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História Anjos de Areia - Sakura: Medidas Desesperadas


Escrita por: akanesayo e Rosetta01

Notas do Autor


Oi gente! Depois de um mês fora advinhem quem voltou?
Pois é, eu voltei com muitas ideias para a fic e um capítulo novo! (Palmas)
Gostariamos de agradecer os comentários e favoritos do último capítulo! Yay!!!!
Sem mais delongas, vejo a todos nas notas finais...

Capítulo 24 - Sakura: Medidas Desesperadas


Fanfic / Fanfiction Anjos de Areia - Sakura: Medidas Desesperadas

“A empregada gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas atividades em local salubre.”- Art.394-A, C.L.T, Brasil, 2016

 

A primeira coisa que vejo ao abrir os olhos é o branco. O branco imaculado, ofuscante e azedo do teto da enfermaria da Sede da Missão da ONU.

 Como que por instinto, passo a mão no espaço ao meu lado no leito e me levanto sobressaltada ao descobrir apenas a grade de plástico duro daquela cama de hospital.

Tremo levemente ao pensar no pior, ao pensar que Ele não está mais aqui comigo, que não mais verei seus olhos negros e seu sorriso torto quando me vê. E, quando tudo parece perdido, eu me lembro de respirar e de me virar, somente para encontra-lo dormindo calmamente no leito ao lado, envolto pela mesmíssima cortina plástica azul que envolve os pares de leitos da enfermaria.

Com cuidado, me esgueiro para fora da cama, meus pés descalços palmilham o granito frio do chão antes que encontre o par de chinelos atoalhados que os médicos trouxeram para mim. Caminho o quão rápido meu corpo permite, como se o chão fosse feito de lava ao invés de pedra, e me enfio com cuidado debaixo das cobertas, junto dele.

Sasuke passa um braço ao redor de meus ombros e suspira preguiçosamente junto ao meu ouvido.

- Oi...- Sua voz é arrastada; provavelmente ainda sente algumas dores do braço que iestava quebrado, entretanto, eu sei como ele jamais admitiria tal fato.

- Ei...- Eu respondo e me aninho do jeito que posso em seu peito; quer dizer, do jeito que minha barriga enorme de grávida permite.- Como você está?

Ele apanha o controle da pequena televisão sobre a mesinha na frente da cama e a liga.

- Não muito melhor que você eu acho...- Resmunga enquanto passa despreocupadamente os canais.

Entretanto, ambos congelamos quando nos deparamos com a manchete principal no canal de notícias: Estavam falando sobre nós, as Cinco Serpentes, mais especificamente, sobre o nosso retorno a esse inferno que é a Guerra do País do Fogo.

Uau! Havia até mesmo um especialista em Política Internacional discutindo sobre o nosso retorno na televisão. Em um canto da imagem, mostravam vídeos amadores realizados por espectadores de nossas missões.

Não vou me dizer que me orgulho de fazer o que fiz; assim como não vou dizer que me arrependo de minhas atitudes, porque na guerra, a última coisa que se espera de um soldado é agir com razão no meio do frenezzi, e é nessas horas em que você agradece por poder se esconder atrás de uma máscara, meu amigo, tenha certeza disso.

- Merda!- Sasuke bufou ao meu lado ao reconhecer uma paisagem familiar no cenário atrás do correspondente.- Os repórteres já estão aqui...Vai ser difícil fazermos qualquer coisa sem chamar a atenção deles.

Sim, ele estava certo, e os mais prejudicados com isso não seríamos nós, mas sim Itachi e Hinata, que precisavam urgentemente da nossa ajuda.

- Por favor, me diz que vocês conseguiram infiltrar as armas no Q.G. da Akatsuki.

Sasuke sorriu torto, matreiro, quase como uma criança arteira que é pega no flagra. Ele não precisava dizer mais nada; apenas suspirei aliviada e voltei a me aninhar junto a ele.

- Acho que você já sabe a resposta para isso, Coração.

Nesse instante, a cortina é aberta e eu me levanto de súbito. Apesar de termos a enfermaria somente para nós, eles não gostavam muito que nós invadíssemos a cama um do outro enquanto estivéssemos em recuperação.

Apesar de não ligar para as broncas que os médicos estrangeiros gostavam de nos passar, e também dos puxões de orelha que Thays me dava de vez em quando, por alguma razão acabei suspirando aliviada quando a cabeleira loura de Naruto emergiu do outro lado do plástico azul.

- Bom dia, pessoal!- Seu tom de voz era alegre, entretanto, eu bem sei que por dentro, a Quarta Serpente está tão ou mais destruída do que qualquer um de nós. Todavia, eu também tenho consciência de que um dos maiores talentos de Uzumaki Naruto é “fingir que não...

Lancei-lhe um olhar compreensivo, ele não precisa carregar esse fardo sozinho.

- Vai ficar tudo bem, Naruto...Nós vamos trazê-los de volta.- Digo e vejo sua expressão ficar extremamente sombria por um instante. A Serpente Dourada cerra os punhos com força e desvia o olhar.

- Desculpe, pessoal, mas não posso pedir isso para vocês.- Diz.- A Sakura-chan está grávida e...

Neste instante algo se mexe dentro de mim, fazendo com que me levante do leito em um pulo. Lava corre em minhas veias.

- Você tem um filho recém-nascido, Naruto. Itachi tem uma esposa e Boruto tem uma mãe...- Meus punhos estavam tão fortemente cerrados que as juntas de meus dedos estavam pálidas. – E sinceramente, se meu filho tiver de nascer no meio de um campo de batalha para trazê-los de volta, então que seja. Estou disposta a pagar o preço.

Senti o protesto de Sasuke atrás de mim, mas apenas segurei com força sua mão por debaixo do lençol. Seus olhos cor de ônix me olhavam com um misto de incredulidade e reprovação, mas ao contrário do que quer que seja que ele esteja pensando, não preciso de sua permissão para tomar uma decisão como essa.

- Sakura...- Meu marido murmura, ainda segurando firmemente minha mão sob o tecido.

Entretanto, não é em convencê-lo com que preciso me preocupar, mas sim com Naruto, cuja reação me parece cada vez mais imprevisível a cada segundo em que sustento seu olhar intenso e o brilho inconformado de suas orbes cor de safira apenas confirma a minha necessidade de me manter firme em minhas conclusões.

- Sabe que eu tenho razão, Naruto.- Eu disse, dando um passo em direção ao loiro à minha frente. Eu sou como minha serpente, estou sempre pronta a dar o bote, e nem ele e nem ninguém pode tirar esse instinto de mim.- E se por acaso estiver pensando em tentar lidar com isso sozinho, então saiba que somente por cima do meu cadáver vou deixar que cometa o mesmo erro que eu, que nós cometemos anos atrás...- Lancei um olhar para Sasuke, e ele finalmente pareceu entender o meu ponto.- As Cinco Serpentes são um grupo, meu amigo, estamos unidos por muita coisa: sangue, destino, amor, pecados...E é assim que vamos, que devemos seguir. Então pare de hesitar e vamos começar a colocar nossa estratégia em prática.

Vi os ombros da Quarta Serpente se contraírem levemente e uma lágrima discreta se formar nos cantos de seus olhos.

- Eu sei que a Hinata e o Itachi são muito importantes para todos nós, Sakura. E por mais que tente negar, eu sei que essa vida que você carrega dentro da sua barriga também é o seu tesouro mais precioso; tanto quanto Boruto e Hinata são para mim e Itachi para Izumi. Então, em nome disso eu te peço, ao menos espere essa criança nascer, deixe que Sasuke a segure nos braços, se permita descobrir o milagre que é ser mãe, ou pai, no caso do Teme...Depois teremos nossa guerra.- Ele disse, me fazendo deslizar inconscientemente as mãos por sobre a barriga enorme e Sasuke passar seus braços ao meu redor em silêncio, unindo suas mãos as minhas bem na altura no meu umbigo.

Cerrei meus punhos. Meus amigos, irmãos, companheiros de combate e, acima de tudo, família, não serão abandonados por uma questão minha. Nem que seja uma gravidez avançada. Eu me recuso a deixar alguém para trás.

- Não temos todo esse tempo, Naruto! O que você acha que vai acontecer com eles, hein? Na melhor das hipóteses, eles serão escravizados! Que tal isso?!-Explodi.- Por acaso já se esqueceu daquela frase?

E naquele momento, o bebê chutou. Meu coração palpitou por um instante, me lembrando de como tudo aquilo era real. Meus olhos encontraram os do meu marido e ele sorriu torto.

-“Aqueles que não cumprem ordens são lixo...Mas aqueles que deixam seus companheiros para trás são piores do que lixo!”- Recitei, colocando a mão em seu ombro tenso. Entretanto, ele a afastou como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa.

- Por favor, não me assombre com as palavras de um fantasma, Sakura!- Sua cabeça estava baixa naquele momento, e quando ele ergueu finalmente o queixo para me encarar, seus olhos encontraram os meus, revelando o fogo azul que ardia naquelas irises de safira.- Não me torture!

Foi a minha vez de cerrar os punhos.

- Não ouse reduzir a memória de Iruka a um mero fantasma, Uzumaki Naruto! Sabe muito bem que o que aquele homem fez por nós quando ainda éramos meras crianças ninguém teria feito! Então, diga o que quiser, mas não corrompa as lembranças dele chamando-o dessa forma!

Naruto, meu amigo, meu irmão, ainda estava preso à nossa antiga vida pacífica e não o culpo por não querer deixá-la totalmente para trás mesmo agora. Entretanto, as coisas mudaram, nossa família está em risco, nosso novo país está em risco e pessoas inocentes não podem ser prejudicadas pela nossa recusa em aceitar nossa nova situação.

E se para salvar todas essas vidas, ele tiver que queimar por dentro como todos nós queimávamos antigamente, então serei eu quem vai atira-lo na fogueira. Por mais cruel que isso possa parecer, creio que a crueldade seja a única saída agora.

- Te torturar?!- Eu estava pouco me lixando se estava gritando ou não.- Só estou te lembrando de quem você realmente é, Quarta Serpente! Se quiser mesmo salvar Hinata e Itachi, precisa colocar logo os pés no chão.

Nem percebi quando lágrimas começaram a correr por meus olhos. Havia apenas a fúria de um soldado, de minha serpente interior, escuridão e caos.

- Sakura...- Sasuke me segurava pelos ombros, me impedindo de fazer o que quer que fosse que a Temida Terceira Serpente estivesse disposta a fazer com um Naruto completamente rendido, já de joelhos no chão.

Meu marido sabe que até mesmo ele não deve ficar no meu caminho quando perco o controle sobre mim mesma desse jeito. Entretanto, quando veio a dor terrível em minha barriga e quando senti algo quente e molhado escorrer por entre as minhas pernas; tudo o que pude fazer foi buscar o refúgio morno de seus braços e deslizar para a escuridão que tomava conta de meus olhos.

                                                  ________________________________

Algumas horas depois...

 

Em um prado florido que não me é familiar, alguém acaricia meus cabelos com suavidade. Ouço risadas ao longe e o perfume das flores do campo preenche o ar. Na utopia confortável daquele sonho, meus pais me envolvem em um abraço caloroso,  enquanto meu marido me estende a mão, me convidando a voltar para casa.

É uma pena que tudo isso não passe de um sonho...”

Abro meus olhos devagar e sou confrontada pelo mesmo branco do teto. Alguém segura minha mão direita com firmeza nesse momento e ao longe uma voz feminina despeja palavras que eu não me esforço para entender.

Todo o meu corpo parece feito de chumbo; é a pontada de dor no meu baixo ventre que me faz querer levantar, mas Sasuke aparece no meu campo de visão  e segura meus ombros, mantendo-me presa ao colchão.

- Sasuke...O que...- Minha voz sai em não mais que um fio quase ininteligível.

Ele parece falar alguma coisa, mas tudo parece em câmera lenta demais para que eu consiga entender qualquer coisa. Franzo o cenho; de repente, parece que algo está faltando, que uma coisa está fora do lugar e só então me dou conta do que é: meu bebê.

Thays aparece na minha frente e me ajuda a me erguer devagar. O mundo volta à velocidade normal com um baque e a dissonância dos sons naquele ambiente de Tratamento Intensivo me faz quase rosnar de irritação.

- Meu bebê...Onde está o meu bebê?- Minha mão vai de encontro ao meu ventre e só então noto que não estou mais grávida, confirmando a hipótese que eu vinha tentando derrubar até aquele momento.

Uma onda de desespero toma conta de mim e Sasuke apenas segura minha mão com força. Apertando-a contra a própria bochecha, encharcando-a com lágrimas que me passaram despercebidas antes.

Cravei meus olhar no dele, como a âncora de um navio se agarra à areia no fundo do mar.

- Sakura, você precisa ficar calma.- Ele diz apenas.- Vai ficar tudo bem.

E a fúria  cresce em mim outra vez.

- Onde está o nosso filho, Sasuke?- Eu rosno como uma leoa.- O que fizeram com ele?

Nesse momento, Thays aparece novamente. Ela abre a boca para falar, mas a fulmino de tal forma com o olhar que meu marido faz sinal para ela permanecer calada e a enfermeira apenas assente, voltando a desaparecer atrás das costas dele.

Sasuke toma fôlego e minha atenção se volta toda para ele outra vez.

- Sakura, depois da briga você desmaiou e seu corpo entrou em trabalho de parto antes da hora. Os médicos tentaram reverter a situação, mas era tarde de mais. Foi feito um parto de emergência e eles conseguiram salvar o bebê. Ela nasceu saudável na medida do possível, mas por ter nascido de sete meses, foi para a incubadora e ainda inspira cuidados. – Suspirei um pouco aliviada.- Podemos visita-la mais tarde quando você puder ficar de pé.

 “Obrigada, meu Deus!” O singelo agradecimento foi tudo o que consegui pensar quando puxei meu marido para um abraço apertado de urso.

Serpente, leoa, ursa, daqui a pouco vou virar um zoológico ambulante...” Sorri boamente com o pensamento e Sasuke ergueu uma sobrancelha em estranheza.

- Bom, acho que temos outra tarefa agora. – Eu disse e ele me olhou confuso.- Temos um nome para escolher, certo?

Sasuke sorriu torto.

- Hm...Acho que já tenho uma ideia...


Notas Finais


Bom pessoal, é isso por hoje...
Mas e agora? Será que o Naruto vai se juntar à luta? Será que a filhinha da Saky vai sobreviver depois de nascer prematura? Queremos saber suas teorias...
Por favor não deixem de comentar, ok?
bjks e até o próximo...


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