léo se levantam das cadeiras e vão se jogar do barco, mas May puxa a camida deles.
May: Estão loucos?!
Todos olham para ela. Dois homens ajudam a segurá-los.
Homem: São sereias, como somos tritões elas não nos encantam.
May: Isso explica muita coisa.
Uma hora depois, eles estavam na casa de Malu.
Malu: "Se não há nada para fazer, em uma festa de hula deve aparecer".
Léo: Já escureceu, quantas pistas ainda faltam?
Malu: Não sei te dizer.
David: Em qual festa devemos ir?
Malu: Toda quinta tem um grande luau no Hotel Lótus, tenho quase certeza que a próxima pista estará lá.
May: Obrigada, voltaremos em breve.
Os três vão para o hotel, lá algumas mulheres dançavam hula-hula, pessoas riam, dançavam e comiam.
Léo: Parece bem legal.
May: Foco, Léo. Onde pode estar?
David: Vamos dar uma olhada.
Eles se separam, David acha um painel com avisos e panfletos. Entre os panfletos velhos, que estavam separados, estava o papel.
David: Achei!
Ele vê que Léo comia sorvete de morango, e May puxava ele para longe das dançarinas. David vai até os dois.
David: Conseguir achar.
May: Ótimo.
Os três vão novamente na casa de Malu.
Malu: "Depois de muito procurar, finalmente podem achar. E se você não se cuidar, um banho de lava pode tomar. A Pedra da Lua fica na ilha inicial, dentro do cospidor profissional".
Léo: Ilha inicial... É a primeira ilha do Havaí, que se chama Havaí também.
May: Cospidor profissional? Será que tem relação com o termo Kilauea que significa cospindo?
David: Faz todo sentido, já que é citado lava no papel. E Kilauea é o nome de um vulcão.
Malu: Exato, vocês deverão ir até a primeira ilha, chegar no vulcão Kilauea, que é ativo, e achara flor que se abre toda meia noite. Já são mais de oito horas da noite, se apressem.
David: Certo.
Eles vão correndo para pousada, onde jantam, tomam banho, escovam os dentes, pegam mais dinheiro e pegam um barco para primeira ilha.
Uma hora e alguns minutos depois, eles chegam na ilha e pegam um táxi, que deixa eles próximos do vulcão.
Taxista: Eu só venho até aqui.
Léo e David: Obrigado.
May: Obrigada.
Léo paga e os três descem do táxi, que vai embora.
Léo: Vamos logo, será rápido e simples.
May aponta para o vulcão, fumaçava bastante.
May: Ele é ativo, esqueceu?
Léo engole em seco.
David: Vamos, a Pedra da Lua nos espera.
Os três começam a andar em direção ao vulcão.
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.