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História Anjo Diabólico - Tenha coragem


Escrita por: MannyChuva

Notas do Autor


Ooooi, meu anjinhoooos! Td bem?
Aii, que feliz! Estou tão empolgada por vocês estarem lendo. Essa fic veio do nada, mas agora faz parte da minha vida de um jeito... e vocês são incríveis, sinto como se fôssemos amigos *---* ♡♡♡
Bem, sem delongas aqui. Vou tentar postar o próximo na sexta, pq esse fds vou trabalhar, e nunca se sabe... kkkkk
De qualquer forma, espero mesmo que gostem desse capítulo. Eu gostei, mas vai saber hauahauahauaahua talvez o próximo fique maiorzinho, vamos ver.
Aaah! E levem o drama do Chan na zoeira, pq ele tá beem dramático ;-)
Bem, boa leitura! :D

Capítulo 19 - Tenha coragem


Fanfic / Fanfiction Anjo Diabólico - Tenha coragem

 

Capítulo 19

Tenha coragem

 

O vazio crescia descomunalmente dentro de mim.

A sensação de sufocamento não passava, mesmo que eu estivesse a vários metros do chão, em espaço aberto. O vento frio parecia contribuir com meu desamparo. Acho que qualquer que fosse o cenário, minha situação seria a mesma.

Fiquei naquele prédio o resto do dia. Olhava a paisagem ao longe, cheia de prédios, casas, pessoas. Parecia um formigueiro. Todos vivendo suas vidas normalmente, passando um tempo com a família, com os amigos, com seus amados. Completamente alheios ao resto do mundo. Era assim que as pessoas agiam sempre.

Eu sempre agi assim.

E mesmo que agora eu saiba que tantas coisas estão acontecendo, todas ao mesmo tempo, uma moldando a outra, pessoas encontrando pessoas e vivendo suas vidas. Mesmo que ainda assim eu estivesse confusamente desmoronando por dentro, nenhuma dessas pessoas sequer fazia ideia de como o resto do mundo estava. De como eu estava.

Meu sofrimento teria tanto significado assim? Seria mesmo tudo isso que eu estava sentindo? Eu não sabia o que estava acontecendo, apenas deixava a enxurrada de agonia passar por mim, várias e várias vezes.

E ainda assim me sentia tão pequeno...

Fiquei pensando em mil coisas durante o dia. Às vezes chorava de tristeza, tentando chamar Baekhyun, mesmo que ele não aparecesse. Às vezes chorava de raiva, e queria gritar pro mundo do alto daquele prédio: “que merda vocês estão fazendo que é tão maior do que o que eu estou sentindo?”. E depois me sentia egoísta, ridículo. Um ninguém que sofria por nada.

Mas não era nada. Eram pequenas coisas, coisas simples, mas que juntas se tornavam complexas. Foi o que Baekhyun me contou da primeira vez em que subimos ali juntos. Eu estava tão confuso quanto agora, mas não estava triste, estava com raiva. Eu queria sentir raiva, porque parece que você pode usá-la contra os outros, para tentar aliviar o peso.

Mas a tristeza não pode ser arrancada, ou canalizada. Só o tempo a leva. Então eu só poderia esperar.

E foi o que fiz. Durante o resto da manhã. Durante toda a tarde. Até o cair da noite.

Eu esperei, mas Baekhyun não voltou com o tempo pra levar minha tristeza.

 

 

Acho que teria passado a noite ali, se não fosse meu celular tocando.

Peguei o aparelho morbidamente, e olhei no visor.

Chen.

Soltei uma risada sarcástica. Ele sempre atrapalhava meus momentos. Eu não podia nem mesmo sofrer em paz, que lá estava ele me ligando.

Atendi.

— Chanyeol, cara, você tá ocupado hoje? Estamos pensando em nos encontrar no apê dos hyungs pra jogar um pouco, jogar conversa fora... se é que você me entende.

Ótimo. Xiumin hyung havia contado a eles. Eu sabia.

— E aí? Você vai? Está com o Baekhyun?

— Não, não estou — minha voz saiu rouca. Eu já sentia vontade de chorar só por Chen mencioná-lo. — Olha, Chen... não sei se hoje é um bom dia pra isso...

— Ah, Chanyeol, nada de se fazer de difícil. Queremos saber sobre o namoro do nosso amigo. Você não vai mais ficar escapando da gente.

Ele continuou falando enquanto eu absorvia o peso do meu “relacionamento”. O que eles diriam se eu dissesse que era tudo mentira? Que eu não estava namorando, que o que Baekhyun e eu tínhamos era algo confuso e pequeno, mas que fazia uma bagunça danada?

— Yeol, você está ai? — perguntou Chen.

De repente me dei conta de que não queria ficar sozinho.

— Estou — mantive a voz firme. — Ahn, eu estou perto do apê dos hyungs. Então já vou chegar.

Chen ficou animado. E depois que desliguei, encarei meu celular por um momento, considerando despejar tudo o que eu estava passando no meu time. Talvez fosse loucura. Mas eu não estava me sentindo são, de qualquer forma.

 

 

Eu ia bater na porta.

Eu ia...

Mas acabei sentado no corredor encarando a porta oposta.

Será que Baekhyun estaria ali? Será que teria alguma coisa naquele apartamento que pudesse me ajudar a entendê-lo, a raciocinar melhor?

Levantei em um impulso e girei a maçaneta do apartamento de Baekhyun. A porta não abriu.

Aí me lembrei de que ele dissera que aquele não era o “lar” dele.

Minha casa é onde você estiver.

Mentiroso.

Voltei a me sentar, abraçando os joelhos e escondendo meu rosto. Continuei assim, chorando baixinho, os soluços abafados pelo meu moletom.

Alguém tocou minha cabeça. Levantei o rosto, minha visão estava meio borrada e meus olhos latejavam. Chen e Kyungsoo me olhavam boquiabertos. Eles não falaram nada. Chen me abraçou, meio que me puxando pra me levantar enquanto murmurava palavras bobas de consolação, e Kyungsoo foi bater na casa dos hyungs.

Então eu me encontrava sentado no sofá manchado de vinho, cercado pelo meu time. Eles pareciam desesperados para que eu parasse de chorar, e eu até riria disso, se não estivesse morrendo por dentro.

Luhan arrumou doces para eu afogar as mágoas, Xiumin falava bobeiras para tentar quebrar o clima de “enterro”, Kyungsoo me dava sorrisos fofos a cada dois segundos e Chen se tornara um carrapato agarrado em mim. Era óbvio que eles estavam curiosos, mas não me jogaram um monte de perguntas como costumavam fazer.

— Yeollie... não fique assim — Luhan falou baixo. — Relacionamentos são assim mesmo, a gente briga, mas depois tudo fica bem.

Nada parecia que ficaria bem. Porque a sensação de que Baekhyun não voltaria persistia na minha cabeça.

Comecei a chorar mais.

— Hyung! Não está ajudando — Chen falou para Luhan. Então se virou pra mim. — Olha, se o Baekhyun fez isso com você, então ele não merece você chorando por ele.

— Ele não fez nada — falei com a voz embargada. — Foi minha culpa.

Vi Xiumin e Kyungsoo trocarem olhares preocupados.

— O que você poderia ter feito de tão grave assim? — perguntou Kyungsoo.

— Eu não sei, mas foi algo que eu disse — funguei.

— E o que foi?

Os encarei. Seria agora. Se eu fosse contar tudo sobre anjos, teria que falar agora.

Mas não pareceria certo. Isso era como um segredo, algo que eu não poderia espalhar pra ninguém.

Teria que passar a vida solitário na minha dor.

Comecei a chorar de novo. Nem me importei de estar parecendo uma criança birrenta.

— Aigoo!

Eles se apavoraram com meus soluços.

No final, acabai só chorando mesmo. Eu queria contar, queria não ter que levar o peso do conhecimento sozinho. Mas eu sentia que não podia.

Passei mais algum tempo com meu time antes de ir embora sozinho, recusando companhia.

 

 

Já faz dias.

Dias que eu não tinha nenhuma notícia sobre Baekhyun.

Eu ia pra escola, ignorava a todos, participava dos treinos de basquete com desânimo, sendo discretamente observado pelos outros membros do time, e ficava enfurnado em casa, recebendo as visitas do meu time de LOL.

Eu só queria uma dica. Saber quando isso ia acabar. Se ia acabar.

Era quinta-feira. Nós, do time de basquete, estávamos treinando, porque os jogos regionais estavam se aproximando. Aquilo devia parecer assustador pra mim, que nunca havia jogado pra valer, mas eu estava animado com a possibilidade de ter outra coisa atormentando meus pensamentos.

Me preparava para ir embora. Os outros me cumprimentavam brevemente sobre eu estar evoluindo minhas habilidades no esporte, já que eu só sabia fazer lance livre antes de algo ser libertado dentro de mim naquele mano a mano.

Bufei, de novo tudo voltava para onde eu menos queria.

Peguei minha mochila e a coloquei no ombro. Antes de sair da quadra, meu olhar esbarrou em alguém que continuava sentado na arquibancada.

Jongin.

Encarei o anjo que me encarou de volta. Eu nem havia pensado na possibilidade de conversar com ele. Desde que Baekhyun me mandou ficar longe de Jongin, eu tenho feito exatamente isso. Mas agora não tinha ninguém ali pra me impedir de conversar com ele. Eu não precisaria levar tudo o que sabia nas costas, porque Jongin sabia de tudo também.

Na verdade, ele sabia de muito mais.

— Jongin — o saldei ao me aproximar.

— Hyung — ele sorriu. — À que devo as honras?

— Preciso falar com você... sobre Baekhyun.

— Ah... — ele suspirou. — Tudo sempre volta a ele, não? Baekhyun tem sorte por ter todo esse magnetismo — o anjo sorriu de lado. — Mas quem sou pra negar alguma coisa? Vamos conversar, hyung.

Jongin e eu saímos da escola. Eu queria um lugar tranquilo, já que falaríamos sobre coisas que poderiam assustar as pessoas que ouvissem acidentalmente. Acabamos, ocasionalmente, na minha ponte. O rio estava sereno naquele fim de tarde.

— Ele foi embora, não é? — Jongin perguntou depois de um tempo de silêncio.

Engoli em seco, olhando distraidamente para o rio.

— Foi. Eu acho.

Jongin me olhava, mas eu não conseguia devolver o olhar.

— Ele sempre faz isso, não se culpe. Baekhyun é... ele é complicado. Teve um passado complicado, difícil. Se acostumou a fugir.

— Mas do que ele foge? Eu não consigo entender, ele sempre parece tão fechado. É como se eu o conhecesse, mas não o conhecesse — suspirei. — Nada faz sentido.

— Na verdade faz. Mais sentido do que imagina.

Finalmente olhei para o anjo. Jongin sorria levemente, contradizendo sua personalidade marota e hiperativa. Me perguntei se todos os anjos escondem seu lado mais doce, e se sim, por que fariam isso.

— Você é mesmo tão mau quanto Baekhyun pinta? — perguntei.

Ele riu.

— Não... a revolta que Baekhyun tem contra mim não é por causa da minha personalidade brilhante. Foram coisas do passado que ainda não saíram dele.

Suspirei.

— Eu só queria que ele me deixasse entrar nessa bolha que ele tem em volta de si mesmo — falei, sentindo meus olhos marejarem. — Mas acho que não vou mais poder fazer isso.

Jongin balançou a cabeça.

— Talvez possa — ele disse. — Se você não temer a verdade.

Franzi a testa.

— Qual verdade?

Ele ponderou antes de responder.

— A verdade que todos procuram; poucos teriam coragem pra aceitar que há muito mais do que acreditamos haver. Nada é pra sempre, Chanyeol, por isso estamos sempre procurando respostas. E às vezes, temos que aceitar que algumas coisas simplesmente não são como gostaríamos.

O encarei confuso. Seus olhos pareciam tristes.

— Você está pronto para o que quer?

— E-eu... não sei o que é — confessei, notando que não fazia ideia do que ele estava falando.

— É algo sobre erros, sobre culpa, e sobre perdão. Envolvem outros além de você, e eles também precisam de coragem.

Então ele ergueu a mão. Segurava um cordão com um pingente de cristal.

— Isso é...

— Não é do Baekhyun, mas veio do mesmo lugar.

Jongin me estendeu o cristal de Angelus nimbus. Peguei aquele objeto luminoso e delicado, quase podendo ouvir a música que ele guardava.

— É isto que está procurando, Chanyeol — Jongin falou. Era estranho quando não me chamava de hyung. — Use-o quando estiver pronto para aceitar a verdade. Não vai ser tão difícil assim, não se preocupe. Talvez seja mais difícil para outros.

Então ele começou a se afastar.

— Jongin! — o chamei, e ele me olhou. — Eu não entendo. Isso é seu?

— Não, mas eu o guardei. Desculpe por isso, hyung...

Pisquei confuso. Jongin se afastava, andando pela ponte.

Ergui o pingente de nuvem, sentindo seu calor contra minha mão. Inconscientemente cantarolei a melodia que parecia vir de dentro de mim. Olhei rapidamente para os dois lados da ponte: não havia ninguém, como sempre, e Jongin já havia desaparecido.

Suspirei e dei de ombros, colocando o cordão em volta do meu pescoço.

E então foi como ser atingido por uma enxurrada de memórias.

Todo o presente desapareceu, e eu fui transportado para lugares que nunca tinha visto, mas que um dia fizeram parte da minha história. Conversas das quais não me recordava, mas que ainda assim pareciam ter acontecido há instantes. Rostos que não reconheceria antes, mas que me eram mais familiares dos que os dos meus amigos.

E Baekhyun, repetidas vezes, a cada momento, a cada pensamento que tive, sorrindo, chorando, rindo, cantando, gritando. E suas asas... elas eram lindas. Escuras, com um brilho dourado, como se possuíssem luz própria.

Assim como as minhas.

 


Notas Finais


Kabum! Hauahauahauahauahau
Nada a declarar... e.e Até o próximo, beijinhoooos! *3* ♡♡♡


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