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História Anjos Solitários - Wincest - Início da culpa


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,


Segue mais um capítulo cheio de emoções.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura !!!

Capítulo 18 - Início da culpa


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - Início da culpa

 

Ludovico foi surpreendido pela perda de contato com Dean, ao contrário do que vinha mantendo, desde que se separaram no aeroporto, quando ficou em alerta para qualquer alteração nos sentimentos dele. Todas as emoções e sentidos de Dean estavam tristes e deprimidas ao extremo, e não mais que de repente, ficaram inexplicavelmente em silêncio, e não sentia nem mesmo um sinal dele que fosse. Ludovico sabia que os sentimentos melancólicos eram derivados do possível enfrentamento com Sam, ao qual Dean se propôs indo de encontro a ele, mas o diferencial era o silêncio total vindo dele, de um minuto para o outro, e assim Ludovico se preocupou mais até do que quando ele estava em perigo nas mãos de Samuel, pois esse total silêncio, podia significar morte para o vampiro, ainda mais do jeito que ele estava fraco, sem se alimentar há muito tempo, tornando esse risco real.

Ludovico que tinha acabado de tomar banho, se arrumou rapidamente e tentou localizar Dean por seu cheiro, já que não o sentia mais, também não conseguiu nem um rastro, e por sorte, acionou o GPS do celular dele, que estava ligado, e assim seguiu para o local, precisando ir de carro com motorista, pois estava com receio do que iria encontrar, com o coração apertado, sofrendo com a possibilidade  de Dean estar morto, e era melhor não se transformar e seguir como se fosse um humano, caso tivesse que tomar algumas decisões, ou mesmo, sofrer a dor da perda, pois sabia que se Dean estivesse morto, ele mesmo tinha acabado com a própria vida, já que em momento algum o sentiu em perigo ou sob ameaça.

Ludovico seguiu pela trajetória indicada pelo GPS, com choro contido na garganta, se aproximou devagar do ponto onde o sinal do GPS piscava,  viu diversas pessoas do lado de fora de um cordão de isolamento feito por policiais, com suas viaturas estacionadas ao lado da estrada, viu ambulâncias e um carro do corpo de bombeiros no local, e até alguns repórteres com suas câmeras apontadas para dentro do cordão de isolamento, olhou todo aquele aparato, sentiu um frio na barriga, só podia significar que Dean estava muito envolvido, seja lá, no que fosse aquilo em sua frente.

Saiu do carro, sôfrego, muito nervoso, com as pernas fraquejando, correu até onde o isolamento começava, e perguntou à algumas pessoas que estavam ali, do que se tratava, sendo informado que era um grave acidente de carro. Ludovico de desesperou, como poucas vezes em sua vida, e rompeu o cordão sem pensar em nada e correu até o carro virado de lado de Dean, onde os bombeiros tentavam abrir as ferragens com imenso alicate hidráulico.

Ludovico foi segurado por policiais que tentavam o expulsar do lugar. Pensou em reagir da pior maneira possível, se transformar, lutar com todos e arrancar Dean dali e sumir com ele, mas pensou melhor numa fração de segundo, em que talvez já tivesse vazado a informação pela imprensa de que era Dean Fatinelli, o acidentado, e, se o vissem transformado, certamente ele não teria mais nenhum futuro se passando por ser humano, e isso iria prejudicar toda a sua família também, que poderiam ser perseguidos e caçados, se os associassem a um enorme vampiro, resgatando Dean ou o seu corpo de um acidente, assim somente perguntou, a um grupo de policiais que estavam a seu redor, tentando conter seu avanço, de forma bem hesitante e temeroso da resposta.

Ludovico: Tem alguém ali ? Esse carro é do meu neto. (Disse para os policiais que tentavam segurá-lo, e assim que informou isso, foi solto).

Policial: Senhor, estamos tentando resgatá-lo das ferragens, o identificamos como o famoso comerciante e empresário de artes Dean Fatinelli, confere ?

Ludovico: (Colocou a mão na boca muito nervoso, mas se contendo)...Sim, é ele mesmo, mas como ele está....ele está vivo ?

Policial: Sim, mas está muito ferido e inconsciente, parece que tem múltiplas fraturas pelo corpo e um traumatismo craniano bem acentuado, segundo os socorristas do bombeiros. Estamos tentando retirá-lo das ferragens, pois suas duas pernas estão presas. Tudo indica que foi um capotamento. Infelizmente, o senhor terá que ficar para o acompanhar, não se preocupe estamos tentando manter a impressa longe dele, eles que o identificaram para nós, mas não permitimos fotos e nem nada, senhor, estamos cuidando de tudo.

Ludovico somente concordou com a cabeça, preocupado, mas aliviado, sabia que seria questão de tempo para ele se recuperar, apesar de ser solidário com a dor física que ele iria sentir, com certeza. Somente se alegrou minimamente, por ele estar inconsciente sem sentir nada, e por isso não o tinha localizado, além dele estar muito fraco e ferido, como era o caso mesmo. O quadro do acidente afastou o seu pavor de ter que ver seu amado neto morto, como tinha visto Benedict, e jamais se esquecera.

Lentamente, Ludovico se aproximou do carro, sem atrapalhar o trabalho dos humanos, via claramente Dean sentado no banco do motorista preso pelo cinto de segurança, mas com vários médicos em volta dele, com um colchão de ar, para lhe dar apoio e não permitir que tivesse contato com o chão, já que o carro estava virado com o lado do motorista encostado no asfalto, e, ainda tinha um colete cervical em seu pescoço e um curativo enorme na cabeça, com faixas que tentavam conter o sangramento externo.

Notadamente Dean estava sendo bem atendido pelos humanos, Ludovico ficou mais calmo ainda, com essa certeza, e esperou, após liberar o motorista, explicando ao mesmo tudo que tinha acontecido a Dean. Ficou atento a todo o trabalho dos socorristas e policiais, até conseguirem liberar Dean do carro destruído, que foi, rapidamente, colocado em uma maca e seguiu para ambulância, onde o chamaram para ir junto, e assim foi feito, se sentou ao lado dele, segurando em sua mão, o vendo bastante ferido, e se mantendo inconsciente por todo o trajeto até o hospital, sendo levado na mesma hora para dentro, na correria da maca adentrando ao longo corredor de emergência. Ludovico ficou na recepção, dando explicações a alguns repórteres educadamente, mesmo que no fundo quisesse acabar com todos aqueles humanos intrometidos, fez o cadastro de seu neto e sentou mais calmo na recepção para aguardar mais notícias, na certeza de que Dean estaria voltando a sua vida normal muito em breve.

 

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Na manhã do dia seguinte, Sam foi acordado por seu celular, que não parava de tocar um instante, pensou em ignorar, já que tinha dormido pouco, após chegar muito tarde da festa e ainda ficar pensando em Dean por muito tempo antes de adormecer. Acreditando que deveria ser algum de seus amigos bêbados da festa, ou mesmo Jessica, pois Dean jamais ligaria para ele depois do que tinha presenciado, deixando ser tomado por essa triste realidade em sua vida, resolveu atender.

Sam: Alô. (Voz de sono).

Bobby: Sammy, sou eu...filho, você está acordado?

Sam: (Se preocupou um pouco e tentou parecer disposto)....Sim, Bobby, tudo bem?

Bobby: Sammy, sei que você não quer falar dele....mas acho melhor você ligar a TV agora. (Bobby não conseguia se segurar, e disse tudo de uma forma atrapalhada).

Sam não entendeu direito, mas se ajeitou na pequena cama e ligou a tv pequena a sua frente, vendo algumas imagens feitas de helicóptero, de um acidente com o carro virado de lado, e desceu os olhos na tela, onde estava escrito o nome de Dean, sentiu seu coração gelar e pular dentro do peito, fixou os olhos novamente, e estava escrito que um acidente terrível tinha vitimado o importante empresário das artes Dean Fatinelli. Aumentou ao máximo a TV, já saindo da cama, e separando uma roupa para tomar um banho rápido.

Sam: Bobby, não é possível....meu Deus.....eu não posso perder ele, não agora, não desse jeito....pelo amor de Deus, Bobby, você sabe onde ele está? Qual hospital ou para onde o levaram? (Suas mãos tremiam e mal conseguia se manter em pé, se apoiando na cama, para não ir ao chão, sendo apossado de um sentimento aterrador de morte).

Bobby: Não filho, mas irei descobrir e te envio o nome do hospital....e Sam....(pausou)....ele veio aqui te procurar ontem, e eu disse que você estava no alojamento de novo....e mesmo ele sendo um vampiro, tenho que te falar, o que estão dizendo na TV, que ele está muito mal, os médicos que não sabem da condição dele, desenganaram ele essa manhã, por isso não param de repassar as imagens na TV, estão acreditando que ele irá morrer a qualquer momento.

Sam: (Passou a mão na cabeça e no rosto)....Meu Deus, isso não, por favor....por favor Deus não deixa ele morrer... (Esqueceu completamente de Bobby no celular que deixou na cama e entrou no banheiro, cambaleando com as mãos nas paredes do pequeno quarrto).

Minutos depois saiu de banho tomado e feita sua higiene, pegou seu celular, e se lembrou de Bobby, que já havia desligado, mas viu uma mensagem dele com o nome do hospital, e saiu em disparada para  ponto de taxi que tinha dentro no campus da faculdade. Rezando baixinho para que tudo não passasse de um engano, ou, que Dean fosse viver, afinal ele era tratado como imortal, mas se lembrou que os vampiros tinham fraquezas que podiam os levarem a morte, como tinha aprendido com o seu pai, caçando-os, quando os matava com estocadas em seus corações ou arrancando as cabeças.

Sam estremeceu e começou a chorar no banco de trás do taxi, pensando nisso, pois, lembrou que em momento algum foi dito na reportagem da TV quais eram os ferimentos causados pelo acidente,  onde seria plenamente plausível que alguma ferragem tivesse transpassado o coração de Dean ou o decapitado, assim podendo o levar realmente à morte, vampiro imortal ou não.

Sam se desesperou mais ainda, pensando que talvez a TV estivesse mentindo, e Dean já estivesse morto no hospital. Ficou o tempo todo relembrando os momentos maravilhosos e de amor que passaram juntos, deixando as grossas lágrimas lavarem seu rosto, querendo imensamente morrer junto com Dean, se ele realmente tivesse partido para o descanso eterno. Cada vez mais atordoado pela culpa que o consumia dentro de si, se comprometeu a dar fim a sua própria vida miserável se Dean não estivesse mais vivo. A dor seria demais, além do insuportável e sucumbiria, certamente.

 

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Noah, desligava o telefone do castelo, preocupado com o estado de saúde de Dean, e também, segundo informações de Ludovico, porque teriam que ter um plano bem traçado para retirarem ele do hospital assim que fosse possível, antes que os médicos desconfiassem de uma recuperação muito rápida, e ainda, teriam que contornar a imprensa, assim, o hídrico havia pedido ajuda para seu neto na Itália.

Sendo Ludovico também informado que os ataques aos transformados haviam cessado por parte dos caçadores, após o episódio que matou Samuel. Todos os caçadores temiam a presença dos Fatinellis, caso resolvessem ajudar seus transformados num confronto com esses. Mas por outro lado, as lutas isoladas entre as espécies estava mais acirrada, haviam notícias de baixas de todos os lados, e os transformados estavam, mais uma vez, perdendo para os demônios, pois não conseguiam matá-los sem os artefatos próprios para isso.

Ludovico se preocupou com essa questão, e imediatamente ordenou uma verdadeira produção em massa de armas especiais que pudessem matar os demônios, e ali mesmo, da recepção do hospital, agilizou todos os trâmites os ferreiros conhecidos fossem levados ao castelo, para iniciarem seus planos de produção.

Os conflitos estavam piorando dia a dia, e se expandindo para a Europa, o que facilmente poderia chegar aos arredores do castelo, e isso, Ludovico não poderia permitir, pois não queria perder mais ninguém de sua família por causa dos demônios, e se comprometeu, que assim que Dean estivesse em um lugar seguro, iria iniciar ataques diretos ao filhos de Lucifer.

Com a cabeça fervendo com esses novos problemas para resolver e com a preocupação latente com Dean, Ludovico viu Sam entrar no hospital e ir direto na recepção perguntar sobre Dean, quando cruzou seu olhar com Ludovico ali sentado elegantemente num dos sofás. Sam foi até ele e ficou em pé na sua frente, ainda sentindo raiva do hibrido pelos seus atos, mas engolindo qualquer sentimento que não o ajudasse a ver ou saber de Dean naquele momento.

Ludovico: Vejo que a notícia chegou na impressa, agora de manhã, para você estar aqui, correndo atrás do meu neto ? Que foi, cansou de brincar com o coração dele?...(Disse sorrindo sarcástico).

Sam: Sr. Fatinelli....(Respirou fundo, se controlando, limpando as lágrimas que caíam de seus olhos)....por favor, o Dean.....ele está morto ? Não minta para mim....por Deus...eu preciso saber.

Ludovico: Talvez para seu desagrado, ele não morreu. Nós não morremos em acidentes de carro, garoto humano. (Disse de forma deixar claro seu desprezo por Sam).

Sam: (Suspirou aliviado e deu um meio sorriso de felicidade).....E como ele está? (Perguntou, não querendo brigar, e com repulsa de Ludovico).

Ludovico: Acho que não darei nenhuma informação a você, pois se houvesse interesse de verdade, não faria o que fez com ele, e esse tempo todo, sem sequer procurar por ele, me diz que você não pensou nele e nem no sofrimento que estava causando a ele....você foi muito cruel com ele. Eu posso ser um monstro, mas eu jamais maltrataria uma pessoa que amo, como você fez. (Desabafou Ludovico sem saber das traições de Sam ainda).

Sam: Sr. Fatinelli, eu sei que mereço suas palavras, mas, eu lhe suplico, por favor......eu não quero brigar, nem nada....eu só quero saber como ele está e saber como isso aconteceu. (pediu muito abalado).

Ludovico: Eu não gosto nem um pouco da sua espécie, se eu pudesse mataria a todos, mas precisamos de vocês para nos alimentar, então, eu vou considerar seu pedido, porque meu pequeno ama você, apesar de você não merecer....(Encarou Sam, para testar suas reações).....Não se preocupe, ele não vai morrer, como já sabe, não morremos facilmente...mas ele está muito ferido, e como ele não estava se alimentando de sangue como deve, ele está enfraquecido....e sofreu algumas fraturas pelo corpo e traumatismo craniano......mas ele vai ficar bem......(Mudou sua postura, incomodado com o rosto sofrido de Sam)......Agora pode ir...não quero que Dean o veja aqui, e nem saiba que veio até ele.

Sam: (Ignorando estar sendo expulso dali)....E como isso aconteceu? (Queria saber detalhes do acidente, sabendo que tinha culpa do mesmo, pela tristeza que viu em Dean saindo da festa, que seguiu chorando e com certeza dirigiu assim, causando o acidente).

Ludovico: Não sei, ele está inconsciente desde do momento do acidente, eu não consigo sentir as emoções ou os pensamentos dele....(Pausou).....Agora vá embora por favor....mesmo sem saber o que houve com ele, eu sei que você é o culpado. Ninguém além de mim viu pelo que ele esteve passando, por sua culpa. Você o abandonou. E eu não quero que você faça mal a ele novamente, como vem fazendo. Se ele está nesse lugar é porque ele não tem mais vontade de viver, e tudo isso é culpa sua.

Sam: (Ouviu de cabeça baixa e começou a chorar abertamente)....Eu compreendo...eu estou aqui porque quero pedir perdão a ele...ele antes do acidente foi atrás de mim....e eu preciso falar com ele, Sr. Fatinelli, eu só te peço cinco minutos, que me permita falar com ele, quando ele estiver melhor e quando estiver acordado.

Ludovico: Sabe garoto, eu não posso te impedir de ter acesso a ele....seria ilógico e irracional de minha parte, eu não teria como evitar isso.....mas quero que entenda meu ponto de vista.....(Pausou e fitou um ponto imaginário na parede da recepção para colocar suas lembranças em palavras)......eu fui o primeiro a insistir que ele deveria viver esse amor com você, mesmo quando o arcanjo tentou impedir esse contato.....e por incrível que lhe pareça, eu sempre fui a favor, dele se libertar desse amor morto pelo meu neto Benedict, e sempre o impulsionei a ficar com você, porque via o brilho do amor verdadeiro nos olhos dele, mas agora, o que eu mais desejo é que ele nunca mais volte a se relacionar com você, se for para você fazer mal a ele.....como tem feito. Só eu vi o jeito que ele ficou, depois que você foi embora.

Ludovico viu Sam chorar mais sofrido e de cabeça baixa, o olhando poucas vezes, soluçando, envergonhado.

Ludovico: (Respirou fundo e continuou não sentindo pena de Sam).....Sabe.... Ele ainda era um menino ingênuo, com medo de tudo quando eu o conheci, não sabia nada da vida, nem mesmo da sua vida de humano....eu o vi crescer dia a dia, e se tornar esse vampiro experiente, lindo, inteligente, instruído e guerreiro....vi o amor dele com meu neto, o vi chorar com ele morto em seus braços, eu vi o olhar de desespero e abandono nele, e durante esses anos todos, eu nunca mais vi nenhum brilho em seu olhar, até te conhecer........nesses últimos meses, eu vi esse novo brilho de seus olhos se apagar dia a dia, ele está cansado de sofrer, ele quer viver, mas está exausto de lutar contra o sofrimento, ele desistiu dele mesmo, desistiu de viver sofrendo.........e tenho certeza, que por isso que ele veio parar aqui........Agora, diz para mim, humano, é justo? Ele só amou você, o único erro dele, foi amar você, e mesmo assim, você o crucificou por algo que ele não fez e por ser quem ele é, o que você sempre soube. Se você se deixou amar, e diz amá-lo também, encare a realidade, Dean é um vampiro, e não pode mudar isso, e te digo que dentre os anos de minha longa vida, eu não conheço nem vampiro e nem humano com um coração tão enorme quanto o dele....assim, se for fazê-lo sofrer mais...por favor...vá embora e não volte, tenha consciência, tenha piedade dele.

Ludovico baixou os olhos dessa vez, se levantou, ajeitou suas roupas e saiu da recepção para enxugar as lágrimas que a conversa tinha provocado em si mesmo, seguindo para a saída principal do hospital, deixando Sam sem reação, em pé no mesmo lugar, chorando copiosamente.

 

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Dean foi tratado pelos médicos que estavam pasmos como ele conseguiu sobreviver com várias fraturas pelo corpo, com imenso traumatismo craniano e ainda com alguns órgãos internos prejudicados. Era um verdadeiro milagre, assim acreditavam, e, depois de verificarem suas condições, resolveram o estabilizar para poderem proceder algumas cirurgias para recuperar seus ossos partidos de ambas as pernas, além de programarem uma cirurgia de emergência na cabeça, por causa do traumatismo craniano, que tinha provocado um imenso coagulo dentro de seu cérebro, que aguardariam diminuir e desinchar, para somente depois fazerem a cirurgia.

Com todo esse quadro repassado pelo médico à Ludovico, agora acompanhado por Sam, que também ouviu tudo, mais do que nunca, havia urgência em retirarem ele do hospital, antes que desconfiassem mais ainda do estado milagroso de saúde de Dean, apesar que dessa vez, e da forma como ele estava, sem se alimentar a dias, a recuperação seria lenta, mesmo fora dali, o que daria uma pequena margem de tempo para planejarem algo, antes dos médicos notarem qualquer melhora, que não seria tão significativa, no quadro em que ele estava, de fraqueza, no momento.

Dean continuava inconsciente, respondendo somente a alguns estímulos físicos,  estava no CTI do hospital, onde ficaria por muito tempo, conforme seu estado de saúde atual demandava. Estava quase totalmente imobilizado por talas e materiais ortopédicos devido as múltiplas fraturas na pernas e costelas, permanecia conectado a diversos aparelhos, como respirador artificial e de acompanhamento cardíaco. Não podia receber visitas, nem mesmo ser visto por ninguém, por enquanto, devido ao monitoramento constante naquele local.

Além de todo esse quadro, ainda havia a imprensa que não saía da porta do hospital com seus repórteres e paparazzi’s, com suas câmeras que transmitiam imagens em tempo real para alguns países. Obrigando ao estabelecimento destacar força policial para os manterem afastados e coibirem a invasão deles ao hospital, que ainda, seguia com sua vida cotidiana normal de vários atendimentos, com centenas de funcionários envolvidos e os pacientes. Tudo desfavorável ao resgate de Dean.

Nem mesmo para eles, poderosos vampiros, não seria possível retirar Dean dali sem nenhum dano colateral a sua imagem ou ao futuro dele, dos negócios e da família Fatinelli. Apesar dos rompantes de Ludovico de querer destruir tudo e matar a todos para ter seu neto de volta, sob sua proteção e cuidados, não poderiam fazer nada disso. Ludovico foi acalmado por Noah, que de certa forma o controlava por telefone, enquanto planejava friamente as providências possíveis, enquanto subia no jatinho da família, junto com Sophie, para ir ter pessoalmente com Ludovico no hospital, deixando Liah no castelo, organizando e cumprindo as últimas ordens de Ludovico, na produção de armas, no combate aos conflitos das espécies e para proteger os transformados pelo mundo.

Sam ficou arrasado com a notícia do estado de Dean, era bem pior do que presumia e do que noticiavam. E o que mais lhe doía o coração era saber que realmente a culpa de tudo era sua, conforme o híbrido tinha falado, e nem teve coragem de contar a ele a cena que Dean tinha presenciado pouco antes do acidente, apesar que suspeitava que ele já tinha lido em sua mente mesmo, mas de toda forma era vergonhoso o que tinha feito com seu amor. Não conseguiu obedecer a vontade de Ludovico de sair do hospital, e, permaneceu no local, buscando todos os tipos de informações possíveis sobre Dean, numa forma de se manter ocupado e confortando o seu coração pesado.

Sam tinha a culpa lhe corroendo a alma intermitentemente, sem trégua, sufocando seu peito e lhe fazendo desabar em lágrimas cada vez que pensava em Dean, e principalmente, lembrando de como ele saiu da festa, chorando encolhido, aquela lembrança para ele, era como morrer várias vezes, e preferia de longe estar mesmo morto do que ter feito aquilo com Dean. Era desesperador, angustiante, frustrante e triste pensar naquela cena, pensar em Dean, pensar no estado em que ele se encontrava.

Após passado esse primeiro dia no hospital, já no início da noite, Sam foi surpreendido com a chegada de um casal, ambos vestidos do mesmo modo como Dean costumava se vestir, o homem de terno em azul bem escuro quase preto, com quatro botões no blazer de alta costura, que imitava uma jaqueta militar, e por dentro uma camisa social cor de areia com gravata no mesmo tom da camisa social, e a mulher muito distinta de postura altiva, vestia um vestido todo preto cinturado, super discreto, que terminava abaixo de seus joelhos, sendo acompanhado de sapatos altos de camurça preta, com solas em tom vermelho, e bolsa preta pequena apoiada em seu cotovelo, por cima  da manga três quartos do blazer feminino e curto, preto com grandes botões dourados. Ambos pareciam que estavam indo para alguma festa de alta classe, chamando a atenção dos presentes, por suas roupas e formas muito elegantes naquele ambiente. Além de serem extremamente bonitos e pálidos. Sam, na mesma hora, desconfiou que se tratava de mais membros da família Fatinelli, mas não ouviu quando se identificaram na recepção, pois falavam muito baixo e sem gestos, extremamente educados.

Logo, Sam assistiu Ludovico vindo de encontro aos mesmos, e os três se abraçarem longamente, o fazendo se encolher mais ainda num canto do sofá onde estava sentado, e onde passou o dia quase todo sendo ignorado por Ludovico, que não saiu um minuto sequer do hospital, inclusive, o viu receber alguns empregados da mansão no local, que foram reconhecidos por Sam, que também o cumprimentavam. Mas na maior parte do tempo teve o hibrido como única companhia, além do silêncio absoluto desse, que nada mais falou com Sam, depois daquele primeiro momento, apesar do híbrido o ter visto chorando, em vários momentos de angústia e desespero, esse não se aproximou dele, nenhuma vez.

Sam preferiu não ficar olhando os três vampiros, e somente baixou a cabeça, olhando uma revista antiga que tinha pego para folhear e passar o tempo, enquanto aguardava o boletim médico da noite, e mesmo constrangido por permanecer ali, de forma tão deslocada, e praticamente maltratado por Ludovico, não se permitia ficar mais distante de Dean, do que já estava dentro daquele lugar.

Sam foi interrompido de sua falsa atenção para a revista, quando reparou que a mulher que estava com Ludovico estava em pé na sua frente, assim levantou os olhos, já esperando o pior tratamento possível, pois se Ludovico era o avô, aquela mulher com certeza deveria ser considerada a mãe de Dean.

Sophie: (Sorriu ternamente ao encontrar os olhos inchados de Sam sobre si)....Sam, esse é o seu nome, né mesmo ?

Sam: Sim. (Respondeu com receio, na voz falhada).

Sophie: Prazer, Sam, meu nome é Sophie, eu sou a mãe de Dean, bom acho que você sabe como nos consideramos uma família....(Deu de ombros e sorriu mais largamente para Sam, o deixando um pouco mais calmo, e retribuiu o sorriso a mulher).

Sophie: (Se sentou ao seu lado sem aviso, puxou a mão de Sam, a colocando sobre suas duas mãos)...Hei, meu rapaz, não precisa ter medo de nós....eu sei que o meu avô é meio assustador....(Disse percebendo que Sam estava encolhido num canto, e riu baixinho)....mas nós não somos sempre assim....ele só está triste por Dean ter se ferido tanto, não liga para ele não, querido. (Se mostrou muito simpática, acalmando Sam, após ler o medo dele com relação a Ludovico).

Sam: Ele está certo, ele só quer o bem de Dean, e eu não fiz bem a ele...(Baixou a cabeça).

Sophie: (Apertou a mão de Sam)...Não diga bobagens, meu jovem, Dean ama você, e se você está aqui preocupado com ele, isso significa que você o ama também, e que vão se acertar em breve....(Sorriu)...isso é mais certo do que o sol nascer e morrer no horizonte amanhã. (Beijou a mão de Sam e continuou no enlace, sorrindo para ele).

Aquelas palavras era tudo que Sam precisava ouvir, se sentiu mais confiante e confortado naquele momento, deixou algumas lágrimas descerem em seu belo rosto, encarando a mulher, sorrindo de volta para ela, seu coração gritava por aquelas palavras de conforto, mesmo sem merece-las. E quando menos reparou, sentiu alguém sentar no braço do sofá, ao seu lado e lhe acolher pelos ombros em um quase abraço, se virando e dando de cara com o homem, considerado pai de Dean.

Noah: Você é mais belo do que nosso filho nos contou....(Piscou simpático para Sam).....Porque está chorando? Se eu tivesse um rosto como o seu, jamais choraria....(Sorriu e bagunçou os cabelos de Sam, num carinho fraternal e amoroso)....pare com esse choro, ele ficará bem...deve demorar um pouco, mais ele ficará novinho em folha....(Deu um empurrãozinho no ombro de Sam)...vai ver, fica tranquilo e pare já com essas lágrimas, meu jovem.

Sam foi invadido pela culpa novamente, sentindo o carinho desmerecido que estava recebendo dos pais de Dean, que se soubessem a verdade, do que ele tinha feito, talvez não estivessem ali o tratando tão bem assim. Deixou mais algumas lágrimas caírem de seu olhos, sem controle, e não conseguiu mais sustentar o fraco sorriso que estava dando. E foi abraçado por Sophie, repousando sua pesada cabeça em seu pequeno ombro, e sendo acariciado em suas costas por Noah. Se sentindo um miserável, por estar sendo tão confortado por aqueles que o deveriam expulsar dali a pontapés, se soubessem da história toda, e não conseguiu mais conter o choro forte e as palavras desconexas que tentava dizer em sua confissão.

Sam: (Desabou, chorou, gaguejando em meio ao choro)....Eu magoei ele, eu deixei ele sozinho....e...e...eu fui embora....fui tão injusto com ele....eu estava com tanto medo....sabe ....vocês não deveriam querer ....olhar na minha cara....eu traí ele e traí a confiança dele....eu fiquei com outras pessoas...enquanto ele sofria...eu sou um idiota....como eu pude fazer isso com ele?....Eu não mereço o carinho de vocês.....(Soluçou alto e foi mais apertado no abraço de Sophie).

Noah: (Encarou sua esposa que lhe lançava um olhar de pena por Sam, em uma mensagem silenciosa para que seu marido dissesse alguma coisa).....Meu querido não fique assim....não se sinta assim...o que aconteceu entre vocês dois foi justificado por seus sentimentos humanos, é normal, sentir medo....ninguém tem culpa, são os erros que nos fazem crescer...o importante é que você está aqui, arrependido, e vocês vão conversar e se acertar, com certeza, tenha fé no amor de vocês.

Sam chorou mais uns instantes e levantou a cabeça agradecendo com gestos o carinho com que estava sendo tratado por eles, que somente sorriram tristes junto com ele, mas não saíram de perto, e continuaram os três sentados no mesmo sofá, juntos. Com Sophie fazendo carinho no cabelo e no rosto de Sam e com Noah afagando suas costas e ombro. Encarou Ludovico em pé, encostado na parede a sua frente, lhe sorrindo de forma indecifrável, que não deixava transparecer nenhuma emoção, mas que logo, se movimentou e saiu, seguido por Noah, para conversarem mais afastados, ficando na companhia somente de Sophie.

 

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Castiel sentiu o exato momento em que Dean perdeu a consciência, e buscou o seu último sentimento e percebeu sua tristeza e aflição, notou que ele estava fora de um perigo real para sua vida, apesar de estar muito ferido. Era de madrugada, estava dormindo ao lado de Baltazar, em meio a paz de seu ressonar baixinho. E mesmo com todo o prognóstico da briga anterior e de estar sempre respeitando o ciúme de Baltazar, somente visitando Dean quando esse não estava perto, para não o aborrecer, Castiel não tinha como deixar Dean sozinho naquela situação, e acordou delicadamente Baltazar, com medo de sua reação.

Castiel: Baltazar, acorda, meu amor....(O mesmo abriu os olhos pesados de sono e sorriu)....eu preciso que você me escute.

Baltazar: (Se encostou mais no corpo de Castiel buscando seu calor, um pouco sonolento)...Sim...fala amor.

Castiel: Baltazar....eu sei que isso vai te aborrecer...mas por favor fica calmo...eu não quero brigar com você, não quero que fique com raiva ou ciúmes...(Viu Baltazar fechar o sorriso e apertar os olhos em desconfiança).

Baltazar: (Se sentou na cama, rapidamente, despertando quase que de imediato de sua sonolência)......O que foi dessa vez ? Qual o problema com o vampiro?

Castiel: Ele está inconsciente, ele sofreu um acidente de carro e está muito ferido, eu vou buscar ajuda e volto logo, eu prometo...me desculpe...mas eu realmente preciso ajudá-lo...ele ainda é meu amigo.

Baltazar não disse mais nada, só fez um gesto aborrecido, levantando ambas as mãos e apertando os lábios, para que Castiel fosse logo.

Mesmo com o coração doendo de ciúmes, e com muito medo de o amor por Dean despertar novamente no coração do arcanjo, não tinha como impedir do mesmo ir até o vampiro, e depois de analisar tudo que tinha acontecido no episódio anterior, viu que tinha mesmo tido uma crise de insegurança muito grande, mas dessa vez, apesar de seus medos, estava mais seguro que Castiel realmente o amava, pois tinham passado todo esse tempo juntos, vivendo em comunhão perfeita e se amando intensamente, o deixando sempre muito confiante no amor deles.

Castiel não sentia mais nada por Dean, além do amor de amigo mesmo, a ferida do amor não correspondido tinha sido finalmente curada e estava bem cicatrizada. Baltazar havia preenchido todos os espaços  e suprido todas as carências de seu coração, como nunca aconteceu no seu relacionamento com Dean, onde esses somente foram aumentando enquanto estiveram juntos, e mesmo assim, ele permaneceu cego, sem entender nada disso, o que agora, observava com total clareza, diante da presença suave de Baltazar em sua vida, nos seus dias e noites.

Castiel colocou seu sobretudo por cima do pijama, deu um demorado beijo no rosto de Baltazar, apertando suas mãos juntas em seu colo.

Castiel: Eu te amo muito muito. (Disse e sumiu).

Baltazar: Também te amo Castiel. (Mesmo esse não estando mais presente, não o escutando, falou e puxou um livro de seu criado mudo, acendeu o abajur e se pôs a ler, na espera do anjo, para não pensar no ciúme).

 

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Castiel se aproximou do carro onde estava Dean, naquela estrada escura e sem movimento. Tocou em sua mão através das ferragens e sentiu a extensão dos ferimentos em seu corpo, mas não conseguindo ler sua mente apagada, inconsciente.

No intuito de libertar o corpo de Dean daqueles destroços, ergueu a mão, mas imediatamente a arriou, quando percebeu várias sirenes e carros se aproximando, não lhe dando tempo para fazer o resgaste do amigo. Assim se fez invisível e ficou próximo a Dean, tocando em sua mão novamente, lhe passando calma em sua inconsciência, lhe garantindo um sono tranquilo, lhe confortando do último e grande sentimento de tristeza, que se fazia presente em sua alma, mesmo com ele em sono profundo como estava, o que foi percebido por Castiel.

Quando as pessoas, socorristas e bombeiros chegaram até Dean, Castiel teve que se afastar, deixando sua paz de espírito com Dean, lhe sendo totalmente transmitida para ele, que agora, dormia que com um semblante mais tranquilo que antes. Não era o queria fazer, não era tudo que podia fazer pelo amigo, mas naquele momento era a única coisa que lhe cabia, e assim que o fez, observou a movimentação por uns minutos, e viu Ludovico chegar ao local. Na certeza de que Dean não estaria mais sozinho, e de que seria ajudado de todas as formas possíveis por Ludovico, se preparou para deixar o local, mas antes viu um cachorro que estava deitado no outro lado da pista, no meio do mato, que lhe transmitia um olhar de agradecimento por cuidar de Dean, naquele instante. Castiel sorriu, fez um gesto com a cabeça, cumprimentando o pequeno animal, uma criatura de Deus. Sumiu, de volta ao seu amor.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Pessoal,

Mega obrigada por diversos comentários do último capítulo,
amei demais, fiquei super feliz. OBRIGADAAAA POR TUDO !!!!

UM ZILHÃO DE BEIJOSSSS !!!!!


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