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História Anjos Solitários - Wincest - O outro lado de Dean


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Segue o acerto de contas...
melhor, mais um capítulo....kkkk.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura.

Capítulo 21 - O outro lado de Dean


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - O outro lado de Dean

 

Dean iniciou a conversa tão esperada entre ele e Sam de forma direta, sem rodeios, ainda com o sentimento de angustia e frustração pelo comportamento de Sam e sua traição.

Dean: Primeiro de tudo, porque não ficou na mansão, e, não aceitou o meu motorista, para te acompanhar até faculdade? (Perguntou ríspido).

Sam: Porque não queria te aborrecer, você deixou claro que não me queria aqui. Você me expulsou, assim, pensei que se eu ficasse na mansão você ficaria mais aborrecido comigo, ainda mais, usar os serviços da sua casa, como o motorista.

Dean: Eu não queria sua presença dentro do meu quarto....(Falou alto impaciente)....porque eu estou muito magoado com você ainda, Sam....você poderia ter ficado na mansão, afinal, nossa situação está indefinida, pelo menos para mim......ainda temos que dar espaço um para o outro, para podermos curar nossas feridas, bem do jeito que você quer, certo? Por isso que está aqui e me pediu para te perdoar, não foi?....(Encarou Sam, o provocando com um sorriso no rosto).

Sam: Foi sim....(Aquela sentença dita por Dean, feriu profundamente Sam e no seu orgulho próprio, saiu da poltrona e começou andar pelo quarto em frente a cama)....eu já te disse, eu fui muito estúpido de não ter percebido o quanto meu avô estava me enganando e me usou para chegar até você....e depois eu ainda coloquei você em perigo, e te culpei por tudo, te abandonei...eu reconheço os meus erros....eu te pedi aquele tempo no nosso relacionamento para pensar em tudo o que eu estava sentindo, mas quando eu saí daqui, eu ainda estava te julgando e estava com medo de tudo que te cerca, com medo do seu mundo, com medo desse poder todo, que vem dessas pessoas que estão a sua volta. Mas eu estava muito errado.....(Parou de andar e encarou Dean)....estava errado em tudo.

Dean: Ainda bem que você reconheceu....(Riu sem humor).....E esse tempo que me pediu, acabou para você? (Gesticulou com as mãos debochando de Sam).

Sam: (Se sentou na cama, aos pés de Dean, sentindo suas pernas fraquejarem e seu peito doer pelo jeito que o estava tratando, sentindo muita vontade de correr dali e chorar).....Claro que sim, eu estou aqui com você, porque eu quero, estou de coração aberto, e muito arrependido, esperando pelo seu perdão, mesmo que ele demore, eu não me importo, contanto, que eu possa estar ao seu lado, esperando por ele.

Dean: Hum sei.....(Debochou sutilmente)........Esse tempo que me pediu, acabou somente porque eu me acidentei? E você ficou com pena de mim. (Perguntou magoado e com raiva).

Sam: Não !....(Respondeu no mesmo instante, já nervoso e angustiado)...Bem antes disso...eu já tinha tomado a decisão de voltar, mas eu não conseguia te achar, para podermos conversar, e eu te pedir que perdoasse por todas as burradas que tinha feito.

Dean: E mesmo querendo voltar, você me traiu....sem nenhuma consideração por mim, pelo que eu sentia por você....sem sequer pensar em como eu estava sofrendo por você..... (Disse num tom muito distante e frio)....espero que tenha valido a pena, Sam.

Sam: Dean, não significou nada para mim, a Jessica é uma boa amiga, sempre foi uma grande amiga na faculdade, e eu estava muito bêbado nas festas para perceber o que estava fazendo, tanto, que mesmo ficando com ela, eu beijei outras pessoas. Eu não estava nada bem e nem feliz, com isso tudo, eu me deixei levar, pela empolgação da bebida e porque eu estava tão apavorado com tudo que aconteceu, que eu queria me afastar o máximo possível desse mundo sobrenatural, e viver tudo que o mundo normal me oferecia....eu fui muito burro mesmo....eu estava fugindo de mim mesmo e do que amor que eu sinto por você. (Falou num tom mais baixo, se recriminando mais uma vez).

Dean: Eu estou tentando sinceramente entender, Sam. Mas você ficou com outras pessoas, além dessa garota?....(Perguntou espantado e com o ciúme gritando dentro de si)....Outras garotas?

Sam: (Se levantou nervoso, coçou a nuca, e encarou Dean novamente).....Sim, e um cara.

Dean: (Se remexeu na cama, indignado)....Você ficou com um outro homem ! Você transou com ele ? (Dean falava alto, sem se controlar).

Sam: Não !!! Foram somente poucos beijos e só isso....ele até tentou me tocar...mas eu fugi dele, na hora eu só pensava em você....e eu saí correndo feito um louco....percebendo o erro em estar ali com ele, pensando em você, fiquei até com nojo dele e de mim mesmo...(Viu Dean com a respiração ofegante e os olhos arregalados encima dele).....Me perdoa....eu estava muito, mas muito bêbado mesmo, Dean, eu nem sabia o que estava fazendo.

Dean: Eu não estou acreditando.....você beijou outro homem e deixou ele te tocar?....Você se sujeitou a isso....(Os olhos de Dean mudaram de cor, para o vermelho, enquanto encarava Sam com muita raiva dentro de si, já de forma totalmente descontrolada).

Sam: Calma, Dean, os seu olhos.....(Não conseguiu completar a frase).

Dean se deixou apoderar pelo sentimento de mágoa, humilhação e de propriedade que tinha por Sam, não admitindo que ele tenha se permitido ser tocado por outro homem, já era péssimo ele ter permitido uma mulher, mas um outro homem, aquilo era a morte para si. Toda a possessão que tinha dentro do seu coração em relação a Sam, que era controlada e sem ser obsessiva, explodiu em milhões de pedaços naquele momento, o ferindo e o deixando ensandecido de raiva, além da sensação de estar sendo diminuído por Sam.

Não admitia que Sam tivesse desejado estar com um homem que não fosse ele próprio, era a situação mais descabida e desproporcional para si com relação a Sam, nunca antes tinha sentido tanto ciúmes de alguém, ele era sempre o mais amado e desejado por Benedict e por Castiel, que nunca lhe deram nenhum reles motivo para desconfiança, como poderia Sam ter confessado de cara limpa que foi tocado e beijado por outras pessoas, por outro homem, que em algum momento desejou, para chegar ao ponto de beijá-lo, destruindo a imagem de que Sam desejava somente a ele, maculando a unicidade do amor deles, o subdividindo com outras pessoas. Era tudo que pensava no momento, libertando a sua besta interior que urrava aflita, para provar que Dean não poderia ser levianamente traído, e, simplesmente aceitar, a se encolher humilhado num canto escuro da alma dele. Não concebia ser passado para trás, ser enganado, iludido por quem havia amado, para quem havia se entregado por completo.

Dean se levantou devagar, mesmo sem ninguém o ajudar com as pernas fraturadas, ainda imobilizadas por aparelhos ortopédicos, jogou o lençol que cobria suas pernas no chão, de qualquer maneira, e andou até Sam, que ficou encurralado na parede, em suas costas, enquanto andava para trás. Dean avançou em sua direção, com os olhos carmesim e os caninos crescidos para fora de seus lábios. Era a figura mais perfeita e assustadora que Sam já tinha visto, era o seu amor, tão desejado, e, um vampiro perigoso à sua frente. Ficou morrendo de medo, mas sustentou o olhar amoroso para Dean, que quando chegou perto de Sam, o jogou contra a parede e segurou com força em seu pescoço, apertando lentamente, a cada minuto mais, o asfixiando, com uma mão só, ainda cego pela raiva e pelo ciúme.

Sam: Dean, por favor, está me machucando....(Sussurrou com dificuldade, para Dean que parecia em transe, e não lhe ouvia)....Dean, me solte, por favor.

Sam estava apavorado com Dean daquela forma, seus olhos estavam lhe transmitido o terror do que poderia acontecer com ele, estando dominado pelo vampiro, olhava atento aos olhos que misturavam o vermelho cor de sangue e o vermelho cor de vinho tinto, e aqueles dentes que lembravam as presas de cães, sem desviar o olhar de total pânico. Sabia o que significava ver um vampiro enfurecido de perto, mas fosse para lhe matar ou somente lhe morder e beber o seu sangue, sabia que que não queria nenhum dos dois resultados, ainda mais vindo do único amor de sua vida. Não havia outros sentimentos dentro de si, além do imenso amor e medo.

Dean: (Falou com a voz carregada de raiva)....Você é um promíscuo, um infame, eu me apaixonei por você...e você me traiu....você menosprezou o amor que eu sinto por você....eu queria muito te odiar, para nunca mais olhar na sua cara....você se mostrou um vadio, sem valor algum...(Dean continuava apertando o pescoço de Sam e o erguendo do chão, de encontro a parede).....Porquê você fez isso tudo comigo, Sam? Eu não sou suficiente para você, eu não te amei o suficiente ou eu não te satisfaço como os humanos?....Diz pra mim....seu traidor....(Sacudiu a cabeça, tentando se conter).....Maldita hora que te conheci.

Sam: (Aquelas palavras lhe feriram mais do que a mão de Dean, que lhe sufocava com mais força, tossiu, já ficando sem ar, já se entregando a morte certa).....Dean....me perdoa, eu te amo muito....você é o meu único amor, eu não ligo de morrer em suas mãos, mas por favor....me perdoa...(Sam tentou tocar no rosto transformado, sem sucesso, perdendo suas forças, seu braço pendeu antes de alcançar o rosto amado, seu corpo já estava amolecendo e prestes a perder a consciência, não havia nem mais medo em seu coração, somente uma avalanche de arrependimento pelo sofrimento que causou visto no olhar vermelho do vampiro).

Ludovico que sentiu a transformação de Dean, correu no quarto do neto, vendo a cena, de Dean quase matando Sam, estrangulado, com o corpo dele erguido de encontro a parede.

Ludovico: DEAN !!! SOLTE ELE AGORA !!! (Gritou a pleno pulmões, levantando as mãos, preparado para usar de seu poder para evitar o pior, para evitar de Dean matar Sam).

Dean imediatamente obedeceu seu avô e caiu no chão em frente a Sam, em prantos, descontrolado, gemendo alto, como se sentisse dor. Sam se arrastou um pouco para o outro lado, caindo de joelhos no chão, tossindo e passando a mão na garganta magoada, na pele com as marcas vermelhas dos dedos de Dean, olhando em meio aos seus olhos marejados pelo aperto da passagem de oxigênio.

Ludovico: (Correu e se ajoelhou perto de Sam, analisando os danos causados)....Hei, hei....(Tocou seus ombros, fazendo Sam olhar para si)....Você está bem, garoto?

Sam fez que sim com a cabeça, se deixou ser conduzido por Ludovico, que o ajeitou para ficar sentado no chão, enquanto tossia forte, quase com ânsia de vômito. Ludovico observou que Sam estava melhor, o posicionando para respirar com facilidade, e, foi até Dean, passando a mão em sua cabeça, em seus cabelos, bem delicado.

Ludovico: Acalme-se, vamos. (Dean o olhou, ainda transformado, e Ludovico tocou seu rosto, fazendo seus olhos mudarem de cor, e recolher lentamente as presas para dentro, cessando a transformação, diante do poder usado pelo híbrido).

Ludovico escorou o corpo de Dean contra o seu, o levantando de lado, e o levou de volta para a cama, onde ele ficou sentado, tremendo, abraçado a um travesseiro chorando e tremendo muito ainda, desabando toda a sua pose anterior, se liberando de todo o sofrimento em seu peito. Ludovico serviu um copo de água da mesa ao lado da cama, para Sam se acalmar, fazendo carinho em suas costas, enquanto ele bebia a água em pequenos goles, e depois que ele estava visivelmente melhor, segurou em sua mão, o puxando para si.

Ludovico: Vem, Sam.....Vamos, vou te levar até Sophie, ela irá cuidar de você. (Disse pacientemente, sabendo que tinha que o tratar bem, porque Dean iria se arrepender de o ter atacado, além de ser o amor de seu neto).

Sam: (Falou baixo e fraco, ainda com a garganta irritada)....Não, Sr., já que começamos, temos que acabar essa conversa, de uma vez por todas, por favor....me deixe ficar aqui com Dean...(olhou para Dean com ternura e esperança dele o ouvir, mesmo depois do ataque).

Ludovico: (Olhou incrédulo para Sam)....Você não está com medo?

Sam: Sim, mas eu preciso dele, preciso que ele me perdoe....(Dean levantou a cabeça soluçando e olhou para Sam sofrido).

Sam foi engatinhando, sem forças para ficar de pé, até Dean, subiu na cama com dificuldade, e se sentou atrás de Dean, o abraçou pelas costas, envolvendo o seu corpo com seus longos braços, enquanto Dean, meio de lado, encostado em seu peito, enterrou o rosto em sua camisa, chorando sem parar, ainda. Ludovico ficou comovido com a cena, e sorriu triste para ambos.

Ludovico: Tudo bem, vou deixar vocês conversarem em paz, acho que agora, não teremos mais problemas aqui....(Olhou sério para Dean, que assentiu fraco em meio ao choro).....então tá bom...espero você lá embaixo Sam....(Disse na porta do quarto antes de sair, mas prestando atenção máxima a todos os movimentos de Dean, temendo um novo ataque, já que ele tinha ficado todo aquele tempo descontrolado).

Ficaram abraçados, um se acalmando no contato com o corpo do outro. Dean encolhido, frágil e carente, no braços de Sam, que estava com o pescoço   machucado, e, com o maior medo de todos em seu coração, perder Dean por causa de suas traições, ainda mais depois dessa reação dele. Sam esperou Dean se controlar mais, o sentindo aos poucos parar de tremer, e se soltar mais do enlace de seus braços, apesar de ainda ouvir seu choro baixinho.

Sam: Shhhhhh....não chora mais, por favor....não chora ! (Disse amoroso, fazendo carinho nas costas de Dean, afagando para cima e para baixo, e acariciando seus cabelos arrepiados).

Dean: (Sem levantar o rosto do peito de Sam)....Eu machuquei você...eu me descontrolei....me desculpa....eu não queria te matar...nem te machucar assim....eu me perdi a cabeça....me desculpa...(Dean se preocupou com Sam, mesmo com toda a dor em seu coração, ele ainda era o seu grande amor, não podia sustentar a culpa de tê-lo ferido propositalmente).

Sam: Não....não foi nada, está tudo bem, meu amor.....você não é um monstro...você é lindo...e você não me machucou, olha....(Afastou o peito do rosto de Dean, que o olhou tímido)....Viu....estou bem...(Abraçou Dean novamente).

Dean: (Com a ponta dos dedos tocou a pele vermelha do pescoço de Sam)....E essas marcas....são meus dedos....eu feri seu pescoço, sua pele. (Disse soluçando do recente choro intenso).

Sam: Não feriu não.....pra começar, eu que te magoei...e por isso você reagiu assim... (Puxou o rosto de Dean para cima, para lhe olhar nos olhos)....me perdoa, Dean ? Por tudo que já vivemos, me perdoa? Ninguém nunca mais vai me tocar, eu só quero você, só você irá possuir meu corpo, minha alma, eu te prometo....para sempre......perdão meu amor...eu estava muito bêbado, todas as vezes.....eu estava buscando você nessas pessoas, era você que eu queria o tempo todo....e a Jessica é só uma amiga, e nós acabamos confundindo as coisas, e eu só permiti, porque até nela, eu procurei um pouco de você, e quando eu não encontrei você nela....eu acabei me desesperando e procurando em outras pessoas...depois de quase perder os sentidos de tão bêbado em cada festa que me enfiei......eu magoei você, a ela e a mim mesmo, pode ter certeza....mas o tempo todo eu queria seu beijo, seu cheiro, seu toque...queria você, meu amor, só você...me perdoa. (Sam estava se desesperando, e parou sem conseguir falar mais, com a voz embargada, começando a chorar, encarando o rosto sofrido de Dean, tendo mais noção do quanto o tinha feito sofrer).

Dean: Eu sinto ciúmes de você...ninguém pode te tocar, ninguém, Sam....(Se agarrou mais em Sam, soluçando de tanto que chorou)....eu não sei lidar com ciúmes, eu não aprendi isso...sabe... nos outros relacionamentos que eu tive....eu não sei...(Balançou a cabeça em negação)...ninguém nunca me deu motivos para ter ciúmes e eu também nunca traí ninguém.

Sam: (Sorriu com a confissão)...Tudo bem....Eu já desconfiava disso...você sempre foi tão integro e tão sincero.....por isso que eu te amo, e te amei desde o primeiro momento.......(Riu para Dean)...Só você, eu juro, só você irá me tocar de agora em diante e para sempre....se me aceitar de volta, eu juro que tentarei te fazer feliz....e te amar por toda a minha vida.

Dean: Tá bom. (Ergueu novamente o rosto de Dean para si).

Sam: Você quer dizer que, então você me perdoa? Por isso está concordando, é isso? (Disse mais sério, olhando fixo para Dean).

Dean: Eu te perdoou Sam. (Riu fraco).

Sam nem conseguiu responder, apertou Dean no abraço e o beijou com saudade e amor, calmamente, sentindo o gosto de seus lábios, passando a língua pelos mesmos e explorando sua boca quente e macia, buscando tocar em sua língua, a sugando levemente, o ouvindo gemer baixinho no meio do beijo, que foi totalmente dominado por Sam, enquanto Dean somente conseguiu se entregar, e sutilmente saborear o avanço de Sam sobre seus lábios, feliz em sentir que era desejado por ele, mesmo sabendo que ele deveria estar com medo do seu lado vampiro ainda, e, mesmo ele próprio percebendo ainda a pontinha do sentimento de humilhação pela traição, habitante em seu coração.

Sam estava, enfim, realizando o desejo que tanto buscou e sonhou naquele tempo longe de Dean, depois que se deu conta do quanto estava errado. Aproveitando aquele momento ao máximo, aquela entrega perfeita de seu amor em seus braços, era como se levitasse entre a certeza do perdão dele e tê-lo novamente para si. Tudo que Dean fez naquele quarto, toda aquela reação e o ataque tinham valido muito a pena diante do perdão concedido. Era a complementação da felicidade em seu coração, sorrindo no meio do beijo, ao mesmo tempo em que uma lágrima emocionada descia de seus olhos. Se separou do beijo, quando o ar faltou, mas continuou apertando o corpo de Dean em seu peito.

Sam: Eu te amo tanto, que chega a me sufocar....eu estava com tanta saudade de você, eu desejava dia e noite estar com você, poder te ver, olhar seu rosto e te tocar assim....(Dean se afastou um pouco e Sam tomou o seu rosto nas mãos).

Dean: Sam, eu também estava com saudade de você....mas eu queria te dizer, que eu quero ir mais devagar dessa vez, ainda existem muitas feridas no meu coração que precisam ser curadas, assim como no seu coração também. (Dean escapou do toque em seu rosto).

Sam: (Ficou um pouco decepcionado, mas compreendeu que não tinha o direito de fazer nenhuma cobrança a Dean)....Entendo....lembrei “situação indefinida”......Eu não vou te ter como antes, nada será como antes ? É isso ? (Perguntou com medo da resposta).

Dean: Não pense assim, nós estaremos juntos, é o que importa, e aos poucos iremos reconquistando a confiança um no outro...(Fez um silêncio)...nesse momento a confiança que tenho em você foi abalada....Não só a confiança de que não vai mais me trair, mas também a confiança de que não vai querer me abandonar novamente, por qualquer motivo, ou, por entender as coisas erradas...eu não iria suportar isso novamente...e para isso temos que ir devagar...um passo de cada vez. (Se afastou do abraço de Sam, retomando a postura altiva do início da conversa).

Sam afofou alguns travesseiros e rodou o corpo de Dean para se apoiar nos mesmos, contra a cabeceira da cama, com os olhos embaçados pelas lágrimas. Aquelas palavras, não era o que esperava de Dean. Era a confirmação de que Dean não confiava mais nele, e isso foi como um balde de água fria naquela reconciliação, e pior, como um soco no estômago, deixando um frio imenso no lugar do impacto, como o frio que sentia dentro de si, vindo de Dean.

Sam: Você não confia mais em mim? (Se levantou e ficou em pé olhando Dean, passando as mãos no cabelo).

Dean: Eu não sei em que sentido você pergunta isso, mas é difícil para mim, uma entrega sem barreiras, e totalmente livre de lembranças e sentimentos ruins por enquanto, me desculpe....eu ainda estou magoado com você...e....eu sei que você também ainda tem seus medos e as lembranças ruins, sei tudo que passou com o episódio do seu avô, do horror que testemunhou, e que ainda tem alguns sentimentos guardados por conta daquilo tudo, assim eu pensei, que possamos seguir juntos, mas somente nos curando nesse primeiro momento, nos reconhecendo. Entende? (Sorriu forçado).

Sam concordou contra vontade, confirmando com a cabeça, para não correr o risco de perder Dean, mas queria ele por inteiro novamente, como já tinha sido antes, como já tinham estado juntos. Não entendia nada do que ele quis explicitar com aquilo, mas aceitava, mas quase por uma imposição de seu coração, que queria estar perto e amar Dean acima de tudo, e para isso, aceitaria qualquer coisa que viesse dele, que lhe desse o perdão por seus erros.

Sam: Mas então você quer dizer que nada irá mudar na nossa relação, absolutamente nada, apesar do que carregamos dentro de nós, desses sentimentos que foram criados com a nossa separação?

Dean: (Pensou um momento)....Vou me esforçar para que seja assim.

Sam ficou realmente apreensivo com essa sentença final, mas para ele ainda seria tudo igual, apesar do pavor que sentiu em ver Dean transformado e o atacando, sabia que aquela sensação de medo e a imagem não sobreviveriam muito tempo em seu coração, diante do amor e da saudade que estavam gritando dentro dele.

Dean: (Cortou os pensamentos de Sam, que estava em silêncio com olhar perdido).....Sam, eu queria te contar uma coisa que aconteceu há algum tempo, mas já que estamos nos libertando de nossos medos, acho que seria bom que você soubesse, diante do medo que vi em seus olhos, quando te ataquei.

De certa forma, queria mostrar para Sam que não era um fraco, um qualquer que estava apaixonado por ele, queria deixar claro que ele era poderoso, e bom para Sam, ainda tocado pelo ciúmes e ressentimentos. Não iria esconder mais sua natureza de Sam, como vinha fazendo, não se alimentando, na sua frente, e pensou que por isso, talvez Sam continuava tendo uma imagem distorcida sobre si.

Dean: (Após uma pausa).....Sabe aquele ladrão que te machucou, em Nova York....(Sam assentiu, interessado onde Dean queria chegar)....pois é, eu nunca te contei com medo da sua reação, mas eu o matei, e, matei também o traficante de drogas que estava com ele....eu bebi cada gota de sangue do corpo daquele imbecil que quase me tirou você para sempre. E depois disso, eu matei muitos outros como ele, em todos os lugares por onde estive, desde que você saiu da minha casa. (Encarou Sam, lendo suas reações de pavor).

Sam arregalou os olhos, espantado com a confissão, e se deixou cair na poltrona do quarto, aquela era uma realidade que tinha que se acostumar, Dean era um vampiro, com ações e pecados mortais, era um ser perigoso. E parecia que naquele momento, queria deixar isso muito claro para ele, para ver suas reações e se ele iria suportar. Se manteve quieto, pensativo, olhando para Dean, analisando como aquele homem tão bonito podia ser uma criatura tão sangrenta.

Dean: E aí, Sam....(Sorriu debochado).....diz alguma coisa.

Sam: Eu não posso concordar com isso, ou achar que agiu corretamente, você sabe o que eu penso, essa atitude é a mesma atitude que reprovei na cabana...vocês possuem meios de imobilizar e paralisar quem quiserem, para fazer justiça de outro modo, mas não matando, como estão acostumados. Vocês menosprezam os humanos, os tratam como inferiores e facilmente os diminuem, como uma raça tão inferior a vocês. Não posso te apoiar nisso. Que bom que me contou....Mas desculpe.......(Pausou, olhou para Dean sem dizer nada, confuso pelo momento e o olhar frio de Dean sobre si)......Vou dar uma volta, descanse um pouco......(Saiu sem dizer mais nada, com o coração pesado por suas palavras, mas Dean pareceu que o estava provocando exatamente para ver essa reação nele).

Dean sorriu quando viu Sam sair, conseguiu dar o recado que queria, demonstrar seu poder, demonstrar que não era uma pessoa a ser tratado como um de seus amigos de faculdade. Apesar do momento de fragilidade que teve, retomou seu pensamento, de esclarecer quem realmente era para Sam, pois não queria ser tratado como um mostro nunca mais, como Sam já tinha feito com ele. Se aconchegou nos travesseiros e passou os dedos nos lábios, memorizando cada milésimo de segundo do beijo de Sam.

Sam passou por Ludovico, que estava na sala conversando com os demais vampiros, e se embrenhou no jardim da mansão, desabando sentado em baixo de uma árvore, com milhões de pensamentos e receios, a respeito dessa nova atitude de Dean. Estava muito confuso, esperando que aquele jeito de Dean não perdurasse, querendo o Dean antigo de volta para si.

Ludovico, vendo Sam passar por eles, já sabendo tudo que tinha sido dito no quarto, e no seu íntimo, no seu lado mais sádico, ficou feliz pela demonstração de poder de Dean, mesmo que não quisesse ver o humano ferido, para também não ver o neto sofrer, não podia deixar de admirar uma clara exibição de superioridade de Dean para o humano, que de forma tão vil, o fez sofrer naqueles meses. Era uma sensação de contentamento, como se fosse uma vingança pessoal, que lhe fez sorrir.

Após quase duas horas, Sam retornou a mansão, depois de muito pensar no jardim, sempre mantendo sua decisão de ficar com Dean, de se sujeitar a tudo pelo perdão dele, para manterem a relação entre eles. Entrou na casa, foi direto ao quarto de Dean, onde ele, livremente e sem se preocupar com Sam, estava bebendo sangue humano em uma taça. Quando Sam entrou ficou surpreso, mas não desviou o olhar, apesar de sua repulsa notável em seu rosto.

Dean: (Levantou a taça em direção de Sam)....Te incomoda? (Perguntou debochado).

Sam: Se eu falar que sim, você vai continuar bebendo, certo?

Dean: Ah, Sam, não se esqueça que tenho que me alimentar. Por isso tenho que continuar bebendo sim. Tenho que me recuperar ainda.

Sam: (Apontou para taça)....É sangue humano mesmo?

Dean: (Sem levantar os olhos para Sam, olhando para o sangue)....Humhum.

Sam: Acho que posso esperar lá fora. (Estava bem enjoado com a cena).

Dean: Pode ficar, e não olhar, se te deixa tão enojado.

Sam se afastou e ficou em pé na porta da varanda, olhando para o jardim, esperando Dean terminar, não quis voltar a olhar aquele sangue sendo tomado como se fosse um vinho doce. Controlou seu estômago dando voltas, e se esforçou para não pensar naquilo. Escutou Dean indo ao banheiro, escovando os dentes, depois falando com um empregado para recolher a taça, e quando menos esperou sentiu os braços de Dean envolta do seu corpo, lhe abraçando por trás, apoiando sua testa em seu ombro. Sam fechou os olhos, apreciando aquele corpo quente e acolhedor lhe transmitindo amor, num toque quase mágico, como há muito tempo não sentia.

Sam agarrou em suas mãos que cruzaram em seu peito, deitando sua cabeça inebriada pelo momento, para trás, no ombro de Dean.

Sam: Vai ser mais difícil de agora em diante, não é? (Perguntou, sentindo o cheiro maravilhoso de Dean, tão perto de si).

Dean: Tudo vai depender de nós. Somente de nós. (Disse suspirando no pescoço de Sam).

Sam: Eu te amo Dean, não mude comigo por favor.

Dean: Vem vamos nos sentar, minhas pernas ainda doem. (Desconversou e puxou Sam para se sentar com ele na cama).

Sam esperou Dean se aconchegar, apoiado nos travesseiros novamente, e se sentou ao seu lado, olhando para ele fixamente.

Sam: (Triste, com a voz embargada)...Você me perdoou, mas não disse nenhuma vez que me ama, já é a segunda vez que eu digo isso hoje para você, e só escuto seu silêncio.

Dean percebeu a carência de Sam, mas não conseguia se entregar assim, por enquanto, sua dor estava muito recente, muito viva dentro de sua alma.

Dean: Se eu não te amasse você não estaria aqui, concorda ? Eu sequer olharia para você novamente. (Sorriu).

Sam: Não era isso que eu queria ouvir. (Falou de um jeito muito triste, arrastado).

Dean: Sam, não insista...(Respondeu friamente)....agora, por que não me diz, qual o seu objetivo, em não dormir aqui ou usar o motorista da mansão para ir e voltar da faculdade.

Sam: Essas coisas não me pertencem, são suas, não minhas.

Dean: Mas se iremos compartilhar nossas vidas em uma relação, tudo que me pertence, é seu também.

Sam: Pensei que fossemos agir de forma diferente, do jeito que possamos curar as feridas, foi o que disse, além de não me querer aqui com você nesse quarto. E eu não posso ser dependente de você a esse ponto. Então, cada um com suas coisas, eu sabia que você era rico e você sabia que eu era pobre, então. (Deu de ombros, orgulhoso, e revidando o modo debochado de Dean).

Dean: Isso é orgulho, e você sabe disso, mas se quer assim, você que sabe. Só peço que por favor aceite o motorista te conduzir para onde precisar, pois é uma questão de segurança, não deve ser uma questão de orgulho.....ainda mais um orgulho desnecessário como o seu. (Disse friamente, ofendendo Sam).

Sam: Não precisa. Obrigado. Eu ainda sei me cuidar. (Disse com um nó na garganta, imaginando que tipo de relacionamento teriam).

Dean ficou calado, não sabendo como convencer Sam, sem deixar transparecer uma preocupação excessiva ou mesmo a necessidade de o proteger, como tinha se comprometido sempre a fazer, de ser para Sam aquilo que Benedict foi para si. Aqueles novos rumos também mexiam com seu amor, revirando tudo o que tinha sido anteriormente, antes uma entrega perfeita, ampla e completa, agora, com algumas restrições, que no fundo, machucariam a ambos, e ele sabia disso, mas não conseguia e nem queria evitar.

Dean puxou a mão se Sam para si, vendo que já estava anoitecendo, olhando rápido pela janela.

Dean: Dorme aqui abraçado comigo, eu quero matar um pouco dessa saudade que estou de você.

Sam: Não dá, amanhã depois da aula, eu volto, e você precisa descansar, mais à vontade também. ( Deu um beijo no rosto de Dean e se levantou).

Dean: (Numa última tentativa de conter Sam ali).....Sam, por favor....fica comigo essa noite....agora eu deixo você ficar no meu quarto, e até na minha cama, se quiser...pensa que está na cama de alguém da sua faculdade...e nem vai precisar estar bêbado para isso....né mesmo?.....(Piscou para Sam, após mais uma vez usar um tom sarcástico).

Sam: (Querendo correr e chorar tudo que estava em sua garganta preso, lembrando que Dean não o queria naquele quarto antes, e ofendido por suas palavras)....Até amanhã, Dean.....(Disse da porta e saiu).

Sam seguiu, mais uma vez, a pé, não tinha dinheiro sequer para pegar um taxi, e naquele lugar de ricos, não passava ônibus. Não encontrou com ninguém quando saiu da mansão. E após andar algumas ruas, passou por um lugar que tinha uma enorme lixeira em forma de container, e não se aguentou, se sentou ao lado, escondido na sombra da imensa lixeira, e chorou muito, colocando para fora todo o sentimento recolhido e o desespero da culpa novamente, sabendo que tudo aquilo que tinha vivido com Dean naquele único dia, eram as consequências de suas próprias ações e escolhas ruins que tinha feito. Ficou atordoado e surpreso com Dean, pois, mesmo sabendo que o perdão seria difícil, não presumia que Dean iria mudar com ele, não visualizou a extensão real do que ele tinha passado ao ponto de se modificar daquela forma, e ambos eram fermento em sua dor, saber o quanto Dean sofreu e ver mudanças ruins nele, causadas por tudo que tinha feito. A sua tola filosofia pessoal não lhe alertou para isso, para o que estava acontecendo com Dean agora. Sam ficou esquecido naquele canto, sem se importar com o avanço da noite, e depois de muito tempo, se acalmou um pouco, voltou a andar para o seu esconderijo, o seu quartinho na faculdade, com sua garganta doendo e arranhando por todo o caminho, com a pele bem marcada do vermelho que se tornava roxo, aos poucos.

Dean ficou muito triste com tudo que se passou, e com suas atitudes com Sam, mas não conseguia ser diferente enquanto a dor do abandono e da traição de Sam ainda estivessem martelando em seu coração. Não conseguia se abrir realmente para ele, ainda tinha medo de voltar a sofrer. Aquele comportamento era o conjunto das reações naturais do que sentia no momento, e por mais que tivesse visto e sentido o sofrimento de Sam, não conseguia evitar, não tirava as imagens dele beijando apaixonadamente outra pessoa, e da confissão dele, de entrega a outra mulher, e ainda, dizendo que tinha quase se entregue a um outro homem, era realmente demais para si mesmo, a ferida era muito mais profunda do que pressupôs, não era tão somente a dor do abandono, no momento que mais precisava, e da traição, era também, o medo de ser realmente trocado por algo que fosse melhor do que ele mesmo, algo que fosse melhor na visão de Sam, em sua juventude humana, cheia de imperfeições e erros pelo caminho. Dean tinha esperança que o tempo iria apagar esses sentimentos, que poderiam se transformar novamente no amor intenso, que confiava plenamente e se entregava de corpo e alma, mas por enquanto, era inevitável, sentir medo de se entregar mais uma vez.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Amigos,

MUITO OBRIGADA POR TUDO,
POR ACOMPANHAREM E SEMPRE COMENTAREM !!!!!

BJSSSS !!!!


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