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História Tattoos - Onze


Escrita por: deinertgirl

Notas do Autor


espero que gostemmm

obrigada por quem está comentando e acompanhando, significa mt pra mim ♡

não se esqueçam de clicar no coraçãozinho se gostaram e de comentar ♡

Capítulo 11 - Onze


Fanfic / Fanfiction Tattoos - Onze

Decidi colocar o meu melhor vestido, meu melhor sapato, fazer minha melhor maquiagem, hoje eu estava inspirada. Quando Lexie me mandou aquela mensagem, pedi pra ela vir se arrumar aqui com Loren e depois iríamos no carro de Dave.

- Esse vestido é bonito demais.- Loren me encarou.- Tá querendo impressionar quem?

- Não tô querendo impressionar ninguém, eu me arrumo pra mim, não para os outros.- Respondi rindo e ela colocou a mão no peito fazendo uma careta engraçada.

- Ela tá se arrumando pra ela e pra mostrar pro Justin o que ele perdeu.- Lexie disse e Loren gargalhou.

- Não tem como perder o que nunca se teve.- Falei.

- Ah, olha o caô, transava com o garoto pra cima e pra baixo e agora tá nessa.- Lexie disse e eu revirei os olhos.- Ele ainda tá de palhaçada?- Assenti.

- Eu só queria conversar com ele, sabe.- Suspirei.- Não é que eu vá ficar correndo atrás dele ou algo do tipo, eu tentei uma vez, duas, ele não quis, tudo bem. Mas eu também não posso me fazer de indiferente. Eu sinto a falta dele pra caralho e queria que ele me explicasse o que tá acontecendo.

- Eu acho... Que ele gosta de você.- Loren disse e eu a encarei de sobrancelhas arqueadas. Lexie a encarou com a mesma cara mas logo arregalou os olhos e colocou a mão na boca.

- Caralho, caralho! Isso faz muito sentido. Loren, você é uma gênia dos acontecimentos modernos.- Bateu palminhas e Loren sorriu.

- Queria usar droga até ficar assim.

- Ariana, não se faz de maluca. Isso faz muito sentido. Pensa. Vocês viviam juntos, ele vivia grudado em você e falava de você o tempo todo. Fora que vocês transavam o tempo todo, viviam se pegando, já pareciam um casal, mas eram só amigos. Aí do nada você começou a se relacionar com o Dave, e decidiu terminar o que você tinha com o Justin, o que deixou ele puto e bolado, mas ele preferiu se afastar de você e te evitar, do que assumir que ele gosta de você e continuar convivendo com você estando com outro.- Estalou os dedos.- Porra, dez a zero pra Lorenzinha aqui.- Lexie assentiu sorrindo.

- Isso nem sequer faz sentido.- A encarei como se fosse óbvio. Não tinha como Justin gostar de mim. Ou tinha? Ele nunca me deu sinais e quando eu perguntei ele falou que não.- Por que ele não falou, então?

- Porque ele sabe que provavelmente não seria correspondido, considerando que você é meio lenta pra se apaixonar. E ele viu que seu lance com o Dave tava vingando então achou que não teria chances. Eu entendo os homens pra caralho, como pode?- Ri.

- Tá bom, Loren. Vocês precisam de álcool no sangue de vocês. Vão se arrumar logo pra gente sair.

(...)

Dave chegou pra nos buscar e nós fomos para a balada.

Depois desse pequeno diálogo com as irmãs, fiquei pensativa em relação a isso, mas resolvi ignorar, afinal, combinamos que se um de nós dois se apaixonasse, a gente contaria e isso se aplica em qualquer custo. Prometemos ser honestos um com o outro.

Mas será que eu estava sendo honesta comigo mesma?

Eu gosto de Dave. Não o amo, nem nada assim, mas gosto dele e acho que posso chegar a amar um dia. Mas ao mesmo tempo, sinto que não era ele, não agora. Sinto que talvez, no futuro, a gente se cruzasse de novo, e daria certo. Mas no momento, eu sinto que tô fazendo tudo errado.

Fala sério, eu tenho 17 anos, tô no auge da minha adolescência/pré adulta, numa época decisiva de faculdade... Não deveria estar esquentando minha cabeça com homens, deveria estar me divertindo e além disso, estudando e pensando no meu futuro.

Não é isso que importa, afinal?

Mas estou aqui. Com saudades daquele que era pra ser meu melhor amigo mas resolveu me abandonar por falta de sexo, e com a consciência pesando por estar alimentando as expectativas de outro.

Quer dizer, eu deixo as coisas bem esclarecidas lra Dave, mas sei que ele está se esforçando muito pra fazer esse sentimento crescer em mim, eu aprecio isso, mas eu não quero que cresça. Não agora. Isso me faz pensar que não é pra ser, pelo menos não agora, se fosse pra ser, eu teria certeza do que quero e estaria me esforçando tanto quanto ele. Mas eu tô aqui, pensando em outro. Não é como se eu gostasse de Justin, eu nem sei como é realmente gostar de alguém, mas é foda você se acostumar com uma pessoa e ela simplesmente sair sem dar satisfação. Isso acaba fazendo com que eu tire minhas conclusões baseadas nas minhas paranoias, e acaba ficando chato pra ele porque minha imaginação é bem fértil.

- Tá pensando em que?- Dave me tirou dos meus pensamentos estacionando na boate.

- Nada demais.- Sorri fraco e ele assentiu passando os braços pelo meu pescoço. As meninas vieram atrás conversando sobre qualquer coisa e nós entramos. Chegamos lá e fomos para onde os meninos estavam, dei um "boa noite" geral, e todos responderam, inclusive Justin que me encarou rapidamente. Sei disso porque eu estava olhando diretamente pra ele.

Dave começou a conversar com os meninos e eu encarei a figura loira que estava ali sentada bebendo seu whisky de forma fofa.

- Ei.- O chamei e ele me encarou de sobrancelhas arqueadas.- Quero conversar com você. Não tô pedindo.- Ele assentiu lentamente. Eu sei que eu disse que não iria correr atrás dele, mas foi mais forte do que eu. Falei com Dave que já voltaria e nós fomos até um local mais silencioso do lado de fora.

- Pode falar.- Suspirou pesadamente.

- Não, quem vai falar é você.- Apontei pra ele.- Eu quero saber qual é o seu problema.

- Você.

- Que? Como assim?- Eu estava confusa.

- Esquece, Ariana. Deixa as coisas como estão e...

- E o caralho! Você não pode simplesmente se afastar de mim assim e achar que eu tenho que ir na sua e dar de maluca também.- O empurrei.- Eu conversei com você antes e disse que te amava! Você acha que você tá certo?

Silêncio.

- Eu só servi pra sexo pra você?- Perguntei baixo engolindo seco.- Porque quando eu resolvi parar com isso, você parou comigo.

- O que?- Ele pareceu incrédulo.- Nossa, eu não sei como você consegue falar uma coisa dessa pra mim, como você consegue pensar isso de mim.- Agora ele estava bravo, conseguia ver no olhar dele, um misto de raiva e decepção.

- E você quer que eu pense o que? A gente tava super bem e do nada você começa a me ignorar e...- Ele bufou.

- Nada... Eu não quero que você pense nada.- Ele virou e começou a andar.

- Se você virar as costas pra mim e me deixar sem resposta, vai me perder de vez.- Ele parou e suspirou.

- Você podia facilitar as coisas, né?- Disse ainda de costas.

E ele saiu andando e me deixou lá querendo socar qualquer coisa que aparecesse. Eu tava com raiva. A noite pra mim havia acabado ali e eu não estava com cabeça pra curtir mais nada. Então chamei um uber e voltei pra minha casa sem avisar ninguém, eu queria ficar sozinha.

Cheguei em casa e apenas tirei a maquiagem, coloquei um pijama e deitei.

" Espero que ele esteja feliz."- Pensei.

Procurei um filme de romance qualquer e coloquei.

Isso havia me afetado de uma maneira que eu não achei que afetaria. Eu só sei que eu queria dormir e não socializar com ninguém por umas horas, eu estava estressada. Mesmo depois de eu falar que ele me perderia, ele nem se deu o trabalho de me encarar.

" Eu quero saber qual é o seu problema."

" Você".

Eu odeio que ele simplesmente não tenha a capacidade de esclarecer as coisas pra mim.

Lança essas frases vagas no ar e quem fica com cara de bosta? Como sempre? Eu mesma.

Comecei a prestar atenção no filme que passava e cara... Filme de romance é uma coisa tão idiota, mas eu não tô em posição de julgar as atitudes de nenhuma protagonista abestada no momento, porque se formos analisar a situação atual em que me encontro, eu sou uma protagonista abestada.

Decidi aliviar aquele estresse dormindo, se eu ficasse acordada sei que ficaria pensando muito e eu não tô com paciência. Então deixei o sono tomar conta de mim e dormi.

(...)

No dia seguinte, acordei com diversas mensagens do pessoal no meu celular, várias ligações e mensagens de Dave, as meninas surtando e como eu não estava a fim de responder ninguém, só bloqueei o celular.

Desci as escadas e encontrei meu pai jogado no sofá.

- Não vai trabalhar não?- Perguntei dando um beijo em sua bochecha.

- Vou, daqui a pouco. Tô com preguiça.

- Já resolveu o lance com a Sinthia?

- Ela não volta pra cá, mas eu vou ajudar ela com a criança.

- É seu filho mesmo?

- Só vou saber quando nascer.- Sorriu fraco.- Vai fazer o que hoje?

- Tô querendo ir pra minha mãe.- Ele assentiu.- O amor da sua vida.- Ri maliciosa e ele revirou os olhos.

- Não te conto mais nada, pirralha.- Bufou.

Meu pai levantou e foi até o quarto dele provavelmente se arrumar. Fiz um pão pra eu comer, comi e fui me arrumar pra ir pra casa da minha mãe. Eu voltaria amanhã de noite, já que segunda eu teria aula cedo, então fiz uma mochilinha básica, só com um pijama e uma roupa caso minha mãe quisesse sair. Me despedi do meu pai, peguei minha moto e saí.

O caminho até a casa da minha mãe foi tranquilo, as ruas estavam tranquilas então não peguei trânsito. Eu só precisava ter um diálogo com ela agora.

Entrei em casa e a mesma estava sentada no sofá. Quando me viu, como sempre, soltou um gritinho e veio me abraçar reclamando que eu não havia avisado, mas eu nunca aviso, uma hora ela vai parar de reclamar disso.

- Mãe, tem como a gente conversar?- Ela me encarou.

- Que pergunta é essa, garota? Você sabe que sempre tem. Vai, o que está incomodando meu ursinho?

- Tá tão óbvio.

- Tem uma nuvem negra em cima da sua cabeça.- Ri.

Comecei a explicar toda a história pra ela que ouvia atentamente. Não deixei nenhum detalhe de lado e quando acabei ela ficou em silêncio.

- Eu tô chocada que minha filha é uma safada.- Colocou a mão na boca e eu suspirei.- Eu sabia que você transava mas assim, nessa frequência? Melhor que a mamãe?

- Sério que de tudo que eu falei você só absorveu isso?- Rimos.

- Olha, Ariana... Eu sempre te falei uma coisa: Homens, são diversão. Você não depende deles, pra absolutamente nada, além de diversão. Você precisa se priorizar, você sempre se priorizou. Você tem que se amar e saber que você é você, e que se esse menino quer fazer graça, ele vai fazer graça porque você não tem necessidade de ficar no pé dele. Ele é seu amigo, ok, mas ele precisa se tocar e melhorar as atitudes dele... E você, tem que priorizar seus estudos, não pode passar o último ano da escola focada em homens, homens não são pra isso, homens são...um bônus... bônus gostosos e que nos dão prazer, mas ainda, um bônus.- Suspirou.- Agora em relação ao outro, se você está pensando tanto nesse seu amigo e se questionando se fez a coisa certa aceitando ficar com outro, é porque provavelmente você tentou com a pessoa errada.- Arqueei as sobrancelhas.- Não me olha com essa cara não que tu sabe muito bem do que eu tô falando, Ariana. Quando você gosta mesmo, você se esforça pra amar, e você simplesmente sabe quando é. Não tô falando que você não gosta desse tal de Dave, você pode até gostar, mas esse teu gosto é mais como se fosse um carinho.

- Mas e se eu achar que não gosto de nenhum dos dois?

- Aí você não fica com nenhum dos dois, ora!- Bufou.- O que você não pode é ficar com um, sem nem estar realmente gostando dele, e não tentar com outro sem nem saber se realmente não está gostando dele. Você tem que ter certeza das coisas pra sua consciência ficar tranquila, só assim vai conseguir viver mais tranquilamente e não pensando nos "e se?".- Sorri. Eu sabia que minha mãe saberia o que dizer. Ela sempre sabe.

- E o meu pai?- Ela arqueou as sobrancelhas.

- Eu lá sei, quem mora com ele é você.- Riu fraco.

- Você acha que existiria alguma possibilidade de vocês voltarem um dia?

- Não digo voltar... Seu pai é um coroa bonito, eu daria uns beijos nele pra relembrar os velhos tempos, mas voltar... hum, acho que não.- Assenti suspirando.

O que tirei de conclusão? Que não estou pronta pra fazer nada com Dave além de pegar e transar. Não quero, nem posso, meu foco é outro. Não posso me disvirtuar dos caminhos estudantis por uma coisa que nem sei se vai dar certo, e depois ficar além de triste, desempregada. Então acho que sim, só vou me envolver com alguém mesmo quando eu estiver, ou terminar a faculdade. Em relação a Justin, eu não tentaria nada com ele porque não tem o que tentar. Nem falar com ele eu vou tentar mais, quando ele estiver com disposição ele que venha e fale comigo e eu decido se ainda o quero por perto, ou não. Eu provavelmente vou querer mas isso não vai ser esquecido nem tão cedo.

(...)

Depois dessa conversa com minha mãe resolvi subir e conversar por chamada de vídeo com as meninas. Sempre que estávamos viajando fazíamos isso.

- Oi, fadinhas.- Falei pra elas que sorriram.

- E aí, sumida?- Lexie perguntou.

- Lexie, não seja legal com ela.- Loren falou séria.

- Por quê?

- Você foi embora ontem e deixou a gente lá sozinha, ficamos preocupadas com você considerando que você não havia avisado pra ninguém e eu pensei que você contaria com a gente, estou desapontada.

- Pra onde mais eu iria se não a minha casa?- Perguntei de sobrancelhas arqueadas.

- Não sei, Ariana, você é bêbada e louca, eu não entendo sua cabeça. Pelo menos avisasse.

- Desculpem, meninas. Eu não queria falar com ninguém naquela hora e continuo não querendo, exceto vocês.

- Mas você falou com algum deles?

- Não, nem com Dave nem com Justin.

- Ele ficou preocupado.

- Justin?

- Dave. Justin também não deu sinal de vida, o que aconteceu hein?

- Sei lá, esse garoto come merda.- Revirei os olhos me ajeitando na cama. Eu pedi uma explicação pra ele, simples, e ele não pôde me dar.

- Eu tento defender ele as vezes mas não dá... Mas ó, se nada der certo, você fica com o Ryan. Ou casa com o Dave mesmo, ele dá mais que só pro gasto.- Loren disse e eu ri.

- Sim, aí cada um fica com um, eu com Chris, Loren com Chaz e você com Ryan. E Justin fica sozinho pra parar de ficar fazendo esse doce.

- Você com Chris?- Eu e Loren perguntamos ao mesmo tempo. Comecei a rir ouvindo os xingamentos de Loren pra cima dela enquanto ela só tinha uma expressão entediada.

- Gente, fala sério... Tava todo mundo se pegando e a gente acabou indo na onda também.

- Mas e o Mark? Se você não quiser, eu quero.

- Pega pra você, mas saiba que eu vou te amaldiçoar pro resto da sua vida.

- Se você gosta dele, eu não entendo por...

- Eu também não entendo, amada, temos um lance diferente. Podemos mudar de assunto?- Perguntou e nós assentimos. Continuamos conversando sobre umas coisas meio aleatórias até que minha mãe bateu na porta do quarto avisando que iríamos sair. Desliguei a chamada e fui tomar um banho pra me arrumar.

Como de costume, havíamos saído pra comer e fazer umas compras, mas levamos o resto da tarde e a noite, chegando em casa por volta de onze horas. Como eu estava morta, apenas tomei um banho e dormi.

No dia seguinte, domingo, acordei já olhando o meu celular e vi algumas mensagens de Dave. Meu coração se apertou por estar sendo tão escrota com ele, e eu sabia que em algum momento teria que me justificar para ele. Ele provavelmente estava achando que eu tava morta ou fui raptada, considerando que eu não dei um sinal de vida desde sexta feira, mas, em algum momento eu sei que teria que falar com ele e eu não poderia ficar adiando pra sempre. Eu também não enviaria mensagens nem nada, seria pessoalmente.

Passei a tarde assistindo alguns filmes com a minha mãe mas já estava começando a escurecer então resolvi ir embora. Me despedi de minha mãe implorando para que ela fosse me visitar também e ela prometeu que iria. Subi na moto seguindo meu caminho de volta pra casa. Já estava escuro quando eu cheguei e encontrei meu pai sentado.

- Oi, pai.

- Oi, como está a sua mãe?

- Eu tô bem sim, obrigada por perguntar.- Falei revirando os olhos.

- Garota, eu te vejo todo dia.

- Por que você mesmo não pergunta pra ela?- Ele pareceu pensar.

- Ela poderia me xingar.

- Ou não.

- Você não pensa em nós três juntos como uma família não?

- Não muito.- Dei de ombros e ele revirou os olhos.

- Onde foi que eu errei?- Perguntou rindo e eu revirei os olhos.- Vou dar uma saída agora, mais tarde tô aí. Não me espera pra dormir.

- Nunca espero.- Ele assentiu sorrindo.

Fui para o meu quarto e coloquei minha mochila em cima da cama. Sentei na mesma e comecei a tirar os tênis, quando me assustei ao ouvir um barulho na janela. Eram pedras. Estavam tacando pedras na minha janela. Já estava pronta pra xingar o trombadinha quando ouvi meu nome ser chamado, o que me fez parar no meio do caminho e ficar estática de olhos arregalados. Fiquei quieta para que ele me chamasse de novo, me fazendo confirmar se era quem eu estava pensando.

- A...rianaa.- Ouvi a voz de Justin arrastada. Ele claramente estava bêbado. Não haveria outra explicação plausível pro fato de ele aparecer numa noite de domingo na minha janela, tacando pedrinhas e chamando pelo meu nome.

Abri a janela e encarei seu rosto coberto pelos seus cabelos bagunçados e uma garrafa de vodka na mão.

- Abra pra mim.- Pediu apontando pra porta. Eu não sou nenhum ser humano desalmado, então desci as escadas e abri pra ele, ainda um pouco brava. Eu estava séria, da mesma maneira que eu estava quando ele me conheceu, e com um pinguinho de raiva. Justin estava com o corpo pesado então por estar encostado na porta, ele caiu quando eu abri. Eu estava gargalhando por dentro, sério, não tenho maturidade pra ver pessoas caindo, mas por fora, permanecia séria.- Não me olha assim.

- Assim como?

- Des...prezo.- Revirei os olhos e apoiei seus braços no meu ombro.

Fechei a porta e fui em direção as escadas com certa dificuldade, considerando que Justin estava jogando seu corpo pesado todo em cima de mim.

- Uuuh, está me levando para o quarto?- Sorriu malicioso.- Por mais que você seja "irres...tevível" não estou aqui para isso. E você tá casada agora né.- Riu sem humor.- A vida é tãaao engraçada.

Eu já estava começando a me irritar, mas ao mesmo tempo estava achando a situação engraçada. Quando finalmente consegui subir, joguei Justin na minha cama e ele ficou me encarando.

- O que você quer aqui?- Perguntei.

- Eu tô bêbado, eu... acho.- Suspirei pesadamente e tirei os tênis dele enquanto ele me encarava em silêncio, piscando lentamente. Apoiei os braços de Justin novamente e levei ele para o banheiro. Tirei a blusa dele e abri o chuveiro, enfiando ele lá.- Lembra das sete vezes que a gente transou aqui?- Riu.

- Você contou.- Arqueei as sobrancelhas.

- Eu...contei.

- Eu queria te perguntar porque você tá aqui agora considerando que me ignorou por praticamente um mês, mas você tá bêbado demais, então eu nem vou me dar o trabalho de...

- Eu perdi a aposta.- Riu e eu o encarei. Minha respiração estava meio forte enquanto ele mantinha os olhos fechados deixando que a água escorresse pelo seu rosto. Fechei o registro ainda o encarando. - Você... Não queria que eu esclarecesse as coisas?- Perguntou embolado.

- Então você me evitou por um mês só porque perdeu a porra da aposta que a gente fez?- Perguntei levantando o tom.

- Não.- Riu.- Não foi só por isso.

- Justin, olha...

- Eu, Justin, estava me sentindo estranho em relação a você. Eu não passei a te evitar por ter perdido a aposta. Eu te evitei porque eu percebi que me fodi a partir do momento que perdi a aposta que fiz com você de não me apaixonar por ninguém, me apaixonando por você.- Gelei. Eu queria que alguma câmera escondida gravasse a cara de bosta que eu estava agora. Acho que nunca conseguirei ter uma expressão tão merda assim novamente.- E você tava com o Dave. Eu preferi não me magoar.- Seus cabelos molhados caíam sobre seu rosto e ele encarava um ponto fixo no banheiro, que não era eu.- Fora que... Você sempre fez questão de deixar claro que nunca passaríamos disso e que o Dave era uma pessoa namorável e eu não.- Riu.- E quando você disse que iria tentar algo com ele, só confirmou o que eu já achava, então eu saí do seu caminho. Não me afastei porque você servia só pra sexo, você nunca serviu só pra sexo. Me afastei porque tinha esperança desse sentimento não correspondido morrer dentro de mim. Eu não sei como isso aconteceu, como você conseguiu, mas acho que na realidade não era dificuldade de me apaixonar, era porque eu não tinha encontrado ninguém no seu nível, ninguém como você. E quando encontrei, caí, fácil, rápido, um mês e pouco, basicamente.- Pensou. Justin já não falava mais tão embolado, ele só encarava um ponto fixo e eu ainda o encarava em silêncio.

Minha respiração estava descompassada e eu ainda o encarava de olhos arregalados. As meninas me avisaram, ele deu sinais e eu nunca consegui conectar nada. Eu tô me sentindo tão lerda.

- Eu não preciso que você responda nada agora, deve ser muita coisa pra você processar.- Riu.- Mas você não queria esclarecimento? Então...

- Eu...- Negou.

- Pensa. Depois a gente conversa.- Apenas assenti. Justin saiu do banheiro e eu o entreguei uma toalha. Ele vestiu a blusa, calçou o tênis e me deu um beijo na testa.- Leva o tempo que precisar, mas tenta não levar muito tempo.- E saiu. Com as calças molhadas, o cabelo bagunçado, me deixando ali ainda mais bagunçada que ele. 


Notas Finais


achei meigon


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