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História Animals - Capítulo Treze - Love Ya


Escrita por: pinguimdoash

Notas do Autor


Oi gente, acho que esse capítulo tá bem pequenininho, maaaaaaaaas eu justifico ao contar pra vocês a respeito do aparente paradoxo que rodeia minha vida ultimamente e que se resume em: enorme e poquissimo.
O enorme bloqueio que to tendo pra escrever q u a l q u e r coisinha por mais boba que seja E o poquíssimo tempo que tenho tido por conta de escola, vida social, cursos, trabalhos, responsabilidades e afins. Enfim, espero que esteja minimamente satisfatório e adoraria ver vocês comentando, principalmente você, cara pessoa que ainda não conheci.
Vale lembrar que tem muuuita vaga no grupo da fice meu número é 24 98852 1685, já que o spirit bloqueia números de contato nos comentários.
Quem quiser me chama lá, Maria Eduarda, e eu ponho no grupo.
Um beijo e até as notas finais.
Boa leitura.

ps: apreciem Matthew Gray Gubler

Capítulo 13 - Capítulo Treze - Love Ya


Fanfic / Fanfiction Animals - Capítulo Treze - Love Ya

“O comportamento é o espelho no qual todos mostram sua verdadeira imagem.”

Johann Wolfgang von Goethe

 

Charlotte’s Pov

 

Chamamos Amber por volta de 8 horas da manhã e avisamos que o governo se encarregaria de pagar suas passagens de ida até a cidade vizinha de Charleston, na Carolina do Sul e a de volta, até Nova Iorque. Às nove e meia Morgan e Hotch saíram nos carros oficiais para buscá-la no aeroporto.

Eram dez horas quando eles chegaram.

Me juntei a JJ e Emily enquanto elas andavam até a sala de interrogatório e todas nós imaginávamos que ficaríamos atrás do famoso vidro, mas ao chegarmos Hotch se virou para nós com uma expressão séria e olheiras embaixo dos olhos. Me perguntei quanta saudade ele sentia do filho.

- Charlotte e JJ, vocês vão conversar com a Amber. Acho que ela vai se abrir melhor com duas mulheres. Emily, você vai acompanhar os policais locais em uma entrevista para mídia a respeito da investigação. Foi a condição imposta por eles para não criarem especulações.

- Tudo bem. – Emily concordou, mas seu sorriso amarelo mostrava que ela ficaria desconfortável.

JJ e eu atravessamos a porta e encontramos Amber, uma garota pequena, com cabelos castanhos bem curtos e enrolados, encolhida na cadeira. Embora sua atitude tenha sido corajosa ao vir falar conosco, ela não parecia muito confiante.

Eu sorri e me sentei de frente para ela, ainda nervosa pela falta de prática nos interrogatórios.

- Olá Amber, meu nome é Charlotte e essa é a agente Jennifer Jarreau, e nós estamos aqui para te fazer algumas perguntas a respeito de Michael Clifford.

Ela franziu as sobrancelhas e apertou os olhos azuis simpáticos, expressando confusão.

- Sobre Michael? Achava que era sobre meu pai.

- Não exatamente. De alguma forma William está envolvido, mas precisamos saber do seu meio irmão. – JJ tentou explicar, sem ir contra o código de conduta e sem ceder detalhes da investigação.

- Tecnicamente, Michael não é nada meu. Mas passamos boa parte da infância juntos, o suficiente para chamá-lo de irmão. O que vocês querem saber, especificamente?

- Como ele era quando criança? – perguntei. Estudar e trabalhar em casos com sádicos eram coisas completamente diferentes, e apesar disso ambos me encantavam.

            Algo incrível era o modo como esse caso me sugava e a intensidade que me atraia a ele. Discuti-lo com Spencer era incrível, divagar sozinha nas horas livres ainda melhor.

- Bom, logo quando meu pai se casou com a Margarite, ele era bem brincalhão, um tanto quanto grudento às vezes. Mas como nos só víamos nos feriados e em alguns finais de semana, aquilo nunca me incomodou. Com o tempo, conforme ele crescia foi se tornando frio e um pouco distante. Nossas conversas pareciam robotizadas e ele só mantinha uma amizade com Livia, embora também não fosse uma amizade propriamente dita, já que ela morava longe por causa do colégio interno católico onde estudava e só ia à nossa cidade nos feriados por causa da família. Algumas vezes, quando eu ligava para ela para conversarmos um pouco, ela me dizia que estava visitando Michael, mesmo durante o período letivo. Duvido que seus pais soubessem. Principalmente a mãe, ela nunca gostou muito de Michael.

- Por que não? – JJ interrompeu a narrativa.

- Porque ele era meio estranho às vezes. E acho que a convivência com um homem, meu pai no caso, influenciou isso. Ele convertia a masculinidade em brutalidade a maior parte do tempo. Já vi o braço de Livia com marcas nos punhos mais de uma vez. Ela sempre dizia que Michael a tinha puxado com força demais no meio da rua ou de uma brincadeira. Em outras situações eu ouvia os dois gritando um com o outro no andar de cima, mas eles sempre desciam do quarto dele rindo e nunca diziam o porquê daquele exagero todo. Acho que Michael nunca soube lidar com coisas delicadas. – ela parou um pouco e nos olhou com o rosto inclinado para direita, com uma expressão pensativa. Segundos depois perguntou cautelosa: - Do que ele é suspeito?

- Sete assassinatos.

Ela balançou a cabeça, demonstrando compreensão, mas sem estar surpresa.

- Que tipo de meninas ele matou? – inquiriu novamente, e a falta de dúvida em sua voz me chamou a atenção.

- Ruivas.

- Merda.

- O que foi?- JJ e eu perguntamos em sincronia.

- Michael vivia falando para Liv que ela ficaria linda com o cabelo ruivo.

- Você não duvida que seja ele?

- Na verdade não.

- Por quê?

- Ele e meu pai passavam tempo demais juntos.

 

Eu e JJ nos entreolhamos e saímos da sala, com aceno e sorriso simpáticos à Amber. Encontramos Hotch do outro lado da porta, junto ao resto da equipe – e Luke - que parecia toda alarmada.

Sem me conter, andei até o lado de Spencer e uni meus dedos aos dele, que me lançou um sorriso discreto e tranquilizante.

- Hotch, com certeza é ele. A Garcia puxou a ficha dele e tudo encaixa no perfil, a idade, aparência, escolaridade... – JJ disse o que eu pensava, mas não conseguia dizer.  

            - Precisamos conversar com essa Livia. – nosso chefe nos disse e, sem precisar de comandos, vi Morgan tirando o celular do bolso, já sabendo que a voz de Penelope nos saudaria segundos depois. Dito e feito.

            - Olá crianças, do que vocês precisam?

            Olhei para meus colegas de trabalho e vi que pensávamos em uma forma de achar Lívia no meio virtual. – Você pode começar entrando no perfil do Facebook da Amber. – solicitei.

            - Prontinho, Amber Doyle, né? Uau, ela publica muitas fotos. – Garcia soltou um grunhido parecido com uma risada. – Ela tem foto com a Michelle Obama e em uma boate sugestiva. Vocês acham que ela é lésbica?

- Por favor, foca só um pouquinho bebê. – Morgan pediu, com o tom convincente que reservava a ela.

- Certo. O que mais?

- Filtre dentre os amigos até achar o nome Lívia.

- Tem três.

- Entre no perfil delas e nos diga a instituição de ensino de cada uma.

- East High School, em Manhattan; Blessed Sisters, a uma distância de cerca de 150 quilômetros da cidade natal do nosso querido Michael; e Houston Middle School, no Texas, essa Lívia tem 12 anos.

- A que procuramos é a do Blessed Sisters. Procure rastros dela e descubra aonde ela tem estado nos últimos dois anos. Se alguém pode nos levar até Michael, é ela.

- Tudo bem, senhor. Já, já eu ligo de volta. Um beijo. – com rapidez Garcia desligou o telefone e nos deixou pensando.

- Vocês acham que ela é lésbica? – Luke perguntou e nos fez rir, aliviando a tensão.

- Não Luke, não achamos. - Spencer respondeu com um sorriso no rosto, após um tempo demasiado longo quieto.

- Ah sim. E agora, o que vocês costumam fazer? – Luke perguntou de novo, os olhos azuis gélidos nos observando com atenção.

- Não entendi. – Rossi disse, analisando-o também. – Você quer dizer o que sempre fazemos nesta parte da investigação?

- Uhum. – concordou e cruzou os braços, parecendo pedante.

- Nos sentamos e jogamos pôquer, mas o Reid sempre ganha. – Rossi adotou um semblante zombeteiro e olhou para Spencer sorrindo, que deu de ombros e se aproximou de mim, o cabelo por cortar bagunçado e me fazendo cócegas de leve. – Ele é um estraga prazer.

- Não é não. – retruquei com um sorriso e olhei para ele, que tinha as bochechas vermelhas diante da reação e das implicâncias de todos.

No meio da brincadeira, o celular de Derek tocou e ele atendeu, já assumindo um tom de voz mais sério, apesar de ser Garcia ligando. Mesmo sem projeção alguma, eu podia ver a imagem clara de Penelope falando conosco. Os lábios pintados com um batom chamativo, o cabelo loiro enfeitado com algum arco colorido, a caneta com pompom presa entre os dedos e vez ou outra, por ansiedade e agitação, levada à boca.

- Oi, vou te por no viva voz.

- Livia esteve em algumas das cidades onde os assassinatos aconteceram, e em outras que não batem com nossa investigação. Os registros telefônicos indicam que ela passou um final de semana em Baltimore um mês antes do primeiro assassinato, um feriado prolongado em Richmond, na Virgínia com os pais e Michael. Achei duas fotos no Facebook dela. Nessa data encontrei mais dois celulares, dois com plano e um pré pago que foi desativado poucos dias depois da viagem e uma semana antes da morte de Marilyn Kanson, nossa terceira vítima. Tem uns pings do número da Livia em New Castle, Delaware, aparecem na sexta e desaparecem domingo à tarde. Parece que nossa garota matou aula para encontrar um certo amigo.

- Garcia, onde fica o colégio interno dela? – Hotch perguntou, ele andava de um lado ao outro da sala, o terno e a postura perfeitos, mas parecia preocupado e agitado.

- Em Topeka no Kansas, senhor.

- E onde os pais moravam?

- Oklahoma City.

- Qual a distância de Topeka até ai?

- 473,3 km. – ao meu lado, Reid respondeu e eu podia apostar que sua mente estava a mil. – Um voo de aproximadamente 56 minutos, sem atrasos. Até Charleston são 1.875 km e... 700 metros. São 11 horas agora – após olhar para o relógio ele completou, mais rápido do que eu podia acompanhar. – e a viagem seria de 3 horas e 48 minutos de voo. Se vocês ligarem para Livia agora e ela chegar ao aeroporto em 30 minutos, ela chega aqui por volta de 15:20.

O delegado, Hemmings e Irwin, ainda sem conhecerem o cérebro brilhante de Spencer, olharam para ele com expressões assustadas e meu novo e simpático amigo Ashton estava boquiaberto. Era uma cena divertida de observar. Contudo, até eu estava bastante surpresa.

- Certo. – Hotch retomou a fala, alguns segundos após Spencer concluir o raciocínio. – JJ, contate Livia e explique para ela, se ela negar, ligue para os pais da garota. Ela tem menos de 21, eles podem obrigá-la a colaborar.

Jennifer assentiu rapidamente e saiu da sala com o telefone na mão. Pelo barulho que veio através do celular de Derek, tivemos a certeza que ela discara o número de Penelope.

- A loira tá me ligando, já volto para vocês. Adiós. – disse nossa analista com a voz repleta de energia e então desligou.

- E agora Hotch, o que faremos? – Rossi perguntou depois de nos entreolharmos.

- Jogamos pôquer. – Luke respondeu, com um sorriso de lado e as sobrancelhas levantadas.

Sorri e me aproximei mais de Spence, que me envolveu em um meio abraço. Pela expressão de Rossi, percebi que dessa vez o garoto de olhos azuis tão enigmáticos tinha escapado de uma cilada e não pude ficar mais feliz por ele.

 

(...)

 

- Acho que concordamos que você precisa ver Star Wars, que tal esta noite?

- Eu não concordo com isso! – discordei, em meio a uma risada. Spencer era terrivelmente teimoso, e surpreendentemente charmoso.

- Podemos pedir uma pizza e comprar chocolates. – arriscou um sorriso ao olhar para mim. Tentei resistir, mas os cantos da minha boca se levantaram contra minha vontade, respondendo seu cortejo com um flerte descarado. Podia sentir meu corpo quente e as batidas do meu coração perdendo o compasso conforme eu me derretia diante de seus olhos castanhos. Era ótimo me sentir viva.

A cabeça de Spencer inclinou-se um pouco para o lado e ele pressionou os lábios, a mão direita soltou o cardápio e tocou a minha de leve. Suspirei.

Merda, ele sabia me convencer.

- Posso pedir catupiry extra? – aproveitei para sair ganhando em um dos lados daquela quase chantagem.

- Claro que pode amor. – o sorriso dele se alargou e então seus olhos se voltaram novamente ao menu.

- Peça algo para mim. – desafiei.

Sua postura pareceu ficar tensa e seu aceno em concordância foi desajeitado. Soltei uma risadinha. E continuei a observá-lo. A barba por fazer chamou minha atenção, mas prendi meu olhar nos seus lábios, pressionados suavemente e a língua no meio deles. Uns poucos minutos depois de me perder em pensamentos, levantei o olhar e encontrei Spencer com as bochechas avermelhadas e o olhar passeando pelo restaurante italiano em que estávamos.

- Fiz de novo não é?

Ele assentiu.

– Falei com você e nem me ouviu.

Eu sorri e dessa vez mantive meu foco nos olhos dele, sabendo que ele ainda demoraria um pouco até se acostumar com a intimidade.

- Desculpa Spence. O que você escolheu para mim?

- Bucatini  all’amatriciana.

- Hmmm, é aquele com queijo pecorino?

- É sim. – ele concordou, já receoso. Era uma graça.

- Ai meu Deus. – disse pausadamente, dando ênfase às palavras.

- O que foi? – sua voz continha preocupação e quase me fez rir. Apenas sorri.

- Eu AMO queijo pecorino. – contei, extasiada. Pude sentir meu estômago se agitar ao se lembrar daquela maravilha.

- Que bom. – ele disse rindo, visivelmente aliviado.

Sem saber qualquer outra forma de demonstrar minha felicidade, me levantei e beijei seus lábios de um jeito estalado e rápido, segurando seu rosto com as mãos e ignorando os olhares dos clientes frescos do restaurante.

Spencer parecia um pouco desconfortável com a situação, mas ria. Fazê-lo rir era, para mim, uma tarefa mais fácil do que era para as outras pessoas, e extremamente satisfatória.

- E o que você vai comer? – perguntei depois de me acalmar e voltar a me sentar como uma pessoa normal.

- Lasanha. – respondeu num ímpeto. Voltei a sorrir.

- O que poderia ser mais clichê do que pedir lasanha em um restaurante Italiano?

Spencer não pensou nem por um segundo e me respondeu com um tom vitorioso.

- Pizza.

- Tem razão. – eu cedi.

No instante seguinte uma garçonete muito bem caracterizada, a pele extremamente branca parecia porcelana, os olhos azuis em contraste com as sardas e os cabelos castanhos quase café presos com um laço vermelho de bolinhas brancas a faziam parecer uma camponesa de uma Itália parada no tempo. Tão doce e ingênua. Um olhar gentil e determinado.

Sorri para ela.

- Boa tarde. Já escolheram o que vocês vão querer hoje?

Spencer pôs em prática o italiano perfeito e pediu nossos pratos, acompanhados de um vinho indicado pela moça que nos atendeu. Nos entretemos com assuntos triviais enquanto esperávamos a comida, que cerca de vinte minutos depois foi servida.

Saímos do restaurante de mãos dadas e mais do que satisfeitos.

- O que acha de aproveitarmos esses últimos trinta minutinhos de almoço ali na orla? – perguntei, querendo aproveitar o calor do sol do inverno.

- Pode ser. – concordou e ao invés de tomarmos a direção do SUV viramos a direita em uma rua que nos levava até o mar. Nos sentamos em um banco de madeira no calçadão vazio e ficamos alguns minutos sem dizer nada. Apoiei minha cabeça no tronco de Spencer, coloquei as pernas para cima e as obrei, então o envolvi em um abraço apertado. Senti o cheiro de seu perfume e respirei fundo, inebriada pelo aroma suave que em tanto combinava com ele.

Seus braços me envolveram com força, embora o toque estivesse cheio de gentileza. Me sentia tão calma e tão em casa que precisar voltar ao trabalho parecia um ultraje. Olhei para ele e sorri.

- Eu amo você Spence.

Ele abriu um sorriso tímido e beijou minha testa.

- Amo você Charlotte.

 

(...)

 

Quase todos nos aguardavam as duas na sala de reuniões da pequena delegacia, movimentada demais para uma cidade quieta. Tentei imaginar como seria trabalhar em um lugar com infrações tão simples de lidar, sempre numa mesma cidade, sem mil viagens, sem ligações aos finais de semana, e de repente um assassino em série aparece e bagunça o mundo que eu conheceria.

Foi estranho mergulhar num universo daquele, tão diferente da realidade, tão calmo. Tão sem graça. Eu sorri e balancei minha mão que estava unida a de Spencer, olhei para ele alegre, que me retribuiu com um olhar ligeiramente confuso.

- No que você tá pensando?

- Que eu não poderia trabalhar com algo melhor.

- Nem eu. – brincou e eu ri de leve.

- Não quero ter que interrogar a Livia. – comentei algo em que vinha pensando há algum tempo. – Provavelmente Hotch vai querer que duas das mulheres falem com ela e eu não quero que ele me escolha.

- Por que não?

- Eu não sei. Gosto de estar do lado de cá do espelho, é muito melhor para interpretar as expressões e as escolhas de palavras?

- Você acha?

- Sim, não tem a tensão de ser quem vai fazer as perguntas.

- É, entretanto se você tá do lado de fora da sala e tem alguma pergunta em mente que o agente que está interrogando não tem, não pode fazê-la.

- JJ e eu pensamos de um jeito bem parecido. – eu sorri, sabendo que não iria convencê-lo.

 

Quando todos nos reunimos integralmente, o relógio marcava duas e quinze e a previsão era que Livia, intimada pelo governo federal e por uma ligação dos pais, chegasse em uma hora. Enquanto isso, Hotch decidiu que Spencer e Emily conversariam com o legista responsável pelo corpo de Amelia para saber mais sobre os detalhes do assassinato, embora não houvesse muito mais o que falar.

Para nós da equipe, já tinha ficado claro que só estávamos esperando uma oportunidade para pegar Michael, que não parecia estar em lugar nenhum, uma vez que o perfil já estava montado, a imprensa contatada, grande parte dos nossos relatórios prontos e o nome do nosso principal (e único) suspeito.

Rossi e JJ, junto dos policiais de Charleston e do delegado, ficaram com a tarefa de passar o perfil para o resto dos policiais. Derek e eu fomos intimados para uma conferência com Hotch e nossos superiores que comandavam nossa unidade no FBI. Spencer beijou minha bochecha e me disse que já tinha estado em uma dúzia dessas reuniões e que tudo ficaria bem.

Controlei minha respiração e estalei meus dedos, um tique da minha infância que costumava voltar à tona em meio ao nervosismo. Nos reunimos em uma sala com projetor e assim que ele começou a funcionar Strauss e outros dois Agentes Especiais apareceram a nossa frente. Engoli em seco diante da carranca de um deles, com as sobrancelhas grossas e a cabeça careca.

- Agente Hotchnner, obrigado por reunir dois de seus agentes para esta reunião sigilosa. Como os senhores já devem ter percebido, agentes...

- Woodley e Morgan. – Hotch respondeu rapidamente.

- O que falarmos aqui não poderá, sobre hipótese alguma sair desta sala. Nem mesmo o resto da equipe de vocês tem permissão para saber do que se trata. Entendido?

- Sim, senhor. – ambos dissemos.

Eu me sentia uma criança ouvindo conversa de adulto, esperando o olhar frio da mãe mandando ir brincar. Exceto que nesse caso eu não sabia o que esperar. Estava aliviada porque com certeza eu não seria demitida, mas preocupada com o motivo de todo aquele sigilo.

Hotch endireitou a postura e arrumei a minha também, embora já estivesse com a coluna corretamente posicionada. Mordi o lábio e apoiei minha mão na arma em meu quadril. Senti meu crachá e minha credencial do FBI pesando, assim como a responsabilidade do que viria a seguir.

- Devido à demora neste caso específico e da não explicação do porquê de ainda não terem prendido o culpado, o Governo Federal nos concedeu a autorização de cortar o orçamento para esta investigação. Como o hotel já estava pago, vocês e o resto dos agentes envolvidos ficarão até o fim das diárias, que se encerram amanhã ao meio dia. Prendam-no até às doze horas ou retornem à Virginia como fracassados, com a certeza que uma audiência estará agendada para vocês já que não é a primeira vez que algo assim acontece. Isso é tudo. Tenham uma ótima tarde. – o misterioso agente sem nome concluiu e a projeção se apagou ao final da frase.

Tive medo de ter compreendido corretamente tudo o que ele havia dito. Olhei para Hotch e sua expressão confirmou algo que eu não queria ouvir. Mesmo assim, precisei perguntar.

- Hotch, quão ruim é isso?

Ele olhou para mim, as mãos próximas na frente do corpo, as rugas de expressão ao longo do rosto e os ombros curvados. Sua voz saiu firme, com o tom que usava para nos dizer o que fazer em campo.

- Muito ruim.

 


Notas Finais


Próximo capítulo vou deixar o link do trailer pra vocÊs e o nome dos atores correspondentes aos personagens.
Um beijão


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