História Tattoos - Sete

No dia seguinte, acordei por volta das 9 da manhã, infelizmente. Odeio acordar cedo em dia que eu posso dormir até tarde.

Ontem acabei me descontrolando e transando com Justin fazendo o contrário do que eu disse que ia fazer.

Lexie ficou incrédula dizendo que eu sou o ser humano mais evoluído que ela conhece, por simplesmente me envolver com um garoto que convive comigo, é meu amigo, transar com ele pra cima e pra baixo e ficar super tranquila a respeito de ele transar com outras pessoas.

Expliquei pra ela que isso que era amizade colorida.

Eu estava de boa com isso. Justin estava me alegrando muito ultimamente e fora que era bom ter alguém pra transar ferozmente mas ao mesmo tempo te fazer uns chamegos, sem compromisso. Não me imagino tendo isso com o Chris, nem com o Chaz, com o Ryan talvez, mas com o Justin é diferente. Meu pai ainda não conversou com Sinthia, ele está nervoso e eu não estou aqui para pressionar ele.

1 semana depois...

Minha relação com o meu pai mudou muito e bem rápido, mas eu estou muito feliz. Tenho conversado muito com a minha mãe e ela disse que está procurando casas perto de onde eu moro e seria meu sonho se ela conseguisse achar. Minha relação com Justin também está ótima. A gente se pega sempre onde pode e onde não pode e estamos transando como coelhos. Se não fosse ele, acho que minha região íntima estaria dando teia, exceto por Dave, mas ótimo ter alguém pra fazer isso sem compromisso nenhum, só por diversão e sei que Dave não quer SÓ por diversão

Despertei dos meus pensamentos quando ouvi gritos vindo do andar debaixo. Abri a porta e fiquei encostada lá, perto o suficiente pra ouvir a confusão.

- EU NÃO VOU ME SEPARAR DE VOCÊ, NÃO VOU.- Sinthia gritava. Arregalei os olhos. Meu pai realmente pediu o divórcio.

- Você prefere que eu fique num relacionamento que eu não quero?

- COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE SE SEPARAR DE MIM CARREGANDO UM FILHO SEU.

- O que?- Meu pai perguntou lentamente.

O que?

Sinthia não poderia estar grávida do meu pai.

Quero dizer, meu pai ainda transa?

- Isso mesmo, eu estou grávida. Você não pode se separar de mim, não pode me mandar embora carregando um filho seu.- Não ouvia meu pai dizer nada, imaginei que estivesse de boca aberta.

- É impossível.  Eu fiz vasectomia, sempre uso camisinha e você toma os seus remédios porque eu sempre deixei muito claro que não queria filhos.

- Sim... Não é um milagre? Mesmo com todas essas coisas impedindo, Deus colocou esse presente para nós dois. Você quer mesmo que seu filhinho ou filhinha nasça com pais separados?

- Não tem filho.- Suspirou.- E se tiver, eu não ligo. Daria todo o meu amor pra ele, como eu deveria ter feito com Ariana.- Ela riu.

- Aquela garota é uma abusada. Todo esse tempo eu tentei fazer com que ela fosse logo pra casa da mãe, pra nós podermos ter um futuro, só nós dois.

- Você acha que eu abriria mão da minha filha por sua causa?

- Acho e acho que ela concorda. Afinal, você trata ela que nem lixo.- Riu sem humor.

-  Eu já me resolvi com ela e você não tem nada a ver com isso.- Aumentou o tom.

- Eu não vou conversar com você agora, está de cabeça quente. Mas pensa no que eu falei. Você vai conseguir viver de consciência limpa sabendo que abandonou um filho?

- Eu não iria aban...

- Shh. Só pensa.- Ouvi o barulho da porta batendo e presumi que ela saiu.

Desci as escadas e encarei meu pai sentado com as mãos no rosto.

- Pai...- Ele me encarou e sorriu fraco.- Ela pode estar grávida. Mas não necessariamente o filho é seu. Já pensou na possibilidade de ter sido corno? Quero dizer, você fez a vasectomia, e tal...

- Só pode ter sido isso. Eu sempre me protejo, ela sabe que eu não gostaria de ter outro filho, principalmente com ela. E agora eu não sei o que fazer. Se eu realmente expulso ela de casa ou se eu continuo mantendo ela aqui até a criança nascer pra nós fazermos o teste de DNA.

- Faz o que você achar melhor. Se for melhor pra você continuar mantendo ela aqui, eu vou me esforçar pra atura-la.

- Você quer dizer se trancando no quarto e só saindo de lá pra comer e pra sair de casa?

- Exatamente.- Rimos.

- Tudo bem, filha. Tenho que ir trabalhar.

- Mas hoje é domingo.

- Sim, mas estou de plantão hoje.- Assenti e ele deu um beijo na minha cabeça.- Fui. Vou resolver isso, não se preocupa.

- Não tô preocupada.- Revirou os olhos.

- Pelo menos finge.

- Ok.- Tossi.- Pai...Resolve logo isso pelo amor de Deus, não aguento mais essas noites sem dormir e esse...

- Vou te colocar de castigo.- Riu e saiu em seguida.

Fiquei rindo igual a uma idiota. Parecia que um grande peso havia saído de cima de mim. Eu estava feliz e só queria que minha convivência com o meu pai ficasse assim pra sempre e que minha mãe voltasse pra perto de mim.

Mandei mensagem para todo mundo perguntando se eles queriam vir aqui pra casa, mas hoje era domingo e todo mundo resolveu passar com a família, exceto Justin.

Acho que o destino quer que eu more com esse menino, ou costure nossas peles para não separarmos nunca mais, porque não é possível que só nós dois estejamos disponíveis, e fazendo um monte de coisa juntos. Nessa semana que passou, dois de cinco dias conseguimos sair todos juntos. Nos outros três dias éramos apenas eu e Justin. Mas eu entendo. Os meninos tem os trabalhos deles, Lexie tem a dança, que por acaso eu saí... Enfim, compreensível.

Perguntei se ele queria vir comer algo porque eu estava devendo e ele disse que estaria aqui em 30 minutos.

Dei um jeito nas coisas em casa e tomei um banho rápido, coloquei uma blusa de alça e um short jeans.

Justin chegou logo depois, já se jogando no sofá como se fosse de casa. Ele tinha um sorriso imenso no rosto.

Deitei a cabeça no colo dele e ele começou a fazer carinho no meu cabelo.

- Minha madrasta tá grávida.- Ele arregalou os olhos.

- Que?- Assenti.- E como você tá?

- Eu acho que algumas coisas, a maioria na verdade, deixaram de me afetar. Pode ser que em algum momento eu surte, mas no momento...

- Não pode fingir que está sentindo nada e ficar guardando tudo pra você, deixando tudo acumular.- Sorriu novamente.

- Você tá sorrindo muito, transou?- O sorriso murchou.

- Como você sabe?

- Tá praticamente escrito na sua testa.- Ri.- Ela foi ótima, pelo visto.

- Não, nem foi... Mas ela me ajudou a perceber uma coisa...

- O que?- Arqueei as sobrancelhas.

- Nada, ué.- Deu de ombros desviando o olhar.- Você me chamou pra sua casa pra não me alimentar? Eu tô com fome.

- Vamos fazer alguma coisa pra comer então.- Ele assentiu.

Justin POV

Depois desse sexo matinal com a Joyce, eu percebi que acho que nenhum sexo vai se comparar com o da Ariana e é bom saber que nós podemos fazer isso frequentemente e concordamos com isso, na boa. Eu não tô apaixonado por ela, ou algo do tipo, mas porra, ela sabe o que fazer. Sempre.

Começamos a preparar um fricassê, e Ariana parecia concentrada em tudo que fazia. Conversava com ela enquanto a mesma tinha um sorrisinho no rosto exibindo suas covinhas, e alguns fios bagunçados do seu coque caíam sobre seu rosto. Ela era linda demais, não foi a que mais me chamou a atenção a toa. Ela percebeu que eu a encarava e apontou a faca pra mim.

- Algum problema?

- Q-que? Não. Abaixa isso caralho.

- Relaxa, eu não te esfaquearia.- Deu de ombros.

- Por que não?- Era uma pergunta meio óbvia mas ao mesmo tempo sem lógica.

- Porque eu gosto de você, dã.- Revirou os olhos.

- Você com certeza vai perder a aposta.- Disse sorrindo e ela bufou.

- Eu gosto de você como meu amigo. Não significa que porque a gente transa e se pega frequentemente que eu vá me apaixonar por você. Agora me dá o frango.- Apontou e eu a entreguei.

Eu gosto de você. Essa frase mexeu comigo de um jeito estranho. Porque tipo, não sei. Minha relação com a Ariana é diferente. E quando a gente transa, também é diferente. Ela se tornou uma se não a única melhor amiga minha e quando eu digo que ela me dá tudo, é tudo.

Ela me ajuda com alguns trabalhos, me dá conselhos e tipo, em troca de nada, ela só faz e acho que nunca conheci ninguém assim. Como eu disse, não estou apaixonado, mas ela é diferente, sempre foi. Ela é séria, consegue ser super trevosa mas ao mesmo tempo é meiga.

- Eu conheci um cara.- Ela deu de ombros e eu a encarei.

- Isso quer dizer que eu venci?- A encarei tentando ignorar o leve incômodo que eu senti.

- Óbvio que não.- Bufou.- Conheci ele na Lust da última vez que nós fomos e depois acabamos nos encontrando de novo. Ele me chamou pra comer alguma coisa e eu aceitei, afinal ele é gostoso. Enfim... Ele é legal, me trata bem e é bom de cama, não tanto quanto você, mas nossa, ele é ótimo.- Suspirou olhando pra cima e sorrindo. Sorri convencido com o "não tanto quanto você".

- Você já foi pra cama com ele?- Ela assentiu.

- Quatro vezes. Enfim, caso esse lance vingue e vá pra frente e eu acabe me apaixonando, não me peça nada muito absurdo.- Riu.- Nem muito vergonhoso, lembre dos nossos momentos e lembre que eu te fiz bem.

- Você acha que você me faz bem?- Perguntei e ela arqueou as sobrancelhas.

- Um pouco.

- Pra caralho.- Dei de ombros.

Ariana POV

- Eu já sabia.- Sorri e dei um beijo na bochecha de Justin.

- Quero em outro lugar.- Sorriu malicioso e eu puxei sua nuca para um beijo longo e calmo.

Ele suspirou.

- Aí...- Coçou a nuca parecendo estar nervoso.- Tu acha que tu pode se apaixonar por ele?

- Sei lá... Como eu disse, eu tenho certa dificuldade. Mas ele é diferente, não é igual aos outros.- Dei de ombros.

- E eu sou?- O encarei confusa.

- Que pergunta é essa, Justin?- Suspirei.- Olha... Você sabe que é diferente de praticamente todo mundo que eu conheci e você me faz um bem que você não tem noção, mas é diferente, porque com o Dave... Você sabe, namorar.

- Eu tô me sentindo meio ofendido.- Riu.

- Você não entendeu né?

- Entendi sim.- Assenti.- Então nosso lance vai acabar né?

- Cara, é uma possibilidade. Eu não tô apaixonada por ele e provavelmente não vou nem tão cedo, mas se acontecer de eu me apaixonar, sim, vai acabar.

- Faz sentido.

- Mas relaxa que você vai ter muito do seu moranguinho pra aproveitar ainda.- Rimos.

- Ainda bem, senhor.- Levou as mão pra cima.-Tu é incrível.- Disse dando um beijo na minha testa.

- Eu sei.