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História Anjo Diabólico - Meu Anjo


Escrita por: MannyChuva

Notas do Autor


HELLO, AAAANGEEEEL!
E AÍ, POVOOO?
Gente, queria ter postado ontem, mas tava escrevendo e apaguei metade do capítulo pra escrever de novo, porque tinha achado uma bosta kkkkkk
Queria ter postado no Natal... :( mas enfim, vai atrasado mesmo. Feliz Natal atrasadooo!
Capítulo grande, o maior até agora e... há revelações ♡
Espero que gostem!

Capítulo 9 - Meu Anjo


Fanfic / Fanfiction Anjo Diabólico - Meu Anjo

 

Capítulo 9

Meu Anjo

 

Parecia que eu flutuava.

O ar que antes começava a querer congelar meus nervos, havia se tornado quente e acolhedor. A luz fraca havia se intensificado até o ponto de eu não conseguir abrir os olhos. Meu corpo antes pesado, agora estava leve como uma pena.

Era maravilhoso. O sonho mais real e bom que eu me lembrava de já ter tido.

E então, acabou.

 

Abri os olhos, encontrando uma escuridão confortável. Meu corpo voltara a se tornar pesado e dolorido. Pisquei diversas vezes, até meus olhos se acostumarem com o escuro. Um som me atraiu, vindo do canto do meu quarto.

Uma silhueta estava sentada na cadeira de rodinhas perto da mesa do computador. Uma melodia suave tilintava naquele mesmo lugar, enquanto uma voz melodiosa e terna cantava seguindo os tilintares, formando uma canção de ninar.

Minha cabeça pesou, mas eu não queria dormir. Queria ficar ouvindo aquela música para sempre.

Mas os tilintares pararam e a voz, consequentemente, também cessou. Inspirei profundamente, tentando apoiar meu corpo dolorido para me sentar. Parecia que eu havia recebido uma chuva de socos por todo o meu corpo.

A silhueta se levantou e se aproximou. Não senti medo, sentia-me protegido e fiquei feliz por ter se aproximado. Eu já imaginava quem era.

— Dói muito? — Baekhyun perguntou em tom baixo ao se sentar ao meu lado.

Ainda estava muito escuro para eu distinguir seus traços, mas a sua presença era mais do que marcante.

— Sim... é difícil de respirar — sussurrei. — O que aconteceu? Minha cabeça está uma bagunça.

— Você desmaiou e eu te trouxe até aqui.

Ele ainda não queria me contar a verdade.

— Eu sei que algo estranho está acontecendo. Você não precisa continuar mentindo. Eu não vou fugir de novo...

— Eu sei — percebi que sorria. — Só não sei como contar.

O animal dentro de mim choramingou de ansiedade e eu suspirei.

— Me conte como sabia que eu estava na ponte — pedi ansioso. — Como sempre parece saber onde eu estou. Como aparece de repente, e como parece que às vezes entra na minha cabeça.

Ele riu baixinho.

— Você acha que eu entro na sua cabeça?

Dei de ombros, sentindo meu rosto corar.

— Às vezes parece que você sabe o que eu estou pensando.

— Ah... isso. — Ele pegou a minha mão e a envolveu nas dele; eram quentes e macias. — Você acreditaria se eu dissesse que estamos conectados?

Apertei sua mão um pouco mais forte. Era exatamente isso que parecia.

— Sim — falei ansiosamente.

— Bem... então é assim que eu te acho.

— E por quê? Por que isso acontece? Como nos conectamos? Foi sempre assim? Ou foi quando você apareceu? Porque eu não sentia isso antes, foi de repente. De repente estava aqui — apontei para o meu peito. Onde o animal parecia ficar.

Baekhyun riu suavemente.

— Você é bom em fazer perguntas — comentou divertido.

Então levou uma de suas mãos até o meu peito e a pousou ali. O animal pareceu arfar e fechar os olhos. Foi o que eu fiz também.

— O que é isso? — pensei alto, sentindo o animal se acalmar.

— Isso sou eu — ele falou. — Uma parte de mim.

Abri os olhos e o encarei, mesmo que não pudesse vê-lo realmente.

— Uma parte de você? Como assim?

— É a nossa conexão. É como eu sei onde está, como se sente, o que pensa e do que precisa. É uma parte de mim que está sempre com você. Cuidando, guardando, vigiando.

Sua mão deixou o meu peito e onde ela tocara pareceu mais quente.

Franzi a testa. Tudo aquilo era muito confuso.

— Como isso é possível? Você tem algum dom?

— Algo do tipo.

— E por que usou seu dom em mim?

Ele abaixou a cabeça e apertou minha mão com as suas.

— Você estava chamando. Não a mim, realmente, mas... a alguém. Qualquer um que ouvisse. Eu o ouvi e me aproximei.

Pisquei confuso.

— Eu não estava chamando...

— Estava sim — ele pareceu me olhar. — Sempre que se lamentava, que pensava em desaparecer, ou em findar a própria vida. Sempre que se sentia triste, em agonia, tormenta... eram como chamados incessantes. Eram altos demais, tanto que eu quase me desesperei.

Ele suspirou e levou minha mão pra junto de si, como se a abraçasse.

— Era impossível de ignorar — ele sussurrou.

Engoli em seco, sentindo vontade de abraçá-lo e de ser abraçado por ele. Como ele podia parecer tão tentador às vezes, e outra parecer tão... amoroso?

— Quem é você? — sussurrei de volta.

Ele olhou em meus olhos. Sei disso porque vi o brilho de seus olhos na escuridão, como pequenos céus estrelados. Pareciam iluminar seu rosto. Ele sorriu.

— Eu sou seu Anjo da Guarda, Chanyeol.

 

 

Era a coisa mais louca e maravilhosa de todas.

Aquela sensação de insanidade e graça que me preencheu pareceu acender um universo dentro de mim. Foi assustador, porque eu não imaginava que pudesse sentir algo assim.

Eu não resisti à vontade de abraçar Baekhyun. Quando ele me contou a verdade, foi como se, no fundo, eu já soubesse. Apesar de ter ficado espantado por descobrir quem ele realmente era. Mas, curiosamente, eu não achei aquilo estranho.

Estávamos deitados na minha cama. Eu me aninhara ao seu corpo pequeno, frágil e quente, e ele me envolvera com os braços curtos, mas fortes. Senti como se abraçasse aquela canção que havia me acordado. Ele tinha um cheiro quente e suave que me lembrava duma tarde de sol.

— Você sempre foi meu Anjo da Guarda? — Perguntei. — Porque eu nunca te vira antes.

— Não. Faz só algumas semanas. Desde o primeiro dia de aula.

Foi quando o encontrei pela primeira vez.

— Eu pensei que os Anjos da Guarda sempre guardassem as pessoas.

Ele sorriu.

— Não realmente. Nós vagamos pela Terra atendendo chamados que nos alcançam. As pessoas não podem ser guardadas o tempo todo, se não se esquecem de como caminhar com as próprias pernas.

— Vocês são como bombeiros?

Baekhyun riu alto.

— Acho que você pode entender assim — falou sorridente. — Também atendemos chamados pra socorrer pessoas.

— Quantos de vocês existem?

Ele pensou por um momento.

— Não sei ao certo... acho que o suficiente para sermos capazes de atender os chamados sempre que encontrarmos algum. Mas ultimamente as coisas têm ficado mais apertadas. As pessoas estão assustadas, sem esperança. Chamam o tempo todo. Então alguns chamados são ignorados.

— É porque o mundo tem ficado mais horrível.

Ele me apertou levemente no abraço.

— Não o mundo realmente. Mas o que está no mundo.

— Como assim?

Ele sorriu.

— Nada com que precise se preocupar.

Baekhyun olhou nos meus olhos e eu me esqueci de tudo por um momento. Sua mão acariciava meus cabelos me deixando sonolento. Uma paz que eu não sentia há muito tempo encheu meu coração.

— Tenho tantas perguntas pra fazer... — murmurei. Meus olhos se fechavam.

— Eu sei. Vou respondê-las com o tempo. Mas agora eu tenho que ir...

O puxei pra mais perto.

— Não quero — resmunguei.

Ele riu baixinho.

— Não vou pra sempre. Você tem que dormir. Está quase amanhecendo e você não se recuperou totalmente.

Então me lembrei de como meu corpo ainda doía. Eu queria perguntar sobre isso. Sobre Jongin... ele havia feito alguma coisa comigo. Tentei perguntar, mas meu corpo não me atendia mais. Estava adormecendo.

— Durma — ouvi Baekhyun sussurrar. Parecia que sua voz estava dentro da minha cabeça.

Senti um beijo suave em meus lábios antes de ficar inconsciente.

 

 

Acordei com o meu celular tocando. Me espreguicei longamente, bocejando. Então peguei o telefone do meu criado-mudo e olhei para a tela.

 O nome de Chen estava ali.

Caralho, mas esse menino deve ser apaixonado por mim, não é possível isso, puta que pariu.

— Alô? — atendi com a voz rouca.

Não me diga que acordou agora — ele falou em tom alto.

Olhei para o relógio despertador na cabeceira da minha cama. Passava das duas da tarde.

— Putz... — murmurei. — Eu fui dormir muito tarde...

Então me lembrei de tudo que havia acontecido. De Baekhyun no meu quarto, de seu abraço quente, de seu cheiro de sol.

E de que ele era um Anjo. Meu Anjo.

Sorri abobalhado e enfiei minha cara no travesseiro, envergonhado com aquele pensamento. Levantei o rosto.

— Ah... já está me colocando no seu pequeno porta-joias?

Gritei quando vi o rosto de Baekhyun parado a poucos centímetros do meu. Pulei pra trás, só que pulei demais, e acabei caindo pelo outro lado da cama.

Gemi de dor e me sentei.

Chanyeol? O que foi isso? — Chen perguntou assustado.

— Ah... não foi nada. Eu te ligo depois, tá bom?

Baekhyun me encarava enquanto ria em silêncio, com o queixo apoiado no colchão.

Não ouvi o que Chen disse e já desliguei a chamada.

— Vo-você estava aí o tempo todo? — perguntei constrangido.

— Não... mas percebi que tinha acordado e cheguei bem na hora de ouvir a parte do meu anjo.

Engoli em seco fitando aquele sorriso pervertido. Me levantei, sentindo uma pontada no meu traseiro que havia amortecido minha queda.

— Como assim “ouvir”? Eu não disse nada!

— É... não disse mesmo — ele se levantou. — Você parece estar melhor. Acho que só precisa comer alguma coisa.

Encarei Baekhyun com desconfiança e ele me olhou interrogativamente.

— Vai ficar aparecendo sempre? — perguntei com receio.

— Você não quer? — ele fez um bico fofo, fingindo estar triste.

— Não é isso... ahn, quer dizer... vo-você me surpreendeu.

Ele sorriu satisfeito.

— Ótimo. Essa era a intensão.

Deu uma piscadela. Então ele se deitou na minha cama, cruzando as pernas esticadas e apoiando a cabeça com as mãos na nuca.

Ele ainda sorria malicioso. Decidi que estava na hora de sair dali.

— Eu preciso... eu vou... ao banheiro.

Corri pra fora do quarto, ouvindo sua risada baixa e rouca ficando pra trás.

Eu precisava de um banho. Não por motivos pervertidos, mas porque meu corpo parecia sujo e cansado. Entrei no banheiro e rapidamente me despi. Quando a água quente do chuveiro atingiu meu corpo, eu suspirei. Era tão relaxante...

Por algum motivo, de repente me perguntei se Baekhyun apareceria em qualquer lugar, a qualquer hora se eu o “chamasse”. Arregalei os olhos e senti meu rosto queimar. Balancei a cabeça rapidamente, tentando mandar esse pensamento pra longe, antes que minha resposta aparecesse ali dentro comigo.

O banho foi menos relaxante do que eu pensei que seria, já que precisava policiar meus pensamentos toda hora.

Será que Baekhyun sabe sobre tudo que eu penso? Será que... ele me ouve?

Choraminguei, torcendo para que isso não fosse verdade.

Quando saí do banheiro e voltei ao meu quarto, Baekhyun não estava mais lá. Me vesti apressado e saí pela casa. Meus pais não estavam lá, como sempre, e minha irmã não havia chegado ainda. Ela morava em um apartamento, perto de onde fazia faculdade, e costumava vir pra casa aos fins de semana.

Um cheiro forte e delicioso vindo da cozinha me atraiu a atenção.

Era Baekhyun. Ele arrumava a mesa com uma variedade de comidas coreanas que fizeram minha boca salivar.

— Waah... você cozinhou tudo isso? — perguntei admirado.

— Claro que não — ele riu. — Comprei no restaurante à alguns quarteirões daqui. Sou um Anjo da Guarda, não um Gênio. Ah, e usei a grana dos seus pais.

Bufei. Ele realmente não tinha vergonha na cara.

— Você tem que comer — ele disse, me empurrando em direção a uma cadeira. — Depois disso, estará novo em folha.

Bem, já que tudo estava ali, eu aproveitaria. Me sentei e comecei a me servir. Baekhyun se sentou na outra extremidade da mesa e apoiou a cabeça na palma das mãos, me observando, mas não tocou na comida.

Comi em silêncio durante um tempo, mas depois não aguentei o peso do seu olhar. Perguntas ficavam pipocando dentro da minha cabeça, eu precisava sanar a minha curiosidade.

— Não vai comer? — perguntei.

— Não.

— Anjos da Guarda não precisam comer?

— Às vezes, sim.

— Onde foi ontem a noite?

— ...Tratar de negócios.

Engoli depois de mastigar e o olhei.

— Negócios?

— Sim, senhor detetive — ele sorriu. — Você é mais curioso do que eu imaginei naquele dia no vestiário.

Engasguei e comecei a tossir, bebendo um gole de água pra empurrar a comida pela garganta. Baekhyun me encarou com um sorriso malicioso que fez com que eu me encolhesse e terminasse de comer calado.

Quando terminei, me recostei contra o apoio da cadeira e suspirei satisfeito. Realmente me senti melhor, mais forte. Baekhyun continuou me observando em silêncio.

Então tive uma ideia doida e resolvi testá-la. O encarei de volta e tentei me comunicar com ele pelos pensamentos.

VOCÊ. ESTÁ. ME. OUVINDO?

Pensei “em tom alto” e pausadamente, para que ele pudesse entender tudo. Se ele puder entender, é claro.

Baekhyun ergueu uma sobrancelha e sorriu.

— Você é estranho — ele disse.

Ah, claro, eu, um humano, sou estranho. Não ele, um Anjo da Guarda. Realmente.

— Por quê? Você não lê pensamentos? — perguntei indignado.

— Não se pode ler pensamentos. Não é como se as palavras saíssem pelos seus ouvidos e flutuassem sobre a sua cabeça.

Ele me lançou um olhar de deboche. Girei os olhos.

— Olha, eu sou novo nessas coisas, então você vai ter que me explicar o que você faz pra saber o que eu estou pensando. Se você não lê meus pensamentos, ou entra na minha cabeça, o que você faz?

Ele conteve um sorriso e se ajeitou na cadeira.

— Tudo bem, curioso, eu vou explicar. Quando uma pessoa pensa, ela libera energias. Cada energia tem um padrão, uma forma, que funcionam para expressar sentimentos. As energias são muito variadas e, algumas pessoas, podem senti-las ou enxergá-las. E outras pessoas podem interpretá-las, sabendo o que elas significam. Isso é muito difícil, requer anos e anos de prática.

Ele voltou a se recostar na cadeira, e sorriu satisfeito e convencido.

— Então... você não sabe as palavras que eu penso? Digo... as pessoas conversam consigo mesmas mentalmente. Você pode saber o que elas dizem?

Ele pensou por um momento antes de falar.

— Apenas algumas palavras específicas, se forem pensadas com muita intensidade, como nomes e informações semelhantes. E quando você pensa coisas sobre mim, é mais fácil de adivinhar, devido a nossa conexão. Por isso, sei quando você me chama, ou quando pensa em mim no chuveiro.

Senti meu coração falhar por um momento. Encarei o sorriso pervertido e maldoso de Baekhyun.

Ah, eu quero morrer.

— Ah... não se preocupe — ele falou suavemente. — São pensamentos normais para alguém da sua idade.

Eu quero matar ele!

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, a porta da frente se abre e ouço minha irmã, Chamin, gritando que chegou. Olho para Baekhyun que sorri largamente e me atiça dançando com as sobrancelhas.

Chamin aparece na cozinha e encara a mesa cheia de comida, Baekhyun sorrindo fofamente para ela e arregala os olhos quando me vê, porque ela ainda não tinha me visto transformado.

— Chanyeol? O-o que... é isso? — ela agita as mãos pela cozinha e olha pra Baekhyun. — Quem é ele?

Ela visivelmente achou Baekhyun interessante (quem não acharia?).

— Olá, sou Byun Baekhyun, amigo do Chanyeol — diz o Anjo, se levantando e fazendo uma reverência.

— Oh... amigo do Chanyeol? Do... time de LOL? — ela perguntou meio receosa.

— Isso mesmo — falei depressa. — E, por acaso, temos que correr, porque vamos jogar. Pode comer o que quiser.

Me levantei rapidamente e puxei Baekhyun comigo. Chamin deu uma boa olhada pra nós quando passamos por ela e subimos as escadas.

Entramos no meu quarto e eu fechei a porta, inspirando profundamente ao me encostar nela.

— Vamos mesmo jogar LOL? Ou vamos... — Baekhyun se sentou na minha cama —, jogar outras coisas?

O encarei chocado e envergonhado.

— Anjos não deviam ser mais puros? — perguntei.

— E qual seria a graça? — ele me olhou com falsa inocência.

Girei os olhos e fui me sentar na cadeira de rodinhas.

Meu celular vibrou e eu o peguei, vendo se tratar de uma mensagem de Chen. A abri para ler:

Você tá se pegando com o Baekhyun, né? Foi por isso que acordou tão tarde? Olha, Park Chanyeol, se você estiver transando e não contar pra gente, Kyungsoo vai fazer você se arrepender. É sério. E vai no apê dos hyungs sete horas, nós temos que conversar, garoto.

Chen era um poço de abuso. Ele não largava meu pé por nada, era pior que chulé. E essa desconfiança dos meus amigos não podia ser só pela imaginação deles.

Encarei Baekhyun de olhos cerrados. Ele estava deitado de bruços na cama, fuçando no meu criado-mudo.

— Por acaso você conversa com meus hyungs? — perguntei.

Ele me olhou, segurando um livro meu, o usando pra esconder um sorriso malicioso. Seus olhos faiscavam.

— Baekhyun! — ralhei.

— Eles só me convidaram para ir ao apartamento deles — ele falou. — Nós... conversamos.

Passei os dedos no cabelo, nervoso.

Conversaram. Conversaram sobre o quê?

Ele deu de ombros.

— Sobre você... como você é um garotinho ingênuo e sonhador, como pode facilmente se apaixonar e que eles não querem que eu iluda você, ou parta seu coração, mesmo eu parecendo ser um garoto tão legal...

O encarei boquiaberto.

— Até parece que eu faria uma coisa dessas — ele comentou com um sorriso maldoso.

Ri soprado, sem um pingo de bom humor. Isso era a cara deles. Malditos amigos superprotetores.

— E até parece que eu deixaria — retruquei irritado.

Baekhyun fingiu indignação.

— Ah... isso é um desafio, Park Chanyeol? — ele ergueu o corpo, ficando de quatro no colchão.

— O-O que...

— Isso é, absolutamente, um desafio — falou, saindo da cama.

Encarei sem reação enquanto Baekhyun se aproximava como um tigre. Ele sorria diabolicamente quando empurrou a cadeira de rodinhas em que eu estava sentado contra a parede e se sentou no meu colo, com uma perna de cada lado. Ergueu meu queixo com a ponta dos dedos e me olhou nos olhos. Estava com o rosto tão próximo do meu, que respirávamos o mesmo ar.

— O que foi, gatinho? Assustado? — ele ronronou. — Não deveria me desafiar se não estiver pronto pra jogar comigo.

Fiquei paralisado, mas não era como se eu perdesse meus sentidos, como quando aconteceu quando Jongin tentou me beijar. Todos os meus sentidos pareciam mil vezes mais aguçados. Eu sentia tudo: a respiração acelerada de Baekhyun batendo contra o meu rosto, seus dedos roçando meu pescoço e queixo, sua outra mão apoiada no meu ombro, e seu leve peso em cima das minhas pernas. E, principalmente, seu calor.

Minhas mãos foram até sua cintura praticamente sozinhas. Apertei de leve sua pele coberta pela camiseta preta. Ele era firme e macio ao mesmo tempo.

— Você quer que eu te beije, Chanyeol? — ele deslizou a mão pelo meu pescoço, até o meu tórax. — Ou quer me beijar?

Lambi meus lábios em desejo. Eu queria os dois: ser beijado e beijá-lo. Não importava a ordem. Me inclinei na sua direção, mas meus lábios encontraram a pele da sua mandíbula. Ele riu baixo e rouco.

— Que atrevido — falou rente ao meu ouvido. — Eu gosto.

Sua mão que estava no meu peito deslizou pra baixo até o cós da minha bermuda. Senti um arrepio percorrer minha coluna e meu baixo ventre. Baekhyun mordeu o lóbulo da minha orelha ao mesmo tempo em que deslizou com a mão por cima da minha virilha. Ofeguei e apertei sua cintura, o puxando pra perto.

— Ba-Baek... — sussurrei..

— Ah, Chanyeol, você é tão sensível, tão... inocente. Eu quero tomar sua inocência e quebrá-la em mil pedaços — ele murmurou.

Então se afastou e me fitou com os olhos negros e faiscantes.

— Mas agora eu não posso — disse com as sobrancelhas franzidas.

E se levantou. Senti frio sem seu corpo sobre o meu. O encarei ofegante. Ele se sentou na minha cama, de frente pra mim e, sorrindo malicioso, agarrou uma almofada e a jogou na minha direção. A peguei por reflexo

— O que está fazendo? — perguntei indignado.

Ele se inclinou pra trás, pegando o livro que estivera segurando e encarou para a minha bermuda. Olhei pra baixo, vendo um volume se formar visivelmente. Meu rosto queimou de constrangimento.

A porta do meu quarto se abriu de repente e eu baixei a almofada no meu colo com tamanha rapidez que até doeu. Encarei meu pai sorridente.

— Oi, filho, fez o almoço? — ele perguntou animado.

Franzi as sobrancelhas e olhei para Baekhyun, que abriu o sorriso fofo que usava para disfarçar o maldito pervertido que ele era.

— Ah, na verdade eu comprei comida no restaurante aqui perto — falei com convicção. — O Baekhyun e eu já comemos.

Meu pai notou Baekhyun e foi cumprimentá-lo. Encarei os dois trocando palavras gentis e educadas, e eu só sentia irritação e uma excitação incontrolável. Minha vontade era de agarrar Baekhyun naquele momento. E, a julgar pelo jeito que me olhou, ele sabia disso.

Era bom mesmo, porque se ele queria jogar, eu jogaria com ele.

 


Notas Finais


Muahahahaaha!
Quem aí já pensava que o Baek era um Anjo da Guarda?? É meio foda, por causa da atitude dele ahuahauaahu mas enfim, como ele disse, não ia ter graça ser puro... e.e (falou a diaba, ne? Até parece xD).
E alguém chama a Ludmila, pq Chanyeol disse que É HOJE! Vamos ver no que dá e.e
Mais revelações nos próximos capítulos, pq eu adoro teias de aranha, então minhas fanfics são tipo isso '-'
Galera, vou postar uma vez por semana, pq tá foda atualizar três fanfics, e uma delas tá foda demais de escrever pq é reta final (pra quem quiser ler, tem um pouco de ChanBaek e de vários outros couples do EXO e é de máfia e ficção científica :3 > http://socialspir.it/4726738 <), então... não prometo capítulos de repente antes do previsto, mas pode sair. Também pode atrasar, pq eu sou doida e tô passando muito tempo com minha mamis, pq ela tá muito doente e eu animo ela ♡
Enfim, espero que estejam gostando, muito obrigada por lerem! Kissu! *3*


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