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História Anjo - Capítulo Único


Escrita por: HopiSunshine

Notas do Autor


Olá Sunshines! Eu sou a Tia Sun. Essa é minha primeira one shot e história postada aqui. Eu voltei a escrever depois de muito tempo, então estar publicando essa história agora é muito importante pra mim! Não vou me prolongar muito aqui. Espero que vocês gostem de Anjo, escrevi com muito carinho.

Boa leitura ♥

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Anjo - Capítulo Único


Meus pés andavam praticamente sozinhos fazendo aquele caminho já decorado. Arrumei o gorro que protegia minha cabeça da neve e abracei meu corpo tentando falhamente me esquentar do frio. Eu sabia que deveria ter colocado um casaco mais grosso, mas acordei tão ansioso para vê-lo que acabei não prestando a devida atenção às minhas vestimentas. Ele com certeza brigaria comigo, como sempre fazia, mesmo depois de tanto tempo que estávamos juntos. Avistei o hospital e apressei o passo para entrar logo no ambiente quentinho. Suspirei aliviado ao sentir o bafo quente no meu rosto e bati minhas botas no carpete de entrada para tirar a neve. Cumprimentei a recepcionista com um leve aceno e subi direto para o quarto. Eu o via todos os dias, mas ainda ficava ansioso toda vez que voltava para o hospital de manhã. Bati levemente na porta e entrei o encontrando sentado na cama com seu caderno de desenhos apoiado nos joelhos. Ele estava tão concentrado desenhando que pareceu não perceber minha chegada, então me aproximei devagar no intuito de assustá-lo.

- Você não vai me assustar Tae.
- Aish! Você é muito chato. Podia pelo menos fingir que não tinha me visto - eu disse fazendo um bico infantil e ele riu o selando rapidamente.
- Que roupas são essas? - perguntou levemente irritado.
- Roupas de frio?! - respondi em tom de dúvida.
- Você acha que esse casaco é apropriado para sair nessa neve? Você nunca vai aprender Taehyung?
- Aish Jungkook. Eu sai rápido e acabei não prestando atenção.
- Você nunca presta atenção. Ainda vai pegar um baita resfriado e depois não adianta chorar porque não pode me visitar - ele disse emburrado e eu ri.
- Você está muito ranzinza hoje. O que aconteceu?
- Nada. Apenas estava com saudades - suavizou sua expressão e fez um biquinho leve.
- Vem cá, deixa eu te dar carinho.

Ele sorriu e colocou seu caderno de lado me dando espaço para me deitar na cama. Passei meus braços envolta do seu corpo magro e alisei seus cabelos agora ralos e curtos. Seu maior medo quando descobriu a doença era que seu cabelo caísse. Ele chorou por dias quando os primeiros fios começaram a se soltar e eu comprei vários bonés e gorros para que ele se sentisse melhor. Ele se aconchegou melhor em meu peito e me apertou com seus bracinhos finos.

- Tae…
- O que foi Kookie?
- O que vai acontecer quando eu morrer? - perguntou pensativo.
- Comigo ou com você?
- Com os dois.
- Você eu tenho certeza que vai para o céu e vai deixar todos os anjos com inveja, porque você vai ser o anjo mais lindo que aquele céu já viu - ele sorriu bobo e me olhou.
- E você?
- Eu ficarei aqui aguardando ansiosamente pelo dia em que poderemos nos reencontrar.
- Você promete que não ficará triste?
- Você sabe que eu não tenho como prometer isso - sorri acariciando sua bochecha levemente.
- Mas como eu vou poder ir em paz se você vai estar triste?
- Prometo me esforçar - sorri reconfortante e ele sorriu também.

Passei o dia inteiro ao seu lado, o mimando e lhe dando carinho como sempre fazia. Hoje tinha sido um dia bom sem muitas surpresas. Tinham dias em que ele tinha crises e esses eram sempre os piores e os que mais me deixava agoniado. Ele achava que ia morrer e eu me controlava para não me desesperar e tentar confortá-lo. Quando descobrimos sobre a doença, o começo foi muito difícil para nós. Ele tentou fugir várias vezes, pois não queria que eu me prendesse a alguém que iria morrer e eu apenas lutava contra o sentimento de depressão que tentava se apossar de mim. Eu procurei diversos tratamentos e por alguns meses nós achamos que talvez ele pudesse se curar, mas logo após começar o tratamento, ele teve uma crise muito forte e nós tivemos que suspender tudo, desde então nós perdemos a esperança e vivemos cada dia como se fosse o último. Ele ficou em casa boa parte do tempo em que esteve doente, mas chegou em um ponto em que ficar no hospital era a melhor opção e estamos assim a quase dois anos. Hoje em dia nós lidamos melhor com o assunto e eu tento o meu máximo convencê-lo de que estarei bem quando ele se for mesmo sabendo que meu coração irá junto. Voltei para casa ansioso para o amanhecer do dia seguinte para que eu pudesse ver meu amado novamente.

Alguns dias depois eu comecei a reparar que Jungkook estava mais fraco do que o normal e aquilo me preocupou bastante. Pedi para os médicos fazerem novos exames e constatei o que eu suspeitava. Ele estava piorando muito rapidamente esses dias e o prazo estipulado pelos médicos estava chegando ao fim. Meu coração se apertou quando no dia seguinte ele mal se levantou da cama de tão fraco que estava, ele disse que iria partir em breve e eu concordei e quando voltei para casa chorei como há muito tempo não chorava. Mesmo sabendo que este destino era inevitável, eu sempre tive uma pontinha de esperança de que ele fosse resistir de alguma forma e que nós viveríamos por muito mais tempo juntos, mas eu estava errado.

Acordei no meio da noite suando frio e ofegante, era como se eu estivesse conectado com Jungkook e sentisse tudo o que ele sentia. Sem nem pensar me levantei rapidamente, troquei minhas roupas e sai correndo rumo ao hospital. Me assustei quando entrei no quarto e o vi todo encolhido na cama e gemendo de dor. Apertei o botão dos enfermeiros e me abaixei ao seu lado acariciando seus cabelos. Ele estranhou minha presença naquele horário, mas nada disse. Os enfermeiros chegaram logo e o levaram para fazer exames me deixando sozinho no quarto. Quando ele voltou, conversei com os médicos e recebi a notícia que eu não queria receber nunca na minha vida. Eu sabia que ele estava tão ou mais assustado que eu, então acabei tendo uma ideia que o deixaria feliz e o faria esquecer o inevitável. Pedi permissão para subir até o telhado do hospital com Jungkook para que ele pudesse ver o nascer do sol. Ele sempre achou bonito e às vezes acordava sozinho e ficava sentado na varanda da nossa casa assistindo àquele evento tão bonito. Ele estranhou quando o colocaram numa cadeira de rodas e o levaram para um caminho que ele não conhecia, mas não disse nada já que eu estava junto o tempo inteiro. As enfermeiras preparam uma cama improvisada no chão com vários cobertores, sorri em agradecimento e fiquei sozinho com ele no telhado. O peguei no colo calmamente e o ajeitei em meio às cobertas.

- Tae o que nós estamos fazendo aqui? - perguntou baixinho tossindo levemente.
- Nós vamos ver o nascer do sol. Você não gosta? - os olhos dele brilharam por alguns segundos e eu sorri.
- Sim! Faz muito tempo que não vejo.
- Eu sei. Por isso mesmo que o trouxe aqui - sorri e beijei o topo de sua cabeça.

Ele ficou em silêncio apenas apreciando a bela paisagem. Percebi seus olhos encherem de lágrimas quando o sol finalmente apareceu e ele deu o sorriso mais bonito que eu já tive o prazer de ver. Sua expressão era serena e sua tosse tinha parado quase que completamente. Ele estava encaixado entre minhas pernas e com a cabeça encostada no meu peito. Percebi que ele coçava os olhos e bocejava a todo momento indicando que estava cansado. Aconcheguei seu corpo melhor em cima do meu e o abracei.

- Taetae eu estou com sono - disse com a voz fraca e eu o apertei ainda mais nos meus braços.
- Pode dormir meu anjo, eu estarei aqui do seu lado. Não tenha medo - disse segurando ao máximo as lágrimas nos meus olhos.
- Eu te amo Tae. Você promete que nunca irá se esquecer de mim?
- Prometo Kookie, eu também te amo muito.
- Boa noite.
- Boa noite. Descanse bem.

E assim ele se foi de forma pacífica e tranquila, enquanto eu o apertava nos meus braços na esperança de que aquele abraço fosse revivê-lo e derrubava as lágrimas que ficaram presas por todo esse tempo que ele passou sofrendo. Acariciei seus cabelos levemente e beijei o topo de sua cabeça com carinho. Chorei igual a uma criança quando finalmente me caiu a ficha de que meu amor havia literalmente morrido em meus braços. Sorri por ter lhe proporcionado uma morte pacífica, mas a dor que sentia em meu peito demoraria muito a passar. Passei alguns meses tentando me recuperar e com o tempo acabei aprendendo a viver sozinho. Era muito difícil e muitas vezes durante a noite eu acordava chorando e olhava para os lados na esperança de que tudo tivesse sido um pesadelo, mas era a mais pura e dura realidade. Eu visitava seu túmulo quase todos os dias e lhe contava as novidades da minha vida. Aquilo de alguma forma me acalmava, então eu continuei fazendo. Não tive coragem de mexer nas coisas dele por muito tempo, mas depois de meses decidi que finalmente eu precisava seguir em frente. Em meio às suas bagunças, encontrei seu caderno de desenho que mesmo no leito de sua morte ele não largava. Folheei as páginas e sorri vendo vários desenhos meus e nossos. O último desejo era um auto retrato dele com asas de anjo. Sorri deixando algumas lágrimas escaparem. Ele com certeza era o anjo mais bonito que o céu teve o prazer de receber.

 


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado e comentem bastante. Eu amo conversar e vou adorar saber a opinião de vocês (mesmo que seja para me xingar hihi). Espero que tenha sido suficiente para deixar vocês com vontade de acompanhar minhas histórias futuras!

Beijinhos de purpurina ♥


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