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História Anjo ou Fera? - Capítulo 4


Escrita por: Carine_Pereira

Notas do Autor


Vou postar até o capítulo 5 hoje, posto os outros depois... Beijos e boa leitura! 😍🍃

Capítulo 4 - Capítulo 4


Pois é, não é nada fácil arranjar amigos, ainda mais nessa altura do campeonato. Fiz todos se afastarem de mim na escola e agora tenho que arrumar amigos? Puta! É assustador mano. Sou obrigada a andar pelos corredores do colégio encarando as pessoas, na verdade escolhendo com quem eu serei legal. Merda, ser legal não é muito o meu forte, passei tanto tempo tentando ser chata e um pouco marrenta que nem sei mais como ser simpática e gentil.

Abro meu armário e guardo minha mochila, hoje é sexta e eu terei que ir para o campo de futebol por causa do jogo. Todos são obrigados a ir, então não tenho muita escolha. Meu plano de achar um amigo deu errado até agora, minhas táticas não estão funcionando. Para ser sincera parar as pessoas no corredor e pedir, quase implorando, para serem minhas amigas não é algo que eu goste de fazer, mas não sei mais o que fazer. Estou parecendo alguém desesperada! Credo!

Adam passa por mim correndo e me derruba no chão, quando volta percebe que estou com um corte no lábio inferior. Poxa ele devia ter mais cuidado não é? Eu não sou de ferro.

– Você está bem? – Ele pergunta preocupado, me ajudando a levantar.

– O que você acha babacão? – O que seria de mim sem um pouco de irritação?

– Ei, desculpa tá. Seu lábio, está sangrando, quer que eu... – Ele se interrompe.

– Que você o que? Sugue meu lábio para estancar o sangue? Não, obrigada.

– Você é muito maluca! Eu não faria isso, primeiro porque não quero te beijar e segundo que seria nojento, não gosto de sangue. - Ele fala sorrindo e isso me faz sorrir também. – Desculpa mesmo tá? Não quis te machucar.

– Tá, tudo bem! Você estava correndo e... – Eu pego um lenço umedecido do meu armário e o passo na ferida. – Espere ai, por que estava correndo?

– Estou atrasado e, com certeza, meu treinador vai me dar uma bronca quando chegar no campo, precisava estar lá para treinar.  Você estava indo para lá?

– Sim, na verdade eu já tinha até guardado minhas coisas.

– Ah, então eu acho que vou com você, tudo bem?

– Sim, claro, mas seu treinador não vai brigar com você?

– Já estou atrasado mesmo, mais um tempinho não fará diferença.

– Então tá! – Calma aí, desde quando eu sou assim? Eu acabei de concordar de ele vir comigo?

 Ah mas que droga!

Chegamos no campo e Adam diz que vai se trocar, eu balanço a cabeça em afirmativa e ele se afasta. Subo as arquibancadas e me sento em uma fileira sozinha. Olho ao redor, as pessoas já começam a chegar e a se sentarem nos lugares perto do campo, devo admitir que são bons lugares porque tem uma boa visão dos atletas, mas quanto mais alto melhor para ver o campo e consequentemente o jogo. Ta bom, eu meio que quero assistir isso. 

Uma menina do segundo ano se senta ao meu lado e começa a puxar assunto comigo, dizendo exatamente o que eu acho, que os lugares onde estamos são os melhores, eu concordo com ela e ela continua a falar. Ela diz que acha o Tolby uma gracinha e que gostaria de conhecê-lo melhor, mas acha que não tem chances. Olho para ela um pouco impressionada, ela não é o tipo de pessoa que eu chamo de feia ou tímida, ela pode muito bem ir até ele e chamá-lo para sair.

– Você sabe que pode convidá-lo pra sair, não é? – Pergunto a menina ao meu lado.

– Não! Você está doida? De jeito nenhum.

– Ué, por que não? Você é bonita e autoconfiança não faz mal a ninguém. – Digo apenas a verdade, não sou muito boa de conselhos, mas acho que ela consegue. Do jeito dela.

– Você acha que é uma boa ideia? – Ela me pergunta desconfiada.

– Sim, acho que dará certo.

– Então tá! Obrigada. A propósito, eu me chamo Lila.

– Me chamo Valerie, prazer em conhecê-la. – Digo apertando sua mão.

– O prazer e todo meu. – Ela diz sorrindo, sorrio também.

O jogo começa e logo a bola é passada para Adam, que acerta a mesma na rede do gol. Todos gritam uhu's e e's enquanto eu me distraio com Lila que grita coisas sem sentido como : “Vocês sabem o que a mamãe aqui gosta”, “Isso, bola! Gol! Uhul!”. Bem, eu a achei legal, mas não bate bem da cabeça, não que eu descrimine isso, nada a ver. Ela meio que tem uns parafusos a menos. Ainda assim eu rio dela, pela forma como todos olham enquanto ela grita. Eles não a olham como se fosse doida, só por diversão mesmo. Eles sorriem assim como eu. 

                                                                   ***

O jogo termina com o time da nossa escola vencedor, ganhamos de três a um para o colégio rival. Todos estão felizes, inclusive eu! Me diverti muito com Lila e suas palhaçadas. Nesse momento estamos indo ao refeitório para o almoço e é claro Lila está me arrastando, até parece que ela é minha... 

– Lila espera, você está grudada comigo por quê?

– Bem, eu não tenho muitos amigos e achei que você poderia ser minha amiga. – Ela diz encabulada.

– Você tem certeza? Eu sou conhecida por não ter amigo nenhum e também por fazer besteiras na escola.

– É eu sei, foi você quem pintou o banheiro de preto e escreveu aquela frase de branco, né? – Ela pergunta já constatando o que ela sabia.

– Sim, fui eu! – Digo rindo e ela me acompanha na risada.

– Olha, eu gostei de você desde que descobri isso, então sim, tenho certeza. – Ela me puxa pelo braço em direção a comida.

Hoje é macarrão com linguiça, então eu vou comer aqui, no resto da semana eu não comi porque teve peixe, lula, nhoque e frango. Eu gosto de frango, mas estou enjoada porque só tem isso lá em casa, além de lasanha, mas lasanha eu não me enjoo. 

Depois de almoçarmos e conversarmos fomos cada uma para a sua casa, ela me deu seu número de telefone e eu lhe entreguei o meu. Descobri várias coisas em comum com ela. Ela também gosta de kpop, gosta de esquiar, gosta de ficar em casa assistindo a séries na Netflix, gosta de sorvete de flocos, gosta de ler e de correr na praia de manha, gosta de ver o pôr do sol do alto da montanha e disse que faz isso todo domingo a tarde. Eu faço isso aos sábados. 

Ao chegar em casa sou recebida por minha família toda reunida na sala de estar, mas eles não estão sozinhos. Há um homem bem-vestido, de terno, na verdade. Ele está com uma prancheta e uma pasta.

– O que está acontecendo aqui? – Pergunto claramente não entendendo nada.

– Bem, como a Caitlyn me disse que você está tendo problemas na escola, quer dizer, está causando cada um deles, eu contratei um psicólogo particular para te avaliar. Não quero que se meta em problemas outra vez ou que seja expulsa do colégio. – Meu pai diz enquanto eu guardo minhas chaves na mochila e me sento no sofá.

– Caitlyn me deu uma opção, eu arrumo amigos ou o terapeuta, acontece que eu arrumei uma amiga, então já pode mandá-lo embora. – Digo olhando para o cara a minha frente.

– Caitlyn você deu essa opção a ela? – Meu pai se vira para a minha madrasta.

– Sim, afinal de contas ela precisa de amigos e eles irão ajudá-la a não se meter nessas enrascadas. – Ela diz piscando para mim.

– Acontece que amigos só a levariam para o mal caminho.

– E você não acha que ela já está nesse caminho? – Dá para ver claramente que ela está irritada.

– Ei eu ainda estou aqui assim como o seu psicólogo contratado. Olha pai, eu não preciso disso, tenho uma amiga agora. – Digo me levantando.

– Acontece que quem decide se está tudo bem aqui sou eu, você vai ter suas sessões de terapia sim!

– Pai isso não é justo, não sou mais criança, vou ficar bem sem ele. – Digo apontando para o homem que olha desconfortável para mim.

– Sem discussões Valerie. Eu já me decidi. – Ele se levanta e diz. – As sessões começa na segunda, você ficara com ele todos os dias por uma hora.

– Até nos fins de semana? – Pergunta Tonny, que parece também não gostar da ideia.

– Sim! – Meu pai dize sai da sala.

Sempre que há uma discussão ele se retira o mais rápido possível e se enfia em seu escritório e é exatamente o que ele faz agora. O psicólogo, desconfortável, se levanta e agradece por tê-lo contratado. Minha madrasta o leva até a porta e eu os escuto conversando.

– Sinto muito por isso Senhor Nolan. Meu marido quando coloca uma coisa na cabeça é difícil alguém convencê-lo do contrário. – Ela diz.

– Ah, que isso. Está tudo bem. Eu percebi que a sua filha realmente precisa de ajuda, não só pelo que você me contaram, mas também pela sua forma de agir hoje.

– É, ela é um pouco complicada, mas acho que o senhor conseguirá ajudá-la, não é?

– Claro! Já enfrentei pessoas piores que ela. Devo dizer que ela é um pouco mimada. – Ele diz e eu me emputeço.

Como assim eu sou mimada?

– Pode ser... Faremos de tudo para o comportamento dela em casa mudar. – Caitlyn diz.
– Tudo bem, devo ir-me. Várias ocupações.

– Sim, claro! Até mais Senhor Nolan.

– Até mais, Senhora Twie. – Ele fala e vai embora.

Minha madrasta fecha a porta e vai até a sala, onde eu estou e diz :

– Eu sei que você ouviu tudo e nem adianta dizer que não... Agora, você tem que saber que isso não foi culpa minha!

– Como não? Você disse a meu pai sobre os problemas da escola, ele está furioso como, tenho certeza. – Digo me sentando novamente, porém agora estou ao lado do meu meio irmão.

– Não foi culpa dela. Papai recebeu uma chamada duas horas antes de você chegar e era o diretor do teu colégio, e foi quando ele soube que havia problemas com relação a você, mas ele só soube do que se tratava quando perguntou a minha mãe. – Tonny diz.

– Ele não é seu pai! – Grito e me levanto.

– Depois de tudo o que falei você só processou isso? Esse cara tem razão, você é muito mimada! – Ele diz e sai da sala, assim como eu que grito :

– Eu não sou mimada!

Entro em meu quarto e bato a porta o mais forte que posso, pego meu celular na mochila e penso em ligar para a Lila, mas então penso novamente e decido não o fazer. Deito em minha cama e escondo meu rosto em meu travesseiro. O que meu pai fez não é justo, tá certo que eu apronto demais, mas isso já é passar dos limites. 

                                                                           ***

Mais tarde naquele mesmo dia eu recebo uma ligação, mas eu não atendo, o número é desconhecido. O problema é que esse ser não identificado é muito irritante porque ele insiste em ligar várias e várias vezes na esperança de que eu atenda. Não farei isso... Eu arrumo minha estante de livros pela milésima vez apenas para ter algo para fazer, enquanto o meu celular toca insistentemente. 

Chega, vou atender essa porra!

– Alô.

– Oi Val, sou eu Adam! – Uma voz um pouco grossa fala do outro lado da linha.

Tinha que ser ele não é? Só para encher mais o meu saco.

– O que você quer? – Pergunto claramente irritada.

– Eu só queria saber sobre amanha, você não esclareceu onde e a que horas nós faremos o trabalho. – Ele diz casualmente.

– Ah, pode ser na Biblioteca Claro Enigma? Não é um bom momento para vir a minha casa. – Digo pressionando meu polegar e o dedo indicador na curva do nariz.

– Tá bom, estarei lá, pode ser ás dez da manhã? Tenho coisas para organizar.

– Claro! Quanto mais rápido fizermos o trabalho mais tempo você terá. – Digo e me sento na cama analisando minha estante organizada por ordem alfabética.

– Ok, te vejo amanha então, tchau Val.

– É Valerie.

– Que seja!

Desligo o celular sorrindo, ele é ridículo, sabe que eu não gosto que ele me chame de Val e mesmo assim continua o fazendo.


Notas Finais


Como está a história?


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