História Anjos Solitários - Wincest - Castiel, me perdoe.

***Lembranças de Dean ***

Benny: Que bom que acordou. (Sorriu lindamente para Dean).

Dean recém desperto não sabia onde estava, e acreditava piamente que estava no céu, e por esse motivo, o anjo da morte estava ao seu lado. Se sentou na enorme e confortável cama, olhando tudo em volta, toda a riqueza que nunca pode conhecer, mas sabia que aquele não era o céu das escrituras sagradas que pregavam os santos padres da igreja dominante, a qual frequentava desde menino com seus pais.

Dean: Porque me trouxe aqui, anjo ? Eu deveria estar no céu com minha família.

Aquela frase acendeu a realidade da sua intromissão no destino do jovem, mas mesmo assim, Benedict controlou seu pesar e os gritos de sua consciência há tanto adormecida quando lidava com os humanos, que lhe eram somente alimentos.

Benedict: Escuta, jovem Winchester, deixa eu me apresentar primeiro, me chamo Benedict Fatinelli (Todo clã dos puros usavam o sobrenome do híbrido), pode me chamar de Benny, como muitos me chamam em meu clã....(Se pôs de pé e curvou suas costas, em sinal de cumprimento à realeza)...sou o seu humilde criado.

Dean sorriu do jeito de Benny, e esse sentiu todo o seu corpo tremer diante daquele fabuloso sorriso, que iluminava todo seu dia mais escuro. Sabia o que sentia, e era amor, o mais perfeito amor na forma daquele humano tão belo. Não pode deixar de expressar seu contentamento, era inevitável e incontrolável.

Benny: (Tocou suavemente os lábios de Dean com as pontas dos dedos ao se sentar serenamente ao seu lado na cama)....Porque me chama de anjo? Quando você que foi esculpido pelas mãos do próprio Michelangelo.

Dean não compreendeu de quem se tratava, pois o famoso escultor e pintor italiano não  alcançava a seus poucos estudos no interior de Londres, na zona rural onde viveu, sabendo tão somente ler e escrever, muito pouco, ensinado na pequena paróquia dos colonizadores da Santa Igreja, vindos da velha Inglaterra. Sem alternativas para a situação, sorriu novamente, encabulado.

Benny: (Entendendo o olhar perdido do jovem)...Não minto para você, sua perfeição furtou meu olhar desde que lhe encontrei em sua antiga morada, e guarde minhas palavras, serei sempre um seu criado, a fazer todas as suas vontades e a lhe proteger com minha própria vida.

Dean se assustou um pouco com as palavras e com a proximidade de Benny, e disfarçou em um pequeno sorriso nervoso, percebido por Benny, que se levantou e sentou na poltrona ao lado da cama, para não assustá-lo.

Benny: Vou elucidar todas as suas dúvidas para que tenha o despertar de sua consciência, e não somente o de seu corpo físico. (Se contendo para não mais tocar em Dean, quando somente o queria abraçar e beijar por um tempo infinito).

A primeira lição de Dean, foi a explicação da origem de sua própria sobrevida de vampiro, e de como era possível, conforme  Benny o ensinou.

Benny:

“Haviam três classes de criaturas acima dos humanos, que dominavam todas as esferas de poder conhecido:

No céu, os anjos guiados pelo onipotente general, o arcanjo Castiel, que após milênios de guerras, derrotou pacificamente os demais anjos cegos pela busca incessante do poder, guerras que acabaram matando todos os arcanjos traidores de Deus: Gabriel, Miguel e Rafael, que haviam se dividido em facções para guerrear um contra o outro, diante da ausência inexplicada de Deus, onde todos desejavam subir ao Seu trono.

Castiel, na época um anjo comum, se manteve, sabiamente, neutro, e secretamente observava todos os movimentos de cada ser celestial, obedecendo tão somente ao propósito de fazer o Bem, assim comum, o dom que lhe deu origem, e como era a vontade de Deus, tão esquecida pelos demais.

Castiel silenciosamente reuniu os anjos que possuíam o mesmo sentimento, e desejavam a volta do todo poderoso, se tornando um grupo muito maior, do que todos os outros grupos dos arcanjos rebeldes. Castiel pregava o amor e a união para seus semelhantes, desejava acabar com a guerra entre seus irmãos, tão somente, sem qualquer pretensão de ascensão ao trono de Deus, tanto que o intitulavam de anjo missionário da paz em meio ao caos.

Os anjos em guerra foram aos poucos, se auto exterminando. Numa batalha final entre os remanescentes Miguel e Rafael, após a morte de todos da facção e do próprio Gabriel. Porém, ambos os arcanjos foram traídos pelo anjo Lúcifer, que se fazendo de seguidor para a causa de ambos, tentou um golpe muito além dos planejados pelos arcanjos, onde havia garimpado anjos dos dois lados, de cada facção, para formar um pequeno exército para si mesmo, que se ergueu sem piedade na luta derradeira entre os dois arcanjos, surpreendendo a todos, o que resultou na morte de Rafael e dos seus seguidores.

Restando somente Miguel para assumir o trono do céu. Inconformado Lúcifer travou uma luta tão gigantesca contra este, que o poder emanado do arcanjo Miguel, causou a expulsão de todos os anjos traidores e seguidores de Lúcifer para a Terra, onde caíram envergonhados sem poder algum. Lúcifer, ainda conseguiu exterminar alguns seguidores de Miguel, e outros anjos suplantados pelo medo de tal demonstração de poder de seu próprio líder e de Lúcifer, fugiram covardemente, todos indo à Terra, se misturando aos caídos, restando somente poucos ao lado de Miguel e nenhum anjo ao lado de Lúcifer, que combateu Miguel frente a frente, encarando a morte certa.

Lúcifer, também em absoluto sigilo, tinha aumentado grandiosamente seu poder, se utilizando dos segredos contidos na placa dos anjos, ditada como diário do próprio Deus, e escrita pelas mãos de Seu escriba, Metraton, também um anjo vil e traiçoeiro, que havia entregue a placa à Lúcifer para que esse alcançasse o poder e lhe desse o seu quinhão como ditador e rei único dos humanos na Terra, que pretendia subjugar para que o adorassem como adoravam à Deus, em meio a seus devaneios e inveja que sentia do Criador.

Metraton não sabia o quanto poderia estar mais errado em confiar em Lúcifer, que nada mais era que o anjo traidor, que detinha o mal origem dentro de si, que plantou o pecado dentre os humanos, logo após a criação da Terra e o sopro de vida dado aos humanos, quando com uma simples maça ofertada a primeira mulher deu início a seu plano maior de assumir todo o poder do céu e da Terra. Tal segredo nem mesmo Deus tinha conhecimento, pois confiava plenamente em seus filhos celestiais, e não perscrutava a mente dos seus filhos amados. Ficando inexplicado o episódio de como o mal adentrou na criação divina, causando dor e mágoa em Deus, em face dos humanos, que faziam crescer o pecado de forma galopante na Terra.

Lúcifer iria fazer jus ao mal que lhe consumia a alma, que assim que tivesse o poder em mãos, sacrificaria o escriba sem piedade, pois um traidor jamais poderia confiar em outro, e muito menos lhe ofertar grande poder.

Lúcifer, enfim, diante de Miguel, num momento tão poderoso quanto o arcanjo, travaram um duelo, e depois de muito tempo, foi vergonhosamente derrotado, tendo sido quebrada a placa dos anjos que tinha em mãos. Lúcifer foi expulso, e caiu na Terra, sem qualquer poder celestial em si, não lhe sendo permitido pelo poder de Miguel, sequer torna-se um humano comum, como os outros caídos, virando um espírito solitário que nutria o ódio e toda a maldade acumulada em si, e logo passou a sussurrar seus sentimentos perversos nos ouvidos humanos por pura diversão.

Miguel extremamente ferido em batalha, com o poder enfraquecido foi morto por seus últimos seguidores, que não lhe amavam como à um Deus, mas sim lhe temiam, somente, e aproveitaram o momento de fraqueza única do arcanjo mais poderoso de todos para se reunirem e lhe assassinarem covardemente.

Os anjos responsáveis por esse último episódio de selvageria, não possuíam um líder, e assim se pulverizaram dentre os demais anjos sobreviventes, aqueles poucos ao lado de Castiel, que tão logo, vendo o céu sem nenhum mal em si, resolveu, humildemente, reconstruir tudo que havia sido maculado nas sucessivas guerras, incluindo o restabelecimento do amor à Deus e à servidão à todos os seus mais nobres sentimentos, levando pureza e limpidez ao significado do Bem novamente.

Deus sem comunicar suas intenções reais, havia se afastado do céu, diante do cerco traiçoeiro formado por quase todos os anjos e por seus três arcanjos, todos submetidos ao mal, e dominados por sentimentos impuros de ganância, orgulho, inveja e ódio. Observando isso, Deus sofrendo em sua resplandecente bondade, arquitetou o plano simples de se afastar, para ver todos os traidores se levantarem e se explicitarem, dentre seus filhos ainda puros de coração e alma. Deus com isso, fez a definitiva separação, retirando o joio do trigo, sabendo que os maus se auto destruiriam.

Após longos séculos de espera, para a guerra terminar, Deus se deslumbrou com o único anjo  que demonstrou o verdadeiro poder de reunir muitos em seu objetivo de praticar o bem e o amor, sem denotar nenhuma busca por qualquer poder. Assim, o todo poderoso, Senhor de todo o Céu e Terra, retornou a Sua morada eterna, o nomeando seu único general dos exércitos e único arcanjo.

Deus vendo ainda o mal dentre seus filhos, tratou de tomar à frente, e matar àqueles anjos pecadores, que foram tocados pelo mal, a começar pelo seu escriba, exterminado pela luz de Sua graça, e dando sequência, com o extermínio dos demais anjos que haviam seguido e matado Miguel, e que se ocultavam dentre os puros, porém sem demonstrarem arrependimento em seus corações, por seus atos. Bem como, os anjos que haviam fugido para a Terra, foram repentinamente perdendo todos os poderes, se tornando iguais aos caídos.

Castiel, então general e arcanjo, ascendeu em real felicidade de ver de volta seu Senhor ao trono, assim como todos os anjos que ficaram no céu. Grande poder foi dado à Castiel, que nem de longe, se comparava ao poder de Miguel, era infinitamente maior, e para esse poder foi dada a responsabilidade de cuidar de todo o céu, e chefiar os celestes para orientar e organizar os humanos na Terra, enquanto Deus, ainda triste com seus filhos, descansaria, sob a égide de seu único e confiável, arcanjo e general Castiel.”

Benny: (Deu uma pausa, observando o quanto Dean prestava atenção em tudo, curioso, ávido por entender tudo)....Com isso, passamos a segunda espécie de criatura dominante, os demônios, criados e chefiados por ninguém menos que Lúcifer.

“O anjo caído, em forma de espírito na Terra, passou a colher o fruto de todo o mal que suscitava nos humanos, incluindo em idéias de barganhas mentirosas em troca da alma deles, que desejava ter como companhias para seu próprio destino infeliz de espírito sozinho e andarilho, e com as primeiras almas adquiridas passou a perceber que o admiravam em seu dom originário do mal, e com isso ao invés de acompanhantes para aplacar sua solidão, passou a ter asseclas e seguidores leais ao mal, e depois esses, passaram a conseguir mais e mais almas desgarradas para segui-lo, sendo, por fim, determinada a hierarquia, de espíritos do mal e de seu senhor Lúcifer.

Castiel e seus anjos guerreiros tomaram conhecimento das ações de Lúcifer na Terra, quando este já havia conquistado centenas de almas, pois até então se via ocupado interinamente com os assuntos do céu, acreditando na paz da Terra, a qual deixaria para cuidar assim que a reconstrução do céu estivesse concluída.

Mas, assim que teve ciência dos planos de Lúcifer, o exército do Senhor desceu à Terra a fim de acabar com esse, porém, Lúcifer sabendo da presença de anjos na Terra, criou um portal simples, usando as almas, entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, uma separação, para ocultar todos os espíritos que estavam consigo e a ele mesmo, despistando os olhares dos anjos, que não sabiam da existência daquele segundo plano da realidade. Com isso, Lúcifer salvou a si e os espectros que lhe acompanhavam, e ainda construiu uma barreira de segurança em volta deles com a energia sugada das almas, e posteriormente, construiu um lugar no subterrâneo terrestre, oculto, no plano espiritual humano, ao qual chamou de inferno, onde fizeram morada todas as almas que acolhiam ao mal.

O inferno sempre estava em franca expansão, pois era maior a quantidade de pessoas que preferiam o mal ao bem, e assim Lúcifer em sua sabedoria maligna denominou suas primeiras almas transformadas, como demônios.

Batizados por Lúcifer, separaram os demônios, das demais almas humanas que ingressavam no inferno, aos milhares, e essas passaram a ser somente almas acorrentadas pelo mal, cuja força vital era sugada para manter a força dos demônios e transformá-los em pessoas comuns na terra, para conseguirem cada vez mais almas para seu chefe, num ciclo interminável.

Lúcifer também passou a se alimentar da força das almas, e se fortalecer cada vez mais, conseguiu desenvolver poderes únicos, que resplandeciam sua origem de anjo. Todos os poderes conquistados podiam ser partilhados facilmente com seus seguidores, e assim foi feito, tornando os demônios, criaturas poderosas, tanto quanto os anjos.

Somente Lúcifer era diferente dos demais, por ter sido um anjo de Deus, com a sabedoria dos anjos, e com o mal original em si, somados aos outros poderes que eram originários das almas. Assim Lúcifer mantinha-se muito mais poderoso que seus próprios demônios, o que lhe conferia o status de Rei do Inferno dentre seus súditos. Lúcifer passou a planejar e construir cada vez mais seu reino no inferno, assim criou espécies de demônios e suas funções, organizando seus planos.

Haviam demônios para enganarem humanos e roubarem suas almas, eram os demônios responsáveis pelos falsos pactos e contratos assinados a sangue, haviam demônios para falarem a multidões de humanos e os convencerem a praticarem o mal de alguma forma, esses eram muitas vezes líderes mundiais ou religiosos, dentre muitos outros que andavam disfarçados na Terra. Assim cada vez mais se expandia o reino de Lúcifer, com seus demônios e suas funções, os quais eram seguidos e imitados por humanos descrentes e entregues ao mal.

Lúcifer e os demônios detinham tantas almas em seu reino, que até se permitiam ao divertimento com essas, aprimorando suas técnicas de maldades, descobrindo e pesquisando novos meios de quebrar e humilhar a alma humana, se utilizando de ilusões, desilusões, torturas físicas e mentais. Eram infinitas possibilidades para brincarem com os humanos desencarnados, passando a história para os ouvidos terrenos de que o inferno era o lugar para onde os maus iriam após a morte. Lúcifer só não conseguia alcançar o extermínio de toda a humanidade, pois seu poder e dos seus demônios não possuíam efeito algum nos humanos de alma pura, que se afastavam de todo o mal, o que era na sua grande maioria adoradores de Deus.

Na verdade nem os demônios, e nem Lúcifer podiam conhecer os pensamentos humanos, e assim temiam a aproximação com esses humanos puros, que também emanavam luz, devido a grandiosidade de suas almas elevadas ao Senhor, o que ofuscava e machucava os espíritos imundos dos demônios.

Por um outro lado, também haviam humanos que conseguiam não ceder suas vidas aos demônios, apesar de serem adoradores do mal, não caíam em fácil tentação provocadas por intuições sopradas em seus ouvidos e muito menos em tentações ofertadas a eles, simplesmente porque conseguiam ser piores na maldade do que os próprios demônios. Eram muitas vezes invejados por demônios.

De acordo com o passar dos tempos, esses humanos eram tidos como grandes reis escravizadores, mercadores de vidas, praticantes de magia negra, invocadores do mal, genocidas, assassinos, mercenários, cientistas inescrupulosos, ditadores, fanáticos religiosos, terroristas, e muitos outros.”

Benny: (Pausou mais uma vez, com o olhar assustado de Dean sobre si, se levantou, sentou ao seu lado na cama, e passou a mão suavemente em seu rosto, o tranquilizando).....Com isso vemos a terceira ordem dominante de criaturas na Terra. Os vampiros. Eles passaram a dominar a Terra, e todas as criaturas que nela vivem, incluindo os fracos e sem poderes, os humanos, que sequer conhecem suas existências.

“Os vampiros foram originados dos humanos, que além de praticarem magia negra também possuíam técnicas e sabedoria de cientistas, humanos que desejavam a resposta para nunca sucumbirem à morte, assim não tendo suas almas entregues nem aos anjos no céu e nem a demônios no inferno, seriam almas eternas e livres, além de buscarem poderes semelhantes aos pertencentes aos dois reinos.

Os estudos que perduraram séculos, e passaram de mãos em mãos, trouxeram a resposta que muitas gerações da humanidade procuravam. E as ordens de algumas coisas se inverteram, os humanos descobriram meios de aprisionarem demônios, por meio de bruxarias e encantamentos aprendidos e desenvolvidos pelos anjos caídos das guerras do céu, que apesar de não possuírem poder, possuíam muitos conhecimentos, e, depois de verem o nascimento do puro mal na criação dos demônios, ensinaram como os humanos poderiam se proteger deles, ilustrando em livros antigos tais meios, bem como, demonstrando como também poderiam se proteger dos anjos, com medo de haver nova revolta no céu, e outros anjos descerem à Terra para dominar os humanos.   A humanidade foi evoluindo dia a dia, e rapidamente, deu origem aos humanos capazes de localizarem, traduzirem e colocarem em prática tais encantamentos escritos e ilustrados pelos caídos.

Os humanos passaram a fazer testes com demônios presos em armadilhas dos anjos, e com isso descobriram o poder que o sangue demoníaco possuía e suas reações quando misturados ao sangue humano, o que de imediato lhes conferia poderes inimagináveis, porém não possuíam o dom de sugar a força vital de outras almas humanas para se manterem fortes na terra, como os demônios faziam, e tampouco descobriram a imortalidade para seus corpos.

Até que um humano extraordinário, um cientista descrente de quaisquer dogmas religiosos chamado Ludovico Fatinelli, conseguiu a resposta final ao aprisionar um anjo, que andava patrulhando a Terra. A prisão foi feita apenas se utilizando das escritas antigas, descritas nos livros de seus irmãos caídos, e ao mesmo tempo, que já possuía um demônio sob seus domínios, preso de igual forma, nas armadilhas dos anjos, realizou seus testes, fundindo em si mesmo, o sangue demoníaco misturado ao sangue do anjo.

Obviamente, que houve no corpo de Ludovico, uma luta interior entre o bem e o mal, pela dominância do poder através do sangue que passou a correr em suas veias, e o demoveu de todos os sentidos humanos, lhe causando sua morte humana imediata, renascendo minutos depois num misto de bem e mal, com os poderes unidos em suas entranhas, dando origem ao novo ser com uma sobrevida, uma vida depois da morte humana.

Seu corpo apresentava as mutações do renascimento, com a fusão dos poderes e dons de cada lado. Em suas costas surgiram imensas asas, como a dos anjos, seu rosto se transfigurou em uma besta colossal, com tamanho muito acima dos seres humanos normais, seus olhos se tornaram vermelhos como o sangue e seus dentes cresceram em forma de agulhas pontiagudas. Terminada a fusão.

Nascia o primeiro de sua origem, um vampiro genuíno, que com os passar dos dias, continuava vivo, e seu corpo foi voltando a se parecer com um humano normal. Descobriu seus poderes advindos daqueles seres primários na história do universo e do mundo, e quando sentiu fome, seu único desejo era sugar a força vital de uma alma, herança do lado demoníaco, e sua inteligência acima da média o levou a provar a essência da vida, o sangue, transformando dentro de si em força vital para sua alma, imitando os demônios. Automaticamente se fartou do sangue de um empregado, lhe tirando a essência da vida e a força vital de sua alma. Descobriu a utilização das presas caninas que surgiram naturalmente ao sentir o cheiro do líquido escarlate, sugando o sangue. Nascia o vampiro híbrido, meio anjo e meio demônio, num corpo humano, e dele vieram os vampiros.

Benny: (Pausou)...Está entendendo ? É isso que nós somos, eu sou e agora você também é.

Disse calmamente para Dean, que o olhava com admiração e um pouco de medo.

***Fim da lembrança de Dean***

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Dean se levantou daquela mesa do bar de Helen, retornando a realidade de sua vida e de seu mundo, pagou as cervejas, em pé no balcão, quando Helen pegou as notas expostas no mesmo, Dean lhe segurou delicadamente pelo pulso.

Dean: Obrigado Helen, sairei do país novamente e se precisar de mim, só me ligar. (Sorriu, Helen assentiu).

Dean foi caminhar na praia, com os sapatos nas mãos e com o dia já amanhecendo, apesar de estar sem a proteção para os olhos, seguiu seu caminho na beira do mar, deixando a espuma das ondas tocar em seus pés, descalços. Ao longe, viu a figura tão conhecida de seu amigo Castiel, que ao se aproximar trazia consigo os óculos escuros de Dean.

Dean: Bom Dia Cass. Obrigado. Você sempre se preocupa comigo.

Castiel: Tudo bem, Dean?

Dean: Sim. (Sabia que o amigo queria lhe contar alguma coisa, mas temia que fosse a respeito do rapaz da noite anterior).

Castiel: (Sem esperar a pergunta, que sabia que não viria ainda)...O nome dele é Sam Winchester mesmo, ele faz faculdade de Direito aqui em Connecticut, mora com seus pais, e nas horas vagas fica no alojamento da faculdade, é um amante das artes antigas e o interesse nele em te conhecer foi justamente esse, ele conseguiu convite para a festa com um amigo nosso de longa data, Baltazar Duvalier, que é seu professor de filosofia na faculdade...(Deu uma pausa, por causa do olhar interrogativo de Dean)...e não sei qual o interesse de Baltazar em colocar esse rapaz em seu caminho...terei que investigar melhor.

Dean: Não precisa amigo, eu não quero saber nada a respeito desse garoto. Não me diz respeito, eu só quero sair desse país o quanto antes. Os nossos negócios aqui na América podem seguir sozinhos, sem a nossa presença. O que acha de irmos para a bela Grécia ?

Castiel: Dean, adoraria ir com você para qualquer lugar do mundo, mas não podemos deixar passar essa, temos que saber qual o interesse de Baltazar, o motivo dele lhe enviar esse rapaz, tenho certeza que se trata de um recado, mas qual?

Dean: Há muito tempo que não me intrometo com anjos ou demônios, essa guerra maldita de vocês em nada tem haver comigo, já perdi demais por causa das guerras, não acha?

Castiel abaixou a cabeça com o tom reprovador de Dean, que se aproximou, e lhe abraçou a cintura, unindo os corpos, e apoiou sua testa na de Castiel, que lhe envolveu, com os braços em seu pescoço.

Dean: Desculpe, Cass, não quero ser um estúpido com você. Venha comigo, vamos passar os próximos anos nas ilhas gregas, ou onde você quiser, mas que seja um lugar bem longe daqui. Eu quero muito que vá comigo.

Castiel sorriu e num impulso por causa das palavras de Dean, tentou beijá-lo, e esse somente virou o rosto.

Dean: Cass, por favor, não faça isso.

Castiel se soltou dos braços de Dean, bruscamente.

Castiel: Porque não, Dean? Estamos juntos há tanto tempo, porque não podemos nos unir novamente, voltarmos a ser como fomos um dia.

Dean: (Virou de costas, não conseguia encarar o amigo quando sabia que o que diria estava por magoá-lo)...Porque nunca foi real.

Castiel: Nunca foi real? Dean! Eu ainda amo você, e para mim, o meu amor é bem real.

Dean: (Foi abraçado por Castiel em suas costas)....Cass, você sabe que eu nunca correspondi ao que você sente por mim, eu não posso, o que tivemos foi muito bom, eu amei cada minuto ao seu lado, mas no fim, eu não estava mais te fazendo bem e nem a mim mesmo, eu nunca consegui esconder que meu amor, meu coração e alma pertencem ao Benny, sempre foi e sempre será assim.

Castiel: (Se soltou de Dean e gritou)....O seu precioso Benny está morto, entenda de uma vez, MORTO !!! E você não, você está aqui sofrendo há tanto tempo, por alguém que não vai voltar....(Dean ficou estagnado encarando o mar)....Dean, se permita viver novamente, se permita a amar novamente, por favor.

Castiel tentou abraçá-lo mais uma vez, arrependido de ter gritado aquelas coisas com ele, mas Dean o repeliu e contornou seu corpo, voltou a caminhar de cabeça baixa.

Dean: Obrigado por me trazer os óculos, mas acho que vou para casa agora. Tenho que me alimentar e tomar um banho para a viagem.

Castiel suspirou e chutou a areia com força, vendo Dean se afastar aos poucos. Era sempre assim, o nome de Benedict era intocável para Dean. Nunca compreendeu como Dean podia ainda sofrer por ele, após mais de um século de sua morte. Nunca alcançou a idéia daquele amor tão imenso, que havia existido entre os dois.

Tinha conhecido o vampiro charmoso e lindo que foi Benedict, um puro descendente do clã Fatinelli, e assistiu, em segredo, quando já estava apaixonado por Dean sem se declarar, como Benedict cuidava dele, como ele o tratava com veneração, com tanto amor e respeito, que chegava a ser palpável a sensação de paz e segurança que lhe transmitia.

Castiel lembrava perfeitamente, que não via em Dean a correspondência total daquele amor, seus olhos se mantinham sempre com uma pequena névoa. Nunca definiu ao certo o que era aquilo, mas tinha certeza que somente ele a percebia, nos olhos verdes de Dean. E por tal motivo, os questionamentos que lhe povoavam a mente com relação a Dean sempre incorriam para a pergunta, se Dean não se entregava completamente ao seu amor por Benedict, porque tanto tempo de sofrimento e luto após sua morte ? Porque não admitia que havia alguma coisa errada em seu coração? E que sombra era aquela que via em seus olhos, o que ela significava?

Talvez por causa de tais observações e questionamentos que um dia teve esperanças de Dean o amar, ou simplesmente, se deixar ser amado por ele.

Dean já estava longe, quando voltou a se teletransportar para sua mansão, aguardando pacientemente a chegada dele, já preparando seu dejejum em uma taça de sangue fresco, mantido nas bolsas de sangue em sua geladeira, que recebia do clã.

Dean perdido seus pensamentos, deixava as ondas lamber suas pernas e pés, relaxando da tensão causada pela discussão com Castiel. Não gostava do inconformismo no término do relacionamento deles, que seu, agora amigo, trazia em seu coração, apesar das incontáveis vezes que conversaram sobre aquele mesmo assunto.

Castiel sempre soube que Dean amava Benedict, mesmo depois de morto, e quando se relacionaram, sempre fez questão de não esconder seu sentimento do arcanjo. Tanto que o primeiro beijo deles, foi justamente num momento de fraqueza e saudade de Dean, enquanto Castiel o consolava. Havia sido reconfortante ter alguém lhe amando novamente, e esse alguém tinha os olhos tão parecidos com do seu amor Benny, que se deixou levar.

A entrega de Castiel no amor era perfeita para Dean, que necessitava aplacar a carência que seu corpo sentia de ser tocado, e seu coração tinha de se sentir protegido, seguro novamente, sensações que buscou em Castiel, para somente relembrar as sensações que tinha com Benny. Demorou muito tempo para Dean perceber isso claramente, buscava em Castiel reviver o amor de Benny, mas não era o bastante para sustentar a relação entre tão poderosas criaturas como eram.

Castiel de certa forma, sufocava Dean, exigindo cada vez mais que ele o amasse, que ele correspondesse a esse amor, muitas vezes numa postura, num gesto, onde não precisam palavras para se entenderem as mensagens, porém Dean nunca o fez, nunca mentiu para Castiel.

Não tinha como ser diferente, e as brigas começaram a acontecer com frequência, brigas como aquela que acabara de ter com ele na praia, brigas por ciúmes de Benedict.

Castiel não gostava dos puros e do clã, e não se esforçava para disfarçar seu descontentamento com a amizade e o amor de Dean por eles, e esse fato também rendeu diversas brigas entre eles. Por fim, já não estavam mais se tratando com amor e sim com cobranças.

Castiel se sentia sozinho ao lado de Dean, mesmo o amando perdidamente. Enquanto Dean se sentia sozinho sem Benny, a quem sempre amou e não conseguia esquecer ou superar, mesmo com Castiel ao seu lado, que lhe amava, mas não o compreendia. E assim terminaram o relacionamento de longos anos.

Castiel se recolheu ao céu, em puro sofrimento, Dean passou muitos mais anos completamente sozinho, experimentando a solidão verdadeira, sem ninguém ao seu lado, de um jeito que nunca tinha acontecido antes, pois sempre teve Benny, e depois de Benny teve o amor de Castiel como seu amigo, e depois teve Castiel como seu amante.

Essa solidão ensinou a Dean muitas lições importantes e a maior delas era que amava Castiel, como seu amigo, amava e precisava dele ao seu lado, e por muitas noites urrava em choro sentido, chamando o nome do anjo, que o ignorava e se colocava em penitência no céu por amar um vampiro.

Passaram anos em completo silêncio um para o outro, até o dia que Deus vendo o sofrimento de seu general, o enviou de volta à Terra, com ordens para proteger os humanos, comandando os anjos, nas crescentes guerras entre as espécies e entre os próprios humanos, pela liderança e dominância da Terra, ou por parte dela.

Assim que Castiel pisou à Terra, foi localizado por Dean, que se jogou aos seus pés pedindo perdão por tê-lo feito sofrer, e por tudo mais que não sabia o que tinha feito de errado. Castiel o anjo mais perfeito do Senhor, apenas o perdoou, e tempo depois se reaproximaram, se comprometendo em amizade pura entre eles.

Castiel se dedicava a Dean muito mais que a um simples amigo, pois ainda o amava, mas aprendeu a respeitá-lo em seus sentimentos por Benedict e pelos seus. E Dean se esforçava para agradar Castiel em tudo, querendo ver seu amigo feliz, sendo carinhoso e dedicado a ele. Aprenderam a conviver, e juntos prosseguiram com uma bonita amizade, que as vezes tinha seus arranhões, como aquele originado da briga na praia, mas nada que perturbasse a paz e amor entre eles.

Castiel e Dean estavam juntos, entre amizade, relação amorosa, solidão de ambos e amizade novamente por mais de 100 anos.

CONTINUA...