História Anjo Caído - Apenas Um Ano

Pov´s Narrador

Se passaram 2 meses desde que Yui Komori foi raptada pelos dois irmãos Tsukinami e que por "bondade" não mataram as duas famílias de vampiros que se juntaram para protege-la e que falharam drasticamente, estou falando dos Mukami e Sakamaki que agora, sem sua "presa", estão mais raivosos que o normal. Yui tinha um incrível e peculiar jeito de "domina-los" com sua gentileza e bondade, fazendo todos (tanto os Mukami quanto os Sakamaki) serem mais controlados, mas sem ela esses vampiros sádicos estavam fora de controle.

Eles tentaram encontra-la e até fizeram uma nova parceria pra isso, mas Yui continuava desaparecida e sem dar sinais de vida. Todos eram muitos apegados na garota e sofriam em silêncio e sem demonstrar tanta importância, mas tinha um deles em especial que sofria multiplicadamente mais. Ayato Sakamaki, que se apaixonou pela garota e que agora anda depressivo e mais violento com as novas noivas de sacrifício, tanto que já assassinou 3 delas por recusarem a dar seu sangue para o próprio.

Mas eles não fazem nem ideia da grande ajuda que irão receber daqui à alguns dias, mas não uma ajuda qualquer. Uma ajuda de uma certa garota, que perde a cabeça fácil, tem a língua afiada, super baladeira e que sempre está disposta à conseguir tudo que deseja. Uma garota com um poder surreal e muito poderoso (tanto quanto a dos irmãos Tsukinami) mas que mal conhece ou controla direito. Um Anjo Caído que está prestes a ir pro Japão e cumprir seu acordo para finalmente voltar ao seu lar no céu. Uma garota chamada May. E ela não viria sozinha...

Pov´s May

aeroporto internacional de Los Angeles - 22:23

Tinha terminado de pagar o taxista que agora tirava minha mala do carro enquanto eu e Vegras esperávamos na calçada em frente ao aeroporto. Logo o taxista deixou minha mala em cima da calçada do meu lado, entrou no carro e deu partida e em instantes eu e Vegras entramos no aeroporto. Vegras foi comprar duas passagens, uma pra mim e outra pra ele. Ele não pretendia ir comigo mas graças a minha idade e do ajudante dele ter furado no encontro do aeroporto, cá estamos. Ele fez (não sei como) meu passaporte que eu ainda não tinha juntos com outros documentos, agora eu tinha um sobrenome que era Parker. Sim, meu nome agora seria May Parker e o pior é que Vegras tinha o disfarce de ser meu avô só para me acompanhar até o Japão.

Olhei para todos os cantos possíveis de se enxergar procurando algo interessante para "ver", até parar meus olhares em minha mão direita, onde estava meu anel no dedo anelar. Ele era realmente muito bonito, o anel era grosso e dourado com uma pedra grande e oval da cor vermelha escuro no centro. Envolta da pedra tinha algumas pedrinhas petras bem menores à circulando, também tinha uma pequena abertura nas laterais do anel. Gente sério, se algum estranho me pedisse em casamento com esse anel, aceitaria na hora!

Ok, exagerei.

--Eu que escolhi. - Vegras disse sorrindo trazendo nossas passagens em mãos, o olhei confusa - O anel. - ele apontou para o anel no meu dedo - Eu que escolhi para guardar seu poder nele, que na verdade está dentro da pedra. O resto do anel comprei numa joalheria e mandei implantar a pedra no anel.

--É muito bonito mas... - disse mirando na grande pedra oval - Por que vermelho? - perguntei me referindo a cor da pedra.

--Tem mais haver com o seu sentimento, o que mais lhe representa. - explicou ele e logo o olhei sem entender a referencia - Seu poder como anjo se misturou com um sentimento mais forte e verdadeiro que já sentiu antes, mais forte do que todos os seus outros sentimentos. Vermelho é a cor da raiva, do ódio e da vingança.

--Tudo haver comigo. - disse irônica revirando os olhos - Mas achei que o vermelho fosse... Sei lá... A cor do amor, como os humanos dizem.

--Não para os anjos. Esse sentimento não existe entre anjos, apenas os humanos o sentem.

--Ué, achei que os anjos "amavam" os humanos - disse sarcástica e dando ênfase na palavra amavam - Agora fiquei confusa...

--Os anjos protegem e cuidam dos humanos por serem seres tão especiais. Amar tem diferença de proteger e cuidar, não? - perguntou Vegras abrindo um sorriso.

--Tsc... - murmurei irritada - Tanto faz, não me sinto na obrigação de cuidar desses humanos tão fracos e irritantes. - falei e fechando os punhos com força ao lembrar que terei de fazer isso com uma certa humana...

Yui Komori, posso até ter a obrigação de cuidar e te proteger de não sei quem. Mas não serei nada gentil, formal ou educada com você, por mim você morreria lenta e dolorosamente por me fazer passar por isso. Tudo por causa desse maldito acordo e desse velho que diz ser Guardião. Tudo por culpa dos malditos anjos que me expulsaram da minha casa pelo simples motivo de '' não me sentir na obrigação de protege-los". "Seres tão especiais", onde esse bando de resto de aborto é especial?! A unica coisa que fizeram foi destruir minha vida! Grrrrrr, que ódio! Já posso até sentir minha raiva correndo junto com meu sangue fervendo dentro do corpo, como se quisesse sair de alguma forma.

Já senti isso antes por algum humano idiota que tinha me irritado e eu perdi o controle da minha raiva e acabei o asfixiando. Sim, já matei um humano antes por "culpa" da minha raiva e nem me arrependo.

Do nada senti um vento bem forte rondar através de mim, fazendo com que minhas roupas se chacoalhassem pelo vento forte e que meus longos cabelos platinados voassem sem direção alguma. Olhava para o chão sem dizer nada com os punhos ainda apertados, apenas sentindo a maldita raiva de tudo e de todos! Logo o vento aumentou a força e as pessoas logo se apavoraram achando ser um furacão se aproximando, mesmo não havendo nenhum.

--Tsc... Tão fracos e irritantes... - repeti minhas palavras levantando a cabeça devagar - São tão burros e ingênuos, todos eles! - vociferei já com a cabeça levantada assustando Vegras que me observava desconfiado enquanto eu olhava o medo que as pessoas sentiam enquanto corriam desesperadas pra lugar nenhum. O que me irritou ainda mais. - Porra, por que, Vegras? - perguntei olhando para o mesmo que estava confuso com minha pergunta. - Por que fui tirada de minha casa, meu doce lar... POR CULPA DELES?! - gritei com raiva e ao mesmo tempo TODOS os vidros das janelas do aeroporto (que não eram poucas) se quebraram em pedaços caindo no chão mas por "sorte" não machucou ninguém. Eu apontava para os abestados que ainda continuavam correndo e Vegras deu um paço para trás entrando em posição de defesa, obviamente o assustei, e gostei disso.

Sorri vitoriosa e meio diabólica ao mesmo tempo

--Está com medo de mim, Vegras? - perguntei dando um paço para frente de Vegras.

Vegras não recuou, muito pelo contrário, ele se aproximou de mim já em seu estado normal. Ficamos cara a cara nos encarando, eu o olhava nos olhos e tentando saber o que se passava por sua mente. Então algo inesperado aconteceu...

--Por que, Vegras? - perguntei novamente, mas com uma lágrima saindo de meu olho e se aventurando pelo meu rosto. Sim, comecei a chorar desesperadamente. Inexplicável, né? - Eu não entendo! - o abracei fortemente deitando minha cabeça em um de seus ombros pequenos mas confortáveis e logo retribuiu o abraço - Quero voltar pra casa, quero sentir o ar puro que eu respirava e... E principalmente ter minhas asas de volta! - disse entre soluços enquanto chorava feito um recém-nascido.

Vegras não disse nada, preferia que eu botasse tudo pra fora no formato de pequenas lágrimas mas com um grande significado. Todo o choro que engoli em seco durante esses dois anos veio à tona. Confesso que teve algumas noites que derramei lágrimas por algum tempo, mas nada se comparava à isso.

O vento forte ainda nos rondava e eu sabia que aquilo tudo era por minha causa, o vento era resultado da minha raiva, que agora se transformou em tristeza. Meus poderes correspondem junto com meus sentimentos, se eu perdia o controle de um dos dois, ambos estariam descontrolados. Então fiz a coisa mais sensata que já havia feito antes, saí do abraço e retirei o anel de meu dedo, o entregando nas mãos de Vegras que me olhou surpreso mas sorriu orgulhoso da minha ação.

O vento forte instantaneamente desapareceu sem mais nem menos, deixando as pessoas aflitas dentro e fora do aeroporto ficarem mais calmas.

--Acho que não é bom eu usar isso, não agora... - disse desanimada sem encara-lo - Preciso aprender a me controlar direito se quiser usar esse anel sem perder o controle de novo.

--Você carrega um temperamento forte, pequena. - ele disse virando meu rosto com sua mão para encara-lo - E esse temperamento fez com que seu poder, que antes era poderoso, ficar ainda mais forte. - ele pegou minha mão direita e esticou meus dedos, então colocou de volta o anel no meu dedo anelar, me deixando sem chão. - Mas não se preocupe, vou ensina-la a controlar suas emoções junto com seus poderes.

--M-Mas e se eu perder o controle de novo...? - disse preocupada ja pensando no pior - E se eu te machucar ou até mesmo... Matar você?!

Ele riu da minha preocupação, o encarei furiosa  mas sem perder o controle.

--Primeiro: você já soube o quanto forte e perigosa você é quando se descontrola, e sente medo disso, o que te faz afastar de se descontrolar novamente perto de alguém que você não quer ferir. - olhei pra ele atentadamente, sorrindo levemente - E segundo: posso ser velho, mas sou mais forte do que pensa! - disse me fazendo rir - Pode até tentar me matar mas não vai conseguir fazendo um ventinho forte que até um ventilador pode fazer melhor. - ele falou  com sarcasmo me fazendo rir ainda mais.

Mas ele sabia o tamanho do meu poder e sabia que eu não só consigo fazer um "ventinho forte", como outras coisas bem piores e mais perigosas.

--Agora vamos entrar no avião, já estamos atrasados. - assenti e logo fomos caminhando para um corredor que ligava o aeroporto até dentro do avião.

[...]

Iria fazer 6 horas desde que o avião decolou, eu e Vegras dividíamos os dois assentos um do lado do outro. Estava do lado da janela e ele ao meu lado, ouvia seus grossos e altos roncos. Aquele barulho que é chamado de ronco parecia um porco parindo quando esse ronco vinha de Vegras, nossa...

Pra tentar "acalmar" meus tímpanos que estavam furiosos pelos sons ensurdecedores do ronco de Vegras, coloquei meu fone de ouvido e botei na primeira música que apareceu. Luke tinha feito uma pequena lista de música de rock que ele gostava (e que acabei gostando também) no meu celular (que ele também me deu, Luke era tipo meu papai noel particular), estava ouvindo Lips Of An Angel da banda Hinder, uma linda música confesso. Botei no ultimo volume e mesmo assim só se podia ouvir o maldito ronco de Vegras.

Ok, pra mim já deu!

--Vegras, ACORDA! - gritei em seu ouvido e no mesmo instante Vegras abriu os olhos levando um susto enorme e quase caindo do assento, caí na gargalhada.

--P-Por que fez isso? - perguntou o próprio com a mão no coração enquanto respirava ofegante - Eu quase morri do coração!

--Ah não exagera, Vegras. - disse parando aos poucos minha risada - Te acordei porque você ronca muito alto, estava atrapalhando a minha leitura.

--Leitura? - me olhou confuso.

--Sim, estou concentrada na minha pesquisa e lendo informações sobre essa tal Yui Komori na internet, já que você não faz questão de me contar nada sobre a garota eu mesma farei isso pesquisando. - disse enquanto lia as informações da Yui num site de dados pessoais. - E descobri que ela foi sequestrada à dois meses, mas aqui não fala por quem exatamente... - falei dando de ombros e sem a menor preocupação com a garota.

--E...?

--E nada. A internet é muito ruim aqui no avião, foi um sacrifício só entrando no google, não vou perder meu tempo com isso agora.  - disse fechando meu notebook. - Quando chegarmos no Japão, continuarei minha pesquisa por lá.

Vegras me olhou incrédulo por eu saber dessas coisas.

--Onde você aprendeu tudo isso? - perguntou ele.

--Não se passa dois anos na Terra sem fazer merda nenhuma. Aprendi essas e outras coisas na marra, pode não parecer mas foi tudo de uma vez. A internet, a importância do dinheiro, o modo de como muitos humanos vivem e se divertem, a malicia de muitos, etc. Sempre foi muito fácil aprender coisas assim já que passaria o resto da vida na Terra, precisaria aprender pelo menos isso... - dei de ombros e ele ficou em silêncio após minhas palavras.

E a viagem foi assim, silenciosa. Pelo menos até Vegras pegar no sono e roncar de novo, que tortura... Aff.

[...]

aeroporto internacional de Tokyo - 19:43

Acabamos de sair do aeroporto e indo pegar um táxi pra casa do Vegras. Sim, Vegras tem uma casa aqui no Japão, ele comprou (não sei com que dinheiro) uma casa  que estava à venda e que fica num bairro rico da cidade.

Já estava escurecendo quando finalmente chegamos na rua onde estaria a casa. Tinham varias casas luxuosas com uma grama verde e bem cuidada, uma do lado da outra, a única coisa que separava as casas de se colarem (literalmente) eram muros de mais ou menos 2 metros.

O taxista parou o carro num estacionamento que tinha no asfalto e que ficava de frente para uma casa no final da esquina. Quando paguei o taxista pela corrida, eu e Vegras saímos do carro e o taxista deu partida no mesmo já virando a esquina. Olhei em volta tentando adivinhar qual daquelas lindas casas seria a nossa já que Vegras não havia à descrevido pra mim antes.

--É aquela casa branca com as luzes acesas na varanda. - ele disse apontando para uma casa branca de dois andares e enorme que estava do outro lado da rua. O lado de fora tinha um pequeno jardim com uma fileira de três arbustos e do lado uma árvore da altura da casa (um pouco menor). O portão da casa era do meu tamanho (ou seja, baixo) da cor marrom e aos lados tinha um outro jardim em cima de muretas brancas à decorando, e tinha algumas luminárias grudadas no teto e na parede da varanda, rendendo uma boa iluminação.

Tinha uma janela extensa no segundo andar com a luz acesa e podia ver a sombra de alguém lá dentro.

--Vegras, tem alguém lá dentro ou eu que to drogada? - perguntei num tom de humor mas falava sério.

--Não se preocupe, é a Akemi provavelmente arrumando as coisas no quarto dela. - ele disse com um sorriso.

--Akemi? Quarto dela? - perguntei arqueando a sobrancelha.

--Akemi Nishimura, ela vai ser sua nova ajudante e morar com você na casa até você cumprir o acordo. - olhei pra ele incrédula.

--QUE?! - indaguei praticamente gritando, acho que acordei alguns vizinhos... Ops. - Mas achei que eu fosse fazer tudo sozinha!

--Só porque meu antigo ajudante não pôde vir não quer dizer que não possa substitui-lo pela Akemi. - eu ia abrir a boca pra falar alguma coisa mas desisti. Não valia a pena toda essa discussão sendo que não vai mudar nada.

[...]

Estava no meu novo quarto no segundo andar separando e guardando minhas roupas no guarda-roupa. Havia acabado de tomar o melhor banho da minha vida na hidromassagem no banheiro (que na verdade parece um parque aquático) do corredor onde ficavam os quartos. Ainda não me encontrei com Akemi, pois ela tinha se trancado no quarto sem eu saber o motivo, mas tava pouco me lixando pra ela. Pelo que Vegras me contou dela, disse que a Akemi vinha de uma linhagem de samurais e era boa quando tinha uma katana em mãos (coisa que só acredito vendo), ela também não sabia das minhas "habilidades" e nem quem eu sou exatamente. Não sei como isso iria me ajudar, ela não sabe nem o nome da garota que to procurando!

Terminei de guardar minhas roupas e aproveitei pra olhar mais para meu quarto. Ele tinha o piso liso e bege, as paredes tinham duas cores (cinza e marrom claro) e o teto cinza com uma luminária preta no mesmo. Minha cama ficava perto da janela que tinha uma cortina vermelha. O guarda-roupa era branco nas portas e vermelho nas laterais e ao lado tinha uma escrivaninha branca com uma cadeira vermelha. Tinha um ar-condicionado na parede próximo do teto e algumas prateleiras com uma caixa de som e alguns livros...

Era um lindo quarto, bem melhor que meu antigo. 

O sono logo tomou conta do meu corpo que ficava mais mole a cada segundo, acho melhor ir dormir... Fui em direção à cama já de olhos fechados, pulei na mesma e me aconcheguei até o sono me dominar. Tava tudo calmo e tranquilo, até que...

--May! - uma voz feminina fina e irritante que praticamente arrombou a porta me fez levar um leve susto. - Opa, foi mal... Er... - me virei na cama pra encarar a garota que deixou meu coração acelerado, mas não do susto e sim de raiva por ter me acordado. Ela tinha cabelos longos e escuros e olhos castanhos, uma pele branca e tinha um corpo comum, sem muito peito e sem muita bunda e sua altura era a mesma que a minha. Aparentava ter 16 ou 17 anos, vestia um uniforme colegial preto e branco que relativamente achei bonitinho. - Oi, sou Akemi Nishimura e vim dizer que serei...

--Minha ajudante, uhum... Já sei, agora vaza - disse sonolenta mas a garota não vazou. - Tsc... O que você quer? - indaguei sem paciência pra própria.

--É que Vegras me pediu pra te avisar que é melhor colocar logo seu uniforme, porque já já vamos pro colégio. - falou ela encostada na porta.

--Só isso? Beleza, agora vaza e me deixa dorm... Espera, QUE?! - dei um pulo da cama caindo no chão e meu sono foi pra Marte. - C-Como assim colégio?

--Vegras não mencionou? - perguntou ela e eu balancei a cabeça negando. - Ele colocou você na minha escola, iremos estudar juntas! - gritou animada dando pulinhos de alegria. Fala sério, que tédio...

--Ah foda-se, não vai adiantar nada compensar minha preciosa energia pra isso. - disse me levantando e voltando a deitar na cama - Vai sem mim, to pouco me fodendo pro colégio!

Logo o próprio Vegras apareceu no meu quarto sem minha permissão e me jogou pra fora da cama. Caí no chão novamente.

--Porra, você é retardado Vegras? - falei enfurecida ficando de pé e encarando o próprio. - Privacidade zero nessa porra, né?

--Você deve estar no colégio antes de dar meia-noite, então seja rápida quando vestir seu uniforme. Quando acabar vai ter um motorista esperando você e Akemi em frente a casa para leva-las. - falou sério e ignorando o que eu disse a 5 segundos atras, deixando um uniforme igual ao da Akemi em cima da cama e foi embora. Logo ela também se retirou fechando a porta.

--Tsc, filhos da puta! - joguei a primeira coisa que vi na porta, era um vaso pequeno que se estraçalhou ao se chocar com a porta. Alguém iria limpar isso, e não serei eu.

[...]

Não se passaram nem 10 minutos e estávamos na frente do colégio. Eu e Akemi descemos do carro enquanto Katsuo ainda ficou sentado. Katsuo era o nome do motorista que Vegras tinha contratado. Ele era um tanto quanto jovem, tinha 27 anos. Tinha cabelos azulados e escuros da cor de seus olhos, tinha um corpo definido e pele um pouco bronzeada e vestia um terno que muitos motoristas particulares usam. Ele dirigia uma SUV preta.

Carros caros, casa luxuosa, motorista particular... De onde esse velho tira dinheiro pra tudo isso? Do cu?

Olhei para a escola e era realmente uma das mais bonitas que já vi. Tinha três imensos gramados com algumas árvores e flores a enfeitando. O prédio do colégio (que era enorme por sinal) era cercado pelo gramado, as paredes eram brancas e com inúmeras janelas por todo lado, todas acesas.

--Tem certeza que estamos no colégio e não na Casa Branca? - perguntei irônica e Akemi junto com Katsuo caíram na gargalhada - É sério, esse colégio é enorme demais pra ser um colégio! - disse ainda o olhando.

--É por isso que é considerado o melhor colégio noturno particular do Japão. - explicou Akemi.

--Já vou indo meninas, pego vocês depois. Falou! - Katsuo disse acenando de dentro do carro dando partida no mesmo logo depois. O acompanhamos com os olhos até perde-lo de vista.

--Sera que você poderia parar de comer o colégio com os olhos? Ta nos envergonhando! - olhei pra ela com um olhar amedrontador e a própria se calou.

Depois de um tempo ela disse:

--Bom, agora vamos na diretória pegar seu material e ver em qual sala você fica. - assenti e começamos a andar em direção a entrada da escola.

Olhei para os lados e vi como os jardins eram bem cuidados e que também havia algumas cerejeiras no canto mais afastado do colégio. Do lado das cerejeiras tinha uma pequena fonte que não funcionava (finalmente achei um defeito nessa escola perfeita) e perto da fonte tinham alguns bancos de madeira, com alguns casais se beijando e trocando caricias.

To tendo náuseas no momento...

--Aquele canto é onde os casais de namorados do colégio ficam, é meio "eca" mas é super romântico. - Akemi explicou, notando a direção de onde eu olhava. 

--É realmente um lugarzinho bonito e... - fui interrompida por uma garota que esbarrou em mim, me fazendo cair em cima da Akemi e juntas fomos ao chão. Aquela vadia de merda estava correndo em direção contrária da nossa (que era da calçada onde geralmente os alunos chegam de carro) - Aii, biscate de fezes! - gritei pra garota que provavelmente nem ouviu. Logo percebi que tinham mais garotas correndo feito retardadas fugindo de hospício, seguindo à que me esbarrou.

Mais que merda ta rolando aqui?

--Eles chegaram... - Akemi anunciou suspirando de tédio enquanto se levantava, olhando na direção que as garotas olhavam.

--Eles quem? - perguntei confusa e fazendo o mesmo que Akemi. Vi que tinha uma limousine preta parando perto da calçada e então começaram a sair seis garotos da mesma, um de cada vez. -  Quem são eles? - perguntei não desgrudando os olhos dos seis que, alias, eram bem gatinhos.

--São os Sakamaki...

Continua...