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História Anjo Caído - O Acordo Com Um Guardião


Escrita por: Luana_E_Luna

Notas do Autor


Agora sim vamos começar essa bagaça UHUUU \O/

----------------------------------->>>> ATENÇÃO: Fiz uma mudança na aparência da May!! Essa foto da Violette (do jogo Reine des Fleurs) vai ser a nossa May (a protagonista foda pra caralho \o/) ^^ <<<<-------------------------------------

APOIO DE VOCÊS TA SENDO UM ESPETACULO *----------------------* VLW MESMO

NOTAS FINAIS PLEASE PLEASE PLEASE!!!

Capítulo 2 - O Acordo Com Um Guardião


Fanfic / Fanfiction Anjo Caído - O Acordo Com Um Guardião

As avenidas estavam mais movimentadas que o normal pelo feriado. As ruas tinham enfeites que davam as boas vindas à primavera. As flores desabrochavam em praças, mostrando sua verdadeira beleza, e as arvores tinham suas folhas mais verdes. Pessoas entrando em lojas e saindo carregadas de sacolas do mesmo (provavelmente comprando roupas no estilo primavera), enfim, humanos sendo humanos. Tudo era novo assim como o dia do Equinócio da Primavera naquele ano.

Quando a noite chegou, não tinha nuvens no céu e nem estrelas, apenas a companhia da velha e boa lua que estava na sua fase crescente. Enquanto uns tinham seu jeito de comemorar o inicio da primavera com compras, reunidas com a família em passeios nas praças vendo a beleza das plantas exóticas ou até mesmo comendo em restaurantes caros, outros tinham uma maneira um pouco diferente de se comemorar...

 

Pov´s May

 

casa noturna Premiere Super Club, Los Angeles - 21:36

Estava na pista de dança com um copo de cerveja na mão enquanto acompanhava o ritmo da música, dançando sensualmente e atraindo olhares de homens na boate, e não é pra tanto já que minhas roupas eram bem chamativas. Vestia um vestido roxo escuro curto com um decote profundo, um salto preto com fivelas douradas e uma correntinha enfeitando a lateral do salto, usava uma gargantilha preta com um raio branco no centro e um bracelete bege. Meus cabelos estavam soltos e jogados pro lado com uma presilha grande segurando algumas mechas do cabelo para trás.

Rebolava até o chão, mexia minha cabeça balançando meus longos cabelos platinados pros lados enquanto bebericava aos poucos minha cerveja. Com um show de luzes em movimento e piscando conforme a música boa que tocava, não tinha outro lugar melhor pra se estar do que aqui. Se eu bem me lembro, hoje era o dia do Equinócio da Primavera e pelo que entendi sobre esse dia, era o inicio da primavera e o feriado do mesmo. E pelo que sei sobre feriados, é que se comemoram da maneira que você quiser, e minha maneira era uma boate cheia de álcool, música boa e sexo. Premiere Super Club era uma das minhas baladas preferidas de Los Angeles principalmente nas noites de feriados onde tudo era uma loucura.

Quando minha cerveja acabou, fui indo em direção ao barzinho que tinha na boate e dessa vez indo encher a cara com tequila. Pelas muitas vezes que vinha aqui, conhecia o barman faz tempo. O bar era cheio de neon na parede, no balcão e em algumas prateleiras com várias garrafas de bebidas em cima, elas piscavam conforme a música tocava, o que deixava à desejar. Tinha um conjunto de luminárias penduradas no teto dando uma melhorada na iluminação, porque trabalhar no escuro ninguém merece, né?

--E aí Luke, uma tequila por favor. - disse me sentando em uma das banquetas em frente ao bar. Luke era o barman das noites de feriados e finais de semana. Ele era mais alto do que eu (1-76 de altura por aí). Era loiro dos olhos azuis claros e tinha 21  anos (e eu tinha 16, mas aparento ter bem mais e isso ajudava na hora de pedir bebida alcoólica nos bares). Luke sempre chamava atenção de algumas vadias por perto, não que eu me importe, claro. Sua pele era branca e ela tinha uma cicatriz no seu pescoço , falou que sofreu um acidente quando mais jovem, mas não quis comentar mais sobre o fato e também não insisti. Ele vestia uma bermuda jeans com alguns rasgos na coxa, uma regata branca (o que deixava à mostra seus braços fortes e seu abdômen definido) e um All star vermelho.  - To a fim de perder minha sobriedade essa noite. - ele riu.

--E quando você não ta? - rimos juntos. Apesar de não me relacionar amigavelmente com humanos por não gostar nem um pouco deles, Luke era minha unica exceção. Nos conhecemos aqui mesmo, no bar, foi quando ele me mostrou o que realmente valia a pena em lugares assim. Ele não sabe o que eu sou e nem vai saber, não trocamos intimidades e nem saímos juntos como amigos (porque nem isso somos), apenas conversávamos tranquilamente no bar da boate de vez em quando. Transamos algumas vezes mas sem compromisso, apenas sexo. - Aqui está sua tequila - ele disse colocando um copo pequeno cheio de tequila em cima do balcão.

--Valeu, gatinho. - agradeci pegando o copo em cima do balcão com a intenção de vira-lo, mas Luke segurou minha mão impedindo isso. Olhei pra ele confusa e ele deu um sorriso sacana no rosto. - O que ta fazendo?

--Calma, coloca o copo no balcão rapidinho. - ele soltou minha mão e coloquei o copo no balcão como ele pediu. - Quero ver se aguenta o trampo, gatinha. - Luke me deu uma piscada e tirou uma sacolinha de dentro do balcão, vi ele despachando milhares de grãos brancos num pratinho pequeno que colocou em cima do mesmo junto com a metade de um limão. Eu ainda estava com a maior cara de bunda sem entender nada do que ele disse e do que ele estava fazendo.

-- Como assim, é aula de química agora?  - perguntei irônica - E que porra branca é esse em cima do balcão?

--É sal. Agora presta atenção, vou te ensinar a foder sua garganta e te ajudar à perder sua sobriedade. - ele disse ainda com o sorriso no rosto. - Faz o seguinte, lambe seu dedo indicador e esfrega no sal, a sua saliva vai ajudar a grudar mais sal no seu dedo, depois o lambe pra sentir o gosto do sal arder na sua língua, mas não engula. Faça isso três vezes.

--Por que eu faria isso? - perguntei desconfiada arqueando a sobrancelha.

--Só faça, ok? - suspirei e assenti, fazendo o que ele mandou. Lambi meu dedo indicador e esfreguei no sal, depois lambi o mesmo novamente e pude sentir o forte e amargo sabor do sal que me fizeram fazer uma careta, como Luke olhava pra mim, ele começou a rir da minha cara. Filho da puta. Fiz isso mais duas vezes e minha boca tava cheia de sal e ardendo pra cacete. - Ótimo, agora espreme o limão na tequila e depois vire o copo com tudo. - concordei com a cabeça e comecei a espremer o limão na tequila. Antes de virar o copo, encarei Luke nos olhos e o mesmo ainda sorria malicioso, dei de ombros e virei o copo.

Senti minha garganta arder pra caralho, era como se estivesse pegando fogo lá dentro. Podia sentir a amargura da tequila, o azedo do limão e a ardência do sal, tudo ao mesmo tempo, puta merda. Massageei minha garganta para melhorar da queimação (não adiantou porra nenhuma, ainda queimava pra cacete), balancei minha cabeça e fiz uma careta mais feia do universo. Minha visão ficou toda bugada e pudia ouvir as gargalhadas que Luke dava.

--O que achou? - perguntou sessando o riso. 

--Que você realmente fodeu com minha garganta. - disse com a voz um pouco rouca fazendo ele voltar a rir que nem um condenado. - Cara que horrível isso! Se eu não estivesse vendo dois de você agora, te daria uns bons socos...

--É assim que me agradece? - ele disse manhoso e fingindo estar incomodado. - Se fizer isso mais 2 ou 3 vezes você verá elefantes rosas e fadas ao redor das suas orelhas,  voando em volta do bar.

--Vai se foder porra. - retruquei e logo começamos a rir.

Apesar de eu sentir saudades do céu, estava de certa forma gostando da Terra, mas só um pouquinho!

 

[...]

 

Estava no meu quarto de hotel deitada na cama enquanto passava um filme que nem dei importância, tava ocupada demais transando com um cara que conheci (na verdade só trocamos olhares) na casa noturna. Ele se ofereceu para me levar pro meu hotel e eu aceitei, depois de muita lenga-lenga ele finalmente tomou a iniciativa e me beijou, agora estamos nessa situação prazerosa. Ele me estocava forte com seu membro na minha intimidade enquanto segurava meus seios.  Arranhei suas costas e ouvi ele arfar, depois ele beijou meu pescoço enquanto eu gemia, fazendo ele estocar ainda mais forte e rápido. A minha sorte era não ter vizinhos de quarto, seria irritante se eles viessem bater na minha porta e falar um monte de merda toda vez que trazia um cara pra cá.

Após ele atingir o ápice do prazer, teve seu orgasmo. Mas só ele mesmo. Ele saiu de dentro de dentro de mim e deitou do outro lado da cama olhando pro ventilador de teto ligado enquanto meus olhos se encontravam fechados, nossas respirações estavam ofegantes e nossos corpos completamente suados e exaustos.

Você deve estar se perguntando: Por que tem relações sexuais com humanos se os odeia tanto? Bom, eu realmente os odeio, mas isso não quer dizer que eu não possa me divertir com eles. E é isso que eles são pra mim: brinquedinhos eróticos, nada mais. Sem sentimentos estúpidos ou compromissos desnecessários, só diversão.

Depois de vários minutos recuperando nossos fôlegos, o encarei séria.

--Ta na hora de você ir Robert. - disse curta e grossa.

--Meu nome é Rodrigo e não Robert. - falou já se levantando da cama e vestindo sua cueca box que estava no chão.

--Foda-se o teu nome, só quero que vaze daqui rápido! - vociferei virando de costas pra ele na cama, provavelmente ele ficou puto o que me fez sorrir involuntariamente sem ele ver.

--Escuta aqui sua vadia, ta pensando que ta falando com quem?! - perguntou grosseiramente.

Me virei na cama de novo e agora o encarava.

--Com um imbecil filho da puta que é mal na cama e que não conseguiu me dar a porra de um orgasmo! - retruquei na malandragem me virando na cama, de novo. Uma coisa que aprendi sobre os homens é que eles odeiam quando não fazem suas parceiras de cama terem um orgasmo, ainda mais quando esfregam isso na cara dele.

Rodrigo ficou ainda mais puto com o que eu disse mas não falou nada. Bom garoto. Depois de breves minutos ele finalmente terminou de se vestir e foi batendo o pé em direção a porta mas antes dele sair quis provoca-lo mais um pouco.

--Ei, mais uma coisa.  - Rodrigo se virou e me encarou - Não se preocupe, vou guardar seu segredinho de ser pior que um idoso na cama. - debochei dando uma piscadinha com um sorriso no rosto e logo comecei a gargalhar sozinha que nem besta. Ele bufou e ficou tão puto que pudia ver sua cara ficar vermelha de raiva, ele tava tão vermelho que achei que ele iria virar um pimentão ali mesmo. Logo saiu do quarto batendo a porta com força. - Se a porta quebrar vai ser você quem vai pagar concerto! - gritei pra ele ouvir e pudi escutar um vai se ferrar da parte dele, depois eu que sou a mal educada.

Me levantei da cama e fui pro guarda-roupa procurar uma roupa pra dormir, já eram 23:14 e tava quase caindo no chão de tanto sono que sentia. Peguei uma calça moletom preta, uma blusinha simples da cor azul marinho e minhas pantufas (sim, eu uso pantufas). Deixei tudo em cima da cama e fui pro banheiro tomar um banho demorado e relaxante. Após o banho, fui pro quarto me trocar. Depois de pôr meu pijama improvisado, fui pegar um copo d'água na geladeira da cozinha (não May, na geladeira da sala), estava morta de sede. Tomei toda a água e deixei o copo na pia, entrei no meu quarto e praticamente voei pra cama entrando debaixo das cobertas e dormi que nem pedra.

 

[...]

 

Acordei com a luz do sol invadindo meu quarto (mais precisamente minha cara) sem pedir licença. Como a janela ficava de frente pra cama não conseguia me esconder do sol mesmo com o travesseiro na cara.

--Ah porra, esqueci de fechar a cortina ontem a noite - disse ainda sonolenta, bocejando logo depois.

Levantei da cama esfregando os olhos e com um esforço que não sei de onde veio fui em direção da janela. Fechei a cortina e me joguei na minha caminha quentinha que me chamava de volta. Deitei e me remexi na cama pra encontrar uma posição mais adequada pra dormir. Já de olhinhos fechados e do sono me rondar, estava pronta pra nanar novamente.

--São quase 11:30, não deveria tomar café da manhã? Não se esqueça que é a refeição mais importante do dia. - disse uma voz que vinha do outro lado da cama.

--Eu não como comida humana, agora cala a boca e... - espera aí, uma voz do outro lado da cama? Abri meus olhos rapidamente e levei um susto ao ver um senhor de idade em pé do lado oposto que eu estava na cama. Aparentava ter entre 60 a 64 anos mais ou menos, seus cabelos eram grisalhos igual sua barba, sua pele era enrugada e tinha um corpo um pouco fora de forma. Ele vestia um terno preto que provavelmente custava os olhos, nariz e boca da cara, um sapato marrom e um relógio de pulso de ouro. Ele me olhava com um sorriso simpatizante no rosto. Meu susto foi tão grande que cai da cama de bunda no chão, levando meu cobertor junto. Esfregue meus olhos pra ver se não tava vendo coisas, mas ele realmente estava lá parado e em pé, olhando pra mim com um sorriso. - M-Mas quem é você e o que faz no meu quarto? - gaguejei ainda me recuperando do susto e me levantando do chão. - E não diga que é do serviço de quarto porque eu sei que nesse hotel de merda não tem!

-Calma May, pelo que me contaram você não mudou nada. - ele disse me olhando de cima a baixo, mas sem a expressão maliciosa no rosto, era como um pai olhando pra filha depois de um reencontro de anos separados, apenas vendo o que tinha de diferente e o que continuava igual. - Me chamo Vegras e sou um Anjo Guardião.

 "Anjo Guardião". Essas palavras ecoavam na minha cabeça sem parar, nunca pensei em encontrar um Anjo Guardião na minha vida, eles são tão raros que você podia facilmente desacreditar na existência deles. Mas o que alguém tão importante como ele queria com um anjo caído como eu? Não, deve ser alguma brincadeira de mal gosto, só pode! Mas ele sabe meu nome e provavelmente o que eu sou de verdade... Porra, se a intenção era bugar meu cérebro meus parabéns, você recebeu o prêmio!

--C-Como entrou aqui? - perguntei a primeira coisa que me veio a cabeça, ainda estava em estado de choque e não pensava direito nas palavras.

--Pela porta, ela estava destrancada. - ele respondeu na maior calma. Pelo que eu lembro, depois que o Rodrigo saiu do quarto puto comigo não me recordei de ter trancado a porta logo após sua ida... - Devia tomar mais cuidado, alguns estranhos poderiam ter entrado e roubado alguma coisa de valor.

-Ah jura? - disse sarcástica - Será que você não se qualifica em um desses "estranhos" como acabou de dizer? - perguntei dando um sinal de aspas com os dedos.

--Se eu fosse um desses estranhos eu não te acordaria propositalmente, e como você pode ver... - Vegras deu uma rodada e com os braços esticados pros lados mostrando que não segurava nada com a mão ou com o braço. - não estou roubando nada de você, May.

--Como é que sabe meu nome? - perguntei arqueando a sobrancelha e cruzando os braços.

--Sei muitas coisas sobre você, May, eu observava você desde o seu primeiro dia na Terra, pudia sentir seu sofrimento apesar de você esconde-lo em festas e relações sexuais com os humanos. - aquilo me atingiu de uma forma que não sei explicar. Era como se eu sentisse que alguém me entendia finalmente e se preocupava comigo, e isso era a coisa mais estranhamente boa que já tinha sentido antes. - Sei o que você passou durante esses dois anos, mas cometer vários pecados e sempre maltratar os humanos não é coisa que se faça, pequena. - disse indo na minha direção em paços pequenos.

--Se veio aqui pra me dar sermões perdeu seu tempo. Essas palavras não significam nada pra mim!

Ele deu um breve sorriso simpático enquanto continuava a se aproximar lentamente de mim.

--Minha pequena, por que tem tanto ódio acumulado num espaço tão pequeno quanto seu coração? Nunca se perguntou do por que ter tanto ódio de seres que mal conhece? - aquilo foi como uma facada em meu peito, nunca havia sentido isso antes e a sensação era horrível. Estava me sentindo... Culpada.

--E-Eu... - não sabia o que responder, não queria encara-lo, olhava pra qualquer lugar menos em seus olhos. - Eu não sei... 

--O que está sentindo agora se chama culpa, pequena. E não tem problema nenhum confessar o que está sentindo.

--Olha Vegras, não fale comigo como se me conhecesse, porque não conhece. E vê se para de me chamar de pequena, não sei se percebeu mas sou mais alta que você! - vociferei me sentando na cama.

--Como queira, mas agora vamos ao assunto que me trouxe aqui. - anunciou se sentando do meu lado da cama. - Vim aqui para lhe propôr um acordo que vai te agradar, pelo menos eu acho... - ele esperou uma resposta minha mas eu não disse nada, então ele prosseguiu - Você deve saber o significado de Anjo Caído, certo?

--Sim, são anjos expulsos do céu pelas suas ambições de poderes, traições, praticagem de magia negra, matar outros anjos e blábláblá. O que isso tem haver com esse tal acordo?

--É que antes de expulsarmos um anjo do céu, fazemos um julgamento com todos os representantes de cada categoria celestial para decidir se ele ou ela é condenado sim ou não. Foi o que aconteceu no seu caso.

--Nossa Vegras, quer uma xícara de chá pra enrolação ficar melhor? - perguntei na ironia - Vai direto ao assunto e fala a droga do acordo antes que eu desista e te expulse daqui a vassouradas!

--Tudo bem, desculpe. - uau, um guardião me pedindo desculpa logo depois de eu ser grossa com ele, quase me senti culpada. Quase. - Enfim, acontece que acabamos fazendo um novo julgamento pra você... - arregalei os olhos com meu queixo no chão, provavelmente encontrando petróleo. A provabilidade de um anjo caído ter seu segundo julgamento era de 0%. - E é a primeira vez que isso acontece.

--E o que vocês decidiram? - perguntei me recompondo mas ainda sim chocada com o que acabei de ouvir.

--Que você poderá voltar a morar no céu e...

--AI MEU DEUS, JURA? - gritei de alegria, o interrompendo. Como sou uma anja retardada, eu fiquei pulando em cima da cama como se tivesse 2 anos. - ATÉ QUE EM FIM VOU SAIR DESSE LUGAR CHATO PRA PORRA! UHUU...

--Mas tem uma coisa que precisa fazer antes. - ele interrompeu minha breve comemoração.

--Faço qualquer coisa pra vazar da Terra e voltar pro céu, pode falar Vegras. - disse me sentando e ajeitando meu pijama.

Ele deu um sorriso e continuou.

--Uma jovem humana que vive entre vampiros poderá ser a solução dos seus problemas. Yui Komori. Encontre-na e conviva com ela durante 1 ano, à proteja de qualquer ameaça e, após seu prazo de um ano acabar, poderá voltar para o céu novamente.

Arregalei os olhos novamente, o sorriso que eu tinha estampado na cara deu boa noite e foi viajar no além. Dava varias piscadelas de modo irregular pra ver se o que acontecia ali era realmente verdade.

--Oi?

--Foi o que você ouviu, May, terá que conviver 1 ano com uma humana chamada Yui Komori, não deixando nada de ruim acontecer com ela. Você praticamente vai virar um anjo-da-guarda da garota.

--M-Mas eu não posso Vegras, eu...

--Se não quiser aceitar tudo bem, mas esqueça de voltar pro céu. - ele disse me interrompendo e se levantando da cama e caminhando em direção a porta mas parou no meio do caminho e me encarou. - Não desperdiçaria essa chance de ouro que você tem de voltar no céu se eu fosse você, não é todo dia que se faz um acordo desse tipo, ainda mais com um Anjo Caído. - virou na direção da porta e voltou a caminhar. Quando ele ia fechar a porta, me bateu um desespero. Ele tinha razão, não é todo dia que você recebe um acordo desses, ainda mais sendo quem sou.

-ESPERA! - exclamei indo correndo na direção da porta colocando meu pé impedindo que a mesma se fechasse. Fiquei muda por um breve momento, pensando sobre minha resposta. Sabia que não teria outra chance como essa, minha saudade de casa era maior que qualquer outro sentimento e se for preciso viver 1 ano com uma humana que mal conheço para finalmente voltar ao meu lar, eu farei... - Eu aceito!

Um sorriso vitorioso desabrochou no rosto de Vegras. Agora que aceitei o acordo, meu destino de voltar pro céu dependia só dessa tal de Yui. Espero não me arrepender depois...

 

[...]

 

Estávamos caminhando pelas ruas da cidade de Los Angeles enquanto ele me contava mais detalhes sobre o acordo. Como aquela tarde estava fria, vestia um sobretudo vermelho fosco, uma calça jeans preta e botas da mesma cor, usava um cachecol branco em volta do pescoço e uma toca azul escuro, e Vegras ainda estava de terno. Pelo que entendi, a Yui morava no Japão junto com uma família de vampiros chamada Sakamaki (o que não me surpreendeu já que é comum famílias de vampiros terem um humano ou mais morando com eles, servindo de alimento) e ela não sabia desse acordo. Eu teria que viajar até lá e morar com ela e contar que eu era uma prima distante, ela não necessitava saber quem eu realmente era.

--Ainda não entendi o motivo de ir morar com a garota... - disse me sentando num banco de madeira na calçada.

--E não precisa, apenas vá morar com ela no Japão e não se esqueça de dizer que é uma prima distante que veio passar um ano com ela, ela não precisa saber o que realmente você é. - bufei e assenti.

--E esses vampiros que moram com ela?- perguntei

--O que tem eles? - respondeu minha pergunta com outra, revirei os olhos. Odiava quando faziam isso comigo.

--Como você disse, ela mora com uma família de vampiros, e se eles não quiserem me deixar morar com ela?

--Sequestre-a. - engasguei com minha própria saliva ao ouvir o que ele disse, como assim sequestra-la?

--Fumou crack? Não vou sequestrar ninguém, não sou dessas coisas! - após eu dizer isso Vegras abriu um sorriso simpático. Esses sorrisos por algum motivo me davam uma sensação boa.

--Bom saber disso. - ele disse se levantando

--Mas espera, - falei me levantando em seguida - Se caso eu à sequestrasse, os vampiros obviamente irão atras dela e como meus poderes foram tirados de mim, como vou protege-la?

--Simples, você terá seus poderes de volta e ainda mais fortes... - arregalei os olhos e dei um sorriso de emoção, ter meus poderes de volta, isso era a melhor coisa desse acordo, depois de voltar no céu, claro! - Mas não será permanente. Onde foi que eu coloquei ele... - ele disse procurando alguma coisa nos bolsos. - Ah, achei. - ele tirou um anel dourado com uma pedrinha vermelha no centro - Pegue, é pra você. - e me entregou.

--O que é isso? - perguntei enquanto observava o anel. Ele era lindo!

--Um anel. - revirei os olhos.

--Ah sério? Nossa, achei que fosse um Bob-Esponja redondo! - disse sarcástica olhando pra ele mas o mesmo franziu o cenho, provavelmente não tinha entendido o que eu disse - Ah esquece. - voltei a olhar pro anel - Quero saber o que esse anel faz e por que está me dando.

--Esse anel está guardando o seu poder desde que foi tirado de você - olhei pra ele incrédula - Quando expulsamos os anjos do céu, retiramos os seus poderes e colocamos em objetos mágicos e os guardamos num local secreto. Apenas o dono do poder dentro do objeto podia usa-lo, ninguém mais.

--Você deve confiar bastante em mim pra contar essas coisas e me dar isto. Obrigada. - sorri pra ele e o mesmo retribuiu.

--Sei que você não tem maldade no coração. - pobre inocente - Mas agora coloque-o no dedo, quero ver como fica em você. - assenti e coloquei o anel no dedo...

Quando coloquei o anel, senti meu corpo ficar mais forte ao mesmo tempo.  Minhas cargas elétricas estavam mais ativas que o normal, meu sangue fervendo pronto para um confronto, meus sentidos melhorados por completo e sentia uma nostalgia imensa, é como se o meu poder estivesse matando a saudade que sentia do meu corpo e vice-versa. Era a melhor sensação que já senti na minha vida inteirinha!

--Ah meu Deus, essa sensação é incrível! - exclamei sorrindo com os olhos fechados e sentindo meu poder dizer "voltei!".

--Mas preciso lembra-la que se não estiver com o anel, seus poderes vão embora. Por isso tome cuidado pra não perde-lo - assenti já de olhos abertos, mas meu sorriso continuava intacto.

Não pensei duas vezes e o puxei para um abraço apertado.

--Obrigada, obrigada, obrigada! - agradeci ainda o abraçando - Você é o melhor Guardião do mundo, embora seja o primeiro que conheci. - soltei Vagras e vi o mesmo corar de leve. Ai que gracinha!

--Tem mais uma coisa, você vai ter um ajudante. - o encarei confusa - Você terá que ir junto com um conhecido meu, ele irá te ajudar na proteção de Yui e me informará se você está fazendo tudo certo.

--Não preciso de ajudante nenhum, posso fazer isso sozinha! - esbravejei irritada.

--Está decidido May, você irá pro Japão essa noite. Ele estará esperando você no aeroporto.

--Mas... - tentei argumentar alguma coisa mas me deu um branco. Suspirei fundo - Ok, que horas devo estar no aeroporto?

--Às 22:15, seu voo sai às dez e meia então não se atrase. - assenti.

Voltamos a caminhar pelo centro de Los Angeles. Tirei algumas dúvidas com ele e depois fomos no aquário da cidade, foi um passeio um tanto quanto legal, nunca achei que iria passear na Terra acompanhada de um Guardião. Expliquei o que aprendi sobre os humanos o que fez ele se surpreender com algumas coisas, e também contei sobre Luke, ele ficou contente por eu ter uma empatia com um humano e quis conhece-lo mas como Luke e eu só nos víamos à noite na boate, eu não sabia onde ele morava e nunca perguntei.

 

[...]

 

Estava de volta no hotel arrumando as malas e me preparando pra viagem. Havia acabado de sair do banho e vestindo minha roupa de viagem, um suéter listrado que chegava nos meus joelhos, jeans claro e All star preto. Penteei meu cabelo e fiz duas tranças com uma pequena parte do cabelo, o resto deixei solto. Não costumo usar maquiagem já que não tenho, passei apenas um gloss que ganhei de presente do Luke e já estava pronta pra sair. 

Como meu quarto ficava no quinto andar e o elevador não funcionava, peguei minhas malas desci pelas escadas. Chegando na recepção vi Vegras sentado (ainda de terno) com a perna cruzada lendo um jornal, ele queria ir comigo pra evitar que eu não encontre o tal ajudante (que ele nem disse o nome) no aeroporto. Entreguei a chave para a recepcionista e paguei pelos últimos três dias que tava devendo.

Você deve estar se perguntado: Como eu consegui bancar minha moradia no hotel durante todos esses anos? Ótima pergunta. Ameacei o dono do hotel e sua família e assim eles me bancariam pelo resto da vida. Mentira! Acredite se quiser mas quando caí na Terra, um pacote cheio de dinheiro apareceu na minha frente. Tinha mais ou menos 5 mil dólares no pacote. Poderia ter sido uma coincidência ou alguém lá de cima me ajudou. Enfim, quem quer que tenha deixado o pacote aqui me ajudou pra caramba.

Quando paguei tudo pra recepcionista fui em direção ao Vegras que ainda lia o jornal.

--Vamos? - perguntei chamando sua atenção. Ele assentiu e dobrou o jornal e o deixou no banco, se levantando em seguida.

--Você sabia que um americano ganha a vida trabalhando como "passeador de humanos" aqui em Los Angeles?! - eu ri - É sério, ta escrito naquele pedaço de pergaminho branco.

--Na verdade esse "pergaminho branco" se chama jornal. Agora vamos logo antes que você me atrase com suas esquisitices - disse ainda rindo.

Andamos até o ponto de táxi mais próximo e esperamos até o mesmo aparecer poucos minutos depois. Estiquei o braço fazendo com que ele parasse e entramos, o motorista colocava minhas malas dentro do porta-malas e logo entrou no carro.

--Qual seu destino? - perguntou o motorista.

--No aeroporto da cidade. - respondi rispidamente, atraindo o olhar de desaprovação de Vegras. Bufei. - Por favor.

O motorista assentiu e Vegras sorriu simpático.

"Qual seu destino?". Essas palavras me fizeram pensar sobre o meu futuro no Japão, como seriam as coisas por lá? Ainda não entendia do por quê tinha que cuidar de uma humana, era tudo tão confuso... Só espero não ter feito a escolha errada.

 

 

 

Continua...


Notas Finais


Segundo capítulo ta aí genteee!!
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Espero que tenham gostado do cap <3 Agora só domingo que vem.

Obrigado pelo seu visto e até domingo que vem seus lindos e lindas, BJO ;*


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