História Anjo Suicida - O demônio me chamou?

20 de Julho - 23:14

Olá novamente. Olhe, a partir de agora a minha história piora. Se quiser, prossiga com a leitura. Mas, eu exijo segredo. Não, minha vida não vai melhorar do dia pra noite, então eu simplesmente quero que essa história fique entre a gente.

Agora, vamos começar.

☆ 11:17 - Sábado ☆

Ontem, era uma comum sexta feira 13. Eu particularmente nunca acreditei nessas lendas que me falavam sobre sexta 13.  Mas vou te contar sobre minha noite.

Ontem, eram umas 3:22, quando eu resolvi ir dormir. O que eu estava fazendo em plena madrugada? Chorando. Chorando de dor.

Semana passada, eu resolvi abrir uma caixa de fotos antigas e achei umas que realmente me doeram. Era uma foto simples em família.
Estava mamãe na ponta esquerda, eu com uns 7 anos, Millenne ao meu lado, me fazia chifrinhos com os dedos e o papai fazia uma pose desengonçada. Peguei a foto e a apertei contra o peito deixando uma lágrima cair rápido sobre minha bochecha magra. Eu resolvi colocar a fotografia em um belo porta retrato e por ao lado da minha cama.
Imaginei um pensamento tolo. Que assim, sempre que acordasse todos os dias pra desligar o despertador e ir pra escola,  sentiria minha mãe ali, comigo.

Eu poderia imaginar como ela sempre me acordava. Ela abria a porta, ligava a luz branca e forte do meu quarto, abria as janelas e dobrava minhas cobertas. Eu odiava isso, mas eu preferia acordar pensando nisso.

Sempre quando eu levantava, papai estava na cozinha fazendo panquecas americanas, que sempre foi meu café da manhã predileto e que ele fazia com amor e sabedoria.

Mas voltando a realidade. Eu chorava oceanos olhando aquela foto ao meu lado.
Eu achei aquela foto importante e acabei mandando a foto por mensagem para Millenne, acabei recebendo uma resposta ridícula:

Millenne 💔: Noça kem çâo eçás?

Eu suspirei e resolvi nem responder, a resposta era óbvia: Millenne estava bêbada.

No mesmo instante, resolvi dormir.

Já de manhã, acordei toda inchada e marcada. Estava disposta a chamar alguém pra passar o dia na piscina aqui de casa, fazia calor aqui em Curitiba ( E vamos combinar que, se você é informada, é morador ( a ) daqui ou assiste jornal da tv, sabe que aqui calor e sol são coisas raras por aqui ). Eu não tinha idéia sobre a quem chamar... Olhei pelo meu whatsapp e vi que todos os meus colegas que trocavam umas palavrinhas comigo estavam of e novamente eu ficaria sozinha.

Coloquei um biquíni que tinha ganhado da minha madrinha, antes dela se mudar pra Toronto.  Peguei uns picolés do freezer e deixei em um refrigerador perto da piscina, empurrei o som pro lado de fora e liguei em um volume altíssimo.

Dei um pulo na piscina e fui até o fundo, mas tinha um porém, eu não sabia nadar e acabei me afogando.

Eu, me rebatendo, fui indo para a lateral da piscina onde consegui segurar na escada que saía da área. E me salvei.

Eu me senti com uma outra vida. A campainha tocava desesperadamente e eu saí tremendo para atender. Coloquei meu roupão e atendi a porta.

Era uma mulher com cabelos loiros e alta, me lembrava papai. Ela começou a falar meio tímida:

- Oi América...  Sei que não deve saber quem eu sou, mas eu te conheço...  Vim te chamar pra passar uns dias comigo, ou eu aqui...

- Quem é você?

Falei com voz baixa prestando atenção nos detalhes daquela linda mulher.

- Eu sou... - Ela ficou quieta por um tempo - Posso entrar?

- Pode...

Ela entrou e olhou a casa, e acabou se sentando no sofá.

- Então, quem é você? - eu disse.

[...]