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História Anjos Solitários - Wincest - Dor e esperança


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,


Segue mais um capítulo,
com personagens novos.

Desculpem os erros.

Ótima leitura !!!!

Capítulo 24 - Dor e esperança


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - Dor e esperança

 

Dean se arrependeu do que tinha feito com Sam, de ter saído de seu quarto sem o avisar, pelo menos, não esperava aquela reação de Sam, aquele desabafo tão sofrido, e, definitivamente, não era fazer Sam sofrer daquele jeito que Dean queria. Somente não conseguia controlar seus sentimentos, e, principalmente, seus pensamentos, que sempre o levavam a triste realidade de que Sam não merecia mais sua confiança. Dean se assustou com a dor de Sam, e ficou apavorado com tamanha intensidade de seu sofrimento.

Sam se sentou no chão, com as costas apoiadas na cama, e chorou durante muito tempo, e quando finalmente se acalmou, ainda cambaleante, tomou um banho e fez sua higiene, colocou uma roupa e saiu do alojamento, e foi andando como sempre, para o centro da cidade, para procurar um trabalho qualquer que fosse. Estava com o coração despedaçado e sentia como se seu mundo tivesse acabado, não queria continuar a lutar, mas não poderia desistir de si mesmo, pois ainda tinha uma grande parte sua que pertencia ao amor que tinha por Dean. Apesar de tudo, acolhia a esperança de que Dean ainda o perdoaria, e que ele ainda o amaria como antes, que ele voltaria a ser aquele que tanto o amava e que era tão idolatrado por si mesmo. Assim, se obrigou a enxugar as lágrimas que deitavam em rolar em seu rosto, enquanto caminhava nas ruas, justificando que viveria por Dean, que não se entregaria ao desespero por Dean.

Sam, já tinha enviado currículo para vários escritórios pedindo estágio, mas ninguém o chamou de volta, sempre alegando que ele era muito qualificado para um simples estágio, tinha feito também provas para estágios nos órgãos do governo, porém os resultados demoravam a sair. Ainda tinha tido alguns trabalhos em lanchonetes e bares da cidade, mas era sempre dispensado quando pediam para chegar mais cedo ou fazer horas extras, e ele não conseguia por causa da faculdade, que lhe exigia muita atenção e estudos, não podendo vacilar nas notas, por causa da bolsa de estudos que tinha ganho, para poder cursar Direito na faculdade, onde havia a obrigatoriedade de boas notas, em troca da manutenção da mesma, senão a perderia, e jamais teria condições de pagar a faculdade, e nem mesmo se manter nela.

No período em que se separou de Dean já tinha se arriscado bastante frequentando festas e boates com os amigos pagando e oferecendo tudo liberado, o que lhe custou uma queda no seu rendimento das notas, mas se assustou tanto, que logo se recuperou, seu sonho de ser advogado era maior que suas aventuras pela madrugada no campus. Queria ser diferente de seu pai, John, que foi sempre um caçador, e estava no sangue a gana dele ser caçador, depois que descobriu esse mundo, mas Sam não queria viver como um caçador para sempre, queria uma vida normal, num mundo normal, e para isso alimentou o sonho de se formar em advogado, e construir uma vida própria longe de monstros e criaturas sobrenaturais.

Sam estava vivendo unicamente da pequena mesada que Bobby lhe dava com sacrifício, o que agradecia  com todas as suas forças, senão realmente estaria passando fome, mas mesmo assim, a mesma era curta, e não conseguia se manter, nem mesmo em comida durante todo o mês, por isso se segurava ao máximo, e qualquer gasto era muito pensado e calculado, antes não estava se preocupando com isso, quando vivia com Dean, chegando a devolver para Bobby o dinheiro nos meses que viveu na mansão. E depois que se separaram não conseguiu mais se manter direito. Sem trabalho, sem estágio e vivendo somente do pouco da mesada. Nunca tinha conversado sobre dinheiro com Dean, e ele não sabia de nada disso, somente sabia que ele era pobre e isso já bastava, para o seu orgulho e teimosia.

Dean andava cabisbaixo de um lado para outro dentro da mansão, olhando a piscina pelas portas de vidros imensas, tentando se acalmar. Não podia contar mais com Castiel para resolver seus problemas com Sam, e dar aqueles empurrõezinhos de antes, organizando e colocando tudo a limpo, tudo que precisavam para se reencontrarem. Não podia contar com Ludovico, que definitivamente, apesar do último episódio ter ajudado, não tinha tempo e nem ânimo para aquilo, se precisasse dele para o ouvir e lhe dar conselho, podia contar com ele, mas tinha que dar sorte dele estar por perto, mas não podia contar que ele lhe ajudasse com seus relacionamentos, ainda mais com um humano. Sentia falta de seu amigo Castiel, mesmo ele tendo estado na mansão lhe visitando, não era a mesma coisa, ele queria que Castiel vivesse com ele e para ele como antes, mesmo sabendo que isso era impossível, por todos os motivos do mundo e por causa de Baltazar, enfim, o anjo merecia ser feliz também, teria que se contentar com sua amizade somente, amizade sem excessos.

Sam saiu contente de mais uma rápida entrevista de trabalho, era a sexta naquele mesmo dia, para vaga de garçom em um restaurante simples, mas de médio porte, conseguiu o trabalho de meio expediente, para trabalhar na parte da tarde, entrando as quatorze e saindo as vinte horas, era perfeito para o encaixe do horário matinal da faculdade, ganharia por semana, um valor fechado de ordenado, e as gorjetas seriam por fora, não precisaria rachar com o restaurante, o que lhe deixou muito mais aliviado, pois o salário em si era baixo, e somente iria compensar porque poderia comer no local, sendo tudo liberado para os empregados. Não morreria mais de fome, e nos primeiros dias de trabalho teria que ir e voltar andando, enquanto não recebesse seu primeiro salário, para poder se locomover de ônibus, pelo menos.

Dean não suportou esperar mais alguma luz ou alguém que lhe aconselhasse e lhe entendesse melhor, tomou um banho demorado e revigorante, e, optou pela única saída possível para salvar o seu relacionamento com Sam, depois de ter se recriminado horas pelo que fez, e, voltou para o alojamento de Sam, e ficou na porta o esperando, sentado num banco de madeira, que tinha no corredor, mesmo que elegantemente vestido, de calça social preta e camisa social azul clara, queria muito conversar com calma com ele, queria poder estar com ele novamente, pensava, que se abrisse seu coração e se Sam lhe contasse tudo que fez em sua ausência, não se sentiria melhor, e assim suportaria melhor a traição e tudo mais, essa era sua intenção ouvir e ser ouvido por Sam. Não podia se permitir a perdê-lo novamente e nem mesmo o afastar de si, como vinha fazendo, não tolerava vê-lo sofrer de jeito nenhum, mas acabava imputando sofrimento a ele, e isso tinha que acabar, a situação já estava ficando insuportável, e insuportável seria também, se perdesse Sam de vez.

Sam subiu as escadas do alojamento, já muito cansado, tinha sido uma hora e meia para ir e mais uma hora e meia para voltar, calculou direito o tempo gasto em sua caminhada, para poder não se atrasar em seu primeiro dia de trabalho, que seria no dia seguinte. Quando entrou no corredor, viu Dean sentado à sua porta. Seu coração bateu forte em seu peito e sua respiração ficou totalmente descompassada, somente com a visão daquele homem que tanto amava, que era sempre tão lindo, tão elegante, e que tinha se entregado a ele, de forma tão perfeita na noite anterior.

Sam se aproximou devagar e parou de frente a Dean, que se levantou na mesma hora que o viu, o vendo com os olhos inchados de tanto chorar e a expressão triste e cansada.

Dean: Oi, Sam, estou aqui para nós conversarmos.....(Se sentiu muito mal por ver Sam assim)....posso entrar um pouco?.....(Disse sem graça, colocando as mãos nos bolsos).

Sam não disse nada, abriu a porta, e fez sinal para ele entrar em sua frente, nervoso e ansioso em ver Dean de volta, depois das coisas que tinha dito ao telefone.

Dean se sentou na cama, alisando discretamente o lençol em que se amaram na noite anterior, querendo sentir em sua pele o mesmo arrepio que Sam já provocava nele, somente com sua presença, se lembrando dos toques cuidadosos de Sam em seu corpo.

Sam se mexeu de um lado para outro, guardou o envelope que estava em suas mãos, que continha o folheto do restaurante e o formulário que teria que entregar quando começasse, depois foi ao banheiro, e sem avisar a Dean, tomou um banho rápido e escovou os dentes. Mesmo não comendo nada o dia todo, se sentindo até um pouco tonto, quando arriou sua cabeça embaixo do chuveiro, se manteve firme e respirando bem fundo, sua cabeça estava doendo e o seu corpo todo reclamava para descansar. Saiu do banheiro, já vestido com um pijama bem surrado, de short e camiseta, puxou a única cadeira no local, de metal preto que servia para seu estudo junto a escrivaninha, se sentou em frente a Dean, que estava sentado na cama, e ficou o encarando, vendo que ele estava um pouco hesitante com as palavras, então, tomou a frente, com o peito inflado de coragem para falar.

Sam: Eu imagino que esteja aqui para poder olhar na minha cara e analisar quanto eu estou valendo hoje...né mesmo? (Estava muito magoado).

Dean: (Levantou em um supetão e deu um passo pro lado)....Meu Deus, não!!!....Pára com isso....(Pausou, se sentou novamente, mais calmo, segurou nas mãos de Sam)....eu vim aqui porque eu quero muito conversar com você, Sam.

Sam: Nós já conversamos Dean, eu não tenho mais forças para continuar sendo maltratado e humilhado por você.....me deixa sozinho...eu só quero ficar sozinho...(Largou as mãos de Dean, se levantou e ficou de costas para ele, se sentindo deprimido como antes)....você me magoou muito saindo daquele jeito...eu me senti muito mal mesmo...um lixo, um fracassado, e, eu sei que não sou nada perto de você, e, você agindo assim, só confirmou que eu não sou nada para você também, entende....você me usou....(Foi interrompido).

Dean: Não, Sam!!! (Falou alto)......eu não faria isso...não, isso não.

Sam: Dean....(olhou de volta para ele, já com o rosto molhado pelo choro repentino)...você não consegue dizer que me ama....eu precisei muito ouvir você dizer isso....eu dei todas as chances de você me dizer....eu fiquei esperando ouvir, com o coração doendo...mas você simplesmente não disse....como você queria que eu me sentisse? Eu amo você demais, e quando eu pude tocar em você ontem, com todo o meu amor explodindo dentro de mim, eu acreditei, sinceramente, que você estava comigo ali, mas não...você não estava...eu não aguento amar sozinho, com você ao meu alcance....sabe...(limpou o rosto com as mãos)...isso doí demais.

Dean: (Se aproximou e segurou no rosto de Sam com as duas mãos)....Eu te amo, Sam. Eu amo você de todas as formas possíveis, eu te desejo todos os dias da minha vida....eu não sei viver sem você, não sei mais.....(Suspirou profundamente)....Eu preciso de ajuda e você também...nós podemos nos ajudar a superar tudo que passamos? Você ainda quer ficar comigo, você ainda deseja que possamos ficar juntos? Por favor, diz que sim...diz que quer continuar comigo, por favor.....(O abraçou apertado, fazendo carinho no cabelo dele, sentindo seu cheiro doce e envolvente, o segurou no lugar não permitindo que ele saísse de seu abraço, apesar dele tentar resistir).

Sam sorriu fraco pelo esgotamento físico, não conseguia se desvencilhar dos braços fortes de Dean, e aos poucos foi se entregando a presença do seu amor, lhe segurando com tanta ânsia, deixou a mágoa dar lugar a alegria por ouvir o desejo de Dean ficar junto dele, era como se fosse a declaração tão esperada, o que renovou seu coração ferido. Balançou a cabeça no ombro de Dean engasgado pelo choro, sendo abraçado ainda mais junto do corpo de Dean, que o apertava forte, o confortando. Ficaram alguns minutos assim juntos e seguros nos braços um do outro, matando um pouco da saudade daqueles dias de paz no amor que viveram tão profundamente.

Dean puxou Sam, pela mão para se sentar na cama, e se sentou ao seu lado. Sam com seu jeito de menino sentado com os pés no chão, olhando para Dean, enquanto sacudia a cabeça, dizendo sim novamente, sendo admirado pelo olhar carinhoso de Dean, que o viu se descontrolar, novamente, não conseguindo responder a pergunta dele, pois sua voz não saía.

Dean: Eu sei, tudo bem, não precisa dizer nada. (Dean fez carinho em seu cabelo algumas vezes e pegou água num copo que achou na escrivaninha e deu para Sam beber)....tudo vai ficar bem, Sam....calma, eu estou aqui com você...calma....(Fez carinho em suas costas o vendo se acalmar bem devagar).

Sam bebeu a água, que bateu no seu estômago vazio, e doeu, fazendo ele dar um gemido baixo. Dean percebeu e segurando em sua outra mão, sentiu suas emoções bagunçadas e as sensações de cansaço extremo e fome, além das dores que ele sentia por todo o corpo fatigado.

Dean: Você não comeu nada hoje, porque?.....(Disse preocupado).

Sam: Eu estou sem fome...(Murmurou).

Dean: Sam, não faça isso comigo, não minta para mim, quando se trata de sua saúde. Você está sem comer, porque?....(Estava muito preocupado com a saúde dele).

Sam: (Se esgueirou pela cama, abraçando as pernas, e se encolheu, dizendo baixinho).......Eu não tenho dinheiro. Eu fui procurar trabalho hoje, no centro do cidade, por isso eu não estava aqui quando chegou....(Sorriu meio torto)...eu consegui trabalho, sabia? Eu estou contente de poder trabalhar. Começo amanhã já. (Disse contente, querendo mudar de assunto rápido).

Dean: Você não tem dinheiro para comer ?....(Se levantou, deu uma volta em si mesmo)....Meu Deus, Sam...porque não me disse....você está passando necessidade...comigo ao seu lado...(ficou com os olhos marejados)...eu não estou acreditando...(se sentou novamente ao lado de Sam)...mesmo com nossas brigas...eu estou aqui com você...eu posso te ajudar....não seja tão orgulhoso....como eu posso ficar tranquilo sabendo que você está passando por isso....eu não suporto sequer pensar nisso....(Sam o interrompeu).

Sam: Dean...(Segurou na mão dele)...vai ficar tudo bem....é só eu dormi um pouco. (Colocou a mão na cabeça acariciando a têmpora, dos dois lados de seu rosto, recostando suas costas na parede atrás da cama).

Dean: Olha o seu estado, você está com dor de cabeça de fome, como pretende conseguir ir trabalhar amanhã, andar daqui até o centro sem comer nada....não dá...você está fraco e tonto, eu posso sentir...me deixa comprar alguma coisa para você comer...depois conversaremos...por favor....e eu vou te ajudar com o transporte para onde quiser ir....(Disse se desesperando em pensar que seu amor estava tão derrotado ao ponto de passar fome enquanto era tão rico).

Sam: Não, eu não quero, não quero que você me faça sentir como um fracassado, inútil, que se vende por comida como fez ontem. (Falou rudemente, mas quase um sussurro sem forças).

Dean: Sam....(Sacudiu ele pelo ombros, já irritado)...por favor, pára com isso...eu quero te ajudar....eu jamais faria qualquer coisa para te humilhar ou te menosprezar, me deixa te ajudar....só isso, por favor.

Sam: (Também ficou irritado e se encolheu mais, fugindo do toque de Dean, e desconversou)....Podemos conversar outra hora?

Dean: Não !!! (Gritou)....Eu quero que você coma alguma coisa e depois iremos conversar....como combinamos....temos muita coisa entalada, que precisamos dizer um para o outro. (Disse alto e em tom autoritário).

Sam: Dean, vai embora.....(Pediu com medo do que a raiva estampada no rosto de Dean pudesse prejudicar mais ainda naquela reconciliação a que estavam se propondo com a conversa que teriam).....Quando você se acalmar, nós conversamos. Eu quero ficar sozinho. (Não conseguiria manter uma conversa com Dean gritando e nervoso).

Dean: Droga Sam, não !!! (Gritou novamente, no desespero de querer poder alimentar Sam, e vê-lo bem para poderem conversar).

Sam se deitou e virou de costas para Dean, encolhido, sentindo muita dor de cabeça, piorada com os gritos de Dean, e com ele lhe irritando, querendo comprar comida. Só precisava de silêncio e poder dormir um pouco. Fechou os olhos, forçando dormir.

Dean passou a mão no rosto todo, em nervoso total, em pé ao lado da cama.

Dean: Sam! (Chamou mais baixo, tocando em seu ombro, se revestindo de toda a paciência).

Sam: Vá embora Dean, por favor. Me deixa quieto...por favor....eu quero ficar quieto.

Dean: (Explodiu novamente e falou alto).....Quer saber de uma coisa.....Você conseguiu estragar tudo, sabia? Eu vou mesmo embora, eu que não aguento mais isso...esse drama todo.....esse seu orgulho vai te matar.....(Sem pensar em nada, retirou todo dinheiro que tinha em sua carteira e deixou na escrivaninha, saiu e bateu a porta com toda força, muito irritado).

Sam chegou a tremer na cama, com o barulho da porta batendo. Sabia que tinha irritado Dean, mas ele mesmo estava muito irritado, com fome e com dor, e não foi compreendido por Dean, mais uma vez. Não queria que nada se repetisse como no dia anterior, achava que se deixasse Dean ficar comprando coisas, mesmo comida para ele, estaria de certo modo dando margem para ele continuar com a mesma atitude para com ele, o deixando sempre com aquela sensação de humilhação. Estava feliz de verdade pela declaração de Dean, que lhe era tão preciosa, e mais feliz ainda porque teria a oportunidade de conversar com ele, sobre tudo, era o seu maior desejo, de se acertarem, de exporem tudo um para outro e depois se acertarem. Não tinha força física para brigar mais com ele, e de certo modo, ficou aliviado quando ele se deu por vencido e foi embora, e assim, poderia tentar melhorar um pouco. E dormiu, depois de meia hora e de programar seu despertador para chegar cedo no novo trabalho, apesar de ser domingo, o restaurante funcionava normalmente.

Dean não acreditava no que tinha acontecido, quando disse que queria ficar com Sam, finalmente, a teimosia e o orgulho dele estragaram o momento que ansiava, onde estava se abrindo para conversarem realmente, falarem tudo um pro outro, tudo que não foi dito depois do acidente, tudo que viveram separados e tudo que sentiam. Sam conseguiu deixar tudo para debaixo do tapete novamente com sua ignorância de não aceitar ajuda, nem para comer, Sam não conversou com ele, matando sua esperança de se entenderem, e, sua própria impaciência não permitiu que compreendesse o momento, pensava Dean. Esperava que o dinheiro que tinha deixado para ele, fosse aceito, e ele comprasse comida, pelo menos, para si, na manhã do dia seguinte, já que disse que iria trabalhar, o que era nobre de sua parte. Mesmo Dean não concordando, pois Sam não precisava trabalhar estando junto dele, iria somente estudar e se aprimorar em sua profissão, e quem sabe um dia montasse seu próprio escritório de advocacia, mas para isso teria que se dedicar muito ao estudo, e trabalhando não conseguiria tanto empenho quanto necessário. Se lembrou que nem perguntou em quê Sam iria trabalhar, mas esperava que conseguir ter uma conversa com ele no dia seguinte a respeito de tudo. Dean foi para casa, com toda sua irritação e arrependimento por ter gritado com Sam, onde assim que chegou, tomou alguns calmantes e foi dormir em seu próprio quarto, cansado do quarto de hóspedes que parecia um hospital, onde vinha dormindo desde que voltou do acidente.

 

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Na manhã do dia seguinte.

Sam pulou da cama assim que o despertador do celular tocou, correu para o banheiro e tomou um banho rápido, fez sua higiene e começou a se vestir, se sentindo bem melhor e sem dor de cabeça, quando reparou num pequeno volume de notas de dinheiro sobre a escrivaninha. Sabia que tinha sido Dean, sentiu ser inundado de amargura, mas se controlou, pois não teria tempo para sofrer ou mesmo brigar com ele, nem por telefone, tinha uma longa caminhada pela frente. Acabou de se arrumar, e saiu, deixando o dinheiro intocado naquele mesmo lugar.

Sam andou até seu trabalho remoendo a aflição que sentia de pensar em Dean, no momento, não conseguia pensar nem em sua própria vida, cheia de sofrimento e esperança. Chegou ao trabalho, bem mais cedo, como tinha previsto, e assim que entrou, sentou se em uma das mesas a convite do dono do restaurante, com quem ainda não tinha tido contato, já que sua entrevista tinha sido feita pelo gerente do lugar. O dono era um homem estranho, bem mais baixo que Sam, com barba bem cuidada, de olhos verdes, e sorriso debochado, vestido de preto com exceção de sua gravata vermelha, compondo um destaque na camisa social, terno e no sobretudo negros, falava baixo, sorria o tempo todo e gesticulava para tudo que falava, com um sotaque britânico um pouco irritante, para sua língua inglesa americanizada. Seu nome era Crowley, se mostrou simpático, enigmático e um tanto excêntrico, ao ver de Sam.

Sam se sentou e preencheu o formulário de admissão, que não tinha feito em seu quarto, e o entregou ao homem, que ficou lhe observando escrever, o tempo todo, sentado a sua frente na mesma mesa.

Crowley: Então, Sam Winchester...(Leu no formulário)....aceita um café reforçado? Antes do gerente lhe mostrar suas funções. (Disse com um sorriso enigmático no rosto).

Sam: (Achou estranho o motivo do oferecimento especifico de café reforçado, afinal como ele poderia saber que estava com fome)....Sim, eu aceito, eu não tive tempo de comer nada quando saí. (Mentiu constrangido).

Crowley sorriu, gesticulou para um dos garçons, que se aproximou rapidamente para atender ao chefe.

Crowley: Querido, por favor traga um café da manhã reforçado para seu novo colega de trabalho, será nosso presente de boas vindas a ele......(Sorriu ao olhar para o garçon e piscou)...obrigado, viu....(Agradeceu simpático ao seu empregado).

O rapaz se afastou, e retornou uns dez minutos depois, enquanto Crowley perguntava alguns coisas básicas para Sam, como, onde morava, sobre a faculdade, seus planos para o futuro profissional, enquanto o café da manhã era servido com rapidez e cuidado, exposto sobre a mesa, havendo dois mistos quentes com queijo e presunto, uma enorme xícara de café preto, um pequeno bule com leite, um prato com ovos e bacon, um outro prato com fatias grossas de queijo branco, fatias de peito de peru e um tablete de manteiga pequeno, um cestinho com alguns espécies de pães diverso e um outro cestinho com biscoitos e torradas, e alguns potinhos pequeninos de geleias de sabores diferentes, tinha ainda um suco de laranja numa jarra pequena e um copo ao lado. Sam ficou com água na boca e se controlou ao máximo para não atacar aquilo tudo de uma vez, querendo ser educado na frente de seu novo chefe, que sorria, satisfeito com o atendimento e presteza do garçom.

Crowley: (Se levantou e deu um tapinha amigável no ombro de Sam).....Coma bem, rapaz, vai precisar de forças para o trabalho, fique à vontade no meu estabelecimento, espero que goste de trabalhar conosco....(Abraçou o garçom pelos ombros, com um sorriso de agradecimento)....Até mais...(Se afastou sorrindo e brincando com o garçom, ainda abraçado a ele).

Sam não perdeu tempo e devorou em alguns minutos quase tudo que tinha sido servido na mesa, feliz pela alimentação e bem contente com a forma de tratamento que recebeu, e que viu que Crowley mantinha com os empregados, pensando que gostaria de trabalhar ali.

Observou que o gerente do lugar, apenas sorria as vezes para ele, enquanto organizava o lugar e os atendimentos, e somente depois que ele parou de comer, com a barriga estufada, e se inclinou para começar a juntar a louça da mesa, que o gerente se aproximou dele. Era um homem muito bonito, alto, forte, com braços musculosos, mesmo por trás do uniforme e do avental com a propaganda do restaurante, era loiro com olhos azuis claros, e tinha um brilho diferente das outras pessoas, que Sam logo atribuiu como sua simpatia. Já tinha se apresentado no dia anterior, mas Sam não se recordava do nome, até ler em sua plaquinha de identificação presa em seu peito. Gadreel.

Gadreel: Hei, deixa que o Kevin, o outro garçom,  faz isso pra você, afinal ainda não está no seu horário de trabalho, tenho que te mostrar tudo ainda....(Chamou Sam com os dedos e saiu andando entre as mesas do salão, Sam o seguiu)....olha, o Sr. Crowley sempre faz isso, não se assuste....ele gosta de alimentar bem todo mundo....ele é bem legal, e você vai gostar dele...inclusive...ele deixou claro que eu tenho que te vigiar para que coma bem. Você irá almoçar e jantar antes de sair daqui, todos os dias, ok.

Sam gostou de Gadreel, até mais do que de Crowley, ele parecia ser sincero em suas palavras, além de ser simpático naturalmente, sempre olhando em volta, cumprimentando todo mundo, ajudando a todos os outros empregados. Ele mostrou cada cantinho do restaurante à Sam, ensinou como servir as mesas e ser sempre cordial com todos os clientes, foi pacientemente testando o equilíbrio da bandeja nas mãos de Sam, achando graça cada vez que ele quase deixava tudo cair, e, e voltando ao início sem reclamar. Um pouco depois do meio dia, o restaurante estava lotado para o almoço, e mesmo assim, Gadreel levou Sam para uma mesa industrial de vários lugares que tinha ao fundo da cozinha, onde os funcionários se alimentavam, e fez Sam se sentar e ele mesmo o serviu, de um belo e imenso prato de macarronada à Carbonara com molho bem recheado de pequenos pedaços de presunto, bacon e ervilhas, e ainda jogou mais queijo ralado por cima, acompanhado de uma taça de suco de uva. Sam tentou retrucar que tinha menos de três horas que tinha comido muito o café da manhã, mas Gadreel, somente disse que eram ordens, e saiu, de volta ao trabalho, sempre sorrindo para todos em sua volta.

 Sam reparou que quando começou a comer, agora devagar, saboreando o belíssimo tempero, outros funcionários também se sentaram à mesa com seus pratos de comida, o que o deixou mais tranquilo e feliz, pois era comum aquele tratamento a todos, o que por si só não levantava nenhuma suspeita de estar sendo cantado ou nada assim, por Crowley, riu de seu próprio pensamento. Comeu tudo, como era esperado, e após fazer sua higiene no banheiro do lugar, trocou sua roupa para o uniforme do restaurante, uma calça social preta e uma camisa social de meia manga, cor verde musgo e um avental preto que descia do peito até o meio de suas coxas, e tinha o símbolo do restaurante bordado e o nome do mesmo, “The Ledbury”. Sam saiu do banheiro e logo começou a seguir Gadreel, como havia sido instruído, observando tudo que ele fazia, bem como, como os outros garçons atendiam aos clientes.

 

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Enquanto Sam trabalhava, Dean se despedia de seu amado avô no aeroporto de Connecticult. Ludovico estava sendo chamado com uma certa urgência para seus afazeres e para proteger os transformados naqueles conflitos, já que ficou muito mais tempo do que poderia com Dean.

Após algumas conversas amenas, Ludovico colocou Dean ciente de tudo que estava acontecendo no mundo das espécies, o aconselhando a se recuperar o mais rápido possível, para poder atender a qualquer chamado urgente do clã, caso precisassem dele, até mesmo que fosse para serviços burocráticos e para tomar conta de todos os negócios da família, enquanto ele e Noah estariam na frente de batalha, buscando minar as forças dos inimigos dentro de cada conflito, com sua presença e com as armas que iriam distribuir livremente para suas crianças transformadas, como dizia.

Dean não teve nem coragem de encher a cabeça de Ludovico com seus problemas pessoais mais uma vez, sentindo seu avô um pouco aéreo e pensativo, justificando para si que eram preocupações sobre os conflitos e a ameaça de uma nova guerra. No momento no embarque, Ludovico puxou Dean para si, e o abraçou apertado, percebendo o pesar no semblante de seu neto.

Ludovico: (No ouvido de Dean)....Eu amo você meu pequeno neto, eu sei o que está passando, não adianta ocultar de mim.....mas eu não tenho como lhe ajudar mais, a não ser estar com você, lhe ouvir, mas se quer mesmo meu conselho ....esqueça o que se passou, Dean, você tem tendência a se apegar ao passado, como fez por quase um século com a morte de Benedict.....(Pausou e suspirou fundo).... Porém, lembre-se, Sam Winchester é humano, ele não pode esperar tanto tempo assim para você se resolver...liberte-se do passado, mais uma vez, esqueça o que aconteceu e viva novamente o presente desse amor tão bonito que existe em você e nele...por favor...não jogue fora sua imortalidade com auto piedade, e sem seu verdadeiro amor ao seu lado.....(Apertou mais Dean, naquele longo abraço e o beijo no rosto e se separou).

Dean com os olhos cheios de lágrimas, olhou o belo rosto de se avô, sentindo algo diferente nas palavras e no olhar dele.

Dean: Era tudo que eu precisava ouvir. Também te amo, vô. Se cuida e cuida da nossa família, e estarei pronto quando me chamar, pode estar certo....(Beijou o rosto de Ludovico preferindo não perguntar o que se passava com ele, que era sempre tão reservado, e acreditando que seria somente preocupações).

Ludovico se separou do beijo ao ouvir o piloto do jato particular lhe chamando para embarcar. Sorriu para Dean, já andando em direção ao avião, e entrou no mesmo, dando uma última olhada em volta, já com saudades de permanecer naquele país onde estava aprendendo a amar, e a porta foi fechada, recolhendo Ludovico e o seu desejo de voltar o mais breve possível para reencontrar a quem estava deixando para trás, o dono de seu coração.

Dean esperou o avião taxiar e seguir para a pista de decolagem, vendo muito mais do que seu avô, vendo seu grande amigo partir para a Itália de seus sonhos. Pensou em Sam, no quanto ele o tinha feito sofrer e no quanto ele também o estava fazendo sofrer, ponderava, que agora estariam praticamente sozinhos para se resolverem, sem ninguém por perto, sem ninguém próximo o bastante para conviver com todo o sofrimento que emanava de um e de outro. Era somente ele e Sam, e mais ninguém, era um misto de dor e esperança crescendo dentro de si, cada vez que via o rosto de Sam em sua mente, sabia que tinha que superar e mudar, mas que tinha que primeiro, respeitar e confiar novamente em Sam, e sem ninguém por perto, seria uma missão bem mais complicada para si e para ele também. Mas sempre havia a esperança no amor que queimava em seu coração, porque sabia que o mesmo amor também preenchia o coração de Sam.

 

CONTINUA....


Notas Finais


Amigos,


Não tenho palavras para agradecer os 20 comentários lindos....
MUITO OBRIGADA MESMO...MUITO MUITO E MUITO.

Estou mega hiper feliz....muito obrigada.....grande presente de aniversário.

MILHÕES DE BJSSSSSS !!!!!!!!!!!!!!!


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