História Anjo da Guarda - Anjo da Guarda

Já se tinham passado alguns anos desde que a guerra tinha terminado. Casais foram formados e mais tarde unidos pelo matrimônio, iniciando assim, as suas próprias famílias. Naruto com Hinata, com quem tiveram o pequeno Boruto e a florzinha Himawari, e Sasuke com Sakura, com uma linda princesinha chamada Sarada.

A menina já tinha seis anos de idade e mostrava ser uma menina bem inteligente, apesar da tenra idade. Esperta, brincalhona, curiosa e amável com todos. A menina dos olhos dos seus pais.

Era um dia normal na mansão da família Uchiha, Sakura trabalhava na mesa da cozinha com alguns papéis que tinha trazido do hospital; Sasuke estava com o Naruto a resolver algumas papeladas e distribuições de missões na torre do Hokage com a ajuda de Shikamaru; e a pequena Sarada brincava sozinha na sala com algumas bonecas, naquele dia, ela não quis ir na casa de alguma amiguinha para brincar.

A tarde passou lentamente e às cinco horas da tarde, Sasuke já tinha voltado para casa, bastante cansado por ter de aguentar as brincadeiras e os gritos do Naruto. Agora que ele tinha se tornado Hokage e era um homem casado e com filhos, Sasuke esperava que ele mudasse um pouco, que ficasse mais sério e responsável, mas estava profundamente enganado. Ao chegar, cumprimentou a esposa, ainda cheia de papéis sobre a mesa para analisar e brincou um pouco com a Sarada antes de deitar-se no sofá para descansar um pouco, onde colocou o braço por cima dos olhos e adormeceu quase no mesmo instante. 

O dia tinha sido cansativo e aturar o Hokage fazia tudo ser ainda mais exaustivo. O loiro queria fazer aliança com uma pequena vila dedicada ao comércio, mas cometia tantos erros enquanto fazia o documento que o trabalho no final sobrou para ele e para Shikamaru, que só faltava atirar o loiro pela janela ao ter de fazer o documento todo de novo por um erro estúpido dele. Ao igual que o Uchiha, o Nara também queria chegar em casa e descansar na companhia do filho, Shikadai, que era a sua pequena cópia, e com a sua esposa, Temari.

A menina deixou as bonecas de lado e decidiu fazer um desenho da sua família numa pequena folha de papel que, horas antes, a sua mãe tinha deixado sobre a mesa junto de uma caixa de lápis com todas as cores. Desenhou três pessoas em traços grossos, devido à força que exercia no lápis, com uma mais pequena no meio das outras duas, pintou com cuidado para não passar das linhas e, no final, em cima de cada uma delas escreveu em letras tortas os nomes: “Mamã”, “Papá” e “Sarada”. Para finalizar, fez um grande coração com lápis vermelho em volta dos três bonequinhos. 

Esboçou um sorriso grande, satisfeita com o resultado e levantou-se animada, com a intenção de mostrar o pequeno desenho à sua mãe e, mais tarde, quando o seu pai acordasse, mostrar a ele também. Virou-se com a intenção de ir na cozinha, mas ao ver um homem ao lado do seu pai, assustou-se e deixou a folha cair no chão enquanto levava as mãozinhas à boca. O homem tinha longos cabelos negros e olhos da mesma cor, era até parecido com o seu pai, que nesse momento tinha os seus cabelos acariciados pelo estranho. O desconhecido dirigiu o seu olhar para a pequena menina, que o olhava surpreendida, receosa mas, sobretudo, curiosa.

— Quem és tu? — perguntou, desconfiada, ao levar os pequenos braços à sua cintura e fazer pose de adulta.

— Sou o teu anjo da guarda. — respondeu, com um sorriso no rosto ao ver o comportamento da menina.

— Sério? — questionou, surpresa, e retribuiu o sorriso, enquanto desfazia a postura que tinha feito e se aproximava dele. O estranho riu-se e colocou a mão na cabeça da menina.

— Sim! — confirmou, ao bagunçar os cabelos da pequena que fez bico por ter o penteado que a sua mãe tinha feito horas antes destruído.

— Mas se tu és o meu anjo da guarda, então porque estás a cuidar do meu pai? — perguntou, curiosa e confusa, ao mesmo tempo que apontava para o moreno que dormia sem se aperceber de nada.

— Porque ele foi, e ainda é, alguém muito especial para mim, e no passado o cuidei durante muito tempo. — respondeu à pergunta, sem desfazer o sorriso que tinha no rosto por estar a falar com ela, com aquela pequena menina que significava tanto para ele.

— Sério? — questionou, novamente, mais uma vez surpreendida. 

— Sim, tu és muito parecida a ele, sabias disso pequenina?

— Eu sei. — respondeu, ao fechar os olhos e erguer a cabeça, numa pose convencida. — A minha mãe diz que sou igualzinha a ele.

— E o és — concordou logo —, e também herdaste a beleza da tua mãe.

— Sim, a minha mãe é a mulher mais bonita do mundo. — elogiou-a de imediato, enquanto olhava na direção da cozinha onde sabia que a mãe estava e agora com o desejo de a ir ver e cheirar o seu perfume de morango, algo que ela adorava e, por vezes, a fazia ficar agarrada ao pescoço da Uchiha.

— Concordo contigo.

— Como te chamas? — questionou, curiosa, ao dirigir-lhe de novo a sua atenção.

    — Itachi!

— Gostei! É um nome bonito. — elogiou, sincera, e corou levemente constrangida. — Se foste o anjo do meu pai, então conta-me algo sobre ele. — pediu Sarada, curiosa por saber mais sobre o pai, o seu herói de capa negra.

— Bom, quando ele era pequeno era muito parecido contigo — começou a contar, divertido por vê-la tão atenta. —, era inteligente e sempre que se propunha fazer alguma coisa, ele não descansava até conseguir. — Itachi fez uma breve pausa ao lembrar-se, com ternura, da parte boa do seu passado. — O teu pai sofreu muito, perdeu a sua família quando era pequenino e seguiu por maus caminhos, mas isso também foi culpa minha. — explicou, um sorriso triste no rosto enquanto olhava para a figura adormecida do Uchiha. — Ele se tornou muito forte e inteligente e estou muito orgulhoso dele, ainda mais quando ele decidiu finalmente ter uma família e tentar ser feliz novamente. — falou, emocionado, ao desviar o olhar de novo para a menina. — Tu e a tua mãe são duas bênçãos que apareceram na vida do Sasuke e é por isso que pedi para ser o teu anjo da guarda.

— Entendi! — Sarada concordou com a cabeça, ao mesmo tempo que cruzava os braços, numa pose muito adulta. — E ao mesmo tempo em que cuidas de mim, tu também estarás à beira do meu pai. — deduziu, um sorriso no rosto por ter entendido tudo.

— Exatamente!

— Sarada! — Ambos ouviram a voz de Sakura a chamá-la da cozinha e depois passos a aproximar-se da sala. A Uchiha entrou na sala e viu a filha em pé ao lado do sofá, onde o seu marido dormia calmamente. — Querida, com quem falavas?

— Com ninguém mamã. — respondeu, após ver o seu anjo levar o dedo em frente à boca e desaparecer.

— Então não faças barulho, o teu pai está a dormir. Vai brincar no teu quarto ou no jardim.

— Sim. — obedeceu de imediato, ao pegar no desenho e nos lápis de cores, antes de correr para a sua habitação e sentar-se no chão.  

Abraçada ao seu coelho de peluche, ficou a olhar para o desenho com atenção, estava incompleto. Sarada voltou a desenhar, a adicionar os detalhes que faltavam e, no final, sorriu satisfeita com o resultado. Passou o resto do dia a desenhar e a brincar com os seus brinquedos até que a sua mãe a chamou para jantar. Sabendo que o seu pai já estaria acordado, desceu as escadas rapidamente com o desenho nas mãos, ansiosa por mostrar o seu talento.

— Papá! — chamou-o, quando parou ao seu lado. Sasuke ao vê-la ao lado da sua cadeira, pegou-a e colocou-a no seu colo.

— Sim, Sarada?

— Eu fiz um desenho de nós os três. — anunciou ao entregar o desenho para Sasuke que pegou-o e olhou-o com atenção. Sakura aproximou-se curiosa e colocou-se atrás da cadeira do marido para ver o desenho que a sua pequena tinha feito com tanto amor e cuidado.

— É muito bonito, meu amor. — elogiou-a Sakura, enquanto se inclinava ligeiramente para beijar a testa da menina.

— Obrigada! E tu, papá? O que achaste?

— Muito bonito, mas não entendi uma coisa, quem é este aqui? — perguntou, confuso, ao apontar para o desenho de uma pessoa que estava do lado de fora do coração que ela tinha feito em volta da família. A pessoa tinha asas de anjo e uma auréola na cabeça. 

— É o nosso anjo da guarda. — respondeu, com um sorriso grande no rosto, feliz por ter desenhado aquele “pequeno” detalhe antes de mostrar aos seus pais. Sasuke olhou para Sakura que sorriu e o olhou como se dissesse: “Segue-lhe o jogo”.

— Entendo, então a nossa menina está bem protegida e tem um amiguinho. — brincou. — E qual é o nome do anjo? — perguntou Sasuke, um sorriso discreto dirigido à filha. 

A resposta que a menina deu, no entanto, deixou os seus pais surpresos e ao mesmo tempo assustados, porque eles nunca tinham falado do tio da menina para ela:

— Itachi.