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História Aniquila-me - Espera eterna


Escrita por: Gessikk

Notas do Autor


Oi meus lindos! Ainda estão vivos?
Eu assisti o episódio ontem ao vivo, e bem.. Sinceramente, ainda não estou conseguindo processar tudo. Em alguns aspectos, fiquei decepcionada porque esperava mais do episódio, já que os trailers entregaram as melhores cenas, mas mesmo assim, fiquei de coração partido vendo o sofrimento do Stiles.
E sobre Stydia no episódio... não vou falar nada para não dar spoiler, mas eu realmente estou jogada no chão!
Enfim, resolvi postar para tentar aliviar a minha ansiedade e a de vocês também.
Espero que gostem!
Boa leitura.

Capítulo 45 - Espera eterna


Stiles. Stiles. Stiles. Stiles. Stiles. Stiles.

O nome dele girava em minha mente, perfurava meu estomago. Tinha quase certeza de que seu nome também saía de meus lábios. Mas eu não conseguia me ouvir. A preocupação, o medo, parecia me deixar surda.

Aquele era o momento mais inapropriado para pensar nos momentos que já compartilhei Stiles. No entanto, não pude me conter. Estava tão desesperada com a ideia de perdê-lo para sempre, que simplesmente fechei os olhos e me permiti lembrar por longos segundos.

Forcei a mente para recuperar cada lembrança, cada momento. Não queria esquecer nada, não podia. Nem mesmo o que aconteceu antes da Eichen House. Cada detalhe era importante, essencial.

Todas as vezes que Stiles me seguiu pela escola falando sem parar. Todas as vezes que me magoei com Jackson e ele estava ali por mim, me consolando. O baile em que ele foi capaz de fazer com que eu me sentisse linda. Quando o beijei para parar um ataque de pânico, ou pelo menos, foi a desculpa que usei.

Deus! Era incontável as vezes que Stiles disse palavras gentis para mim. Pensei em quando eu mal o conhecia e ele era obcecado por mim e em como de repente, nos tornamos melhores amigos.

O sabor de sua língua, de sua pele. A textura do seu corpo, o aperto de suas mãos. A força de seus braços. Os dedos dispostos a me proporcionar prazer, a boca enlouquecedora.

Pensei em todas as preliminares que se estenderam por meses e finalmente, na nossa primeira vez no chuveiro. Percebi que chorava quando minha mente focou em todas as vezes que rendi meu corpo durante o sexo. Céus! Ele fazia com que eu me sentisse segura, desejada, amada.

— Lydia, você precisa ficar calma. — Aquela frase me resgatou da imensidão de pensamentos.

Com um tremor desagradável, finalmente notei meu estado. Abri os olhos e escancarei a boca. Não conseguia respirar! O ar não invadia meus pulmões e meus braços estavam dormentes.

O choro caía de forma compulsiva. Meu rosto estava cada vez mais molhado pelas lágrimas, os soluços rompiam da minha boca. Eu tremia, tremia. Não conseguia parar de chorar, a visão estava desfocada.

Onde estava Stiles? Já não sabia de qual direção veio sua voz doce. Eu não conseguia enxergar. Não podia me orientar. A angustia esmagava meu peito, era uma dor tão forte que atingia meu físico.

A sensação era horrível, porém conhecida. O pânico não permitia que eu me acalmasse ou voltasse a respirar. A dor aumentava, aumentava, aumentava. Não conseguia mais suportar!

— Lydia, Lydia. Olhe para mim! Shh, olhe para mim. — Novamente aquela voz me chamou. Lutei para retomar o controle sobre mim.

Palavrões saíram daquela voz doce e invadiram meus ouvidos. Não conseguia enxergá-lo. Não podia ver nada, somente a escuridão estava diante dos meus olhos. Eu precisava me acalmar!

Fui salva por um deja-vu. Uma boca fina se encontrou com meus lábios secos. Foi algo breve, um pequeno e inocente selinho. Porém foi o suficiente para que eu prendesse a respiração e sentisse a gravidade do mundo mudar de posição.

Não era mais o imã da terra que me mantinha no chão. Era aqueles lábios que me sugavam para a realidade, me mantinham viva e presa a lucidez que tentava fugir de mim. Eu não podia enlouquecer novamente!

Aquele breve encontro de bocas foi o suficiente para me fazer voltar a consciência. A dor não sumiu, no entanto, pude respirar mais uma vez. As lágrimas continuaram escapando de mim, porém os soluços pararam de me açoitar ao sair de minha garganta.

— Era só um ataque de pânico, está tudo bem. Eu estou aqui, anjo. Olhe para mim.

Finalmente, olhei. Pude o enxergar no mesmo instante que senti uma mão quente cobrindo as maçãs do meu rosto. Não sabia como, mas Stiles não estava mais jogado no chão. Ele estava sentado à minha frente.

— Stiles.

— Continua respirando, está tudo bem.

Ele tentava me acalmar, porém meus olhos captavam todos os ferimentos espalhados pelo rosto dele. A pele branca estava dominada por marcas roxas, feridas abertas. Uma dor imensurável era transmitida dos olhos castanhos intensos.

— E-eu estou com medo... — Confessei com a voz trêmula, fina.

Precisava me lançar para Stiles. Queria o envolver em um abraço e cuidar de todas suas feridas. No entanto, as correntes não permitiriam que eu me aproximasse.

— Eu também estou, anjo. Mas por favor, você precisa ficar calma. Não temos muito tempo, ele vai voltar.

Tremi com aquela afirmação e mais uma vez me perguntei como Stiles conseguia falar. Ele envolvia um braço ferido na altura do abdômen nu. Olhei naquela direção com dificuldade e vi o sangue que saía dali.

Por breves instantes, Stiles olhou na mesma direção que eu. A dor que transparecia em seu rosto aumentou quando ele abaixou a cabeça. Ele voltou a me encarar com uma careta que denunciava seu sofrimento pelas feridas.

— Acho que quebrei alguma coisa. — Mesmo com a frase horrenda, o tom de sua voz ainda era tranquilo, apesar da voz dolorida. Ele só queria me acalmar.

— V-você precisa...

— Olhe para mim. — Eu olhei para aqueles olhos sofridos e corajosos. — Eu vou fazer uma coisa, mas você tem que me prometer que não vai desviar os olhos do meu rosto.

— O quê? — Não pude compreender a culpa que surgiu na expressão dele.

— Prometa, Lydia. Você não vai olhar para os lados.

— Prometo. — Mesmo sem entender, fui rápida ao responder.

Parte da minha consciência gritava que já tinha passado muito tempo. Kevin ia voltar e eu ainda não sabia qual era o plano de Stiles. Eu precisava confiar nele e... Dor!

Gritei sem pensar.

Um dor aguda atingiu repentinamente uma de minhas mãos. Desejei olhar para os lados para entender o que acontecia, mas lembrei da promessa que fiz a Stiles.

— O-o que é isso? — Falei sem fôlego em meio a um gemido dolorido.

— Desculpa, desculpa. Só continua olhando para mim. — Ele chorava, porém não conseguia entender o motivo das lágrimas repentinas. Ele também sentia aquela dor?

Eu obedeci seu pedido. Vi a culpa transbordar cada vez mais de Stiles enquanto a dor na minha mão direita aumentava e dominava meu braço. Finalmente, percebi que Stiles agarrava minha mão. Era ele que provocava aquela dor horrenda.

Então, antes que eu compreendesse, a mão de Stiles puxou meu braço com grosseira. Gritei mais uma vez e senti minha pele rasgar ao sair da algema. A ardência me dominou de forma alucinante.

— V-você quebrou minha mão. — Constatei com horror. Sentia tremores estranhos tomarem meus braços.

— Desculpa, Lydia, me perdoa. Mas nós não temos tempo! — Ele estava desesperado, chorava e a expressão era agoniante, indescritível.

Queria gritar com ele, queria perguntar o motivo dele estar me machucando. Ele cuidava de mim! Ele era meu. Meu Stiles. Como podia estar provocando aquela dor horrenda?

Não tive tempo para nenhuma pergunta. Senti os dedos trêmulos de Stiles em volta da minha mão ainda acorrentada. Descumpri a promessa que fiz e olhei incrédula, para o lado.

Presenciei o momento em que os dedos de Stiles se fecharam sobre os meus com uma força enorme. O som oco de um estalo nauseante preencheu o cômodo antes do meu grito surgir.

Fechei os olhos, gritei repetidas vezes de dor e senti mais uma vez, meu braço ser puxado com brutalidade. Novamente, me senti frágil e incapaz de me defender. Como podia me proteger de Stiles?

— Você me machucou! Por que está fazendo isso?

Não conseguia compreender nada além da dor. Meus braços livres das correntes agora estavam sobre minhas pernas. O choro fez a dor no meu peito voltar com mais força. De alguma forma, era ainda pior do que a dor nas mãos.

 — Eu não tive escolha, anjo.

— V-você...

Abri os olhos quando senti as mãos molhadas de Stiles sobre minha boca, me calando. Era sangue que molhava seus dedos. Encarei os olhos castanhos repletos de culpa, medo e.… dor.

Ainda não compreendia o porquê fui machucada, mas percebi em seu rosto que Stiles sentia a mesma dor que a minha. Ele estava sofrendo, não somente pelos machucados, mas pelo que fez em mim.

— Por que você fez isso? —Voltei a repetir quando, mesmo com a dor, pude tomar consciência de que ele jamais desejaria me machucar. Não ele, o único que eu podia confiar completamente.

— Eu precisava tirar suas algemas. — A voz torturada fez com que eu finalmente notasse que estava liberta. — Não tinha outra forma.

Dor se tornou a única palavra em minha mente. Dor nas mãos, nos braços, no peito. Era dominada por aquilo, mas ainda assim, concordei com a cabeça. Lutei para me manter lucida.

— Nós precisamos sair daqui.

— Você vai sair Lydia, eu prometo.

Em meios aos tremores de dor, meu corpo estremeceu mais forte, de forma agoniante com a fala de Stiles. Notei a forma como ele falou “você”, como se não se incluísse no maldito plano.

— Nós vamos sair. — Um gemido dolorido escapou de mim quando tentei corrigi-lo.

Stiles abriu a boca para dizer algo, no entanto um ranger na porta o fez paralisar. Olhei com horror naquela direção, sem acreditar que Kevin já tinha chegado.

Com muita pressa, Stiles segurou meus braços e empurrou minhas mãos de volta para as algemas. Grunhi de dor e o olhei com confusão. Ele devolveu o olhar com desespero.

— Ele não pode saber que você está solta. — Orientou ríspido enquanto eu agradecia eternamente por Kevin estar demorando para entrar. — Você precisa ficar quieta e deixar ele bater em mim.

— Stil...

— Eu sei que você não consegue matá-lo, Lydia. Mas eu consigo e vou matar.

Meu coração perdeu incontáveis batidas. Ele sabia. Sabia que com Kevin, meu corpo paralisava de medo e eu era incapaz de me defender. Claro que sabia! Ele conhecia meus pensamentos mesmo sem eu expor nenhum deles.

Stiles, o Stiles que nunca mataria ninguém, mataria por mim. O garoto desajeitado, bom e que se defendia com um taco de baseball era capaz de ameaçar a matar para me defender.

— Por que tem que deixar ele bater em você? Está ficando mais fraco! — A adrenalina, o medo, a ansiedade, me fizeram capaz de falar longas frases apesar da dor. — Você não vai conseguir se defender se continuar levando uma surra.

— Eu preciso esperar pela Malia! — Stiles se arrastava pelo chão. Se afastou de mim quando tudo que eu queria era abraçá-lo.

— M-malia?

— Eu confio nela. Ela vem nos buscar. — Ele falou com a voz falha enquanto voltava ao lugar onde já tinha uma poça de sangue.

— M-mas ...

Ele deitou no chão para fingir que não tinha saído do lugar. Esse movimento fez ele soltar um grito horrendo de dor. Fechei os olhos, arfei e senti meu coração ser esmagado, despedaçado.

— Preciso esperar. — Ele falou em meio a um grunhido dolorido. De alguma forma, a porta da cela ainda estava fechada. — Só posso tentar me defender quando você tiver chance de fugir. — Minha mente girava, mas meus olhos se abriram para encará-lo. — Você vai precisar correr e me deixar aqui, Lydia. Precisa sair daqui.

— Não! Não, não, eu não vou deixar você!

— Olhe para mim, Lydia. — Eu o olhei e senti minha alma se afogar na dor dele. — Eu só ia atrasar você, não tenho nem condições de correr! Mas você consegue sair daqui e pode usar seus poderes, encontrar Malia. E-eu tenho certeza que ela vem e vai ajudar você!

— Stiles...

— Só encontre a Malia e vocês duas, juntas, podem achar Scott e depois me achar. — Ele sangrava, seu rosto estava deformado, mas ainda assim, Stiles teve coragem de abrir um sorriso para mim. Seus dentes estavam sujos de sangue. — Vocês são as mulheres mais poderosas e corajosas que eu conheço. Se alguém pode tirar eu e Scott daqui, são vocês.

Eu queria, precisava, gritar para ele parar com aquilo. Parar de colocar a segurança dos outros acima da dele. Mas então, a maldita porta abriu. O rosto nojento de Kevin se fez presente.

— Eu amo você, Lydia. Nunca esqueça isso! — Stiles disse mesmo com a presença de Kevin.

O demônio de rosto desformado riu. Riu de Stiles e seus olhos perigosos me analisaram. Trêmula, eu só fui capaz de mover dentro das algemas minhas mãos quebradas, conferindo se eu conseguiria me libertar quando fosse chegado o momento.

— Já está se despedindo dela? Você ainda vai ficar vivo para ver...

Stiles cuspiu na direção de Kevin. Arfei de medo e me remexi no chão, inquieta. Kevin parou de falar e o olhou com ódio. Então, mais uma vez, um soco foi desferido no rosto de Stiles.

Deus! Como eu ia suportar aquilo?

Fechei os olhos por covardia e desejei que a espera eterna se extinguisse. Não podia continuar presenciando Stiles apanhar para me dar alguma chance de fugir. Não podia abandoná-lo, não podia permitir aquilo. No entanto, não tinha coragem para enfrentar o abusador.

Minha vida dependia da do Stiles, mas eu não era capaz de salvá-lo. Aparentemente, nossas vidas dependiam de Malia. Eu só rezava para que ela não tivesse a mesma covardia que eu.

**

Terceira pessoa

— Aconteceu alguma coisa. — Malia disse aflita, a expressão contorcida de preocupação. — Era para eles terem chegado horas atrás. Stiles não mandou mais nenhuma mensagem!

O xerife estava em pé na sala de estar, aflito. Um braço rodeava os ombros de Melissa que estava jogada no sofá, chorando. Liam estava ao lado de Malia, o rosto sério e os braços cruzados na frente do peito.

— Meu filho... — A voz de Melissa era torturada. Ela nem conseguia entender o que se passava a sua volta. Toda sua preocupação era voltada para o filho sumido.

Malia olhou com agonia para Melissa. Não suportava mais vê-la sofrendo por Scott e para piorar a situação, o xerife assumia a mesma expressão que Melissa ao perceber que algo ruim também tinha acontecido com Stiles. Ainda assim, ele tentava se manter forte para reconfortar a mulher.

— Não aguento mais isso! — Mais uma vez, Malia exclamou.

A Hale secou o suor da testa e começou a andar em círculos pela sala do Stilinski. Pela décima vez nas últimas horas, pegou o celular e tentou ligar para Stiles. Como em todas as vezes, ninguém atendeu.

— Já chega! Vou agora...

— Eu vou com você! — Liam foi rápido ao falar, olhando com cumplicidade para Malia.

— Eu sei que vocês estão preocupados, eu também... — O xerife precisou respirar fundo durante a frase. Tentava conter o nervosismo dentro de si. — Não podem entrar naquele lugar sem nenhum plano!

— Eu tenho um plano, vou matar todas as pessoas que se meterem no meu caminho e trazer os três para cá! — Malia falou decidida, sem se importar com a expressão dos adultos presentes.

— Morte parece aceitável nessa situação. — Liam murmurou em concordância. As mãos já tremiam de raiva ao imaginar os amigos presos.

— Liam, Malia... — A voz do xerife sumiu na garganta.

— Eu vou tirar seus filhos de lá. — Foi a última afirmação da Hale.

Os olhos escuros dela foram substituídos por um azul gélido e perigoso. De imediato, os olhos de Liam se tornaram amarelos e igualmente perigosos. Mesmo com a pequena chance daquilo dar certo, eles não estavam dispostos a perder os amigos.


Notas Finais


Ainda estou sem palavras por causa do episódio hahaha então me perdoem por essas notas finais e inciais!
Sei que está tendo muito sofrimento na fic e está sendo difícil de escrever, mas espero que estejam se consolando com os momentos fofos mesmo em meio a dor. Pelo menos, é assim que eu suporto fazer nosso casal sofrer, focando no amor deles.
Vou fazer o possível para postar rápido e finalizar Aniquila-me! Preciso conseguir focar em outras fics e não estou conseguindo com tanta história em andamento. Então, minha meta nesse ano é acabar Aniquila-me e Amor em 12 partes para depois, conseguir atualizar para vocês as outras fics!
Enfim, lindinhos, espero que estejam gostando e digam o que esperam nesse final da fic!
Beijinhos


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